sábado, 25 de junho de 2011

Casa do Artista Riograndense pede ajuda


Instituição, que ampara profissionais que enfrentam dificuldades para se sustentar, promoverá festa junina neste sábado


Instalada há seis décadas no bairro Glória, em Porto Alegre, a Casa do Artista Riograndense (CAR) pede ajuda. Hoje com oito moradores, a casa se mantém graças a contribuições e projetos _ entre eles, uma festa junina marcada para a tarde deste sábado (leia ao final do texto).

Fundada em 1949, a CAR sempre visou a atender artistas — especialmente atores, radialistas e músicos — na faixa dos 60 anos ou mais que estivessem enfrentando dificuldades para se sustentar. O prédio da Rua Anchieta, que lembra uma pequena escola, foi erguido em um terreno doado por particulares. Ali, convivem profissionais que ainda mantêm a atividade artística — como o ator e músico Zé da Terreira, o ator Catulo Parra e o cantor Carlos Conde — e também aposentados, como a atriz Lais Dias.

Como seus moradores, a casa tem de administrar um orçamento pequeno. A receita mensal, obtida por meio de contribuições espontâneas de um grupo de 18 sócios, fica em torno de R$ 200 mensais — o suficiente, por exemplo, para trocar alguma fechadura emperrada ou uma lâmpada queimada. Outras despesas acabam dependendo de ajuda externa. Em maio, o Sindicato dos Músicos Profissionais ajudou a pagar o abastecimento de água. A energia elétrica é paga pelo ator Roberto Birindelli. A banda larga da sala dos computadores (doados pela Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais) sai do bolso do presidente da casa, Luciano Fernandes.

Diretor de Propaganda do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul (Sated), Fernandes assumiu a gestão da casa no ano passado. Ele explica que a manutenção da CAR é uma causa abraçada pelo sindicato nos últimos anos, embora não haja vínculo formal entre a casa e a entidade. Fernandes comemora algumas conquistas, como o início da reforma da cozinha — graças a um acordo com o governo do Estado, a obra está a cargo de quatro presidiários vindos de Charqueadas. Uma verba de R$ 10 mil deve ser liberada pelo município para mais reformas — a pintura das paredes é uma das prioridades. Uma recente doação de livros serviu para criar uma pequena biblioteca.

Uma ideia, segundo Fernandes, é alugar espaços da casa para grupos teatrais do Interior que venham se apresentar na Capital.

— Faríamos isso a título de experiência, para ver se não incomoda os moradores. É uma tentativa de dar sustentabilidade — explica o presidente.

Enquanto isso, os moradores ocupam seus modestos quartos com criatividade. No segundo piso, uma imensa colagem enfeita a parede do radioator e produtor Wilson Gomes, que também pintou as paredes da escada. Peças artesanais em bambu são uma das especialidades de Catulo Parra. Na porta de Zé da Terreira, um recado prega a boa convivência: "A princípio não é elegante falar mal de terceiros na sua ausência".

— Aqui é tudo maravilhoso. O problema somos nós — brinca Catulo.

Para contribuir
> Nesta sábado, a partir das 17h, uma festa junina na Casa de Teatro (Rua Garibaldi, 853) vai arrecadar fundos para a Casa do Artista Riograndense.

> O evento terá apresentações de teatro de bonecos, casamento na roça encenado por alunos da Casa de Teatro e shows musicais de Serrote Preto e Ian Ramil. Os moradores da casa Zé da Terreira e Catulo Parra também deverão se apresentar.

> Os ingressos para o evento custam R$ 5.

Para contatar a Casa do Artista
Internet: casadoartistariograndense.blogspot.com
Telefone: (51) 9123-7519

Para contribuições diretas:
Banco Banrisul - Agência 0073 - Conta 06.011348.0-8

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