domingo, 26 de junho de 2011

Cpers decide cruzar os braços durante votações

Como forma de pressão sobre o Piratini, professores estaduais prometem suspender as atividades nos dias de votação do pacote de projetos do governo na Assembleia Legislativa. Aprovada em assembleia geral dia 22 de junho, a paralisação não tem data nem período para ocorrer: vai depender da agenda de votação.
A apreciação do pacote começa a trancar a pauta da Assembleia a partir de terça-feira, mas é provável que a votação ocorra em 5 de julho, conforme o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana.
Diante desse quadro de indefinição, o Cpers recomenda que os professores estejam com viagens pré-agendadas para a Capital e de malas prontas.
– Vamos trazer a categoria para Porto Alegre, encher as galerias da Assembleia e pressionar para que não permitam que o governador Tarso Genro vote esse pacote. Ele ataca frontalmente o direito de professores se aposentarem com alguma dignidade – declarou a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira.
Durante a assembleia de ontem, as arquibancadas do Gigantinho não lotaram. Ao microfone, integrantes da categoria se revezaram nas críticas às propostas do governo, que incluem mudanças na previdência e novos critérios para o pagamento dos pequenos precatórios.
Em meio a uma campanha acirrada para a presidência do Cpers – a eleição ocorrerá na terça-feira –, os sindicalistas se envolveram também na disputa. Houve manifestações especialmente de representantes das chapas 1 e 2, encabeçadas respectivamente pela atual presidente e pela ex-dirigente da entidade Simone Goldschmidt. Enquanto o grupo de oposição afirma que a atual gestão do Cpers não lutou pelo piso, aliados de Rejane garantem que estão engajados no tema.
Apesar de Simone se dizer contrária ao pacote do governo, considera que o piso salarial é que deveria mobilizar paralisações:
– Temos de exigir do governador um calendário para a implementação do piso que, hoje, é a maior reivindicação dos trabalhadores em educação.
Piratini não demonstrou surpresa com protesto
No governo, as deliberações do Cpers não causaram surpresa. O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, demonstrou conformidade com o posicionamento do sindicato.
– Reafirmamos que pretendemos garantir a previdência pública. Em relação às RPVs (Requisições de Pequeno Valor), temos de criar uma previsão orçamentária para que o Estado possa pagar – disse o chefe da Casa Civil.
Antes da votação na Assembleia, Pestana deve se reunir com deputados da base aliada, para preparar a postura dos apoiadores do Piratini durante a apreciação do pacote governista.

Veja as principais propostas aprovadas ontem na assembleia geral do Cpers:
- Paralisação nos dias de votação do pacote.
- Envio de e-mails e manifestações nas cidades dos deputados estaduais.
- Campanha de denúncia pelo não cumprimento da lei do piso: “Tarso: governo fora da lei – Não cumpre o piso nacional”.
- Não à meritocracia.
- Assembleia geral – com data a ser marcada pelo Conselho do Cpers – para discutir a construção da greve pelo cumprimento da lei do piso.
- Jornada Nacional de Lutas entre 17 e 24 de agosto, com paralisação nos Estados

fonte : Zero Hora

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