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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Libido
Copiado de: AmigosDoFreud
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
ao Che enxadrista
POR JOSÉ ANTONIO FULGUEIRAS
SANTA CLARA. — Com uma simultânea gigante de xadrez, no parque Leoncio Vidal, os amadores do jogo-ciência honrarão, nesta tarde, 4 de outubro, ao Guerrilheiro Heróico Ernesto Guevara.
Grandes Mestres e Mestres Internacionais da provincia, além de outras, atuarão frente a 1.500 tabuleiros defendidos por alunos da EIDE e da Faculdade de Cultura Física Comandante Manuel Piti Fajardo, escolas de trabalhadores sociais e de arte, e população em geral.
O GM Jesús Nogueiras expressou ao Granma que dedicar-lhe esta simultânea ao Che é o melhor tributo que possa fazer um xadrezista, já que ele vaticinou que em Cuba haveria Grandes Mestres e seriam um fruto da Revolução.
Na quinta-feira, 29 de abril de 2004 foi organizada nesta cidade uma das maiores simultâneas registradas na história do xadrez até esse momento, ao reunir 13.000 tabuleiros frente à Praça Ernesto Che Guevara, na qual participou o presidente Fidel Castro.
Diplo - editorial
Espalham-se pelo planeta empreendimentos que organizam produção, comércio e finanças segundo valores e lógicas de solidariedade. Carola Rentjes, uma das referências internacionais desse universo, inaugura, no Le Monde Diplomatique Brasil, uma coluna sobre ele
Por tradição, quando falamos de economia (local e global, micro e macro), militantes, movimentos, pensadores e intelectuais da denominada esquerda [1] têm mantido uma atitude ambígua ante o terreno lamacento que a rodeia, associando-a, per si, com economia globalizada, a cara oculta da democracia, a mão invisível (mas onipotente) do mercado e o capitalismo em suas expressões mais excludentes.
Ante essa associação negativa, os mesmos atores têm preferido, em sua grande maioria, excluir o terreno econômico de sua intervenção cívica e política. Em sua agenda social e política entraram reivindicações dirigidas à economia globalizada-neoliberal-neoconservadora — mas não visões alternativas do mundo econômico. Teremos limitado nossa capacidade criativa de visualizar e construir outro mundo possivel a propostas e alternativas do âmbito social, político e cultural — sem vislumbrar outra economia possível?
Entretando, milhares de pessoas — formiguinhas em todos os cantos no mundo — não somente se atreveram a sonhar com outra economia mas também a estão construindo. Passo a passo, ladrilho por ladrilho. A utopia é o máximo do possível. E esse axioma vale, também, para o mundo da economia, como bem demonstram tais iniciativas de economia alternativa e solidária.
Elas surgem da necessidade de dar resposta à progressiva deterioração social, econômica e cultural que vivem as populações, devido à da crescente desumanização da economia, à degradação do meio-ambiente e da qualidade de vida, à falta de valores éticos, à piora paulatina do nível de cultura e de educação. As conseqüências mais evidentes dessa desumanização da economia são: o aumento da pobreza e as desigualdades sociais, afetando em especial a população vunerável (mulheres, menores, indígenas, etc.), a exclusão social e econômica, o desemprego e o emprego precário. A magnitude dos problemas que impregna nossa realidade cotidiana nos afeta, nos implica, nos põe diante de desafios e nos exige respostas que se desviem de tais carências e injustiças.
A Economia Alternativa e Solidária é uma forma de gerir a economia e a sociedade, e engloba todas as atividades da cadeia produtiva/comercial/financeira, até o consumo. Com seu enfoque global e sua marca ética, contribui para democratizar e socializar a economia e democratizar a sociedade.
Um mundo de novas práticas e princípios
A nova economia consiste em produzir critérios ambientais e sociais, organizar as iniciativas sociais e empresariais, e os que nela trabalham em entes auto-gestionados. Significa produzir, gerir, comercializar e consumir com critérios éticos. Depositar a poupança em sistemas financeiros baseados em solidariedade. Consumir produtos ecológicos ou de comércio justo. Usar dinheiro social ou moeda local. Tecer redes de troca solidária, de desenvolvimento local, ou de serviços da proximidade, educativos ou culturais. Todas essas manifestações contribuem no dia-a-dia — e a partir do setor econômico — para construir outra globalização.
O leque de setores envolvidos é extenso. Um elemento unificador é a busca e realização de atividades econômicas de alto componente social, ambiental e solidário. Diferentes realidades e redes setoriais representam, em todas as regiões do planeta, a face mais conhecida de tal realidade: consumo ético, finanças solidárias, comércio justo de bens e serviços. Agroecologia e agricultura sustentáveis. Meios e redes de comunicação alternativa. Desenvolvimento local, desenvolvimento rural, projetos comunitários no meio urbano. Diálogos interculturais. Sistemas de trocas solidárias e de moeda local e consumo responsável são algumas das tentativas concretas de resposta coletiva e criativa na busca de outra economia possível.
Nos últimos anos, o lema do Fórum Social Mundial tem ganhado notoriedade: Outro mundo é possível. A Economia Alternativa e Solidária contribui na construção desse outro mundo. Não existe a possibilidade de transformação política e social se não há transformação econômica.
Suprir desejos, evitando consumismo
Essa aproximação inovadora visa recuperar as raízes da economia, colocando-a a serviço das necessidades de todas as pessoas. Evita-se, assim, que tais necessidades assumam apenas a forma de demanda de mercadorias, que é estimulada pela propaganda consumista do capital e termina varrendo a rica variação cultural que deveria caracterizar um mundo global. O desafio consiste em repensar, reorientar e reconstruir a economia, para colocá-la a serviço do ser humano e da natureza.
O principal sujeito do desenvolvimento político, socioeconômico e cultural deve ser o próprio povo, pessoa por pessoa. Outro mundo é possível, e outro mundo poderá ser construído, somente se alcançarmos a transformação de valores, estruturas e relações econômicas, das pessoas e comunidade para o mundo. Nosso objetivo final é uma mundialização cooperativa da solidariedade, uma economia (do grego eco-nomia) recriada como a gestão e o cuidado (nomia) da casa (oikos), desde o doméstico, o lar e a comunidade local até o Planeta Terra
Tradução: Gabriela Leite
[1] Na hipótese de que tal ente ideológico-homogêneo exista e, é claro, sem a prestensão de querer definir esta esquerda, ou de julgar se existe a esquerda
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
A ditadura da mídia no Brasil | | | |
Altamiro Borges | |
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“Não se preocupem. Não queremos controlar o mundo. Só queremos um pedaço dele”. Rupert Murdoch, dono do império midiático News Corporation, presente em 133 países.
“Sim, eu uso o poder [da Rede Globo], mas eu sempre faço isso patrioticamente”. Roberto Marinho, ex-proprietário do maior conglomerado midiático do Brasil.
A mídia hegemônica vive um paradoxo. Ela nunca foi tão poderosa no mundo e no Brasil, em decorrência dos avanços tecnológicos nos ramos das comunicações e das telecomunicações, do intenso processo de concentração e monopolização do setor nas últimas décadas e da criminosa desregulamentação do mercado que a deixou livre de qualquer controle público. Atualmente, ela exerce uma brutal ditadura midiática, manipulando informações e deturpando comportamentos. Na crise de hegemonia dos partidos burgueses, a mídia hegemônica confirma uma velha tese do revolucionário italiano Antonio Gramsci e transforma-se num verdadeiro “partido do capital”.
Por outro lado, ela nunca esteve tão vulnerável e sofreu tantos questionamentos da sociedade. No mundo todo, cresce a resistência ao enorme poder manipulador da mídia, expresso nas mentiras ditadas pela CNN e Fox para justificar a invasão dos EUA no Iraque, ou na sua ação golpista na Venezuela ou na cobertura imparcial dos processos eleitorais. Alguns governantes, respaldados pelas urnas, decidem enfrentar, com formas e ritmos diferentes, esse poder que se coloca acima do Estado de Direito. Outro fator que hoje fragiliza os “donos da mídia” é a guerra travada entre empresas de radiodifusão e multinacionais das telecomunicações devido à convergência digital.
Este quadro, com seus paradoxos, coloca em novo patamar a luta pela democratização da mídia e pelo fortalecimento de meios alternativos, contra-hegemônicos, de comunicação. Este desafio se tornou estratégico. Sem enfrentar a ditadura midiática, não haverá avanços na democracia, nas lutas dos trabalhadores por uma vida mais digna, na batalha histórica pela superação da barbárie capitalista e, nem mesmo, na construção do socialismo. Aos poucos, os partidos de esquerda e os movimentos sociais se dão conta de que esta luta estratégica exige reforço dos meios alternativos de comunicação, a denúncia da mídia privada e uma plataforma por sua efetiva democratização.
Concentração e poder mundial
O monopólio da mídia na atualidade é assustador, sem precedentes na história. Segundo estudos de Robert McChesney, “o mercado global é dominado por uma primeira camada de cerca de dez imensos conglomerados... Eles têm ações em diversos setores da mídia e operam em todos os lugares do mundo. Existe uma segunda camada onde estão cerca de quarenta empresas de mídia que giram em torno do sistema global. A maioria dessas firmas provém da Europa Ocidental ou da América do Norte, mas algumas são da Ásia e da América Latina”. A humanidade fica refém destes monopólios, com receitas entre US$ 8 bilhões e US$ 40 bilhões, que defendem, de forma escancarada ou enrustida, os interesses das corporações capitalistas e das potências imperialistas.
Relatório recente de uma Comissão Especial da ONU adverte que 85% das notícias que circulam no planeta são geradas nos EUA. “Pensemos na CNN, que distribui, por satélites e cabos, a partir da matriz em Atlanta, notícias 24 horas por dias para 240 milhões de lares em 200 países e mais 86 milhões nos Estados Unidos, além de 890 mil quartos de hotéis conveniados. O mundo em tempo real exibido para 1 bilhão de telespectadores. A CNN não apenas criou e universalizou uma linguagem e um formato para a informação televisiva, como, várias vezes, alinha a sua orientação editorial com interesses estratégicos norte-americanos. Lembremo-nos da cobertura favorável ao governo Bush na invasão do Iraque”, alerta o professor Dênis de Moraes.
A interferência política e ideológica da mídia é brutal, conforme reconhece David Rothkopf, ex-consultor do governo ianque: “O objetivo central da política externa na era da informação deve ser o de ganhar a batalha dos fluxos de informação mundial, dominando as suas ondas, da mesma forma como a Grã-Bretanha reinava antigamente sobre os mares”. Tanto que os EUA aplicam no setor de 3,5% a 5,2% do PIB. Além disto, a mídia hoje influi na própria reprodução e mobilidade do capital. A agência Reuters, com escritórios em 94 países, envia informações atualizadas oito mil vezes por segundo para os seus 511 mil usuários. Seu acervo digital inclui três bilhões de dados sobre mais de 40 mil empresas do mundo, 244 bolsas de valores e 960 mil ações, títulos e papéis.
Com a desregulamentação neoliberal e os avanços tecnológicos, este processo de monopolização se acelerou vertiginosamente nos últimos anos. Dênis de Moraes cita alguns casos perturbadores. “As gigantes estão engolindo as grandes empresas. A News Corporation abocanhou por US$ 6,6 bilhões 34% das ações da DirecTV e se transformou no única czar da televisão digital via satélite mundial, pois já controlava a concorrente Sky. A General Eletric, que já possuía a rede NBC, absolveu a Universal, proprietária da maior gravadora de discos do mundo, do segundo maior estúdio de cinema, de cinco parques temáticos e emissoras de televisão. A Interpublic, número 1 da publicidade global, incorporou a True North, até então a oitava no ranking”. E por aí vai...
O latifúndio midiático no Brasil
No Brasil, por vias transversas, o processo de monopolização também é uma dura realidade. Na década passada, nove grupos familiares controlavam o grosso da mídia nativa: Marinho (Globo), Abravanel (SBT), Saad (Bandeirantes), Bloch (Manchete), Civita (Abril), Mesquita (Estado), Frias (Folha), Levy (Gazeta), Nascimento e Silva (Jornal do Brasil). Hoje são apenas cinco, com a débâcle das famílias Mesquita, Bloch, Levy e Nascimento, que já não exercem mais o controle sobre os seus antigos veículos. Por outro lado, surgiram alguns grupos regionais, associados aos impérios nacionais, como a RBS, que atua no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
No caso brasileiro, a concentração da mídia vem de longa data e foi impulsionada pela ausência na legislação de qualquer norma proibindo a propriedade cruzada – a posse de inúmeros veículos em diferentes setores (jornais, rádio, televisão). Nos EUA, país citado pelos radiodifusores como exemplo de “liberdade de expressão”, desde 1943 existem regras para limitar a concentração. No Brasil, nunca existiram. Desde as normas que iniciaram a regulação da radiodifusão nos anos 30 (decretos 20.047/31 e 21.111/32), passando pelo Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei nº. 4.137, de 1962), nunca houve a preocupação com a monopolização. A Constituição de 1988, no seu Capítulo 5, até fixou normas para evitar a concentração, mas nunca foram regulamentadas.
O resultado foi uma histórica concentração neste setor estratégico, impedindo a pluralidade e a diversidade de opinião. O grupo Diários Associados, que começou com a compra de um pequeno jornal no Rio de Janeiro, em 1924, rapidamente se expandiu. Em 1959, já era o maior império da mídia na América Latina, com 40 jornais e revistas, mais de 20 estações de rádio, uma dezena de emissoras de televisão, uma agência de notícias e uma empresa de propaganda – “além de um castelo na Normandia, nove fazendas espalhadas por quatro estados, indústrias químicas e laboratórios farmacêuticos”, segundo descrição do Atlas da Fundação Getúlio Vargas.
Ele foi desbancado pela Globo, que também começou com um jornal em 1925, consolidou-se na ditadura militar e hoje é hegemônica na mídia. Levantamento do Instituto de Pesquisas e Estudos em Comunicação, concluído em 2002, revelou que a TV Globo possui 223 emissoras próprias ou filiadas e controla o maior número de veículos em todas as áreas: 61,5% das emissoras de TV em UHF, 40,7% dos jornais, 31,8% das TVs VHF, 30,1% das rádios AM e 28% das FM. Em 2003, as TVs abocanharam 60,4% do total da verba publicitária do país (R$ 6,53 bilhões). Destas, 78% foram para a Rede Globo. Em 2005, a Rede Globo, sem incluir as filiadas, teve um faturamento líquido de R$ 4,3 bilhões - cerca de três vezes o faturamento da Record e SBT juntos.
Além da concentração, a mídia brasileira passa por um perigoso processo de internacionalização. Desde a aprovação da Emenda Constitucional 36/2002 e de sua regulamentação pela Lei 10.610, de dezembro de 2002, no final do reinado de FHC, o capital estrangeiro foi autorizado a adquirir até 30% das ações das empresas jornalísticas e de radiodifusão. Já a Lei da TV a Cabo permite o ingresso do capital externo em até 49% e as normas que regem a telefonia fixa e celular e a TV paga em MMDS (via microondas) e em DTH (via satélite) não estabelecem nenhuma restrição ao capital estrangeiro. Nesse sentido, o próprio discurso nacionalista das emissoras de televisão, em disputa com as teles pelo controle da digitalização, parece meio hipócrita e oportunista.
Como denuncia Gustavo Gindre, no artigo “Globo: discurso nacionalista, negócios nem tanto”, os interesses nacionais foram, há muito, abandonados por esta empresa. “A Globo negociou a venda da Net Serviços (a operadora do grupo) à Telmex, de propriedade do homem mais rico da América, o mexicano Carlos Slim Helu. Helu é dono, no Brasil, da empresa de telefonia celular Claro, da Embratel e da antiga AT&T Latin América... A Telmex passa a controlar diretamente 37,5% das ações da Net Serviços e, indiretamente, através da GB, mais 24,99%. Ou seja, ainda que não tenha formalmente o controle da Net Serviços, a Telmex fica com 62,49% das ações ordinárias (com direito a voto) da Net Serviços. E a Globo apenas com 24,99%”.
O mesmo ocorre em outras empresas do setor. Em julho de 2004, a Abril anunciou a venda de 13,8% de suas ações para a Capital International, gestora de fundos dos EUA. Já em maio de 2006, emitiu comunicado informando “a sociedade com o grupo de mídia sul-africano Naspers, que passa a ter 30% de capital do grupo”. Em junho último, ela vendeu a TVA à multinacional Telefónica. Com o agravante da internacionalização, o professor Venício Lima resume o quadro da mídia: “O sistema brasileiro de mídia, além de historicamente concentrado, é controlado por poucos grupos familiares; é vinculado às elites políticas locais e regionais, revela um avanço sem precedentes de igrejas e é hegemonizado por um único grupo, as Organizações Globo”.
Hegemonia e poder manipulador
Com base neste poder descomunal, a mídia hegemônica sempre procurou manipular a sociedade brasileira. O bombardeio recente contra o presidente Lula, em função das suas origens nas lutas operárias e de algumas de suas políticas contrárias aos interesses da elite burguesa não é um fato novo no país. No passado, usando o denuncismo do “mar de lama”, ela levou Getúlio Vargas ao suicídio em 1954. Contra o governo João Goulart, fez campanha por sua derrubada, alardeando o “perigo do comunismo”. Durante a ditadura militar, a Folha de São Paulo, que ainda engana muita gente com o seu falso ecletismo, emprestou suas peruas para o transporte de presos políticos. Até o final, a Rede Globo procurou esconder a campanha das Diretas-Já, que contagiava a sociedade.
Já na redemocratização do país, a mídia tentou criar obstáculos para o avanço das lutas operárias. Com a retomada das greves no final dos anos 70, ela tratou os grevistas como arruaceiros. Já na Constituinte de 1988, ela defendeu a principais teses neoliberais, contra as medidas de defesa da economia nacional e contra os direitos trabalhistas – conforme comprova um excelente estudo de Francisco Fonseca. Diante do risco da vitória de um candidato oriundo das lutas operárias, em 1989, ela criou a imagem do “caçador de marajás”, garantindo a vitória de Collor sobre Lula. Nos anos 90, a mídia foi a vanguardeira da implantação do neoliberalismo no país. Ela blindou a figura de FHC, pregando a privatização do Estado, a desnacionalização e a desregulamentação.
A tsunami neoliberal, somada às mutações tecnológicas, reforçou ainda mais este monopólio. A vitória de Lula em 2002 foi encarada como um grave risco pelos “donos da mídia”; ela poderia reverter esse processo de concentração e manipulação. Exatamente por isso, a ditadura midiática sempre exerceu forte pressão sobre o novo governo. Como observa Venício Lima, “antes mesmo da revelação pública das cenas de corrupção nos Correios, em maio de 2005, o ‘enquadramento’ da cobertura que a grande mídia fez, tanto do governo Lula como do PT e de seus membros, expressava uma ‘presunção de culpa’, que, ao longo dos meses seguintes, foi se consolidando por meio de uma narrativa própria e pela omissão e/ou pela saliência de fatos importantes”.
A revista Veja foi ao ápice da manipulação. “Entre maio de 2005 e janeiro de 2006, foram pelo menos 20 capas sobre a crise, denúncias não comprovadas sobre o comportamento ilegal de familiares do presidente (filho e irmão), sobre dinheiro ilegal proveniente da Colômbia e de Cuba para as campanhas eleitorais do PT”, lembra Venício. Já o colunista Clóvis Rossi, da Folha, encontrou “as digitais do PT” no assassinato do brasileiro Jean Charles em Londres, em setembro de 2005. No caso da Rede Globo, que estava dependente dos empréstimos do governo, ela deu sua cartada fatal na reta final da eleição de 2006, forçando o segundo turno – conforme comprovou a histórica reportagem de Raimundo Rodrigues Pereira.
Outra mídia é possível e urgente
As eleições no Brasil, assim como a derrota do “golpe midiático” na Venezuela ou a vitória de Evo Morales na Bolívia (contra 83% das notícias opostas a sua candidatura), revelam que esta infernal máquina de manipulação de “corações e mentes” não é imbatível. Estes resultados têm, inclusive, levado partidos de esquerda, movimentos sociais e novos governantes, alvos da fúria midiática, a refletirem sobre o papel estratégico a mídia na atualidade. Alguns governantes, mais ousados e refletindo a correlação de forças internas, adotam posturas para coibir a “liberdade de empresa”, que não se confunde com “liberdade de imprensa”, como caso da RCTV venezuelana.
No Brasil, o segundo mandato do governo Lula dá sinais de que acordou diante do poder destes monopólios. No primeiro mandato, ele só fez ceder à ditadura midiática, com a ilusão de que poderia atraí-la ou neutralizá-la, como ficou patente na adoção do padrão japonês de TV digital, bem ao gosto da Rede Globo. Agora, o governo manifesta a intenção de construir uma forte rede pública de televisão, como contraponto à manipulação reinante, e insinua que poderá realizar uma conferência nacional para discutir a democratização dos meios de comunicação. A pressão da ditadura militar, porém, é violenta; já o governo continua sem nitidez de projeto, preso à lógica pragmática e conciliadora. Daí a importância da pressão da sociedade e da elaboração de plataformas visando construir, com urgência, uma nova mídia, democrática e pluralista.
Altamiro Borges é jornalista, secretário nacional de comunicação do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi).
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Desenho animado raro na TV...
Formato: rmvb
Legendas: Português
Copiado de:RapaduraAçucarada( eudesnorato)
o mercado de DVD brasileiro é, realmente, imprevisível. Quem diria que lançariam esta animação de Star Trel por aqui. E isso já tem um certo tempo, acho que foi logo no começo do ano.
Descobri apenas ontem quando estava procurando filmes para baixar e, para minha supresa, 22 episódios da animação estavam disponíveis na internet que, creio eu, sejam os que fazem parte do box de DVD.
Assim sendo, aí estão os links, que estou fazendo questão de baixar, pois mais do que a série live action, a série animada me relembra bastante a minha infância em frente a TV:
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http://rapidshare.com/files/14473661/StarTrek_TAS_-_1x13_-_The_Ambergris_Element.rmvb
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http://rapidshare.com/files/14488798/StarTrek_TAS_-_1x15_-_The_Eye_Of_The_Beholder.rmvb
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http://rapidshare.com/files/14685072/StarTrek_TAS_-_2x21_-_How_Sharper_Than_A_Serpent_s_Tooth.rmvb
http://rapidshare.com/files/14693897/StarTrek_TAS_-_2x22_-_The_Counter-Clock_Incident.rmvb
Esta série de desenhos animados foi transmitida originalmente nos Estados Unidos da América com o título Star Trek. Mais tarde passou a ser conhecida por Star Trek: The Animated Series .
Foi produzida pela Filmation e teve a duração de duas temporadas, com um total de vinte e dois episódios com uma duração individual inferior a trinta minutos.
A maioria das vozes dos personagens era interpretada pelos próprios actores da série original. Apesar da liberdade da animação permitir grandiosas paisagens alienígenas, o orçamento era escasso e a qualidade da animação era pobre. Os acontecimentos desta série não fazem parte da cronologia oficial do universo Star Trek, algo que causou muita controvérsia junto de alguns fãs, visto ser a única série televisiva em que tal acontece.
No Brasil foi ao ar pela Rede Globo na década de 1970 como atração do programa Globo Cor Especial, porém jamais teve reprise.Recentemente esta série foi lançada em DVD no Brasil.
"Veja" mira Guevara e dá tiro no pé
A matéria da revista sobre Che não passa de mais um exercício do "jus esperneandi" a que se entregam os que têm esqueletos no armário e os que anseiam por uma recaída totalitária, com os eventos desastrosos e os banhos de sangue correspondentes.
Celso Lungaretti
Os 40 anos da morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, a se completarem no próximo dia 9, dão ensejo a uma nova temporada de caça ao mito Che Guevara por parte da imprensa reacionária, começando por Veja, que acaba de produzir uma das matérias-de-capa mais tendenciosas de sua trajetória.
"Veja conversou com historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo cubano na tentativa de entender como o rosto de um apologista da violência, voluntarioso e autoritário, foi parar no biquíni de Gisele Bündchen, no braço de Maradona, na barriga de Mike Tyson, em pôsteres e camisetas”, afirma a revista, numa admissão involuntária de que não praticou jornalismo, mas, tão-somente, produziu uma peça de propaganda anticomunista, mais apropriada para os tempos da guerra fria do que para a época atual, quando já se pode olhar de forma desapaixonada e analítica para os acontecimentos dos anos de chumbo.
Não houve, em momento algum, a intenção de se fazer justiça ao homem e dimensionar o mito. A avaliação negativa precedeu e orientou a garimpagem dos elementos comprobatórios. Tratou-se apenas de coletar, em todo o planeta, quaisquer informações, boatos, deturpações, afirmações invejosas, difamações, calúnias e frases soltas que pudessem ser utilizadas na montagem de uma furibunda catalinária contra o personagem histórico Ernesto Guevara, com o propósito assumido de se demonstrar que o mito Che Guevara seria uma farsa.
Assim, por exemplo, a Veja faz um verdadeiro contorcionismo retórico para tentar tornar crível que, ao ser preso, o comandante guerrilheiro teria dito: "Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto". Ora, uma frase tão discrepante de tudo que se conhece sobre a personalidade de Guevara jamais poderá ser levada a sério tendo como única fonte a palavra de quem posou como seu captor, um capitão do Exército boliviano (na verdade, eram oficiais estadunidenses que comandavam a caçada).
É tão inverossímil e pouco confiável quanto a “sei quando perco” atribuída a Carlos Lamarca, também capturado com vida e abatido como um animal pelas forças repressivas.
E são simplesmente risíveis as lágrimas de crocodilo que a Veja derrama sobre o túmulo dos “49 jovens inexperientes recrutas que faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia” e morreram perseguindo os guerrilheiros. Além de combater um inimigo que tinha esmagadora superioridade de forças e incluía combatentes de elite da maior potência militar do planeta, Guevara ainda deveria ordenar a seus comandados que fizessem uma cuidadosa triagem dos alvos, só disparando contra oficiais...
É o mesmo raciocínio tortuoso que a extrema-direita utiliza para tentar fazer crer que a morte de seus dois únicos e involuntários mártires (Mário Kozel Filho e Alberto Mendes Jr.) tenha tanto peso quanto a de quatro centenas de idealistas que arriscaram conscientemente a vida e a liberdade na resistência à tirania, confrontando a ditadura mais brutal que o Brasil conheceu.
Típica também – e não por acaso - da retórica das viúvas da ditadura é esta afirmação da Veja sobre o legado de Guevara: “No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a América Latina foi lançada em um banho de sangue e uma onda de destruição ainda não inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada. O mito em torno de Che constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas”.
Assim, a onda revolucionária que se avolumou na América Latina durante as décadas de 1960 e 1970 teria como causa “as concepções de revolução pela revolução” de Guevara e não a miséria, a degradação e o despotismo a que eram submetidos seus povos. E a responsabilidade pelos banhos de sangue com que as várias ditaduras sufocaram anseios de liberdade e justiça social caberia às vítimas, não aos carrascos.
É o que a propaganda enganosa dos sites fascistas martela dia e noite, tentando desmentir o veredicto definitivo da História sobre os Médicis e Pinochets que protagonizaram “alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas”.
Não existe muralha nenhuma impedindo a correta observação desses episódios, tanto que ela já foi feita pelos historiadores mais conceituados e por braços do Estado brasileiro como as comissões de Anistia e de Mortos e Desaparecidos Políticos. Há, isto sim, a relutância dos verdugos, de seus cúmplices e de seus seguidores, em aceitarem a verdade histórica indiscutível.
E a matéria-de-capa da Veja não passa de mais um exercício do jus esperneandi a que se entregam os que têm esqueletos no armário e os que anseiam por uma recaída totalitária, com os eventos desastrosos e os banhos de sangue correspondentes.
Celso Lungaretti é jornalista e escritor, ex-preso político e autor do livro "Náufrago da Utopia".
Uri Avnery
Fantasioso? Nada disto. É muito parecido com o que aconteceu em 1956. Então, França, Israel e a Grã-Bretanha planejaram secretamente atacar o Egito, para derrubar Gamal Abd-al-Nasser ("troca de regime" no jargão de hoje.) Combinaram que pára-quedistas israelenses saltariam perto do Canal de Suez, e que o conflito gerado por esse ato seria o pretexto para que franceses e britânicos ocupassem a área do canal, para “garantir a segurança” do tráfego de navios. Esse plano foi executado (e fracassou miseravelmente).
O que nos aconteceria, se concordássemos com o plano de Cheney? Nossos pilotos arriscariam a vida para bombardear as instalações iranianas, fortemente defendidas. Depois, choveriam mísseis iranianos sobre nossas cidades. Haveria centenas, talvez milhares de mortos. Tudo isso, para criar um pretexto para que os americanos entrassem em guerra.
Esse pretexto faria algum sentido? Em outras palavras, os EUA são obrigados a entrar em guerra, ao nosso lado, numa guerra causada por nós? Na teoria, a resposta é sim. Os acordos atualmente vigentes entre EUA e Israel obrigam os EUA a socorrer Israel em caso de guerra – seja quem for que comece a guerra.
A notícia que vazou terá algum fundamento? Difícil saber. Mas o vazamento reforça a suspeita de que um ataque ao Irã está mais próximo do que se supõe.
Não sei, mas a minha suspeita de que sim, eles podem estar pensando nisso, está aumentando.
Por quê? Porque o mandato de George Bush está chegando ao fim. Se as coisas não mudarem muito, Bush será lembrado como péssimo presidente – talvez o pior nos anais da República. O governo Bush começou com a catástrofe das Torres Gêmeas, que nada acrescentou ao prestígio das agências de inteligência; e terminaria com o fiasco no Iraque.
Resta-lhe apenas um ano para fazer alguma coisa que impressione e que salve seu nome para os livros de História. Em situações semelhantes, os líderes tendem a procurar aventuras militares. Se se consideram alguns comprovados traços humanos, de caráter, a opção pela guerra torna-se realmente assustadora.
É verdade, sim, que o exército norte-americano está encalacrado no Iraque e no Afeganistão. Nem Bush e Cheney sequer sonhariam, hoje, com invadir um país quatro vezes maior que o Iraque, com o triplo da população.
Mas é muito provável que os arautos da guerra estejam soprando nos ouvidos de Bush: Por que se preocupar? Não é preciso invadir. Basta bombardear o Irã, como bombardeamos a Sérvia e o Afeganistão. Usaremos bombas inteligentes e os mísseis mais sofisticados, contra dois mil alvos, mais ou menos, para destruir não apenas as instalações nucleares do Irã, mas também instalações militares e a administração do Estado. "Vamos devolvê-los à idade da pedra”, como disse um general norte-americano sobre o Vietnã. Ou “atrasaremos 20 anos os relógios deles”, como disse o general Dan Halutz, da Força Aérea israelense, sobre o Líbano.
A idéia é tentadora. Os EUA só teriam de usar sua poderosa Air Force, mísseis de todos os tipos e os gigantescos porta-aviões, que já foram deslocados para o Golfo Persa/Árabe. Toda essa força pode ser rapidamente posta em ação, a qualquer momento. Para um presidente fracassado, cujo mandato aproxima-se do fim, a idéia de uma guerra fácil, curta, pode ser imensamente atraente. E o mesmo presidente já mostrou o quanto lhe é difícil resistir a tentações deste tipo.
Duvido.
Por mais ‘inteligentes’ que sejam, bombas matam. Os iranianos são orgulhosos, resolutos e estão altamente motivados. Já disseram que, em dois mil anos, jamais atacaram qualquer país, mas que, nos oito anos da guerra Irã-Iraque, comprovaram amplamente a determinação de defenderem-se quando atacados.
A primeira reação dos iranianos contra um ataque norte-americano será fechar o Estreito de Hormuz, porta de entrada para o Golfo. Com isso, será cortado o suprimento de petróleo para grande parte do mundo – o que causará crise econômica sem precedentes. Para reabrir o Estreito (supondo que seja possível), o exército dos EUA terá de conquistar e manter sob seu domínio grandes áreas do território iraniano.
Se os ataques norte-americanos transformarem-se em longa guerra de atrito (ou “guerra de desgaste”), e se o público norte-americano passar a vê-la como um desastre (como está acontecendo hoje, na aventura do Iraque), não faltará quem culpe Israel. Não é segredo que o lobby pró-Israel e aliados – neoconservadores (a maioria dos quais são judeus) e os Cristãos Sionistas – tentam empurrar os EUA para esta guerra, como já empurraram para a guerra ao Iraque. Na política israelense, os ganhos esperados dessa guerra podem converter-se em perdas enormes – não só para Israel, mas também para a comunidade dos judeus norte-americanos.
Ahmadinejad é tudo que se pode desejar, como inimigo. Fala demais. Vangloria-se. Gosta de provocar escândalo. Nega o Holocausto. Profetiza que Israel “será varrido do mapa” (embora jamais tenha dito, como noticiou-se, que ele varreria Israel do mapa.)
Esta semana, o lobby pró-Israel organizou grandes manifestações contra a visita de Ahmadinejad a Nova Iorque. As manifestações foram enorme sucesso – para ele, que realizou o sonho de ser o centro das atenções em todo o mundo. Deram-lhe oportunidade para repetir seus argumentos contra Israel – alguns ofensivos, alguns válidos – para audiências planetárias.
Mas Ahmadinejad não é o Irã. É verdade, sim, que foi eleito em eleições populares, mas o Irã é como os partidos ortodoxos em Israel: os políticos não contam; o que conta são os rabinos. Os líderes religiosos xiitas tomam as decisões e comandam as forças armadas, não são de falar demais, não se vangloriam nem gostam de escândalo. Sabem ser cautelosos.
Se o Irã estivesse tão empenhado em construir uma bomba nuclear, estaria trabalhando em total segredo, sob total sigilo (como Israel fez). Ahmadinejad e sua fala de falastrão prejudicariam esse projeto, mais do que qualquer inimigo do Irã.
Não é confortável pensar em uma bomba atômica em mãos iranianas (nem em quaisquer outras mãos). Deve-se impedir que isso chegue a acontecer, por negociação e/ou por sanções. Mas ainda que aconteça, não será o fim do mundo nem será o fim de Israel. Nessa área, mais do que em todas as outras, Israel tem imenso poder de defesa e retaliação. Nem Ahmadinejad arriscará uma troca de rainhas – a destruição do Irã em troca da destruição de Israel.
Se examinamos o mapa, vemos que não há razão objetiva para guerra entre Israel e Irã. Ao contrário: por muito tempo acreditou-se, em Jerusalém, que os dois países fossem aliados naturais.
David Ben-Gurion pregou uma "aliança da periferia". Estava convencido de que todo o mundo árabe era inimigo natural de Israel, e que, portanto, devia-se buscar aliados nas franjas do mundo árabe – Turquia, Irã, Etiópia, Chad etc. (Também buscou aliados no mundo árabe – comunidades não sunitas-árabes, como os maronitas, os coptas, os curdos, os xiitas e outros.)
No tempo do Xá, houve estreitas conexões entre Irã e Israel, umas positivas, outras negativas, outras muito sinistras. O Xá ajudou a construir um oleoduto de Eilat até Askelon, para transportar o petróleo iraniano até o Mediterrâneo, ultrapassando o Canal de Suez. O serviço secreto de Israel (Shabak) treinou os agentes iranianos (Savak). Israelenses e iranianos atuaram juntos no Curdistão iraquiano, auxiliando os curdos contra os opressores sunitas-árabes.
A revolução de Khomeini, no início, não desfez essa aliança, que se tornou clandestina. Durante a guerra Irã-Iraque, Israel forneceu armas ao Irã, baseado na idéia de qualquer um que combata árabes seria nosso amigo. Ao mesmo tempo, os norte-americanos forneceram armas a Saddam Hussein – um dos raros momentos de clara divergência entre Washington e Jerusalém. A divergência foi superada no caso dos Contras, no Irã, quando os norte-americanos ajudaram Israel a vender armas aos aiatolás.
Hoje, os dois países estão separados por uma guerra ideológica, mas que é lutada principalmente no plano retórico e demagógico. Arrisco-me a dizer que Ahmadinejad não dá um figo pelo conflito Israel-Palestina, que usa apenas para conquistar simpatias no mundo árabe. Se eu fosse palestino, não confiaria nele. Mais dia menos dia, a geografia falará mais alto, e as relações Israel-Irã voltarão ao que foram – esperemos que sobre bases muito mais positivas.
Há aventuras nas quais se entra com facilidade e das quais não se sai facilmente. O último a descobrir isso foi Saddam Hussein.
Saddam pensou que atacar o Irã seria um passeio – afinal, Khomeini havia matado quase todos os oficiais e, sobretudo, os pilotos do exército do Xá. Supôs que bastaria um ataque rápido, para que o Irã entrasse em colapso. Depois, lamentou oito anos de guerra.
Ambos, nós e os norte-americanos, corremos o risco de descobrir, mais depressa do que supomos, que a lama do Iraque é creme Chantilly, comparada ao concreto armado iraniano.
*COPYLEFT.SoWhatAboutIran?(Emhttp://zope.gush-shalom.org/home/en/channels/avnery/1191034415/,
tradução de Caia Fittipaldi
E ainda falam mal de Cuba....
Mario Terán, em foto da época em que matou Che
A notícia foi publicada pelo diário Granma na última sexta-feira (28), com base numa publicação anterior do diário El Deber, da cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra.
"Há quatro décadas Mario Terán tentou com seu crime destruir um sonho e uma idéia, mas Che torna a ganhar outro combate. E continua em campanha", assegurou o Granma, citado pela estatal Agência de Informação Nacional (AIN) da ilha.
O texto detalha que um filho de Terán pediu ao El Deber, de Santa Cruz, que publicasse uma carta de agradecimento aos médicos cubanos que haviam devolvido a visão a seu pai, após operá-lo de catarata, nos quadros da Operação Milagre, plano oftalmológico que Cuba já exportou a vários países.
A nota do Granma ressalta que Terán, ao receber a ordem de matar Che, "teve que recorrer ao álcool para encher-se de coragem e poder cumpri-la, como ele mesmo narrou depois à imprensa".
Relata o artigo que Che, ferido e desarmado, sentado no chão de terra da escolinha, "o viu vacilante e temeroso e teve toda a coragem que faltava ao seu algoz para abrir a surrada camisa verde-oliva, descobrir o peito e gritar-lhe: 'Não trema mais e dispara aqui que você vai matar um homem'. Terán, cumprindo ordens dos generais René Barrientos e Alfredo Ovando, da Casa Branca e da CIA, disparou sem saber que as feridas mortais abriam buracos junto àquele coração que continuaria marcando a luta dos povos".
A nota do diário oficial cubano destaca que o suboficial "poderá apreciar as cores do céu e da selva, desfrutar do sorriso de seus netos e presenciar partidas de futebol, contudo jamais será capaz de perceber a diferença entre os ideais que o levaram a assassinar um homem a sangue-frio e as de quem ordenava aos médicos de sua guerrilha que atendessem igualmente seus camaradas e seus inimigos".
AIN sublinha ademais que Terán "não teve de pagar um só centavo pela operação" dos médicos cubanos em um hospital doado pelo governo de Cuba e inaugurado pelo presidente Evo Morales.
"Recordem bem esse nome: Mario Terán, um soldado educado na idéia de matar que volta a ver graças aos médicos seguidores das idéias de sua vítima", ressaltou o periódico.
Fonte: Granma
Woody Allen, sempre genial...
Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português (PT)
Duração: 1:28
Tamanho: 392 MB
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Sinopse:
Woody Allen pega o livro sério sobre sexo de David Reuben e transforma seus capítulos na mais pura avacalhação. Prepare-se para ver um corpo humano por dentro em pleno ato sexual, um cientista que quer criar a máquina de sexo, a mulher que só tem orgasmo em locais perigosos... Muita confusão na melhor fase de Woody Allen.
Copiado de: RapaduraAçucarada