quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

[música cubana] BUENA VISTA SOCIAL CLUB




Buena Vista Social Club é o nome de um disco gravado em 1996, pelo produtor musical Ry Cooder, envolvendo músicos cubanos de vanguarda, que haviam, em grande parte, caído no ostracismo.

O nome se deve a uma antiga casa de shows cubana, que já havia deixado de existir nos anos 50.

A idéia do produtor musical era reunir em um disco os maiores artistas cubanos, como se formasse um grupo que, na verdade, nunca havia existido concretamente - os artistas, em geral, tinham suas próprias carreiras, ou tocaram em épocas diferentes.

Envolveram-se no projeto os músicos Ibrahim Ferrer (cantor), Compay Segundo, (cantor e tresero), Rubén González (pianista), Eliades Ochoa (violonista), Omara Portuondo (cantora), Barbarito Torres (alaúde cubano), Juan de Marcos González, Manuel "Puntillita" Licea, Orlando "Cachaito" López, Manuel "Guajiro" Mirabal, Amadito "Tito" Valdés e Pio Leyva.

O disco é objeto de documentário homônimo, de 1998, dirigido pelo alemão Wim Wenders.
fonte: wikipédia, a enciclopédia livre.

Créditos: Forum - Renatchka


LINK:

http://rapidshare.com/files/79404849/Buena_Vista_Social_Club_-_Buena_Vista_Social_Club__1997_.rar

TRACKS:

1. Chan Chan
2. De Camino A La Vereda
3. El Cuarto De Tula
4. Pueblo Nuevo
5. Dos Gardenias
6. Y Tu Que Has Hecho
7. Veinte Anos
8. El Carretero
9. Candela
10. Amor De Loca Juventud
11. Orgullecida
12. Murmullo
13. Buena Vista Social Club
14. La Bayamesa

PRA OUVIR TRECHOS:

http://www.amazon.com/Buena-Vista-Social-Club-Cooder/dp/B000005J56


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esse cd é bom demais, as músicas são dançantes, Omara Portuondo canta lindamente! Wink vale a pena!!!!

EASY RIDER: SEM DESTINO - 1969




Formato: RMVB
Áudio: Inglês
Legendas: Português/BR
Tempo: 1:31:42s
Tamanho: 344mb ( 4 Partes )
Servidor: Rapidshare
Créditos: Forum - Eudes Honorato


P.S: Primeira contribuição de muitas (Eu espero!!)

Sinopse:
Dois membros da contra-cultura hippie no final dos anos 60 saem de Los Angeles e atravessam o país até Nova Orleans.
Na viagem, encaram o espírito da liberdade, mas também muito preconceito.
Na Primavera de 1999, Easy Rider completou 30 anos. Toda pessoa que já sentiu o vento no rosto não fica imune ao mencionar ou ouvir o nome deste filme, é impossível ter paixão pelo motociclismo e não viajar por segundos pensando naquelas duas motos que cruzaram os Estados Unidos e os corações de milhões de motociclistas de 15 a 70 anos.

A Produção:

A gênese para o filme Sem Destino começou com uma fotografia. Peter Fonda conta: "Eu me lembro o dia em que apareci com a idéia para Sem Destino, 27 de setembro de 1967. Estava olhando uma fotografia minha e de Bruce Dern em frente a uma motocicleta. Nós parecíamos grandes, numa imagem 18x24, em contra-luz, de forma que ninguém poderia dizer que éramos nós. E isso me deu um estalo, para fazer este filme".
Fonda chamou seu amigo Dennis Hopper e disse a ele sua idéia de dois jovens experimentando a "liberdade total" enquanto cruzavam o país de motocicleta. Hopper, no cinema desde Juventude Transviada (1955), estava pensando em abandonar a profissão de ator para se tornar professor de teatro. Fonda mudou a cabeça de Hopper, oferecendo-lhe a oportunidade de dirigir o filme.
Para financiar o projeto, Hopper pediu a seu amigo Jack Nicholson para apresentá-lo a Bert Schneider, um dos sócios da BBS Productions, uma companhia independente que lançava seus projetos pela Columbia Pictures. A BBS concordou em colocar 400 mil dólares para fazer Sem Destino.
A produção começou com locações em Nova Orleans, em 23 de fevereiro de 1968. Juntando-se a Hopper e Fonda estavam Karen Black e a futura coreógrafa e cantora Toni Basil. Apesar de Rip Torn ter sido originalmente escolhido para fazer o papel do advogado alcoólatra George Hanson, ele acabou deixando a produção antes do início das filmagens. Jack Nicholson - que a BBS havia enviado a Nova Orleans no cargo de produtor executivo - concordou em fazer o papel. Sua atuação o transformou num astro.


Algumas imagens:



O fim de uma era na esquerda brasileira


Leonardo Sakamoto


Postei, originalmente, o texto abaixo neste blog no dia 06 de junho. A pedido de leitores, resgato-o neste espaço para dar um pequena contribuição à reflexão nesta virada do ano. Após um 2007 de discussões sobre transposição do Velho Chico no Nordeste e licitação de hidrelétricas na Amazônia, além de (mais) frustrações políticas pelo país, acho que ele continua atual.


Não sei se todos se deram conta, mas estamos vivendo tempos interessantes – para usar a expressão do professor Hobsbawn – no que diz respeito ao “ser” de esquerda no Brasil. Um período de mudanças em que um dos efeitos é a falta de entendimento entre grupos que, teoricamente, defendem o mesmo objetivo. A questão ambiental é um dos palcos principais dessa batalha, em que a razão tem sido morta e enterrada – principalmente pelo grupo que está no poder.

Tivemos três grandes ciclos da esquerda no país durante o século 20. Grosso modo, o primeiro deles, anarquista, foi fomentado pelos imigrantes europeus que vieram trabalhar na então nascente indústria paulista e difundiram seus ideais. O segundo, com os movimentos comunistas e socialistas, da intentona à resistência à ditadura militar dos anos de chumbo. O terceiro veio com o processo de redemocratização do país e a liberdade de organização civil e tem um forte tom partidário.

Ou seja, a esquerda durante o século 20 variou de acordo com a relação que firmava com o Estado. Do anarquismo, que não acreditava que ele fosse fundamental para o desenvolvimento da sociedade, passando pelo comunismo, que defendeu a necessidade de destruir o Estado para depois reconstruí-lo sob a direção do proletariado, até o “petismo” em que a esquerda acreditou que seria possível tomar o Estado dentro das regras do jogo da classe dominante, ou seja através da disputa político-eleitoral.

Veio o século 21 e uma das poucas certezas que tenho é que o paradigma do sistema político representantivo está em grave crise por não ter conseguido dar respostas satisfatórias à sociedade. Bem pelo contrário, apesar de ser uma importante arena de discussão, ele não foi capaz de alterar o status quo. Apenas lançou migalhas através de pequenas concessões, mantendo a estrutura da mesma maneira e a população sob controle. O Estado, assim como há 100 anos, continua servindo aos interesses de alguns privilegiados detentores dos meios de produção. E a maioria das disputas relevantes no seio do Estado são eminentemente intra-classe, no caso a elite.

Os atores desse terceiro ciclo da esquerda, que tem seu cerne no petismo, fracassaram em sua idéia original de mudar o Estado por dentro. Grande parte do PT (deixando claro que há notáveis exceções) adotou práticas que ele mesmo abominava. Bem, todos conhecem a história.

Onde está a força da esquerda hoje? Nos movimentos sociais e nos grupos de base. Ou seja, atores que dialogam com o Estado, mas que estão fora dele, atuando na transformação da sociedade pelo lado de fora. Creio que isso deve-se à desilusão com a política partidária tradicional, à incapacidade dessa velha esquerda em dar alternativas para os jovens e ao fortalecimento de grupos que nunca adentraram no sistema partidário por não acreditarem em sua natureza ou por serem dele alijados.

O mais importante grupo político hoje no país, concordando ou não com seu modus operandi, é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que através da luta pela reforma agrária tenta alterar o modelo de desenvolvimento econômico. Ou seja, faz política.

E não é só a luta pela terra. A incapacidade do sistema representativo de gerar respostas satisfatórias levou também ao fortalecimento da luta da sociedade civil em outras frentes, como trabalho, comunicação, direitos humanos e meio ambiente. Ressalte-se, apenas, que sociedade civil não é a mesma coisa que organizações não-governamentais, pois, a despeito das ONGs comprometidas com mudanças estruturais, muitas delas são de ordem cosmética e apenas reforçam as condições atuais.

O interessante é que esse quarto ciclo de esquerda, dos movimentos e da sociedade civil organizada ou não, tem muito a ver com o primeiro, lá no início do século 20. Ao questionar o papel do Estado e agir por conta própria, adota nuances de anarquismo. Alguns podem falar que o que chamo de nuances de anarquismo seria, na verdade, um processo de aprofundamento do Estado mínimo em que o governo se exime de suas responsabilidades entregando ao mercado a gestão da sociedade.

Há de se ter cuidado com isso e não confundir programas como “Amigos da Escola” – que, na verdade, são mais daquelas migalhas que falei acima – de um processo sério de organização popular pela transformação da realidade social, econômica, cultural, política. Mas essa separação é fácil de ser feita, basta verificar quais são os impactos da ação de determinado grupo. Se elas não se encaixam em um panorama maior, de transformação real, e limitam-se à sua pontualidade, estamos falando de migalhas.

Por exemplo, ocupações como a da Reitoria da USP pelos estudantes, de terras improdutivas pelos sem-terra ou de prédios abandonados por sem-teto têm um objetivo muito maior do que apenas obter concessões de curto prazo. Elas não servem apenas para tapar as goteiras das salas de aula, desapropriar uma fazenda ou destinar um prédio aos sem-teto. Os problemas enfrentados pelos movimentos envolvidos nesses atos políticos não são pontuais, mas sim decorrência de um modelo de desenvolvimento que enquanto explora o trabalho, concentra a renda e favorece classes de abastados, deprecia a coisa pública (quando ela não se encaixa em seus interesses) ou a privatiza (quando ela se encaixa). Ou seja, as ocupações são uma disputa de poder feita simultaneamente em âmbito local e global que, no horizonte histórico, poderá resultar na manutenção da pilhagem econômica, social e cultural da grande maioria da sociedade ou levar à implantação de um novo modelo – mais humano e democrático.

O problema é que toda mudança leva a um enfrentamento. No caso da questão ambiental, por exemplo, há uma disputa sendo travada entre pessoas da velha e da nova esquerda via mídia. O discurso de que o desenvolvimento é a peça-chave para a conquista da soberania (o que concordo) e que, portanto deve ser obtido a todo o custo (o que discordo) tem sido usado por pessoas que foram comunistas, tornaram-se petistas e hoje fazem coro cego ao PAC do governo federal. Mantém viva a parte ruim do pensamento do genial Celso Furtado que, na prática, significa que é necessário sacrificar peões para ganhar o jogo.

Do outro lado, os movimentos sociais e ONGs sérias que atuam nesse campo defendem que o crescimento não pode ser um rolo compressor passando por cima de pessoas e do meio ambiente. Por suas ações, que impedem um laissez-faire generalizado, são taxados de entreguistas e de fazerem o jogo do capital internacional. Nas últimas semanas, presenciamos isso nas críticas levantadas contra o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que ocupou a hidrelétrica de Tucuruí, ou nos impropérios lançados às comunidades que protestaram contra as obras de transposição de parte das águas do São Francisco.

É claro que os países do centro querem que nós arquemos com o ônus da preservação do planeta. O mercado de carbono, na prática, é isso: compra-se créditos de terceiros (que vão adotar práticas ou projetos que absorvam carbono da atmosfera) para que se possa poluir. Ao mesmo tempo que isso acontece, esses países se beneficiarão do alargamento da já grande distância de desenvolvimento entre o centro e a periferia.

Mas o atual modelo, gestado no seio do capitalismo, e em plena vigência no Brasil tem um potencial destruidor muito grande, além de ser extremamente concentrador. Ou seja, o resultado da pilhagem dos recursos naturais e do trabalho humano, mantendo o padrão adotado até aqui, continuará nas mãos de poucos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros. Não faz sentido defender algo que também está nos afundando.

Como se resolve esse enfrentamento? Na minha opinião, não se resolve. O problema entre a velha e a nova esquerda está no contexto histórico em que seus atores foram formados. Não adianta mostrar fatos novos ou uma nova luz para a interpretação da realidade, há grupos que fecham e não abrem com o padrão de desenvolvimento forjado na ditadura – paradoxalmente a mesma ditadura que os torturou. A meu ver a solução se dará através de renovação geracional, ou seja, os mais antigos se retirando com a idade para dar lugar aos mais novos. É triste que seja assim, mas tendo em vista os últimos embates, não acredito em conciliação possível.

Tudo o que foi discorrido aqui, é claro, diz respeito à esquerda internamente. Agora, como diria o professor Garrincha, falta combinar com o inimigo. Porque a história mostra que apesar da esquerda ter capacidade de influenciar a realidade no país, ela não foi capaz de transformá-la. E a menos que algum dos novos ciclos traga respostas para romper com a estrutura atual, continuaremos vendo eles se repetirem nos fracassos. Para a alegria da direita.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

UM ESTRANHO NO NINHO - 1975
Um Estranho No Ninho
(One Flew Over the Cuckoo's Nest)

Ano de Produção: 1975
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Duração: 129 minutos
Diretor: Milos Forman
Roterista: Lawrence Hauben, Bo Goldman
Fotografia: Haskell Wexler, William Fraker, Bill Butler
Música: Jack Nitzsche
Áudio: Inglês
RMVB Legendado
Cor

Créditos:Forum - Eudes Honorato



Elenco:
Jack Nicholson...Louise Fletcher...William Redfield...Michael Berryman...
Peter Brocco...Dean R. Brooks...Alonzo Brown...Scatman Crothers...
Mwako Cumbuka...Danny DeVito...William Duell...Josip Elic...
Lan Fendors...Nathan George...

Sinopse:
McMurphy não cumpriu a lei. Mais velho, ele namora uma menina de 15 anos. Por isso, e obrigado a cumprir pena de alguns meses numa
detenção. Não igual àquelas de pena máxima. Em uma prisão-fazenda. Com uma boa lábia e uma grande astúcia, McMurphy consegue convencer os guardas de que não é uma pessoa normal e que tem problemas mentais.
Quando McMurphy, primeiramente aliviado de estar livre da prisão, chega ao manicômio, percebe que os pacientes não são "necessariamente" loucos, mas marginais sociais. Com o tempo, aprenderam a ser e a agir como tais. E McMurphy decide assumir a missão de provar que os pacientes estão normais e podem ser aceitos novamente na sociedade.
Então, ele começa a desenvolver atividades recreativas com seus novos
amigos. Jogos de carta, futebol, dinâmica de grupo. Tudo vai ser válido
para ele. E não só. Todo o grupo começa a sentir a importância de McMurphy lá dentro. Agora, ele não é um malfeitor que namorou uma garota menor de idade. Ele é um homem respeitado e admirado por todos.
Para a enfermeira-chefe Rached (Louise Fletcher), McMurphy é um paciente desregrado e que só vive perturbando a rotina do hospital. Ela o despreza pela dificuldade que ele tem de respeitar as normas do lugar.



Links Rapidshare em cinco partes:
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Frei Betto * Adital

Uma pergunta que sempre me fazem: por que a data do Carnaval é alterada todo ano e quais os critérios? Este ano o domingo de Carnaval caiu em 18 de fevereiro; em 2008, será dia 3 do mesmo mês. Mudam também as datas da Semana Santa, de Corpus Christi de outras efemérides litúrgicas.

Nosso calendário gregoriano é solar, ou seja, regido pela translação da Terra em torno da estrela que nos ilumina. O calendário litúrgico é lunar, espelha-se nas fases da Lua.

A Páscoa é festa central da liturgia, tanto judaica (os hebreus libertos da escravidão no Egito) quanto cristã (a ressurreição de Jesus). Páscoa significa "passagem" (da opressão à libertação ou da morte à vida plena).

É sempre comemorada pelos judeus na primeira lua cheia do mês de Nisan. Este mês do calendário judaico corresponde ao período entre 22 de março e 25 de abril.

Para evitar confusão com a festa judaica de mesmo nome, a Igreja adotou o domingo seguinte ao da Páscoa judaica como o da celebração da ressurreição de Jesus. Para nós que vivemos no hemisfério Sul, o domingo de Páscoa é, portanto, aquele que se segue à primeira lua cheia do outono. Neste ano, 8 de abril; em 2008, 23 de março.

E como se determina a data do Carnaval? Esta é uma festa originariamente religiosa. Carnaval significa "festa da carne", ou seja, período prévio à Quaresma - que se inicia na Quarta-Feira de Cinzas -, e no qual os cristãos se fartavam de carne, já que, outrora, a Igreja exigia-lhes dela se abster no decorrer dos quarenta dias seguintes.

O domingo de Carnaval é sempre o sétimo antes da Páscoa cristã. A quinta-feira de Corpus Christi é sempre a primeira depois do domingo da Santíssima Trindade, comemorado 57 dias depois da Páscoa.

Assim, o domingo da Páscoa é a data de referência das demais festas litúrgicas chamadas móveis, pois há as imóveis, como o Natal, comemorado invariavelmente a 25 de dezembro, não importa o dia da semana em que caia.

A política não é tudo, mas em tudo há política. Disso o calendário é um bom exemplo. Outrora o mês de julho era chamado de quintilis, quinto mês do calendário romano, que se iniciava em março. Agosto era o sextilis, o sexto. Os nomes dos meses seguintes ainda guardam ressonância daquele calendário: setembro (sétimo), outubro (oito), novembro (nove) e dezembro (dez).

O imperador Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.) decidiu batizar o mês de seu nascimento, quintilis, com o próprio nome: Julho. Sucedido no trono pelo imperador Caio Júlio César Octaviano Augusto (63 a.C - 14 d.C.), este achou por bem merecer honra equivalente a de seu antecessor e, assim, trocou o nome de sextilis para agosto.

Havia, porém, uma pequena diferença: julho possui 31 dias e, agosto, na época, apenas 30, conforme a alternância dos meses. Como vontade de rei é lei, arrancou-se um dia de fevereiro, de modo a tornar agosto igual a julho em número de dias. Se Júlio César nasceu a 13 de julho, Otávio Augusto, por coincidência, morreu a 19 de agosto.

Todos os povos que seguem um calendário anual celebram a chegada do ano-novo, denominada, entre nós, réveillon, do verbo francês réveiller, que significa "despertar". Foi o imperador Júlio César que, no ano 46 a.C., decretou o 1º de janeiro como primeiro dia do ano-novo. Celebrava-se na data a festa de Jano, deus dos portões, dotado de duas faces, uma virada para frente, outra para trás. De Jano se originou janeiro.

Os nomes dos dias da semana se originam, em português, da classificação de Martinho de Dume, bispo de Braga, Portugal, no século VI. Ele denominou, em latim, os dias da Semana Santa como aqueles nos quais não se devia trabalhar: feria secunda (segundo dia de feriado ou férias), feria tertia etc. Feria resultou na corruptela feira.

O imperador Constantino (280-337), convertido ao cristianismo, já havia denominado Dies Dominica, "dia do Senhor", domingo, o primeiro dia da semana. No sétimo dia foi mantido a nome judaico, sábado, que vem do hebreu shabbat.

Outros idiomas latinos conservam os nomes pagãos dos dias, concernentes aos planetas, como é o caso do francês, do italiano e do espanhol. Na língua de Cervantes segunda-feira é lunes, de Lua; terça, martes, de Marte etc.

Todas essas convenções e denominações estão calcadas em dois fenômenos inelutáveis: em sua dança cabrocha em torno do mestre-sala, o Sol, a Terra conhece quatro estações, e não apenas a Estação Primeira de Mangueira: verão, outono, inverno e primavera. E nós, a infância, a adolescência, a juventude, as idades adulta e idosa, ainda que, hoje, muitos insistam em perpetuar a terceira fase e encarem a velhice como vergonhosa fatalidade da qual tentam escapar camuflando-a sob os recursos da bioplastia. Ignoram que juventude é estado de espírito, e nada mais feio do que, num corpo esbelto, uma alma enrugada.

Feliz Ano-Novo, queridos leitores e leitoras!

[Autor de "A arte de semear estrelas" (Rocco), entre outros livros].


* Frei dominicano. Escritor.

Moyseis Marques - Moyseis Marques (2007)




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Créditos: UmQueTenha

JANOS VARGA PROJECT


The Wings Revelations II [1993]



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segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

AS MIL E UMA NOITES - 1974 - Pasolini



Terceiro episódio da Trilogia da Vida
Título Original: Il Fiore Delle Mille e Una Notte
Gênero: Drama/Cinema Europeu
Origem/Ano: ITA-FRA/1974
Duração: 131 min
Direção: Pier Paolo Pasolini
Áudio: Italiano
RMVB Legendado
Cor

Créditos: Forum - Stirner




Elenco:
Ninetto Davoli
Franco Citti
Tessa Bouché
Ines Pellegrini
Franco Merli
Francesco P. Governale
Salvatore Sapienza



Sinopse:
Baseado em contos eróticos antigos. A história principal é sobre um jovem que se apaixona pela escrava que o escolheu como mestre. Depois que os dois se separam, ele sai em uma viagem em busca da escrava. Nessa epopéia, ele encontra uma série de personagens que contam suas tragédias amorosas, incluindo um homem que foi capturado por uma mulher misteriosa no dia de seu casamento e, também, de um homem que faz de tudo para libertar uma mulher das mãos de um
demônio.



Legendas:

Arquivo anexado As_Mil_e_Uma_Noites.zip




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Créditos dos licks: FARRA - Stirner

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Tariq Ali analisa os seis anos de guerra no Afeganistão


Em uma entrevista concedida a Sherry Wolf, da revista Socialist Review, o escritor e jornalista Tariq Ali, editor da New Left Review, diretor da Editorial Verso e membro do Conselho editorial do 'Sin Permiso', conta como a permanência das tropas de ocupação do Afeganistão no país está se tornando cada vez mais "asquerosa e desagradável".


"Muito longe de ser uma 'boa guerra' o Afeganistão está a transformar-se numa guerra asquerosa e desagradável, e não há maneira das forças dos Estados Unidos ou de outras potências ocidentais serem capazes de permanecer ali por muito tempo", conta Ali.

A entrevista, publicada no site da Socialist Review em 28 de dezembro deste ano, foi traduzida para o português pelo site O Diario.Info, do qual o Vermelho reproduz sua íntegra.


Sherry Wolf – Agora completa-se o sexto aniversário da guerra dos Estados Unidos no Afeganistão, a qual é vista por muita gente como a batalha "boa" na "guerra contra o terror" o que a diferencia do Iraque. É assim?


Tariq Ali – Argumentei sempre que esta guerra era essencialmente uma vingança grosseira para devolver o golpe imediatamente depois dos ataques do 11 de setembro — e poder mostrar à população dos Estados Unidos, por parte dos líderes políticos, que "nós estamos atarefados a defender-nos". Não houve outro propósito que não fosse uma vingança, olho por olho.


O segundo propósito desta guerra, como Bush explicou detalhadamente, era capturar Osama bin Laden "vivo ou morto". Estas foram as suas palavras exatas, que não deveríamos esquecer. Fora essa, não havia outras razões para a guerra.


Não havia dúvida de que eles iam conquistar o país. Por um lado, a Aliança do Norte não ia resistir, nem tão pouco os iranianos que eram muito fortes no Afeganistão ocidental. Os líderes iranianos eram hostis aos talibãs pelas suas próprias razões oportunistas, portanto, subiram para o carro e disseram: Bem, não podemos desfazer-nos desses tipos, mas se os americanos o fizerem, esperamos os acontecimentos.


Por outro lado, havia o regime militar paquistanês, sem o qual os talibãs não teriam permanecido no poder, e que tinha estado a apoiar os talibãs logística e militarmente, em todos os sentidos.


Dado que os Estados Unidos iam usar as bases militares do Paquistão, o regime pediu para manter durante algumas semanas o seu pessoal militar fora do Afeganistão antes dos Estados Unidos o invadirem. Nestas duas semanas decisivas, supostamente, Osama bin Laden e a direção da al-Qaida também abandonou o Afeganistão.


Assim os Estados Unidos invadiram Cabul com a ajuda da Otan, mas não tiveram a qualquer dificuldade porque não houve a menor resistência. Assim surgiu a pergunta: Que iam fazer com o país?


Não podiam apanhar Osama, embora tivesse havido duas semanas de histeria mediática sobre "encontrar as grutas de Tora Bora e propaganda desse tipo. Lançaram estas bombas e o que aconteceu? Nada. Destruíram as grutas, mas a presa tinha escapado.


Portanto que fazer agora? É óbvio que bin Laden abandonou o país e foi para as zonas tribais entre o Paquistão e o Afeganistão, onde as tradições de hospitalidade são muito fortes e não seria entregue.


Os Estados Unidos impuseram um regime marionete no Afeganistão. Lembremos que Zalmay Khalilzad era então conselheiro chefe de Bush no Afeganistão e trouxe um dos cupinchas que trabalhou para a companhia petrolífera Unlocal, Hamid Karzai, para ser presidente do Afeganistão. Bingo: rapidamente conseguimos um país.


O problema tornou-se logo evidente para o Ocidente: estes planos não podiam ultrapassar Cabul e Kandahar, as duas grandes cidades no Sul, e isso apenas durante o dia. Em todo o lado, a oeste do país, as forças pro-iranianas tinham-no sob controlo. E no norte, as antigas repúblicas soviéticas, ainda sob a influência de Moscou, eram comandadas.


Portanto que iam fazer com o país? A resposta era: nada

Os Estados Unidos têm algum tipo de apoio dentro do Afeganistão?

Não há dúvida que muitos afegãos se alegraram com a queda dos talibãs – algumas pessoas pensaram, bem, ao menos teremos alguma paz e tranquilidade, e talvez comida. Foi também essa a opinião de alguns comentaristas liberais do Paquistão.


Alguns de nós discutimos com eles, dizendo que os talibãs podiam ter sido desalojados, mas que aconteceria agora? Alertámo-los que no diz respeito à infra-estrutura social, nada ia mudar para a maioria dos afegãos. É isso exatamente o que aconteceu nestes seis anos. O que a gente subestimou é que as ocupações imperiais sob o neoliberalismo refletem as prioridades da nova ordem capitalista, privatizar tudo nos seus próprios países. Portanto o que aconteceu é que este dinheiro foi colocado aqui — e este dinheiro foi usado por Hamid Karzai e seus cupinchas para construir uma elite no Afeganistão.


No coração de Cabul, nas melhores terras de que puderam apropriar-se, a elite esteve e está a construir grandes mansões protegidas pelas tropas da Otan diante de toda a população da cidade e do campo.


Custa cerca de 5 mil a 6 mil dólares construir uma casa barata para uma família de cinco ou seis membros, mas a elite não o fez. Gastou milhões de dólares a construir grandes mansões. Sabe Deus por que o fizeram já que necessitam de uma guarda permanente da Otan para viver numa dessas mansões. E serão retirados delas logo que os exércitos ocidentais se retirem.


Isso originou uma grande crise e surgiram os casos de inocentes assassinados pelo gatilho fácil das tropas dos Estados Unidos.


Onde os Estados Unidos ouvem tiros, lançam bombas. Alguém deveria ter-lhes dito que o Afeganistão era uma sociedade tribal, uma cultura onde se disparam armas para celebrar bodas, nascimentos... correm e disparam armas de fogo para o ar. Poderia pensar-se que os americanos seriam mais compreensivos com isso, dada a cultura armamentista dos Estados Unidos, mas não acharam graça a isso no Afeganistão.


Assim os Estados Unidos começaram a bombardear as pessoas. Numa festa de casamento os Estados Unidos chegaram, bombardearam e criaram o inferno. Vítimas: 90 ou 100 assassinados, homens, mulheres e crianças. E isto multiplicou-se.

Como é que os talibãs regressaram?


Os talibãs começaram a reagrupar-se, a rearmar-se e a lutar, e conseguiram alguns êxitos. O que também começou a suceder simultaneamente é que houve gente feliz em os ver regressar — já que ninguém mais os defendia.


Começaram a tratar dos talibãs como uma organização "guarda-chuva" e a informá-los do que passava. Muitas pessoas que supostamente trabalhavam com as autoridades de ocupação dos Estados Unidos e da Otan, informavam os talibãs sobre os movimentos de tropas. As operações da clássica guerra de guerrilhas começou, e os Estados Unidos responderam com mais bombardeios aéreos. Estava em marcha um círculo vicioso.


Se examinarmos os jornais do último ano e fizermos uma sondagem de todas as informações onde houve 60 talibãs mortos, 80 talibãs mortos, 90 talibãs mortos, e se fizerem as contas, já teriam acabado com os milhares de supostos membros das milícias talibãs (a teórica força total calcula-se ser de 10 mil).


Por outras palavras, a julgar por estas informações, já estariam eliminadas três quartas partes da organização talibã, o que está longe da verdade. Mas como os Estados Unidos estão envergonhados de matar civis, deve ser esta a versão.


Tens uma situação no país em que o irmão de Hamid Karzai, Wali Ahmed Karzai é muito conhecido como o traficante de armas e de heroína mais importante da região. Chegou a esse ponto porque o irmão governa o país.


Tens este sujeito que foi feliz dirigindo um restaurante afegão em Baltimore e vende comida cara aos estudantes da John Hopkins — e agora é o segundo chefe no país a fazer uma fortuna — um "matador" por assim dizer.


Simbolicamente, tudo isto representou um grande desastre. Assim, muito longe de ser uma "boa guerra" o Afeganistão está a transformar-se numa guerra asquerosa e desagradável, e não há maneira das forças dos Estados Unidos ou de outras potências ocidentais serem capazes de permanecer ali por muito tempo.


O que esperam conseguir os poderes regionais como consequência do Afeganistão?

O exército paquistanês espera que o Ocidente se retire e se improvise um tipo de governo de coligação entre Karzai e o que resta dos talibãs.


Isto vale a pena sublinhar. Apoiado no Ocidente, o regime de Karzai, agora mesmo, está a negociar seriamente com os talibãs. Assim, os talibãs que foram demonizados como a pior força que já existiu no mundo, estão agora com o beneplácito do Ocidente, a negociar porque o fazem com Karzai.


A primeira resposta dos talibãs à oferta de Karzai é dizer: "nunca negociaremos convosco até as tropas estrangeiras terem abandonado o país" ao que Karzai respondia: "Não é possível" . E pensa que não é possível porque sem as tropas estrangeiras não duraria nem 48 horas.


Mas no que respeita ao exército paquistanês, sabem que não são capazes de conseguir um acordo entre talibãs e Karzai enquanto as tropas estrangeiras permanecerem na região. Os militares imaginam que quando as tropas ocidentais tiverem abandonado o país, podem controlá-lo novamente, através dos talibãs e de Karzai.


Mas creio que esta possibilidade está agora excluída porque a Otan fez da ocupação um caos e porque nestes últimos seis anos, a autonomia regional emergiu como fator político principal. O Afeganistão foi sempre uma confederação tribal, mas agora está tem inclusive um caráter mais confederado.


E os iranianos e os russos não estão dispostos a permitir uma tomada do poder talibã no país consentida pelos Estados Unidos. Assim que os líderes militares paquistaneses podem aspirar a governar numa parte do Afeganistão, mas não serão capazes de o fazer no conjunto do país.


Defendi no Paquistão e em vários lugares a retirada total e imediata de todas as tropas e simultaneamente, a convocatória de uma conferência de paz dos poderes regionais envolvidos no Afeganistão — o que significa Paquistão, Irão, Rússia e Índia, que é o maior poder de todos — para erigir um governo nacional depois da retirada das tropas ocidentais que dê uma possibilidade a este país para descansar e convocar eleições para uma assembleia constituinte em dois ou três anos.


Entretanto, estes poderes regionais terão de garantir que não haja luta nem guerra civil. As pessoas deveriam entender esta ideia, porque o Afeganistão esteve em guerra permanente virtualmente desde 1979. O que se passa neste país é horrível.


É improvável que os americanos ou os paquistaneses estejam de acordo com isto, em cujo caso, a situação irá de mal a pior, na minha opinião.


Para resumir a situação no Afeganistão: é um desastre. Os Estados Unidos nunca podem ganhar a guerra e a principal razão é que os afegãos não gostam da ocupação. Os afegãos correram com os britânicos no século 19, com os soviéticos no século 20 e agora estão em luta de novo contra os Estados Unidos e seus aliados da Otan.

Dexter Gordon Quartet - Cheese Cake - 1964

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Dexter Gordon Quartet - Cheese Cake - 1964
MP3
320Kbps
RS.com: 81mb
Uploader:redbhiku

Personnel:
Dexter Gordon - tenor saxophone
Tete Montoliu - piano
Niels-Henning Шrsted Pedersen - bass
Alex Riel - drum

Jazzhus Montmartre, Copenhagen, Denmark
Recorded by Danish Radio - June 11, 1964
SteepleChase SCCD 36008

Tracks:
1. Introduction 1:39
2. Cheese Cake (Gordon) 13:29
3. Manha De Carnival (Bonfa) 9:20
4. Second Balcony Jump (Eckstine, Valentine) 13:14

Download abaixo:
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