A desdolarização:
O desmantelamento do império financeiro-militar da América
– O ponto de viragem de Yekaterinburg
A cidade de Yakaterinburg, a maior da Rússia a leste dos Urais, pode tornar-se conhecida não só como o local da morte dos czares como também da hegemonia americana – não só como o lugar em que o piloto Gari Powers, do U-2, foi abatido em 1960 como também o lugar em que a ordem financeira internacional centrada nos EUA foi deitada abaixo.
O desafio à América será o foco primário das extensas reuniões de Yekaterinburg (antiga Sverdlovsk) nos dia 15 e 16 de Junho entre o presidente chinês Hu Jintao, o presidente russo Dmitry Medvedev e outros responsáveis superiores dos seis países da Organização de Cooperação de Shangai (SCO). A aliança é formada pela Rússia, China, Cazaquistão, Tajiquistão, Quirguistão e Uzbequistão, com estatutos de observadores para o Irão, Índia, Paquistão e Mongólia. A ela somar-se-á na terça-feira o Brasil, para discussões entre os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
Os participantes asseguraram a diplomatas americanas que o desmantelamento do império financeiro e militar dos EUA não é o seu objectivo. Eles simplesmente querem discutir ajuda mútua – mas de um modo em que não haja papel para os Estados Unido, a NATO ou o dólar americano como veículo de comércio. Os diplomatas estado-unidenses podem bem perguntar-se o que isto realmente significa, se não um movimento para tornar a hegemonia dos EUA obsoleta. Isto é o que quer dizer afinal de contas um mundo multipolar. Para começar, em 2005 a SCO pediu a Washington para estabelecer um calendário para a retirada das suas bases militares na Ásia Central. Dois anos depois os países SCO alinharam-se formalmente com as antigas repúblicas CIS pertencentes à Collective Security Treaty Organization (CSTO), estabelecida em 2002 como contra-peso à NATO.
Mas a reunião provocou apenas um bocejo colectivo dos EUA e mesmo da imprensa europeia, apesar da sua agenda de substituição do padrão dólar global por um novo sistema financeiro e de defesa militar. Um porta-voz do Council on Foreign Relations disse dificilmente poder imaginar que a Rússia e a China pudessem ultrapassar as suas rivalidades geopolíticas, [1] sugerindo que a América poderia utilizar a táctica do divide-e-conquista tão habilmente utilizada pela Grã-Bretanha durante séculos a fim de fragmentar a oposição estrangeira ao seu próprio império. Mas George W. Bush ("Eu sou um unificador, não um divisor") confiou no legado da administração Clinton impulsionando a Rússia, a China e os seus vizinhos a descobrirem um terreno comum quando chegou o momento de encontrar uma alternativa para o dólar e portanto para a capacidade americana de incorrer em défices de balança de pagamentos ad infinitum.
Aquilo que pode vir a demonstrar-se como ritos finais da hegemonia americana começou em Abril na conferência do G-20 e tornou-se ainda mais explícito no Fórum Económico Internacional de S. Petesburgo, quando o sr. Medvedev apelou à China, Rússia e Índia para "construírem uma ordem mundial cada vez mais multipolar". O que isto significa é bom inglês é: Nós atingimos o nosso limite na subsidiação do cerco militar da Eurásia pelos Estados Unidos enquanto permitimos também que os EUA se apropriem das nossas exportações, companhias, acções e imobiliário em troca de papel-dinheiro de valor discutível.
"O sistema unipolar mantido artificialmente", esclareceu o sr. Medvedev, está baseado sobre "um grande centro de consumo, financiado por um défice crescente, e portanto dívidas crescentes, uma divisa de reserva anteriormente forte e um sistema dominante de avaliação de activos e riscos". [2] A raiz da crise financeira global, concluiu, é que os Estados Unidos fabricam muito pouco e gastam demasiado. Especialmente inquietantes são os seus gastos militares, tais como a escalada militar da ajuda americana à Geórgia anunciada na semana passada, o escudo de mísseis da NATO na Europa do Leste e o crescimento americano nos países ricos em petróleo do Médio Oriente e Ásia Central.
O ponto de impasse com todos estes países é a capacidade de os EUA imprimirem ilimitadas quantias de dólares. Os super-gastos dos consumidores americanos com importações em excesso das exportações, as compras americanas de companhias e imobiliário estrangeiro, e os dólares que o Pentágono gasta no exterior acabam todos em bancos centrais estrangeiros. Estas agências enfrentam então uma escolha difícil: ou reciclar este dólares de volta para os Estados Unidos através da compra de títulos do Tesouro dos EUA, ou deixar a força do "mercado livre" aumentar o valor relativo da sua divisa para com o dólar – com isso apreçando as suas exportações de modo a colocá-las fora dos mercados mundiais e portanto criando desemprego interno e insolvências de negócios.
Quando a China e outros países reciclam as suas entradas de dólares ao comprarem títulos do Tesouro dos EUA para "investir" nos Estados Unidos, esta acumulação não é realmente voluntária. Ela não reflecte a fé na economia dos EUA, no enriquecimento de bancos centrais estrangeiros através das suas poupanças, ou qualquer preferência de investimento calculado, mas simplesmente uma falta de alternativas. "Mercados livres" em US-style engancham países num sistema que os força a aceitarem dólares sem limites. Agora eles querem sair.
Isto significa criar uma nova alternativa. Ao invés de fazer simplesmente "mudanças cosméticas como alguns países e talvez como as próprias organizações financeiras internacionais desejassem", concluiu o sr. Medvedev no discurso de S. Petesburgo, "o que precisamos são instituições financeiras de um tipo completamente novo, em que questões políticas e motivos, e países particulares, não dominarão".
Quando os gastos militares no estrangeiro forçaram a balança de pagamentos dos EUA ao défice e conduziram os Estados Unidos ao abandono do ouro, em 1971, os bancos centrais ficaram sem o activo tradicional utilizado para regular desequilíbrios de pagamentos. A alternativa, na falta de outra, era investir as suas subsequentes entradas de pagamentos em títulos do Tesouro dos EUA, como se estes ainda fossem "tão bons quanto ouro". Os bancos centrais agora possuem US$4 milhões de milhões (trillion) destes títulos nas suas reservas internacionais – o enterrar destes empréstimos financiou a maior parte dos défices do orçamento interno do Governo dos EUA durante mais de três décadas! Uma vez que cerca da metade dos gastos discricionários do governo dos EUA é com operações militares – incluindo mais de 750 bases militares no estrangeiro e operações cada vez mais dispendiosas nos países produtores de petróleo e nas vias de acesso ao mesmo – o sistema financeiro internacional está organizado de um modo que financia o Pentágono, assim como compras americanas de activos estrangeiros que se espera renderem muito mais do que os títulos do Tesouro possuídos pelos bancos centrais estrangeiros.
A principal questão política a enfrentar os bancos centrais do mundo é portanto como evitar acrescentar ainda mais dólares às suas reservas e portanto financiar ainda mais o gasto deficitário dos EUA – incluindo a despesa militar junto às suas fronteiras.
Em primeiro lugar, os seis países SCO e os países BRIC pretendem comerciar nas suas próprias divisas de modo a obterem o benefício do crédito mútuo que os Estados Unidos até agora monopolizaram para si próprios. Tendo em vista este objectivo, a China selou acordos bilaterais com a Argentina e o Brasil no sentido de denominar o seu comércio em renminbi ao invés do dólar, da libra esterlina ou dos euros, [3] e duas semanas atrás a China alcançou um acordo com a Malásia no sentido de denominar o comércio entre os dois países em renminbi. [4] O antigo primeiro-ministro, Dr. Mahathir Mohamad, explicou-me em Janeiro que, como país muçulmano, a Malásia quer evitar fazer qualquer coisa que facilite a acção militar estado-unidense contra países islâmicos, incluindo a Palestina. O país já tem demasiados activos em dólares, explicaram os seus colegas. O governador do banco central Zhou Xiaochuan, do Banco do Povo da China, redigiu uma declaração oficial no seu sítio web de que o objectivo agora é criar uma divisa de reserva "que seja desconectada de países individuais". [5] Este é o objectivo das discussões em Yekaterinburg.
Além de evitar financiar tanto a compra da sua própria indústria pelos EUA como o cerco estado-unidense do globo, a China, a Rússia e outros países gostariam sem dúvida de obter a mesma espécie de "almoço gratuito" que a América tem estado a obter. Tal como a questão se lhes apresenta, vêm os Estados Unidos como um país fora da lei, tanto financeiramente como militarmente. Como caracterizar de outra maneira um país que mantém um conjunto de leis para os outros – sobre guerra, reembolso de dívida e tratamento de prisioneiros – mas ignora-as em relação a si próprio? Os Estados Unidos são agora o maior devedor do mundo mas tem evitado o sofrimento dos "ajustamentos estruturais" impostos a outras economias devedoras. As reduções de taxas de juros e fiscais em face dos défices comerciais e orçamentais em explosão são vistas como o cúmulo da hipocrisia considerando os programas de austeridades a que Washington força outros países, através do FMI e outros dos seus veículos.
Os Estados Unidos dizem às economias devedoras para liquidarem as suas empresas públicas e os seus recursos naturais, elevarem as suas taxas de juros e aumentarem impostos enquanto arruínam as suas redes de segurança social a fim de espremer dinheiro para pagar aos credores. E internamente o Congresso proibiu a CNOOK da China de comprar a Unocal com o argumento da segurança nacional, assim como proibiu o Dubai de comprar portos e a outros fundos de riqueza soberana de comprarem infraestruturas chave. Os estrangeiros são convidados a emularem a compra japonesa de troféus tipo elefantes brancos, tal como o Rockefeller Center, no qual os investidores perderam rapidamente mil milhões de dólares e acabaram por se afastar.
Quanto a isto, os EUA não deram realmente à China e a outros países com excedentes de pagamentos grande alternativa excepto descobrir um meio de evitar nova acumulação de dólares. Até à data, as tentativas da China de diversificar os seus haveres em dólares para além dos títulos do Tesouro não tiveram muito êxito. Para começar, Hank Paulson da Goldman Sachs dirigiu o seu banco central para os títulos de rendimento mais alto da Fannie Mae e do Freddie Mac, explicando-lhes que estes eram de facto obrigações públicas. Ambos entraram em colapso em 2008, mas pelo menos o governo dos EUA tomou posse destas duas agências de empréstimos hipotecários, acrescentando formalmente os seus US$5,2 milhões de milhões em obrigações à dívida nacional. De facto, foi em grande parte o investimento oficial estrangeiro que estimulou o salvamento. Impor uma perda a agências oficiais estrangeiras teria rompido de imediato o padrão do título do Tesouro, não só por destruir totalmente a credibilidade dos EUA como também porque há simplesmente muito poucos títulos do governo a absorverem a inundação de dólares na economia mundial devida à elevação dos défices da balança de pagamentos estado-unidense.
Procurando uma posição de equilíbrio para proteger o valor dos seus haveres em dólares quando a bolha do crédito do Federal Reserve levou ao rebaixamento das taxas de juro, os fundos de riqueza soberana da China procuraram diversificar a partir do fim de 2007. A China comprou participações no bem conectado fundo de acções Blackstone e no Morgan Stanley na Wall Street, no Standard Bank do Barclays na África do Sul (antes filiado ao Chase Manhattan no tempo do apartheid na década de 1960) e no conglomerado financeiro belga Fortis, que entrou logo em colapso. Mas o sector financeiro dos EUA estava a entrar em colapso sob o peso da sua dívida piramidal e os preços das acções de bancos e firmas de investimento mergulharam no mundo todo.
Os estrangeiros vêem o FMI, o Banco Mundial e a Organização Internacional de Comércio como emanações de Washington num sistema financeiro suportado por bases militares e porta-aviões americanos que envolve todo o globo. Mas esta dominação militar é um vestígio de um império americano que já não é mais capaz de dominar pela força económica. O poder militar estado-unidense é músculo em excesso, baseado mais no armamento atómico e ataques aéreos a longa distância do que sobre operações no terreno, as quais politicamente tornaram-se demasiado impopulares para serem montadas em grande escala.
Na frente económica não há meio previsível pelo qual os Estados Unidos possam descarregar os US$4 milhões de milhões que devem a governos estrangeiros, os seus bancos centrais e aos fundos de riqueza soberana estabelecidos para dar destino à inundação global de dólares. A América tornou-se uma caloteira – e na verdade, um caloteiro militarmente agressivo pois procura manter-se como a potência única que chegou a ser através de meios económicos. O problema é como restringir o seu comportamento. Yu Yongding, um antigo conselheiro do banco central chinês agora na Academia de Ciências de China, sugeriu que o secretário do Tesouro Tim Geithner fosse avisado de que os Estados Unidos deveriam "salvar-se" antes e acima de tudo pela redução do seu orçamento militar. "O imposto sobre o rendimento dos EUA provavelmente não aumentará no curto prazo devido ao baixo crescimento económico, a despesas inflexíveis e ao custo de 'combater duas guerras' ". [6]
Actualmente são as poupanças estrangeiras, não as dos americanos, que estão a financiar o défice orçamental dos EUA através da compra da maior parte dos títulos do Tesouro. O efeito é tributação sem representação para os eleitores estrangeiros pois não podem dizer ao governo dos EUA como utilizar as suas poupanças forçadas. Portanto é necessário aos diplomatas financeiros que ampliem o âmbito das suas decisões políticas para além do sector do mercado privado. As taxas de câmbio são determinadas por muito factores além de "cartões de crédito detidos pelos consumidores", o eufemismo habitual que os media dos EUA mencionam para o défice da balança de pagamentos. Desde o século XIII, a guerra tem sido um factor dominante na balança de pagamentos dos principais países – e das suas dívidas nacionais. O financiamento de governos através de títulos faz-se sobretudo para dívidas de guerra, pois em tempos de paz normais os orçamentos tendem a ser equilibrados. Isto liga o orçamento de guerra directamente à balança de pagamentos e às taxas de câmbio.
Os países estrangeiros vêem-se presos a títulos de dívida impagáveis – sob condições em que, se se movimentassem para travar o almoço gratuito dos EUA, o dólar mergulharia e os seus haveres em dólares cairiam de valor em relação às suas próprias divisas internas e outras divisas. Se a divisa da China se elevasse em 10% contra o dólar, o seu banco central mostrará o equivalente a uma perda de US$200 milhões nos seus haveres de US$2 milhões de milhões quando denominados em yuan. Isto explica porque, quando agências de classificação de títulos falam acerca da perda da classificação AAA para os títulos do Tesouro dos EUA, elas não querem dizer que o governo não possa simplesmente imprimir os dólares de papel para "tornar bons" estes títulos. Querem dizer que os dólares depreciarão no valor internacional. E isso é exactamente o que está agora a verificar-se. Quando o sr. Geithner fez uma cara séria e disse numa sessão na Universidade de Pequim, no princípio de Junho, que acreditava num "dólar forte" e que os investimentos da China nos EUA portanto era seguros e saudáveis, a reacção foram risadas sarcásticas. [7]
A previsão de uma elevação da taxa de câmbio da China dá um incentivo a especuladores para procurarem tomar emprestado em dólares a fim de comprar renminbi e beneficiarem da valorização. Para a China, o problema é que este influxo especulativo tornar-se-ia uma profecia auto-cumprida ao forçar a alta da sua divisa. Assim o problema das reservas internacionais está inerentemente ligado ao dos controles de capitais. Por que a China deveria ver as suas companhias mais lucrativas vendidas por US dólares criados livremente, os quais o banco central deve utilizar para comprar títulos do Tesouro dos EUA de baixo rendimento ou perder ainda mais dinheiro na Wall Street?
Para evitar este dilema é necessário inverter a filosofia dos mercados de capital abertos que o mundo tem adoptado desde Bretton Woods em 1944. Por ocasião da visita do sr. Geithner à China, "Zhou Xiaochuan, ministro do Banco Popular da China, o banco central do país, disse enfaticamente que esta era a primeira vez desde as conversações semestrais principiadas em 2006 que a China precisava aprender tanto com os erros americanos como com os seus êxitos" no que concerne à desregulamentação de mercados de capital e desmantelamento de controles. [8]
Uma era está portanto a chegar ao fim. Face ao contínuo super gasto dos EUA, a desdolarização ameaça forçar países a retornarem à espécie de taxas de câmbio duais que eram comuns entre a I e a II Guerras Mundiais: uma taxa de câmbio para o comércio de mercadorias e outra para movimentos de capital e investimentos, pelo menos das economias da área do dólar.
Mesmo sem controles de capital, os países que se reúnem em Yekaterinburg estão a dar passos para evitar serem os receptores relutantes de ainda mais dólares. Ao verem que a hegemonia global dos EUA não pode continuar sem os gastos de poder que eles próprios fornecem, os governos estão a tentar acelerar o que Chalmers Johnson denominou de "as aflições do império" no seu livro com o mesmo nome ("The Sorrows of Empire"). Se a China, a Rússia e seus aliados não alinhados prosseguirem o seu caminho, os Estados Unidos já não viverão mais das poupanças dos outros (na forma dos seus próprios dólares reciclados) nem terão o dinheiro para as suas despesas e aventuras militares ilimitadas.
Responsáveis americanos quiseram comparecer como observadores à reunião de Yekaterinburg. Disseram-lhes Não. É uma palavra que os americanos ouvirão muito no futuro.
1. Andrew Scheineson, "The Shanghai Cooperation Organization", Council on Foreign Relations, Updated: March 24, 2009: "While some experts say the organization has emerged as a powerful anti-U.S. bulwark in Central Asia, others believe frictions between its two largest members, Russia and China, effectively preclude a strong, unified SCO."
2. Kremlin.ru, June 5, 2009, in Johnson's Russia List , June 8, 2009, #8.
3. Jamil Anderlini e Javier Blas, "China reveals big rise in gold reserves," Financial Times, April 24, 2009. Ver também "Chinese political advisors propose making yuan an int'l currency." Beijing, March 7, 2009 (Xinhua). "The key to financial reform is to make the yuan an international currency, said [Peter Kwong Ching] Woo [chairman of the Hong Kong-based Wharf (Holdings) Limited] in a speech to the Second Session of the 11th National Committee of the Chinese People's Political Consultative Conference (CPPCC), the country's top political advisory body. That means using the Chinese currency to settle international trade payments …"
4. Shai Oster, "Malaysia, China Consider Ending Trade in Dollars," Wall Street Journal, June 4, 2009.
5. Jonathan Wheatley, "Brazil and China in plan to axe dollar," Financial Times, May 19, 2009.
6. "Another Dollar Crisis inevitable unless U.S. starts Saving - China central bank adviser. Global Crisis 'Inevitable' Unless U.S. Starts Saving, Yu Says," Bloomberg News, June 1, 2009. http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601080&sid=aCV0pFcAFyZw&refer=asia
7. Kathrin Hille, "Lesson in friendship draws blushes," Financial Times, June 2, 2009.
8. Steven R. Weisman, "U.S. Tells China Subprime Woes Are No Reason to Keep Markets Closed," The New York Times, June 18, 2008.
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