Israel ataca navios com ajuda humanitária para Gaza
Reproduzido do sitio Esquerda Net
Pelo menos 15 mortos e 50 feridos no ataque
israelita à "Frota Liberdade" que transportava para Gaza cerca de 10
toneladas de ajuda humanitária e algumas centenas de militantes
pró-palestinianos. O ataque deu-se em plenas águas internacionais.
Soldados
israelitas transportam feridos para o hospital em Tel Aviv, após ataque
militar de Israel, em águas internacionais, à «Frota Liberdade» que
levava ajuda humanitária para Gaza. Foto LUSA/EPA, Roni Schutzer.
De acordo com a AFP, a União Europeia já pediu um inquérito ao
incidente e os palestinianos pediram uma reunião urgente na ONU. O
Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, condenou o ataque,
classificando-o de “massacre”.
O conjunto de barcos era liderado por um navio de nacionalidade turca e
dirigia-se para a Faixa de Gaza com ajuda humanitária e algumas
centenas de pessoas que procuravam furar o bloqueio imposto por Israel
àquela região do Médio Oriente.
Detectados pela defesa israelita, três navios lança-mísseis da classe
Saar saíram do porto de Haifa e dirigiram-se à frota internacional com a
missão de a interceptar e impedir a sua aproximação de território
palestiniano.
Era já madrugada quando esta segunda feira os três navios de guerra
avistaram a frota auto-denominada "Frota Liberdade". Encontravam-se em
plenas águas internacionais. Foi aí que as autoridades militares
decidiram agir. Helicópteros israelitas transportaram os comandos que
desceram por cordas à abordagem dos navios alegadamente humanitários.
"Quinze pessoas foram mortas durante o ataque, na sua maioria cidadãos
turcos", afirmou Mohammed Kaya, responsável pela divisão de Gaza da IHH,
uma organização turca de defesa dos direitos do Homem, que fazia parte
da operação naval.
Algumas embarcações estavam assinaladas com a bandeira turca, país que
já fez saber que condena veementemente esta operação militar,
classificando-a de inaceitável. “Israel vai sofrer as consequências por
este seu comportamento”, frisou o ministro turco dos Negócios
Estrangeiros. O embaixador israelita em Ankara já foi chamado pelo
governo turco. O vice primeiro-ministro turco que substitui o chefe de
governo que está de visita ao Chile convocou uma reunião de emergência
com o ministro do Interior e com as chefias das Forças Armadas.
Os responsáveis palestinianos já condenaram o ataque. O chefe da Liga
Árabe, Amr Moussa, condenou aquilo que classificou como um "crime contra
uma missão humanitária" e o Presidente da Autoridade Palestiniana,
Amhmoud Abbas, apelidou o incidente de "massacre"e decretou três dias de
luto nos territórios palestinianos.
Este ataque está, de resto, a provocar uma onda de levantamentos
diplomáticos. A União Europeia quer um inquérito completo ao incidente. A
Suécia qualificou o incidente de "completamente inaceitável" e já
convocou o embaixador israelita em Estocolmo para lhe dizer exactamente
isso. A Grécia também já chamou o embaixador israelita em Atenas para
saber da situação dos seus cidadãos e interrompeu o exercício militar
conjunto a que que levava a cabo com a marinha israelita.
Em Portugal, o Comité de Solidariedade com a Palestina
divulga no seu blogue um relato desde um
dos navios da Frota da Liberdade por Thomas
Sommer-Houdeville, coordenador da Campanha internacional para a
protecção do povo palestiniano (CCIPP) e convoca uma concentração
em Lisboa, às 17h30, frente à Embaixada de Israel (Rua António
Enes - metro Saldanha).