sábado, 21 de agosto de 2010

Reflexões de Fidel (II parte)

O Governo Mundial
(Segunda Parte)
(Extraído do CubaDebate)
 
 “O á-bê-cê do tráfico de drogas”
 
“O ópio é cultivado em diversas regiões do mundo: América do Sul,  Triângulo de Ouro de Laos, Burma e Tailândia, Afeganistão, Paquistão e Ásia Central, numa zona conhecida como a Meia Lua Dourada. A imensa maioria das amapolas de ópio crescem numa estreita zona montanhosa de aproximadamente seis mil quilômetros, que abrange do sul da Ásia à Turquia, passando pelo Paquistão e Laos.”
“Neste momento, é claro que os bilderbergers não se encarregam pessoalmente de transportar as drogas nem de lavar o dinheiro dos benefícios. A CIA se encarrega disso…”
“…Neil Clark aponta o seguinte: ‘Soros está aborrecido não com os objetivos de Bush ―estender a Pax Americana e fazer com que o mundo seja mais seguro para capitalistas globais como ele―, mas com a grosseira maneira de Bush para consegui-lo.”
“‘O Plano Marshall proposto para os Bálcãs é uma ilusão […] Financiado pelo Banco Mundial e pelo Banco Europeu de Desenvolvimento (EBRD), bem como por credores privados, beneficiará principalmente as empresas mineiras, petroleiras e construtoras, e inchará a dívida externa até bem adiantado o terceiro milênio.”
“Intervenção militar da OTAN”
“A consolidação do poder da OTAN no sul da Europa e no Mediterrâneo constitui também um passo para a ampliação do campo de influência geopolítica do Bilderberg, além dos Bálcãs, para a área do mar Cáspio, Ásia Central e Ásia Ocidental.”
“O fantasma de Travis”
“Na primeira semana de novembro de 1999, recebi o que em princípio parecia ser um cartão postal enviado de Ladispol, um povoado na região do Lazio, Roma, na costa mediterrânea.”
“Em 30 de março de 1980, foi a data em que saímos oficialmente da União Soviética. Enquanto estivemos na Itália, alojamo-nos em Ladispol, um lugarejo que seria o nosso lar durante o ano seguinte.”
“Saí para a rua. Chuviscava. Duas criancinhas pulavam e chapinhavam encantados, de charco em charco, deixando as marcas dos sapatos nas calçadas. Atravessei a elegante rua sob os grandes nimbos e abri a porta do pub da esquina da minha casa. 29 de novembro de 1999. Que diabo significava tudo isso? Voltei a ler o texto. ‘Estou passando bem. Tomara que você estivesse aqui’. Assinado: Fashoda. Que diabo era esse cara?”
“‘Fashoda não é uma pessoa, mas um lugar!’ Podia sentir como batia o meu coração. 29 de novembro de 1999 […] De repente, me endireitei no assento. ‘Fashoda, Travis Read!!!’.”
“Travis era um malandro que eu conheci durante a reunião do Clube Bilderberg em King City em 1996. Era uma trombadinha, indisciplinado e detestável […] Travis era propenso a ser preso e, quase com a mesma rapidez, a ser libertado.”
“Como soube mais tarde, Travis Read se converteu em delinqüente para trabalhar com os delinqüentes.”
“Foi enviado para o Sudão por contatos que trabalhavam tanto para a CIA quanto para a Polícia Nacional do Canadá, a RCMP […] Nunca foram revelados os pormenores de sua viagem ao Sudão, mas, ao igual que em 1899, esse lugar deixado da mão de Deus atraía os caras mais impróprios pelos motivos mais próprios.”
“‘Se Travis quiser me ver, então isto vai se tornar uma grande bagunça’, disse para os meus botões.”
“Devo admitir que quando as coisas se saíam mal, sempre confiava nos antigos funcionários soviéticos. Algo intrínseco neles fazia com que não confiassem no Ocidente e não se deixavam facilmente comprar, ao contrário do que os jornais de massas e as informações de imprensa desejam fazer crer.”
“Não eram esse tipo de pessoa que a gente gostaria trair. Eu sabia que estava a salvo com eles. Meu avô havia arriscado sua própria vida no início da década de 1950 para salvar a vida dos pais destes homens, agentes do KGB…”
“Em 27 de novembro, na última hora da tarde, tocou meu celular. Era Travis. Estava alojado em algum antro da periferia de Roma.”
“—Piazza della Repubblica, às 17h30 — interrompi-o.”
“—Eu ponho as regras — vociferou Travis.”
“—Você quer a informação ou não? — perguntou Travis.”
“—Não o suficiente como para que me matem — disse eu friamente.”
“Travis não assistiu à reunião. Ao redor das 20h30, encaminhamo-nos rapidamente para a residência dele, se pode ser chamada assim, pistolas na mão. O antro, de uma peça só, havia sido totalmente saqueado. Mesmo assim, não tinha indício de lutas nem manchas de sangue nem o cadáver de Travis Read. Pelo que sei, nunca mais se ouviu falar nele.”
“De vez em vez, o fantasma de Travis aparece nos cantos mais profundos de minha memória, uma lembrança mórbida da fragilidade e da falibilidade do espírito humano.”
Assim conclui Estulin o capítulo 3.
CAPÍTULO 4”
“Bilderberg e a guerra secreta no Afeganistão”
“As causas pelas quais estouram as guerras se enraízam na ideologia refletida nos livros de texto escolares: as nações vão à guerra por períodos de tempo terrivelmente longos, fundamentando-se em mentiras, como o demonstrou a Primeira Guerra Mundial e cada um dos conflitos do século 20.”
“O famoso historiador Edmund Morgan escreveu o seguinte: ‘A história nunca se repete. Os que não sabem dos detalhes acreditam nisso’.”
“A bacia do mar Cáspio e a Ásia Central são as chaves da energia no século 21. Duas terceiras partes das reservas de petróleo se encontram naquela região […] ‘A América quer que a região esteja sob o total domínio estadunidense’, segundo afirma James Donan num artigo publicado na revista comercial Oil & Gas Journal, em 9 de outubro de 2001.”
“‘…Madeleine Albright [nesse momento, secretária de Estado sob a administração Clinton e uma das pessoas responsáveis pela guerra de Kosovo] concluiu que 'trabalhar para modelar o futuro da área é uma das coisas mais apaixonantes que podemos fazer'’, segundo informa o número de maio de 1998 da revista Time.
“A guerra do Golfo permitiu que o Pentágono estabelecesse numerosas bases militares na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes Unidos e em outros lugares.”
“Como foi documentado pelo professor Michel Chossudovsky no War and Globalization, a aliança GUUAM (Geórgia, Ucrânia, Uzbequistão, Azerbaijão, Moldávia) formada pela OTAN em 1999, está sobre o bojo da riqueza caspiana de petróleo e de gás. Fundamental em GUUAM é a Geórgia, um Estado cliente dos Estados Unidos, onde Mikhail Saakashvili demitiu como presidente o ex-ministro de Assuntos Exteriores soviético, Eduard Shevardnadze, mediante um golpe de Estado amanhado pelos americanos e apresentado como uma revolta popular e espontânea.”
“Segundo Project Underground […] antigos membros dos sovietes, do KGB e do Bureau Político se aproveitam da riqueza do petróleo, junto a «uma coleção formidável de importantes figuras da Guerra Fria, procedentes, principalmente, do gabinete de George [H. W.] Bush». Os jogadores são os antigos conselheiros de Reagan, Bush e Clinton, como James Baker III (ex-secretário de Estado da administração Bush pai), Dick Cheney (vice-presidente) e John Sununu (ex-chefe de pessoal da Casa Branca).”
“…Peter Sutherland (da British Petroleum), a rainha Elizabeth II da Inglaterra (acionária principal da British Petroleum, cabeça do Comitê dos 300), que estão lutando pelo controle sobre os recursos petroleiros e os corredores dos oleodutos que saem da bacia do mar Cáspio. Em 1998, após uma reunião secreta do Clube Bilderberg na Escócia, informei nos meios independentes que a OTAN, executando  as ordens do Clube que a fundou, deu luz verde à Rússia para bombardear a Tchechênia, sabendo que com isso aumentariam ainda mais as hostilidades entre esses dois países, cujo ódio mútuo tem mais de trezentos anos.”
“O oleoduto afegão não era simplesmente um negócio, mas um componente fundamental de uma agenda geoestratégica mais ampla: controle militar e econômico total da Eurásia (Oriente Médio e as antigas Repúblicas soviéticas da Ásia Central). George Monbiot o confirmava no The Guardian, em 23 de outubro de 2001: ‘O petróleo e o gás não têm nenhum valor se não são deslocados. A única rota que tem sentido tanto político quanto econômico é através do Afeganistão...’.”
“Depois da queda da União Soviética, a companhia petrolífera argentina Bridas, dirigida por seu ambicioso presidente, Carlos Bulgheroni, foi a primeira empresa em explorar os jazigos petrolíferos de Turcomenistão, onde se encontram umas das maiores reservas de gás natural do mundo […] O Afeganistão é a rota mais curta no caminho ao golfo para transportar os recursos de gás do Turcomenistão e Uzbequistão, da Ásia do Norte Central e da Ásia Ocidental Central.”
“Com grande consternação para a companhia Bridas, UNOCAL se dirigiu diretamente aos líderes regionais com sua própria oferta. UNOCAL formou seu próprio consórcio concorrente, dirigido pelos Estados Unidos, patrocinado por Washington, que incluía Delta Oil da Arábia Saudita, junto ao príncipe saudita Abdullah e ao rei Fahd.”
“Segundo Ahmed Rashid, ‘a verdadeira influência de UNOCAL sobre os talibãs está baseada em que seu projeto tinha a possibilidade de ser reconhecido pelos Estados Unidos, algo que os talibãs queriam garantir a qualquer preço. […] Na primavera de 1996, executivos de UNOCAL levaram o líder uzbeque, o general Abdul Rashid Dostum (um assassino de massas, responsável pelo massacre de Dasht-i-Leili em dezembro de 2001, quando centenas de prisioneiros talibãs foram propositadamente asfixiados em contêineres metálicos, enquanto eram levados por soldados norte-americanos e da Aliança do Norte para a prisão de Kunduz, Afeganistão) a Dallas para debater a instalação do oleoduto em seus territórios do norte, controlados pela Aliança do Norte.”
“A concorrência entre UNOCAL e Bridas, conforme é descrita por Rashid, ‘começou a refletir a concorrência dentro da família real saudita’. Em 1997, funcionários talibãs foram duas vezes a Washington e a Buenos Aires para serem agasalhados por UNOCAL e Bridas.”
“Mais uma vez, a violência mudaria o curso dos acontecimentos. Em resposta ao bombardeamento das embaixadas estadunidenses em Nairobi e Tanzânia (atribuído a Ossama bin Laden, embora, segundo fontes de Inteligência francesas, o atentado fosse um trabalho do Mossad israelita), o presidente Bill Clinton disparou mísseis de cruzeiro contra uma loja vazia no Afeganistão e no Sudão, em 20 de agosto de 1998. A administração, então, cortou relações diplomáticas com os talibãs e as Nações Unidas impuseram sanções.”
“O resto de tempo da presidência de Clinton não houve reconhecimento oficial ao Afeganistão por parte dos Estados Unidos nem das Nações Unidas. E nenhum avanço no tema do oleoduto.”
“Naquele tempo, George W. Bush entrou na Casa Branca.”
“Durante os meses finais da administração Clinton, os talibãs eram oficialmente um grupo terrorista. Depois de quase uma década de competição feroz entre o consórcio UNOCAL-CentGas, apoiado pelos Estados Unidos e Bridas da Argentina, nenhuma empresa havia chegado a um acordo para construir um oleoduto no Afeganistão […] George W. Bush reatou as relações com os talibãs. Não é para supreender, visto que, em 1998 e em 2000, o ex-presidente George H. W. Bush foi à Arábia Saudita em nome da empresa privada Carlyle Group, o undécimo maior empreiteiro de Defesa nos Estados Unidos, onde se reuniu em privado com a família real saudita e com a família de Ossama bin Laden, conforme a edição de 27 de setembro de 2001, do The Wall Street Journal.”
“Num dos episódios mais surrealistas e kafkianos dos acontecimentos prévios a 11-S, o The Washington Post cita Milt Bearden, agente da CIA, que ajudou a estabelecer os mujahedin afegãos, lamentando o fato de que os Estados Unidos não tomaram tempo para entender os talibãs, quando afirmou: ‘Nunca ouvimos o que eles tentavam nos dizer […]. Não falávamos uma língua comum. Nós falávamos 'entregai Bin Laden'. Eles diziam: Façam alguma coisa para nos ajudar a entregá-lo'’. Porém, há muito mais.”
“De fato, a relação entre a administração Bush e o ‘terrorista’ e líder da Al-Qaeda, Ossama bin Laden, nunca foi melhor.”
“A evidência de que a guerra no Afeganistão, onde a avareza multinacional se mistura com a avareza e a crueldade dos grandes do petróleo (BP, Shell, Exxon, Mobil, Chevron, etc.) é simplesmente irrefutável. Assusta pensar que um canto deixado da mão de Deus, controlado por terroristas, possa se tornar um ponto onde se combinam os interesses da administração Bush, Bridas, UNOCAL, CIA, dos talibãs, Enron, Arábia Saudita, Paquistão, Irão, Rússia e Índia.”
Sob a epígrafe Um vaqueiro na Casa Branca, Daniel Estulin assinala que:
“Bush formou seu gabinete com personagens da indústria da energia com estreitos vínculos na Ásia Central (Dick Cheney, de Halliburton; Richard Armitage, de UNOCAL; Condoleeza Rice, de Chevron) e chegou ao poder, graças à generosidade das corporações com direitos adquiridos na região, como a Enron.”
“A participação da família Bush na política petroleira do Oriente Médio e da Ásia Central e seus vínculos profundos com a família real saudita e a família Bin Laden existem há várias gerações.”
Como os membros do Bilderberger criaram a guerra do Yom Kippur com o objetivo de internacionalizar o petróleo.
“…Os membros do Bilderberg não deixam nenhuma ponta solta. Não trabalham com um plano quinquenal. Planejam a mais longo prazo. No início dos anos setenta, prepararam um plano B, um plano de partilha do petróleo, que incluía os Estados Unidos e mais onze importantes países industrializados, estabelecendo um mecanismo sob o qual Allen sustenta o seguinte: ‘O petróleo produzido no interior dos Estados Unidos pela primeira vez na história americana será partilhado e destinado, se houver outro embargo do petróleo do Oriente Médio’.”
Epílogo do capítulo 4.
“A ‘prova’ de 1973, preparada pelos membros do Bilderberg, demonstra claramente que o petróleo será utilizado como arma de controle. O que aconteceu em 1973 alertou ‘a população estadunidense e demonstrou-lhe quanto controle os governos estrangeiros e as corporações multinacionais podiam exercer sobre a nação’, escreve David A. Rivera em Final Warning: A History of the New World Order.”
No capítulo 5 se aborda:
MATRIX: Bases de Dados e Programa de Conhecimento Total de Informação”
Em geral, é muito mais simples chegar a um acordo quando não há ouvintes. Não é uma questão de secretos, mas da capacidade de agir de uma maneira mais eficaz.”
NEIL KINNOCK: comissário da União Europeia e membro do Bilderberg
“O Programa de Conhecimento Total de Informação (Total Information Awareness,TIA) do Pentágono é um sistema que parte de uma frase codificada e implica a dissolução gradual das prezadas liberdades individuais da América defendidas pela Constituição a favor de um Estado global, totalitário. A maior parte dos pormenores deste gigantesco sistema de espionagem continua sendo um mistério. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, o TIA se tornou uma rede de vigilância que é ‘representativa de uma tendência maior aparecida nos Estados Unidos e na Europa: o fluxo aparentemente inexorável para uma sociedade sob vigilância’.”
“O eixo principal da rede de Vigilância Total é uma nova e extraordinária modalidade denominada «mineração de dados» ou descoberta de conhecimento, que supõe a extração automatizada de informação preditiva oculta a partir de bases de dados.”
“Pondo em prática uma capacidade incomparável para processar bilhões de registros por segundo, Accurint compilou o maior registro de dados de contato acessível do mundo. Accurint procura mais de 20 bilhões de registros que cobrem desde mudanças recentes até direções antigas que remontam a mais de 30 anos atrás.”
“…quando lhes foi solicitada mais informação, os responsáveis da empresa se negaram a revelar detalhes mais específicos sobre a natureza e as fontes dos dados.”
“Segundo Christopher Calabrese, do Conselho do Programa de Tecnologia e Liberdade da União de Liberdades Civis Americana, ‘Matrix […] converte cada estadunidense num suspeito’.”
“A Associated Press revelou que, em janeiro de 2003, o governador da Flórida, Jebb Bush, informou o vice-presidente Dick Cheney, Tom Ridge, que estava a ponto de juramentar como secretário do novo Departamento de Segurança Nacional, e ao diretor do FBI, Robert Mueller, sobre o projeto secreto que demonstraria como as Forças de Segurança poderiam usar um programa informático para capturar ‘terroristas’.”
Linha aérea Ibéria”
“Por outra parte, a Ibéria, a principal linha aérea espanhola, foi acusada de ceder informação confidencial dos seus passageiros ao governo dos Estados Unidos…”.
“‘Os Estados Unidos obrigam as linhas aéreas a fornecer dados sobre os viajantes’, Andy Sullivan, Reuters, 17 de março de 2004.”
“Da mesma maneira, a NASA também pediu e recebeu informação confidencial sobre dados de passageiros de milhões de clientes da Northwest Airlines como nomes, endereços, itinerários de viagem e números do cartão de crédito, para um estudo similar de mineração de dados […] incidentes têm ocasionado dezenas de litígios. Isto representava também uma violação de sua própria política.”
“‘A Northwest Airlines entrega à NASA informação pessoal sobre milhões de passageiros; a cessão viola a política de privacidade’, Electronic Privacy Information Center, 18 de janeiro de 2004.”
“‘A Northwest Airlines cede dados dos passageiros ao governo’, Jon Swartz, USA Today, 19 de janeiro de 2004.”
Dedica uma epígrafe a:
“Detalhes privados à vista de todos”
“O comissário Almunia, o presidente Borrell e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, outro membro do Bilderberger habitual, fizeram uma grande campanha a favor da aprovação dos direitos fundamentais, consagrados supostamente na Constituição Europeia [...] O que nunca disseram nem Borrell, nem Almunia, nem Barroso ao bom cidadão europeu é que todos esses direitos, segundo o artigo 51, podem ser suspensos, se ‘­os interesses da União’ assim o determinarem.”
“Contudo, há muita coisa mais por contar quanto à vergonhosa demonstração de traição por parte da Comissão Europeia no que diz respeito aos seus próprios cidadãos.”
“Controle europeu das telecomunicações: votação no Parlamento Europeu para aceitar a retenção de dados e a vigilância por parte das forças de segurança.
“A votação sobre a retenção de dados de 30 de maio de 2002 (Na legislação europeia anterior, os votos do PPE e PSE reuniram 526 eurodeputados, de um total de 626).”
“Statewatch e os Repórteres Sem Fronteiras foram as únicas organizações que informaram sobre o que sã decisões que afetam centenas de milhões de europeus.”
“Basicamente, a grandiloqüência e desafio dos socialistas sobre questões de lei nacional e internacional são uma farsa. A aliança dos grupos do PPE e do PSE no Parlamento Europeu demonstrou que eles apoiam as exigências dos governos da UE, em lugar de agir em defesa das pessoas e de defender os direitos de cidadãos à privacidade e às liberdades civis.”
“Javier Solana Madariaga, membro chave do Grupo Bilderberg, antigo secretário-geral da OTAN e secretário-geral do Conselho da União Europeia/Alto Representante para a Política Comum de Segurança e Defesa, numa decisão que a Federação Internacional de Jornalistas simplesmente batizou como «um golpe de Estado de verão». Lembrem, leitores, que personagens como Javier Solana não representam os seus interesses nem os da Espanha.”
Depois Estulin documentou tudo ao longo de 16 páginas.
Seu livro inclui uma epígrafe intitulada “Meu final”.
“A memória criativa é o contrário mais sutil do historiador. O pretexto de esquecer governa e deforma tudo o que decidimos lembrar abertamente. A existência e o mundo parece se justificarem apenas como fenômeno estético. Só o estético implica não a vida pela vida, mas um contraste agudo à interpretação moral da existência e do mundo.”
“Amos Oz, provavelmente o romancista israelense mais conhecido, fez esta observação: ‘Ali, onde a guerra se chama paz; ali, onde a opressão e a perseguição se denominam segurança, e o assassinato, libertação, a poluição da linguagem precede e prepara a contaminação da vida e da dignidade. Afinal, o Estado, o regime, a classe ou as ideias permanecem inalteráveis, enquanto a vida humana se destrói’.”
“Se a democracia é o governo do povo, os objetivos secretos dos governos e dos sinistros grupos de pressão são incompatíveis com a democracia. A própria ideia de esferas clandestinas de influência dentro do governo que empreendem campanhas secretas contra a humanidade é, portanto, alheia à noção de liberdade e deve ser combatida com entusiasta determinação, a não ser que desejemos repetir os erros fatais de um passado não tão distante.”
“Numa sociedade cada vez mais desmembrada, existem alguns elementos que permitem destacar o que partilhamos, o que temos em comum, e permitem fazê-lo diretamente, com dramática intensidade. A dignidade humana e um anseio genuíno de liberdade, que se compreende num instante em qualquer lugar do mundo e não necessita tradução, são alguns dos aspectos mais valiosos da tradição universal. Merece todo o apoio que possa receber.
“Finalmente, se o fato de criticar os aspectos arrogantes, irreflexivos e abusivos da sociedade totalitária faz com que, por vezes, alguém zombar de você e te chamar de «contra-tudo», deveria considerá-lo como uma distinção honorável. Graham Greene acertou quando disse que «o escritor deve estar pronto para mudar de bando em qualquer momento. Sua missão é defender as vítimas e as vítimas mudam».
DANIEL ESTULIN
Dedica finalmente oito páginas e meia à memória de seu avô.
“Essa foi a última vez que o vi vivo. Um ancião de complexão normal, de 96 anos de idade, sentado no seu divã desvencilhado, olhando através de seus óculos exagerados, encontrando-se com meu olhar, mas apenas capaz de reconhecer meus olhos. Estava vivo porque se movimentava e falava, ou antes, porque fazia um esforço sobre-humano para enlaçar as letras, que se derramavam nos lugares mais recônditos das profundidades da consciência que lhe restava e se negavam com teimosia a se juntarem para formar sintagmas coerentes. Nos últimos meses de sua longa vida, ao meu avô, um homem que se expressava com clareza e que gostava demais do humor e do debate, literalmente faltavam as palavras. Numa espécie de ato de crueldade final, o câncer roubou sua linguagem antes de roubar sua vida.”
“Com meu bilhete de avião de retorno à Espanha na mão, passei por casa dele para me despedir. Em minha última visita, não nos dissemos grande coisa. Eu não encontrava as palavras apropriadas. Estava sem fôlego e me custava respirar, porque sabia que nunca mais o veria. ‘Adeus’ era uma expressão simples demais e atroz demais.”
“Na mesa da sala de estar, apoiada na parede, tinha uma fotografia dos meus avós, feita pouco depois de sua chegada ao Canadá, em 1983. Minha avó havia falecido fazia pouco mais de um ano. Meu avô, doente de gravidade naquele momento, nunca se recuperou da perda de alguém que amou profundamente durante mais de quarenta anos.”
“Tentando por todos os meios de não debulhar em prantos, continuo lembrando a eu próprio que estas páginas são uma reivindicação da honestidade a expensas da crueldade e da oportunidade. O tema principal não é a política, nem uma crítica aberta do totalitarismo, ao contrário, mas o bater do coração de um homem, e por isso lhe presto homenagem. Por isso deveria ser lido.”
“A morte clínica do meu avô foi constatada no dia 18 de abril de 1995. Supunha-se que foi a última tarde que tinha sido ele próprio, como disse Auden acerca do dia em que morreu Yeats: ‘Ele se converteu em seus admiradores’. Ele se converteu em uma lembrança; sumiu nas profundezas do seu nome. É um dos mistérios da morte, que deveria supor uma mínima diferença para todos, menos para os achegados dessa pessoa.”
“Como o resto de nós, a gente morre, no mínimo, duas vezes: fisicamente e conceptualmente. Quando o coração deixa de bater e quando começa o esquecimento. Os mais afortunados, os mais brilhantes, são aqueles em que a segunda morte é adiada de um modo considerável, talvez indefinidamente […] Chegaram chamadas de todos os países e cantos imagináveis do Planeta, um tributo à infinita admiração que ele, meu avô, um ex-agente da contra-espionagem do KGB, infundiu nessas pessoas, nas quais influiu em suas vidas.”
“Seu avô era um soldado entre soldados. Esteve vinte e cinco anos defendendo o Império czarista, Alexandre II e Alexandre III. Meu avô continuou a tradição militar da família. Participou da Revolução, da guerra civil russa e das duas guerras mundiais. Enquanto defendia os Minsk nas primeiras semanas da Segunda Guerra Mundial, toda sua família, onze irmãos e irmãs, seu pai, sua mãe e uma avó de 104 anos de idade, foram exterminados pelos nazistas em Karasy-Bazar, Crimeia.”
“Levava uma vida verdadeira. Não se limitava simplesmente a viver.”
“Meu avô se tinha casado numa ocasião, em 1930. Teve três filhos. Então, chegou a guerra. Combateu em Belarus, defendeu Brest, mas foi obrigado a se retirar com o que restava do Exército Vermelho, devido ao avanço das tropas alemãs. Nalgum momento, no caos resultante, perdeu a pista de sua família. Uma mãe e três crianças de oito, cinco e três anos de idade não podiam ir tão rápido como o Exército Vermelho ou como os soldados nazistas. Foram capturados pelos nazistas, enviados a um campo de concentração e exterminados.
“A Segunda Guerra Mundial, tal como demonstro neste livro e como manifestei amplamente no meu primeiro livro sobre o Clube Bilderberg, foi astutamente financiada pelos Rockefeller, Loeb e Warberg. O príncipe Bernhard, fundador do Clube Bilderberg, também estava envolvido. Era nazista. A família real britânica simpatizava, na sua maioria, com os nazistas, ao igual que a maior parte do Eastern Establishment «liberal» dos Estados Unidos, o rede plutocrática que domina a vida econômica, política e social desse país. Hitler, a besta, foi criado pelos mesmos que hoje assistem em secreto às reuniões do Clube Bilderberg, o CFR e a Comissão Trilateral. A história, para esta gente, é um quadro-negro em branco para defecar sobre a angústia dos outros. Alguém me pode culpar por desprezar tanto o Bilderberg e seus pares?”
“No meu caso, meu avô continua sendo minha pedra angular —companheiro de viagem — inclusive depois da morte. Está tão ausente quanto presente.”
“Tempo e espaço, os truques do mundo ferido por toda parte, o monte de resíduos que chamamos história, que também representam seus sucessos. São seus sucessos. Como o tempo, estes conservam a magia que o faz desaparecer.”
“Lembro-me dele, sobretudo, quando se aproxima seu aniversário. Mas, para mim, este ano é diferente. A idade é uma acumulação de vida e de perda. A idade adulta é uma série de linhas cruzadas. Ultrapassei um limiar. Doravante, estou sozinho...” 
Recolhi na segunda parte desta Reflexão grande quantidade das linhas finais de seu livro. Explicam seu desprezo pela odiosa instituição do Clube Bilderberg.
É terrível pensar que as inteligências e os sentimentos das crianças e dos jovens dos Estados Unidos são mutilados dessa maneira.
Agora é preciso lutar para evitar que sejam conduzidos a um holocausto nuclear, e recuperar tudo o que for possível, sua saúde física e mental, e procurar as formas em que os seres humanos sejam libertados para sempre de tão terrível destino.
Fidel Castro Ruz

Reflexões de Fidel(I parte)

O governo mundial
(Primeira parte)

NA recente Reflexão de há dois dias, em 15 de agosto, ao comentar um artigo do jornalista cubano Randy Alonso, que dirige o Programa "Mesa-Redonda" da televisão nacional, escrevi acerca de uma reunião realizada no hotel Dolce, de Barcelona, sobre o que ele chama de Governo Mundial. "Articulistas honestos acompanhavam mesmo do que ele as notícias que conseguiram filtrar-se do estranho encontro. Alguém muito mais informado do que eles ia no encalço desses eventos há muitos anos."
Referia-me ao escritor Daniel Estulin; 475 páginas de 20 linhas cada, estavam à minha espera para fazer uma revisão da fantástica história narrada pelo mencionado autor, se algum dos participantes dessa reunião fosse capaz de negar sua presença ali, ou sua participação no que é narrado no livro.
O mais apropriado nesta Reflexão, que dividirei em duas partes para não resultar extensa demais, é incluir um número de parágrafos selecionados por mim, para dar uma idéia do fabuloso livro intitulado: "Os segredos do Clube Bilderberg". Neste livro Estulin esmiuça os grandes gurus:
Henry Kissinger, George Osborne, os diretivos de Goldman Sachs, Robert Zoellic, Dominique Strauss-Kahn, Pascal Lamy, Jean Claude Trichet, Ana Patricia Botín, os presidentes da Coca Cola, France Telecom, Telefônica da Espanha, Suez, Siemens, Shell, British Petroleum, e outros similares políticos e magnatas das finanças.
Estulin começa pelas raízes:
"‘Durante dois domingos seguidos, algo sem precedentes, no programa de Ed Sullivan – conta-nos Donald Phau en The Satanic Roots of Rock –, mais de setenta e cinco milhões de norte-americanos viram como os Beatles agitavam a cabeça e moviam o esqueleto, um ritual que em breve seria copiado por centenas de futuros grupos de rock’."
"O homem responsável porque os estadunidenses ‘gostassem’ dos Beatles foi o próprio Walter Lippmann. Os Beatles, o grupo do qual já se fizeram mais paródias e versões de suas canções na história da música, foram colocados perante o público norte-americano para que fossem descobertos."
Um dos epígrafes iniciais intitula-se "Entra Theo Adorno".
"A responsabilidade de elaborar uma teoria social do rock and roll coube ao sociólogo, musicólogo e compositor alemão Theodor Adorno, ‘um dos principais filósofos da Escola de Frankfurt de Investigação Social…’ Adorno foi enviado aos Estados Unidos, em 1939, para dirigir o Projeto de Investigação da Rádio de Princetown, um esforço conjunto do Instituto Tavistock e da Escola de Frankfurt, com o objetivo de controlar as massas, financiado pela Fundação Rockefeller e fundado por um dos homens de confiança de David Rockefeller, Hadley Cantril…"
"De fato, os nazistas tinham utilizado intensamente a propaganda radiofônica como instrumento de lavagem de cérebros e tornaram-na um elemento integral do Estado fascista. Este fato foi observado e estudado pelas redes do Tavistock e usado de maneira ampla em suas próprias experiências. O objetivo deste projeto, como é explicado em Introdução à sociologia da música do próprio Adorno, era «programar uma cultura ‘musical’ de massas, como una forma de controle social em massa…"
"‘As cadeias de rádio converteram-se em máquinas que reciclavam durante vinte e quatro horas a fio os quarenta maiores êxitos’."
"Os Beatles chegaram aos Estados Unidos em fevereiro de 1964, quando o movimento a favor dos direitos civis estava em seu apogeu. O país encontrava-se num profundo trauma nacional e recuperava-se do brutal assassinato do presidente John F. Kennedy […] nas ruas da capital o movimento pelos direitos civis, dirigido pelo doutor Martin Luther King, convocava a uma manifestação da qual participou mais de meio milhão de pessoas."
"Entre 1964 e 1966, a chamada invasão britânica foi a eclosão de uma série de cantores e grupos de rock da Grã Bretanha que ganharam popularidade nos Estados Unidos e cercaram a cultura norte-americana. […] no final de 1964 ficou demonstrado que esta ‘invasão inglesa’ foi bem planejada e coordenada.
"‘Estes grupos recém-criados e seu estilo de vida […] converteram-se em um novo 'tipo' (gíria do Tavistock) muito visível’, e não decorreu muito tempo antes que novos estilos (modas na roupa, penteado e uso da linguagem) arrastaram milhões de jovens norte-americanos ao novo culto. A juventude dos Estados Unidos sofreu uma revolução radical sem sequer ser ciente disso […] reagindo de forma equivocada contra as manifestações dessa crise, que eram as drogas de todo tipo, primeiro a maconha e depois o ácido lisérgico (LSD), uma poderosa droga que alterava o estado da consciência. ’ […] no quartel-general do MI6 em Londres e na base da CIA, em Langley, Virginia, se pode dar por certo que a inteligência britânica e sua filial, o Escritório de Serviços Estratégicos norte-americano, estiveram diretamente envolvidos em uma investigação secreta para controlar a conduta humana. Allen Dulles, diretor da CIA na altura em que a agência começou, MK-Ultra, era o chefe da OSS em Berna, Suíça, durante a primeira época da investigação de Sandoz."
"…nos Estados Unidos e na Europa, utilizaram-se os grandes concertos de rock ao ar livre para frear o crescente descontentamento da população."
"A ofensiva empreendida por Bilderberg-Tavistock levou toda uma geração ao caminho de tijolos amarelos do LSD e da maconha…"
"ENTRA ALDOUS HUXLEY"
"O sumo sacerdote da guerra do ópio inglesa foi Aldous Huxley, neto de Thomas H. Huxley, fundador do grupo da Mesa-Redonda de Rodas, e também famoso e eloqüente biólogo, que ajudou Charles Darwin a desenvolver a teoria da evolução."
"Toynbee, educado em Oxford […] trabalhou como delegado britânico na Conferência de Paz de Paris, em 1919’…"
"‘Seu tutor em Oxford foi H. G. Wells, diretor da inteligência britânica durante a Primeira Guerra Mundial e pai espiritual da Conspiração do Aquário. Aldous Huxley foi um dos iniciados dos Filhos do Sol, culto dionisíaco do qual participavam os filhos da elite da Mesa-Redonda britânica.’ Seu romance mais famoso, Um mundo feliz, é um rascunho (encarregado por vários conselhos mundiais) para um autêntico mundo socialista futuro sob um governo único ou, como seu mentor fabiano, H. G. Wells, disse e usou como título de um de seus populares romances, um rascunho para A Nova Ordem Mundial…"
"Em Um mundo feliz, Huxley concentrou-se no método científico para manter todas as populações fora da elite minoritária em um estado quase permanente de submissão e apaixonadas por suas correntes. As principais ferramentas para consegui-lo foram as vacinas que alteravam as funções do cérebro e remédios que o Estado obrigava a população a consumir. Wells opinava que isto não era uma conspiração, mas sim ‘um cérebro mundial trabalhando como policial da mente’."
"Em 1937, Huxley se deslocou para a Califórnia, onde trabalhou como roteirista para a MGM, Warner Brothers e Walt Disney, por intermédio de um de seus contatos em Los Ángeles: Jacob Zeitlin." […] ‘Bugsy Siegel, o chefe da organização Lansky da máfia na Costa Oeste, mantinha estreitos vínculos com Warner Brothers e MGM’."
"De fato, a indústria do espetáculo ― produção, distribuição, marketing e publicidade ― está sob controle de uma máfia que surge da união do crime organizado e caloteiros de alto nível de Wall Street, que em última instância estão controlados pelo todo-poderoso Bilderberg. A indústria do espetáculo está desenhada igual do que qualquer outra ‘linha de negócio’ do Bilderberg e seus sequazes."
"O TRABALHO DE HUXLEY"
"Em 1954, Huxley publicou um influenciador estudo da expansão da consciência por meio da mescalina, intitulado As portas da percepção (1954), o primeiro manifesto da cultura das drogas psicodélicas."
"Em 1958, reuniu uma série de ensaios que tinha escrito para Newsda e a publicou sob o título Nova visita a um mundo feliz, nos quais descrevia uma sociedade onde ‘o primeiro objetivo dos governantes é evitar, custe o que custar, que seus governados criassem problemas’."
"Previu que as democracias mudariam sua essência: as velhas e estranhas tradições — eleições, parlamentos, supremos tribunais — permanecerão, porém o substrato que terá deixado será o totalitarismo não violento. […] Enquanto isso, a oligarquia dirigente e sua bem treinada elite de soldados, policiais, fabricantes de pensamento e manipuladores de mente, dirigirão tranqüilamente o mundo, a vontade. Com certeza, esta descrição de Huxley se ajusta perfeitamente à situação atual."
"Em setembro de 1960, Huxley foi nomeado professor convidado do Centennial Carnegie, no Massachusetts Institute of Technology (MIT) de Boston. Ali permaneceu apenas um semestre, depois foi dispensado. ‘Enquanto estava nessa cidade, Huxley criou um círculo em Harvard…’."
"O tema público desse círculo ou seminário de Harvard foi a religião e seu significado no mundo moderno. […] Michael Minnicino, em um artigo publicado na revista The Campaigner, em abril de 1974 […] afirma: ‘Durante seu período em Harvard, Huxley entrou em contacto com o presidente da Sandoz, que por sua vez trabalhava em uma encomenda da CIA para produzir grandes quantidades de LSD e psilocibina (mais uma droga sintética alucinógena) para MK-Ultra, a experiência oficial da CIA na guerra química’, um teste que usou humanos como cobaias para suas freqüentes experiências letais que, na maioria dos casos, implicava o uso de LSD. […] Ainda, a Universidade McGill, em Montreal, Canadá, instituição de ensino superior ligada ao Bilderberg, também fez experiências na década de 1960, dentro do programa MK-Ultra, sob o patrocínio de um fascista degenerado do Tavistock, John Rees, utilizando como sujeitos crianças de orfanatos locais, às quais torturavam e depois administravam diversas doses de LSD. […] Segundo documentos recentemente divulgados pela CIA (graças à Lei de Liberdade de Informação), Allen Dulles (nesse tempo diretor da CIA) comprou mais de cem milhões de doses de LSD, ‘muitas delas acabaram nas ruas dos Estados Unidos, no final da década de 1960’, segundo afirma Minnicino no artigo citado anteriormente."
"‘…Milhares de estudantes universitários serviram de cobaias. Eles [os estudantes] começaram logo a sintetizar seus próprios 'ácidos'’."
"‘…a imensa maioria daqueles que se manifestavam contra a guerra foi a Studentes for a Democratic Society, por causa da sensação de ultraje provocada pela situação no Vietnã. Porém, após ser atingida pela atmosfera criada pelos especialistas em guerra psicológica do Instituto Tavistock, e inundada com a mensagem de que o hedonismo e a defesa do país era uma alternativa legítima à guerra 'imoral', sua escala de valores e seu potencial criativo desvaneceu-se em uma nuvem de fumaça de haxixe’, escreve o autor na monografia citada anteriormente."
"CRIANDO A CONTRACULTURA"
"A ‘guerra’ cultural aberta, embora não declarada, contra a juventude norte-americana começou em verdade em 1967, quando o Bilderberg, para conseguir seus objetivos, começou a organizar concertos ao ar livre. Mediante esta arma secreta, conseguiu atrair mais de quatro milhões de jovens aos chamados ‘festivais’. Sem saberem, os jovens viraram vítimas de uma experiência perfeitamente planejada em grande escala com drogas. As drogas alucinógenas […] cujo consumo era propugnado pelos Beatles […] eram distribuídas nesses concertos. Não transcorreu muito tempo antes que mais de cinqüenta milhões dos participantes (nessa altura com idades que flutuavam entre os 10 e os 25 anos) regressassem ao lar convertidos em mensageiros e promotores da nova cultura das drogas ou daquilo que foi finalmente conhecido como a ‘New Age’."
"O maior concerto de todos os tempos, o ‘Woodstock Music and Art Fair’ ao ar livre, foi qualificado pela revista Time como um ‘Festival de Aquário’ e como ‘o maior espetáculo da história’. Woodstock passou a fazer parte do léxico cultural de toda uma geração."
"‘Em Woodstock ― escreve o jornalista Donald Phau―, quase meio milhão de jovens se reuniu em uma fazenda para ser drogados e seus cérebros lavados. As vítimas estavam isoladas, rodeadas de imundícia, até o topo de drogas psicodélicas e conseguiram mantê-las acordadas durante três dias consecutivos, tudo com a total cumplicidade do FBI e de altos cargos do governo. A segurança do concerto foi oferecida por uma comuna hippie treinada na distribuição em massa do LSD. Novamente seriam as redes da inteligência militar britânica as que começariam tudo’, com a ajuda da CIA, através de seu ex-diretor William Casey e de seus encontros com Sefton Delmer, do MI6, cujo contato Bruce Lockhardt foi o controlador do MI6 de Lenin e Trotsky, durante a revolução bolchevique."
"Teria de passar ainda outra década antes que a contracultura se integrasse no léxico norte-americano. Porém, as sementes do que era um projeto titânico e secreto para provocar uma reviravolta nos valores dos Estados Unidos foram semeadas então. Sexo, drogas e rock and roll, grandes manifestações em toda a nação, hippies, toxicômanos que abandonavam os estudos, a presidência de Nixon e a guerra do Vietnã desgarravam a própria fibra da sociedade norte-americana. O velho e o novo chocavam de frente e ninguém estava ciente de que esse conflito fazia parte de um plano social secreto, desenhado por algumas das pessoas mais brilhantes e diabólicas do mundo…"
"A CONSPIRAÇÃO AQUÁRIO"
"‘Na primavera de 1980 — escreve Lyndon LaRouche em DOPE INC.—ganhou fama o livro intitulado The Aquarian Conspiracy (foi vendido mais de um milhao de ejemplares e foi traduzido a dez línguas), tornando-se da noite para o dia em um manifesto da contracultura.’ […] The Aquarian Conspiracy afirmava que tinha chegado a hora da união dos quinze milhões de estadunidenses que participaram da contracultura para provocarem uma mudança radical nos Estados Unidos. De fato, este livro foi a primeira publicação orientada ao grande público que apostava no conceito de trabalho em equipe, um conceito considerado o mais virtuoso e impulsionado rapidamente pelos «gurus» do management."
"A autora Marilyn Ferguson afirma: ‘Enquanto rascunhava um livro ainda sem título sobre as novas alternativas sociais emergentes, pensei sobre a particular forma deste movimento, sobre seu atípica liderança, sobre a paciente intensidade de seus seguidores, sobre seus improváveis sucessos…’."
"Numa conferência de 1961, Aldous Huxley descreveu este estado policial como ‘a revolução final’: uma ‘ditadura sem lágrimas’ na qual a gente ‘ama suas correntes’."
"Zbigniew Brzezinski, assessor de Segurança Nacional do presidente Carter, fundador do Comitê Trilateral e membro de Bilderberg e do CFR, expressa idênticas idéias em sua apaixonante obra Between Two Ages: America’s Role in the Technotronic Era, escrita sob os auspícios do Instituto de Investigação sobre o Comunismo, da Universidade da Columbia e publicado pela Viking Press, em 1970.
"Sem lançar mão da repressão violenta, desenharam um complexo conjunto de ações para conseguir um ‘cidadão pacífico’ para a Nova Ordem Mundial. […] Também apoiaram novos conceitos como ‘inteligência emocional’, que é a capacidade de a gente se querer a si própria e de se relacionar com os outros. […] Uma terceira via para converter este ‘cidadão industrial' em ‘cidadão pacífico’ é uma grande campanha de marketing para divulgar o imenso reconhecimento social aos colaboradores das ONG, como expliquei em meu primeiro livro A verdadeira história do Clube Bilderberg."
Segundo Harmon:
"‘Uma vez embrandecidos, [os Estados Unidos] já estavam maduros para a introdução de drogas (especialmente a cocaína, o crack e a heroína) e o início de uma época que ia rivalizar com a proibição e com as enormes somas de dinheiro que começariam a se amealhar’."
"Vale a pena mencionar que extensos fragmentos das três mil páginas de ‘recomendações’ dadas ao recém-eleito Ronald Reagan, em janeiro de 1981 pelo CFR, têm como base o material tirado do relatório ‘As imagens cambiantes do homem’, de Willis Harmon.
"Com lua cheia, no dia 8 de dezembro de 1980, John Lennon foi assassinado por Mark Chapman. É pouco provável que num dia qualquer saibamos se Mark Chapman foi vítima de uma psicose modelo induzida artificialmente, um assassino ao estilo do ‘candidato manchu’ enviado pelo Tavistock, pela CIA e pelo MI6 para silenciar o Lennon que demonstrava ser cada vez mais difícil de controlar."
CAPÍTULO 2
"A PERFEITA MÁQUINA DE LAVAGEM CEREBRAL: A MTV"
"ENTRA MTV, A TELEVISÃO DA MÚSICA
"A MTV, um canal de mercado para música popular de rock e vídeos musicais, inventada e dirigida por Robert Pittman para o público adolescente e jovem, foi fundada em 1 de agosto de 1981. Hoje, faz parte do império Viacom (conhecido como CBS Corporation, cujo presidente e diretor-geral, Sumner Redstone, é membro pleno do CFR e cujo grupo mediático faz parte do Clube Bilderberg). Para chegar aos jovens sem que a sociedade percebesse o engano, foi necessário ‘criar uma contra-instituição que pregasse valores contrários aos valores dominantes na sociedade’. Isso é precisamente o que faz a MTV. ‘Pero para que esse esforço seja bem-sucedido — dice L. Wolfe —, deve ser neutralizada a influência positiva dos pais e da escola ou, pelo menos, debilitar sua influência.’"
"‘O modelo para isso [a MTV] foram os espetáculos teatrais oferecidos pelo pré-nazista Richard Wagner, nos quais levava ao público a uma espécie de êxtase que depois foi usado conscientemente pelos nazistas, ao criarem suas próprias celebrações simbólicas, como as reuniões em Nuremberg.’ Os especialistas da lavagem de cérebros que criaram a MTV estão conscientes de seu efeito. Num livro sobre a cadeia, Rocking Around the Clock, E. Ann Kaplan afirma que a MTV ‘hipnotiza mais do que qualquer outra [televisão] porque consiste numa série de textos curtos que nos mantém num estado constante de emoção e expectação... Ficamos presos à constante esperança de que o vídeo seguinte nos satisfará finalmente. Seduzidos pela promessa da plenitude imediata continuamos consumindo infinitamente esses textos curtos’."
"Durante os quatro minutos que dura aproximadamente um vídeo musical (os cientistas do Tavistock determinaram que quatro minutos era o tempo máximo que um sujeito involuntário era susceptível de receber as mensagens dos próprios programas), ‘uma realidade artificial na forma de 'contrapontos' se insere na consciência, substituindo a realidade cognitiva…’."
"‘Se a gente pensasse neste processo ― escreve Walter Lippmann ―, ele poderia acabar, mas conclui, ‘a massa de iletrados, de deficientes mentais, de profundamente neuróticos, desnutridos e frustrados indivíduos é tão considerável, que existem motivos para crer muito mais do que geralmente acreditamos. Desta maneira, [o processo] está ao alcance de pessoas que mentalmente são crianças ou bárbaros e cujas vidas são um problema total, elegem conteúdos simples com grande atrativo popular’. […] Em Crystallizing Public Opinion, Edward Bernays afirmou que «o cidadão médio é o censor mais eficaz do mundo. Sua própria mente é a maior barreira que o separa dos fatos."
"O espectador que sofre a lavagem de cérebro apenas tem a ilusão de que conserva a capacidade de eleger, de igual maneira um toxicômano crê que controla sua dependência em vez de que é controlado por ela. ‘A MTV ― diz Ann Kaplan ― está desenhada graças a um conhecimento cada vez maior dos métodos de manipulação psicológica.’ […] A média de consumo televisivo diário aumentou constantemente desde o aparecimento da televisão, de modo que, em meados da década de 1970, era a atividade com maior tempo dedicado, depois do sono e do trabalho, com quase seis horas diárias. Desde então, com o aparecimento do aparelho de vídeo, das vídeo consolas, aumentaram ainda mais. As crianças com idade escolar passavam quase tanto tempo assistindo a televisão quanto dormindo."
"‘Na terminologia de lavagem de cérebro freudiano ― expressa Emery ― o espectador de um vídeo musical encontra-se num estado induzido muito similar ao sono. Ajuda-o, ou o induz a entrar nesse estado, o aparecimento repetitivo de cores e imagens brilhantes que abrumam a vista, ao mesmo tempo que o ritmo pulsátil e vibrante do rock tem um efeito similar no ouvido.’ Não só estamos numa época de televisão, mas também numa época condicionada pela televisão— e é uma época de intranqüilidade, de descontentamento, de frustração, dirigida a nenhuma parte ou a muitas partes à mesma vez —, como é lógico num entorno onde [a televisão] é onipresente."
"As sinistras camarilhas e os manhosos do cabido de Bilderberg, as esferas clandestinas de influência e manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados é a expressão mais recente de uma campanha de manipulação mais profunda para instituir um governo mundial sem limites, que não responda perante ninguém mais do que perante si próprio."
"…os principais sucessos vendidos a vontade a uma população desmoralizada, a favor do fundamentalismo fanático de um grupo de homens que não responde perante ninguém e que procura o poder absoluto ao preço da dignidade do homem moderno, caluniado, humilhado e desprezado pelos poderes combinados do aparelho de manipulação e a lavagem de cérebro do Bilderberg-CFR-Tavistock com sua equipe de cientistas, psicólogos, sociólogos e cientistas da nova ciência (New Age, misticismo, etcétera), antropólogos e fascistas decididos a recriarem um novo Império romano.
"Primeiro começaram Edward Berneys e Walter Lippmann. Depois, Gallup e Yankelovich. Mais tarde, Rees e Adorno, Aldous Huxley e H. G. Wells, Emery e Trist, seguidos pela cultura das drogas e a Conspiração de Aquário, um suposto ideal ‘humanista’ a favor da velha cultura, salpicado com uma pitada de liberdade humana em vez do que realmente é: uma maneira inteligente de degradar as pessoas até as converter em simples animais de fazenda, negando-lhes a originalidade da consciência humana, que é compreendida ao instante em toda parte, sem necessidade de tradução."
"A Nova Idade será uma nova Idade Escura. Significará a morte prematura de pouco mais de metade da população e o esquecimento intencionado dos maiores resultados da humanidade. Ésta é a ideologia totalitária, propugnada pela Nova Ordem Mundial, decidida a governar o mundo embora seja por cima de nossos cadáveres. […] Por que vale a pena defender nossa civilização? ¿Por que um regime baseado na liberdade é melhor do que as tiranias que hoje oprimem parte do planeta? Para alguns, as respostas a estas perguntas são evidentes, mas para muitos não."
CAPÍTULO 3
"CÓMO E POR QUE O BILDERBERG ORGANIZOU A GUERRA NO KOSOVO"
"Agora, era a vez dos Bálcãs. O ‘plano mestre’ foi elaborado em 1996, na reunião realizada pelos membros do Clube Bilderberg en King City, um pequeno enclave de luxo, localizado a 20 quilômetros da cidade canadense de Toronto. […] as guerras dos membros do Bilderberg no Kosovo e nos Bálcãs tiveram um motivo concreto: drogas, petróleo, riqueza mineral e o avanço da causa do ‘governo global’."
"Os Estados Unidos e a Alemanha iniciaram o apoio às forças secessionistas na Iugoslávia, após a queda do comunismo na antiga União Soviética, quando a Federação Iugoslava rejeitou sua incorporação à órbita ocidental. John Pilger, um laureado jornalista australiano, que se dedica a investigar os conflitos bélicos, escreveu em The New Statesman: ‘Milosevic era um burro; também era um banqueiro que uma vez foi considerado um aliado de Ocidente pronto para pôr em prática 'reformas econômicas', em conformidade com as exigências do FMI, do Banco Mundial e da União Européia; para desgraça dele negou-se a ceder a soberania. O Império não esperava menos.’ Segundo o artigo de Neil Clark, um jornalista especializado em assuntos do Oriente Médio e dos Bálcãs, ‘naquele momento, mais de 700.000 empresas iugoslavas permaneciam sob propriedade social e a maioria ainda era controlada por comitês mistos de diretivos e trabalhadores, com apenas 5% de capital nas mãos privadas’."
"Sara Flounders, uma ativista e jornalista afim ao Partido Mundial dos Trabalhadores, movimento pacifista internacional, escreveu num artigo: ‘…as condições de crédito do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial precisam da desintegração de todas as indústrias públicas. Esse é o caso do petróleo e do gás natural no Cáucaso e no mar Cáspio, bem como das jazidas de diamantes da Sibéria. Aquele que possua ou tenha um interesse dominante [...] será quem queira que ganhe a luta armada que se está travando em Kosovo. A dominação da OTAN sobre o terreno porá as empresas estadunidenses na melhor posição no que respeita à posse desses recursos’."
"No início, os membros do Bilderberg, pretendiam ‘inflamar’ os sérvios perseguindo os criminosos de guerra que eles albergavam, levando-os a julgamento perante um novo Tribunal Internacional. Os sérvios, orgulhosos e experientes, driblaram esta provocação dissuadindo os suspeitos de nível mais baixo na ordem hierárquica a que se entregassem voluntariamente. Contudo, isso não era suficiente. Para enfurecer os sérvios, o Tribunal de Haia, controlado pelos Estados Unidos, lançou mão dos seqüestros ilegais para instar à guerra."
"Isto também explicaria por que Richard Holbrooke, embaixador estadunidense perante as Nações Unidas, entre 1999 e 2001, membro do Bilderberg e do CFR e seis vezes candidato ao Prêmio Nobel da Paz, inseriu uma cláusula sobre Kosovo no acordo final. ¿Que tem a ver Kosovo com a Bósnia? Nada. Mas a idéia de Holbrooke era converter Bósnia num teste da futura expansão do Bilderberg nos Bálcãs."
"NA PROCURA DE UMA ESCUSA: WILLIAM WALKER ENTRA NO PALCO"
"…segundo explica John Laughland em seu artigo ‘A técnica de um golpe de Estado’, era William Walker, membro do CFR e ‘ex-embaixador em El Salvador, cujo governo, apoiado pelos Estados Unidos, estabeleceu esquadrões da morte’. Em 1985, Walker era ajudante do subsecretário de Estado para a América Central e um operador chave nas tentativas da Casa Branca de Reagan para derrocar o governo nicaraguense. O tenente-coronel Oliver North, colocado na lista do pessoal do Conselho Nacional de Segurança, no início de 1981 e demitido em 25 de novembro de 1986, era o funcionário da Administração Reagan com maior envolvimento na ajuda secreta aos ‘contras’, graças aos benefícios da venda de armas ao Irã."
"Segundo o dossiê judicial, Walker foi responsável pelo estabelecimento de uma falsa operação humanitária, na base aérea de Ilopango, em El Salvador, que era usada em secreto para fornecer de armas, cocaína, munições e suprimentos aos mercenários ‘contras’ que atacavam Nicarágua."
"Walker, que tinha entregado armas aos ‘contras’ na Nicarágua e agora se tinha transformado em observador de paz, declarou a todas vozes perante a imprensa mundial, que a polícia da Sérvia era a culpada ‘pela mais hedionda’ chacina que ele tinha visto. Os sérvios, que nessa altura tinham evitado habilmente as provocações da OTAN e do Bilderberg, caíram. O suposto ‘massacre’ provocou um pretexto para a intervenção. Em 30 de janeiro, o Conselho da OTAN autorizou o bombardeamento. E o Bilderberg ordenou a seu secretário-geral, Javier Solana, que ‘usasse a força armada para obrigar os delegados sérvios e de etnia albanesa nas negociações de 'paz' na França a falarem de um contexto para a 'autonomia' de Kosovo’."
"Um artigo do dia 4 de agosto do The Washington Post citava ‘um alto funcionário do Departamento de Defesa estadunidense que indicou que apenas uma coisa poderia provocar uma mudança de política: 'Acho que atingindo certos níveis de atrocidade intoleráveis, provavelmente isso seria um detonante'’."
"Como referência histórica útil, lembremos que os sérvios foram vítimas do pior ato de limpeza étnica, como os 200.000 ou mais sérvios que foram eliminados da região de Krajina, na Croácia, durante a ‘Operação Tormenta’ apoiada pelos Estados Unidos, em 1995, ou os 100.000 ou mais sérvios eliminados de Kosovo pelo ELK, ao finalizar o bombardeio da OTAN. Não faz falta dizer que o Tribunal de Haia, o mecanismo de justiça da Nova Ordem Mundial, não fez nada para levar os autores dessa atrocidade perante a justiça."
"‘Deviam saber, porque de outro modo, o que instigaria a Coroa a manter um exército nessa região onde não havia nada de valor exceto um lucrativo comércio de ópio? Custava muito caro manter homens armados num país tão longínquo. Sua majestade deveu perguntar por que essas unidades militares estavam ali’, pergunta o doutor John Coleman em "Conspirator’s Hierarchy: The Story of the Committee of 300."
Sob o epígrafe:
"HISTÓRIA DO ENVOLVIMENTO DOS ESTADOS UNIDOS NO TRÁFICO DE NARCÓTICOS"
"Contrário ao que os livros de história nos contaram durante anos, o nefasto narcotráfico não é território exclusivo do estamento criminoso, a não ser que por estamento criminoso entendamos algumas das famílias mais importantes da história dos Estados Unidos, conhecidas como o establishment liberal do Leste, cujos membros dirigem esse país desde a oligarquia, através de um sistema de governo paralelo, conhecido como Clube Bilderberg..."
"KOSOVO E A HEROÍNA"
"Dois jornalistas, Roger Boger e Eske Wright, num artigo publicado em 24 de março de 1999, no jornal The Times, de Londres, afirmam que ‘Albânia — que joga um papel fundamental na transferência de dinheiro aos kosovares — está no epicentro do tráfico de drogas da Europa..."
"Albânia tornou-se a capital do crime da Europa. Os grupos mais poderosos do país são criminosos organizados que usam Albânia para cultivar, processar e armazenar uma grande percentagem da droga ilegal destinada à Europa Ocidental..."

Continua...
Fidel Castro Ruz

Créditos: granma on line

Encontro de Blogueiros Progressistas

Encontro de Blogueiros Progressistas

IPEA desmonta farsa do jornal "O Globo"

O IPEA está entalado na garganta das organizações Globo desde setembro de 2007, quando a diretoria comandada por Marcio Pochmann tomou posse. A partir daquela data, o Instituto aprofundou seu caráter público, realizou um grande concurso para a contratação de mais de uma centena de pesquisadores, editou dezenas livros e abriu seu raio de ação para vários setores da sociedade, em todas as regiões do país. O jornal O Globo enviou esta semana uma série de perguntas ao IPEA para, supostamente, esclarecer irregularidades na instituição. Temendo manipulação, a direção do instituto decidiu divulgar as perguntas e as respostas à toda sociedade.

O jornal ‘O Globo’ procurou a diretoria do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), nesta semana, para supostamente esclarecer irregularidades na conduta da instituição.

Trata-se de manobra pré eleitoral.

Sem a menor noção de como levar a disputa presidencial para um segundo turno, as Organizações Globo tentam o tapetão da calúnia contra qualquer área do governo. Se colar, colou.

O IPEA está entalado na garganta dos Marinho desde setembro de 2007, quando a diretoria comandada por Marcio Pochmann tomou posse. A partir daquela data, o Instituto aprofundou seu caráter público, realizou um grande concurso para a contratação de mais de uma centena de pesquisadores, editou dezenas livros e abriu seu raio de ação para vários setores da sociedade, em todas as regiões do país. O IPEA é hoje uma usina de idéias sobre as várias faces do desenvolvimento.

‘O Globo’ e a grande imprensa não perdoaram a ousadia. Deflagraram uma campanha orquestrada, acusando a nova gestão de perseguir pesquisadores e de estimular trabalhos favoráveis ao governo. Uma grossa mentira.

O Globo deve publicar a tal “matéria”, repleta de “denúncias” neste domingo. O questionário abaixo foi remetido para a diretoria do IPEA. Sabendo das previsíveis manobras do jornal da família Marinho, o instituto decidiu responder na íntegra às perguntas, diretamente em seu site. Se a “reportagem” do jornal quiser, acessa www.ipea.gov.br e pega lá as respostas. Aqui vão elas na íntegra para Carta Maior.

O Ipea responde à sociedade
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Há 46 anos, suas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros.

O Ipea tem como missão "Produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro."

Dessa forma, o Instituto torna públicos à sociedade esclarecimentos decorrentes de questionamentos feitos pelo jornal O Globo entre 19 e 20 de agosto.

Este comunicado tem como objetivo preservar a reputação desta Instituição e de seus servidores e colaboradores, que por meio dos questionamentos do diário, estão sendo vítimas de ilações, inclusive de caráter pessoal.

Dado o teor desses questionamentos, o Instituto sente-se na obrigação de publicar perguntas e respostas, na íntegra e antecipadamente, para se resguardar.

E coloca-se à disposição para dirimir quaisquer dúvidas posteriores.

Assessoria de Imprensa e Comunicação

O GLOBO: Sobre o aumento de gastos com viagens/diárias/passagens na atual gestão: Segundo levantamento feito no Portal da Transparência do governo federal, os gastos com diárias subiram 339,7%, entre 2007 e 2009, chegando no ano passado a R$ 588,3 mil. Este ano já foram gastos mais R$ 419 mil com diárias, 71% do total de 2009. Os gastos com passagens subiram 272,6% entre 2007 e 2009, chegando no ano passado a R$ 1,2 milhão. Qual a justificativa para aumentos tão expressivos?

IPEA: A justificativa é o incremento das atividades do Ipea e de seus focos de análise, instituídos pelo planejamento estratégico iniciado em 2008, que estabeleceu sete eixos voltados para a construção de uma agenda de desenvolvimento para o país. Para atender a esses objetivos foram incorporados 117 novos servidores, mediante concurso público realizado em 2008. O Plano de Trabalho para o exercício de 2009 contemplou 444 metas – publicadas no Diário Oficial da União. O cumprimento dessas metas condicionou a participação dos servidores da casa em seminários , congressos, oficinas e treinamentos, bem como em reuniões de trabalho. Além disso, o Ipea passou a realizar inúmeras atividades, como cursos de formação em regiões anteriormente pouco assistidas do ponto vista técnico-científico.

O GLOBO: Além disso, o Ipea tem gastos expressivos com a contratação da Líder Taxi Aéreo: entre 2007 e 2010, foi pago R$ 1,9 milhão à empresa pelo Ipea. Como são usados exatamente os serviços da Líder? Só em viagens no Brasil ou também no exterior?

IPEA: O Ipea nunca utilizou os serviços de táxi aéreo de qualquer empresa, sejam em voos nacionais ou internacionais. Os deslocamentos dos servidores – inclusive presidente e diretores – são efetuados em vôos de carreira. As despesas constantes no Portal Transparência se referem à locação de salas de um imóvel do qual a empresa é proprietária e onde localiza-se a unidade do Ipea no Rio de Janeiro, desde 1980. Tal despesa é estabelecida por meio do Contrato 06/2009, firmado nos termos da Lei 8.666/93.

O GLOBO: O Ipea inaugurou este ano escritórios em Caracas e Luanda. Qual a função desses escritórios?

IPEA: São representações para apoiar a articulação de projetos de cooperação entre o Ipea e países em desenvolvimento. No caso de Caracas, os grandes temas envolvidos são macroeconomia e financiamento de investimento, acompanhamento e monitoramento de políticas públicas.

No caso de Luanda, os objetivos da missão são auxiliar na avaliação dos investimentos em infraestrutura, no processo de acompanhamento e monitoramento de políticas públicas, com destaque para as políticas sociais.

O objetivo dessas missões é de prestar apoio técnico a instituições e/ou organismos governamentais de outros países. Esses projetos fazem parte de um processo amplo do Ipea de fomentar a cooperação internacional. Foram firmados acordos de cooperação técnica com diferentes instituições e países, como Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual), OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), Federal Reserve Bank of Atlanta (Estados Unidos) e outras instituições na Suécia, Argentina, Burundi, Angola, Venezuela, Cuba etc.

O GLOBO: Quantos funcionários tem cada um? Qual é o gasto com essas bases no exterior?

IPEA: Cada país terá apenas um representante, que deverá promover a articulação/coordenação dos diferentes projetos. Os gastos se resumem aos salários correntes dos representantes, enquanto servidores do Ipea.

O GLOBO: Existem planos para montar outras?

IPEA: Há negociações ainda em fases iniciais.

O GLOBO: Onde ficam localizadas (endereços)? Temos a informação de que o escritório de Caracas funciona nas dependências da PDVSA. Procede?

IPEA: Sim. Nos acordos de cooperação estabelecidos, os países receptores devem fornecer escritório e moradia aos representantes do Ipea. No caso de Caracas, o governo venezuelano indicou a instalação da missão em edifício da estatal – que está cedendo apenas o espaço físico. No caso de Luanda, o governo angolano sinalizou a instalação da missão em edifício de um ministério. Não nos cabe questionar que ferramentas institucionais cada país utiliza para o cumprimento desse apoio à instalação das representações.

O GLOBO: Qual a relação direta entre os escritórios e a missão do Ipea?

IPEA: A realização de missão no exterior se fundamenta na competência do Ipea que lhe foi atribuída pelo presidente da República (art. 3º, anexo I do Decreto n.º 7.142, de 29 de março de 2010) de “promover e realizar pesquisas destinadas ao conhecimento dos processos econômicos, sociais e de gestão pública brasileira”. Além disso, a cooperação entre países conforma estratégia para a inserção internacional e passa a figurar dentre os princípios que regem as relações internacionais brasileiras, nos termos do artigo 4º da Constituição Federal, que estabelece que o Brasil recorrerá à “cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”.

O GLOBO: Qual a justificativa para tantas viagens da diretoria a Caracas e Cuba, por exemplo? O DO registra pelo menos 15 viagens entre 2009 e 2010.

IPEA: As viagens estão relacionadas à consolidação de acordos de cooperação que o Ipea realiza visando ao avanço socioeconômico dos países em desenvolvimento. As viagens não ocorrem apenas para estes países, mas também para instituições dos países desenvolvidos (OCDE, Federal Reserve de Atlanta) e das Nações Unidas (UNCTAD, CEPAL), como os Estados Unidos e França, que, até o momento, nunca foram objeto de questionamentos ou justificativas.

O GLOBO: Os gastos com bolsistas também cresceram substancialmente nos últimos anos. Entre 2005 e 2009, o aumento desses gastos chega a 600%. Essa modalidade de contratação consumiu, entre 2008 e 2010, R$ 14,2 milhões do Orçamento do Ipea. Qual a justificativa para um aumento tão grande no número de bolsistas, só estudantes mais de 300?

IPEA: O Ipea aprimorou e ampliou seu programa de bolsas, incrementando seu relacionamento técnico com diversas instituições de estudos e pesquisas. Destaca-se o ProRedes, que organizou 11 redes de pesquisa entre 35 instituições em todo Brasil. Da mesma forma, por meio desse programa, foi lançado, em 2008, o Cátedras Ipea, com o objetivo de incentivar o debate sobre o pensamento econômico-social brasileiro.

A partir deste ano, este programa conta com a parceria e recursos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os bolsistas são selecionados por meio de chamadas públicas e desde o início do programa há participação de aprovados de todas as regiões do País. O crescimento no número de bolsas concedidas expressa a ampliação dos temas estudados no Instituto. Desde sua instituição, o Ipea atua na formação de quadros para as atividades de planejamento de políticas públicas.

O GLOBO: Entre os pesquisadores bolsistas aparece o nome de (*)1, que mantém um relacionamento com o diretor (*)1. Ela recebeu R$ 100 mil entre 2009 e 2010, por meio dessas bolsas de pesquisa, ao mesmo tempo em que ocupa um cargo de secretária na prefeitura de Foz de Iguaçu. Como o Ipea justifica a contratação?

IPEA: O nome referido não consta em nossa lista de bolsistas. A referida pesquisadora não foi contratada pelo Instituto nesta gestão. O desembolso citado – R$ 95 mil – trata-se de apoio a evento técnico-científico: 13º Congresso Internacional da “Basic Income Earth Network” (BIEN - Rede Mundial de Renda Básica). A liberação dos recursos foi efetuada em conta institucional-pesquisador, sujeita à prestação de contas dos recursos utilizados.

A seleção do referido evento, conforme chamada pública, foi realizada por comitê de avaliação, composto por pesquisadores, que considera as propostas de acordo com critérios pré-estabelecidos. Os diretores do Ipea não têm qualquer influência sobre as recomendações deste comitê.

O lançamento e resultados da seleção são divulgados no Diário Oficial da União e estão disponíveis no sítio do Instituto. Destaca-se ainda que tal sistemática é a mesma adotada em instituições como CNPq, Capes, FAPESP e todas as agências de fomento.

As chamadas são abertas à participação de pesquisadores vinculados a instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos, de reconhecido interesse público, que desenvolvam atividades de planejamento, pesquisa socioeconômica e ambiental e/ou que gerenciem estatísticas.

Vale ressaltar que o referido evento contou ainda com patrocínio de instituições como Fundação Ford, FAPESP, Corecon SP e RJ, Petrobras, Caixa, BNDES, Fundação Friedrich Ebert, e a Capes.

O GLOBO: Os gastos com comunicação social também tiveram aumento substancial. No Orçamento de 2010 estão previstos R$ 2,3 milhões para esse fim (rubrica 131). No ano passado não apareciam despesas nessa rubrica. No momento, o Ipea tem contratos com empresas de comunicação e marketing que somam R$ 4,5 milhões. Qual a justificativa para gastos tão elevados?

IPEA: Os contratos com ‘empresas de comunicação e marketing’ se referem a trabalhos de editoração digital e gráfica (revisão, diagramação e impressão) do trabalho produzido na casa (livros, boletins, revistas etc.) e de seu respectivo material de apoio (cartazes, fôlderes, banners, hot sites etc.). O Ipea não faz uso de inserções publicitárias de qualquer tipo. O orçamento previsto, portanto, contempla o crescimento substancial da produção intelectual do Instituto – de 102 títulos, em 2007, para 219, em 2009, num total de 14,6 mil páginas (dados c onstantes no Relatório de Atividades Executivo 2009 e disponíveis no sítio do Ipea na internet) –, além do cumprimento de um dos termos de sua missão: disseminar conhecimento. Razão para ‘justificativas’ haveria se, mesmo com a entrada de 117 novos servidores em 2009, o Instituto não vivenciasse crescimento de sua produção.

O GLOBO: Tenho um levantamento que mostra que atualmente existem 33 pessoas lotadas na Ascom do Ipea. Solicito indicar quantos jornalistas/assessores de imprensa e quais as outras funções.

IPEA: A Assessoria de Imprensa e Comunicação do Instituto possui oito jornalistas/assessores de imprensa. Os demais são pessoal de apoio para as atividades que estão sob jurisdição da Ascom: Editorial, Livraria, Eventos e Multimídia, em Brasília e no Rio de Janeiro.

O GLOBO: Sobre as obras da nova sede do Ipea, apuramos que já foram gastos mais de R$ 1 milhão no projeto e existe no orçamento de 2010 uma dotação de R$ 15 milhões para a obra, mas o Ipea ainda não tem a posse legal do terreno onde será construída a nova sede. Qual a justificativa para os gastos sem garantia do terreno? Gostaria também de esclarecimentos sobre a forma de contratação do escritório de arquitetura que elaborou o projeto.

IPEA: Os gastos do projeto de planejamento e construção de uma nova sede para o Ipea, em Brasília, foram realizados conforme planejamento autorizado em lei no Plano Plurianual 2008-2011. Todas as contratações obedecem rigorosamente aos preceitos da Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, bem como aos princípios constitucionais previstos no caput do art. 37 da Carta Magna: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Quanto ao terreno, órgãos do governo do Distrito Federal asseguram-no como de destinação exclusiva à construção da sede do Ipea.

O GLOBO: O enquadramento de onze técnicos de Planejamento e Pesquisa, com mais de uma década de serviços prestados ao Ipea, no Quadro Suplementar do Plano de Carreira, o que praticamente congela a situação funcional dessas técnicos, com prejuízos financeiros e na carreira. Considerando que a base jurídica está sendo questionada internamente e já é objeto de ações na Justiça, solicito a justificativa do Ipea para a decisão. Como são técnicos remanescentes da administração anterior, questiono se não se caracteriza, no caso, algum tipo de perseguição política ou tentativa de esvaziamento do grupo de pesquisadores não alinhado com a nova linha do Ipea.

IPEA: Não há ‘perseguição’ de qualquer natureza, em absoluto. A atual administração age com base no estrito cumprimento da Lei 11.890/2008, que criou o Plano de Carreira e Cargos para a Instituição, com a inserção do cargo de Planejamento e Pesquisa na Carreira de Planejamento e Pesquisa, representando um marco na história da Instituição.

A referida lei determinou o enquadramento dos servidores na carreira, processo que foi realizado individualmente, resgatando-se o histórico funcional de cada um dos servidores. Isso permitiu o enquadramento de 277 (95,5%) dos 290 TPPs ativos. No que diz respeito aos servidores inativos, todos os 282 foram posicionados na Tabela de Subsídio. No total foram enquadrados 97,7% do total.

Os servidores que atenderam aos pré-requisitos estabelecidos na lei – e referenciados no Parecer da Procuradoria Federal do Ipea – para inserção na Carreira de Planejamento e Pesquisa ou posicionamento na tabela de subsídio foram imediatamente enquadrados ou posicionados na tabela remuneratória pertinente.

A atual direção, buscando esgotar as possibilidades de análise de viabilidade quanto ao enquadramento dos servidores que não cumpriram os referidos requisitos constantes na lei, encaminhou os seus processos para análise da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que corroborou, com posicionamento de sua Consultoria Jurídica, pelo enquadramento em Quadro Suplementar dos referidos servidores.

(1) Os nomes foram omitidos pelo Ipea para preservar as pessoas citadas.

Rádios comunitárias fecham Band/Campinas





Altamiro Borges, no seu blog, reproduz matéria publicada pelo blog "Pimentus ardidus":

Nesta quinta feira (dia 19), a TV Bandeirantes de Campinas foi alvo de protesto pelo movimento das rádios comunitárias e de quem as apóia. Não é de hoje que sabemos que o grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão se posta acima da lei e traz pra si o papel de julgar o movimento de rádios comunitárias como criminoso. Além de descumprir a legislação trabalhista, desrespeitando o trabalhador, a mesma deixa de cumprir a legislação que rege o próprio setor de radiodifusão.

Nesta quinta feira, no período da tarde, diversos movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores e entidades ligadas a democratização do meios de comunicação deram um basta às mentiras que o grupo Bandeirantes propagandeia através de suas emissoras, criminalizando um movimento legítimo que é o das rádios comunitárias.

O principal argumento utilizado pela direção da emissora é de que diversas emissoras de rádios comunitárias não tem outorga do Ministério das Comunicações para funcionar. E olha que coisa, por ironia do destino; a TV Bandeirantes de Campinas está com sua outorga vencida. E nem por isso a Polícia Militar e Civil, presentes no ato, a pedido da emissora, fizeram alguma coisa para prender os diretores ou fechar a própria emissora que estava funcionando ilegalmente.

Os portões da frente da emissora ficaram fechados e ninguém podia entrar ou sair por ali. O trânsito teve que sofrer um desvio, mas como o movimento era pacífico e a pedido da polícia militar, foi liberado a pista para que o tráfego pudesse fluir. Mas a questão principal continuou de pé: a polícia iria ou não efetuar a prisão dos diretores da emissora ou fechar a emissora e lacrar seus transmissores?

É óbvio que não aconteceu nada nesse sentido. Após um prazo de duas horas, cumpridas ali na frente da emissora, a Polícia Civil não apareceu com a resposta, obrigando uma comissão presente dos representantes dos movimentos sociais ir até a DIG de Campinas e fazer a denúncia contra as emissoras do Grupo Bandeirantes que estavam com a outorga vencida. Segundo a alegação do delegado, a denúncia deveria ser feita no 5º DP, mas era ele quem mandava fazer diligências para fechar emissoras comunitárias. Era ele quem aparecia na mídia falando a respeito das diligências efetuadas contra as emissoras de rádio comunitária e seus radiodifusores.

No 5º DP ficou constatado aquilo que já acreditavam, não era lá. Estabelecido então um documento, de que a TV Bandeirantes não apresentou documento nenhum, a luta continuará também em outras esferas. A postura do delegado da DIG de Campinas é que não ficou clara. Era a equipe dele, da DIG de Campinas, a mando dele quem cometia as infrações da lei. Quem é então que cometia essa irreguaridade? Os radio-difusores comunitários ou a DIG de Campinas fazendo papel da Polícia Federal? Estranho. Muito estranho essa situação. Para fechar rádio comunitáriasem outorga pode, mas para emissoras como a TV Bandeirantes de Campinas não?

O movimento também foi orientado a fazer uma denúncia na Corregedoria da Polícia, por prevaricação e abuso de autoridade frente ao movimento das rádios comunitárias. E a irem também na Secretaria dos Direitos Humanos de Brasília, para que a mesma tome providências, já que a Polícia Civil e Militar estão cometendo um crime ao prender os radiodifusores comunitários, sem um mandato da Justiça e por prender e danificar equipamentos, que estão a serviço do movimento das rádios comunitárias.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Leon Trotsky: presente!

Artigo de Eduardo Mancuso homenageia León Trotsky no 70º aniversário de sua morte. Trotsky pagou com a vida pela coragem de defender suas posições socialistas marxistas, sem medo do isolamento e levando adiante combate que organizou toda a sua vida. Suas virtudes heroicas contribuíram para a vitória da primeira revolução socialista da história, que ele tentou defender com todas as armas que tinha.

Eduardo Mancuso

Lev Davidovitch Bronstein nasce na Ucrânia, em 1879, filho de um proprietário de terras judeu. Aos 18 anos, juntamente com sua esposa Alexandra e um pequeno grupo de militantes, funda a União dos Trabalhadores do Sul da Rússia. Preso pela polícia czarista foi condenado a quatro anos de deportação na Sibéria. Em 1902, após adotar o pseudônimo que o identificará por toda a vida (tirado do sobrenome de um de seus carcereiros), Trotsky foge da prisão e vai encontrar-se com Lenin em Londres, onde era editado o jornal "Iskra" (Centelha), órgão do Partido Operário Social-Democrata Russo.
No famoso II Congresso do Partido em 1903, ocorre a divisão entre os bolcheviques (maioria) de Lenin e os mencheviques (minoria), que defendiam a liderança da burguesia liberal na revolução democrático-burguesa contra a monarquia czarista. Trotsky divergia radicalmente da estratégia reformista menchevique, mas vota contra os bolcheviques na questão da organização partidária e faz duras críticas às concepções leninistas, que considera centralizadoras e autoritárias. Às portas da revolução de 1917, quando adere ao bolchevismo, Trotsky faz autocrítica das posições que havia adotado durante e após o histórico congresso sobre concepção partidária e de sua insistência em buscar a conciliação entre mencheviques e bolcheviques.
A revolução russa de 1905 teve a destacada participação de Trotsky, que assume a presidência do primeiro soviete (conselho) da história em São Petersburgo (Petrogrado). Após a derrota do movimento, ele escreve seu relato. Primeira revolução do século XX, iniciada a partir da crise do regime czarista provocada pelas greves dos trabalhadores e pela derrota militar frente ao Japão, teve como marco o “domingo sangrento” em que milhares de manifestantes foram fuzilados pelas tropas diante do palácio do czar. A revolução de 1905 marca o surgimento dos sovietes e da greve geral de massas como criações políticas revolucionárias da luta de classes, exercendo forte impacto nas concepções teóricas de Trotsky, Lenin e Rosa Luxemburgo.
Assim, em 1906, Trotsky publica um pequeno livro que se mostra profético, Balanço e Perspectivas, onde antecipa a estratégia vitoriosa da Revolução Russa de 1917. Nessa obra ele resgata o conceito de revolução permanente de Marx, sustentando o caráter socialista e internacional da revolução na Rússia, sob a direção política da classe operária em aliança com o campesinato – ao contrário dos bolcheviques, que defendiam o caráter democrático burguês da revolução, mesmo sob um governo dos trabalhadores. Uma década depois, Lenin se aproxima das posições estratégicas de Trotsky, e este se aproxima das concepções de partido de Lenin.
Em 1914 explode a I Guerra Mundial com a capitulação da social-democracia frente à guerra imperialista e seus 10 milhões de mortos, marcando a traição histórica da Segunda Internacional ao socialismo. Em 1915, a esquerda internacionalista contrária à guerra se encontra na Conferência de Zimmerwald, na Suíça, e as posições de Lenin e Trotsky se reaproximam. Com a fome e a mortandade provocada pela guerra, explode a revolução de fevereiro de 1917 na Rússia, que derruba o czarismo e implanta o governo provisório. Trotsky embarca de volta à Rússia e chega a Petrogrado (antiga São Petersburgo) um mês depois de Lenin ter desembarcado na famosa Estação Finlândia e haver reorientado os rumos do partido bolchevique na oposição ao governo provisório (formado por burgueses liberais e monarquistas constitucionalistas inicialmente, mas depois conta com a participação de socialistas-revolucionários e mencheviques), que mantinha a Rússia na guerra, barrava a reforma agrária e reprimia os trabalhadores e camponeses. “Todo o poder aos sovietes” é a palavra de ordem que Lenin lança às massas radicalizadas contra a guerra e a fome, abrindo caminho para a revolução de outubro. Em julho, Trotsky ingressa no partido e no comitê central bolchevique, juntamente com a organização Interdistrital que contava com três mil militantes. Em setembro, é eleito novamente presidente do Soviete de Petrogrado, e em outubro, coordenador do Comitê Militar Revolucionário, órgão responsável pela organização da tomada do poder. Em novembro (outubro pelo antigo calendário russo), a primeira revolução socialista da história tem lugar, sob a direção dos bolcheviques e com o lema “paz, pão e terra”.
Porém, há a guerra com a Alemanha, o bloqueio e a intervenção militar das potências ocidentais contra a Rússia. Trotsky torna-se Comissário do Povo para as Relações Exteriores, chefia as negociações com o alto comando alemão e desenvolve, nesse período, uma intensa agitação dirigida ao proletariado europeu, denunciando as chantagens imperialistas. Porém, no início de 1918, a jovem república soviética é finalmente obrigada a assinar a Paz de Brest-Litovsk, imposta pela superioridade militar alemã. No plano interno, o caos com a guerra civil e os exércitos brancos da contra-revolução atacando em três frentes, além da oposição interna de mencheviques e de socialistas-revolucionários, e a terrível crise econômica com o colapso da produção agrícola, industrial e dos transportes. A revolução está em perigo.

Trotsky torna-se Comissário do Povo para Assuntos Militares e organiza o Exército Vermelho. Depois de passar dois anos atravessando a Rússia num trem blindado comandando o Exército Vermelho durante a guerra civil, Trotsky conquista a vitória sobre os exércitos brancos em 1920. Mas em março de 1921, o X Congresso do Partido Bolchevique defronta-se com a revolta dos marinheiros do Kronstadt e com as revoltas camponesas, ambas sob influência anarquista e esmagadas pelo poder soviético. Nesse contexto, o Congresso bolchevique suspende, em caráter extraordinário, o direito de tendências no partido, e Lenin lança a Nova Política Econômica (NEP, na sigla em russo), que substitui a fase do comunismo de guerra. Após as derrotas das revoluções na Alemanha, na Finlândia e na Hungria, o isolamento da Rússia soviética era total.
Em 1919 Lenin convoca o congresso de fundação da Internacional Comunista e Trotsky redige seu Manifesto (ele escreveria também o Manifesto do II Congresso e as Teses do III Congresso). Em 1923, Lenin e Trotsky compõem uma aliança contra Stalin (que detinha a secretaria-geral do partido), a fim de combater a nascente burocratização da revolução.
Trotsky organiza a Oposição de Esquerda, mas em janeiro de 1924, Lenin morre. Stalin lança uma campanha de filiação partidária de massas, ironicamente chamada de “recrutamento Lenin” e apresenta sua teoria antimarxista do “socialismo em um só país”.
Entre 1925 e 1927, Trotsky foi afastado das suas funções no governo e na direção do partido, até sua expulsão da União Soviética, em 1929. Nesse período, Trotsky escreve algumas de suas obras mais importantes: Literatura e Revolução, em defesa de uma arte e cultura socialista; A Internacional Comunista depois de Lenin, em que faz um balanço devastador da política internacional do stalinismo; A Revolução Desfigurada, em que responde às calúnias e falsificações históricas sobre o seu papel na revolução e defende a luta política da oposição contra a burocracia stalinista; Minha Vida, sua autobiografia; e A Revolução Permanente, em que retoma e desenvolve suas teses formuladas 25 anos antes.
Trotsky vive exilado na Turquia até 1933, onde escreve os três volumes da sua magistral História da Revolução Russa e os Escritos sobre a Alemanha (editado no Brasil por Mário Pedrosa, sob o título Revolução e contra-revolução na Alemanha), duas obras-primas do marxismo. Depois de passar pela França e pela Noruega, sofrendo pressões diplomáticas e ameaças constantes à sua vida, Trotsky finalmente encontra abrigo no México, graças ao presidente nacionalista Lázaro Cárdenas.
No exílio mexicano, hospedado com a sua segunda esposa Natália Sedova, inicialmente na casa de seu amigo, o grande muralista Diego Rivera e da artista plástica Frida Khalo, a atividade de Trotsky continua sendo o combate incansável contra a burocracia stalinista. Ele denuncia a traição histórica do partido comunista e da social-democracia ao movimento operário alemão por se recusarem a cerrar fileiras em uma frente única e permitirem a chegada do nazismo ao poder, sem luta; denuncia a traição da revolução espanhola pelo stalinismo e os abjetos Processos de Moscou (nos quais Stalin elimina fisicamente toda a “velha guarda” bolchevique). Em 1936, Trotsky escreve A Revolução Traída, em que caracteriza a União Soviética como um “Estado operário burocraticamente degenerado” e defende a derrubada da ditadura burocrática pelos trabalhadores, através de uma “revolução política” que retomasse a democracia socialista e o poder dos sovietes. “Um rio de sangue separa o stalinismo do bolchevismo”. Tempos terríveis e contra-revolucionários: stalinismo, fascismo e a Grande Depressão capitalista. “Era meia-noite no século”, afirmou o companheiro de oposição e biógrafo de Trotsky, Victor Serge. A II Guerra Mundial já apontava no horizonte.
Trotsky passa seus últimos anos de vida no México organizando a Quarta Internacional – fundada em Paris, em 1938, sem a sua presença – para a qual escreve o "Programa de Transição", com o objetivo de formar uma nova geração de marxistas revolucionários (ele não denominava seu movimento “trotskista”) que dessem continuidade a herança “bolchevique-leninista” de Outubro e da Oposição de Esquerda. Após sobreviver ao atentado organizado por artistas mexicanos do Partido Comunista armados de metralhadoras, finalmente o braço assassino de Stalin alcança Trotsky. Em 20 de agosto de 1940 o agente stalinista Ramón Mercader, após conseguir infiltrar-se na casa-fortaleza de Coyoacan, ataca-o pelas costas em seu escritório, furando o seu cérebro com uma picareta. Na mesa de trabalho de Leon Trotsky, os seus últimos escritos sobre a polícia secreta e os métodos criminosos de Stalin restaram manchados de sangue.
* Eduardo Mancuso é assessor de cooperação internacional da Prefeitura de Canoas/RS, integra o comitê internacional do Fórum Social Mundial e é membro da equipe editorial do Jornal Democracia Socialista/Em Tempo.

Os “nanicos” da política e do povo

  Waldemar Rossi  no Correio da Cidadania 
 
As eleições deste ano, especialmente a presidencial, vão ganhando corpo e, sem mais nem menos, entrando nos lares através da invasiva e desrespeitosa televisão. Muda a rotina dos lares como se fosse a dona absoluta de todos e todas nós. Somos forçados a suportar horas e horas de desfilantes, candidatos/as aos cargos eletivos (deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República), cada um trazendo a sua "mensagem de felicidade" para o povo. Todos e todas têm a receita para a felicidade do povo em geral e, portanto, o povo não será feliz se não quiser.
 
Mas o que mais chama a atenção é o fato de a imensa maioria não se indignar com essa quebra da privacidade dos lares, essa indevida invasão. Não falo aqui dos programados debates, com dia e hora marcados. Falo da propaganda gratuita que nos força a engolir sapos (barbudos ou não) a cada momento – através das pequenas entradas – e durante intermináveis minutos do "direito" a que os partidos dispõem por força de lei. Aliás, lei criada pelos parlamentares que dela se beneficiam.
 
E, assim, o sistema dominante vai nos impondo suas escolhas feitas anos antes, porém, colocadas como se fossem a vontade soberana dos cidadãos e cidadãs que pagam pesados impostos durante os 365 dias (mais seis horas) do ano. E vamos engolindo essa escolha como se fosse realmente a nossa. Como já nos prevenia Pe. Alfredo Gonçalves, em um dos seus belos artigos: "vamos escolher quem vai nos trair futuramente" (referindo-se ao controle que o poder econômico exerce sobre as estruturas políticas do país e sobre a maioria dos políticos).
 
Há, ainda, uma agravante que não vem sendo analisada pelos eleitores e que a mídia tenta esconder. A tal lei da propaganda eleitoral gratuita, que foi feita e é mantida pelos políticos de plantão, cria verdadeiro monstrengo em termos de justiça e democracia. Essa lei privilegia os grandes partidos que vêm sendo mantidos no poder com vultuosas verbas fornecidas pelas grandes empresas nacionais e multinacionais.
 
Assim, cada partido tem "direito" a encher a paciência dos telespectadores conforme o número de parlamentares que tiver conseguido eleger. Com isto, impede que novos partidos possam de fato se apresentar ao eleitorado. É o que a burguesia – e seus meios de comunicação - sacanamente chama de partidos "nanicos", uma expressão depreciativa, que leva o povo a ignorá-los, e por isso a não terem a mínima chance de se apresentarem ao eleitorado como alternativa de poder. E assim vão sendo mantidos perpetuamente nanicos pelo poder explorador. Porém, com um discurso bem concatenado, fazendo-nos engolir que este sistema é realmente democrático.
 
Da mesma forma como o fazem com mais de 70 milhões de brasileiros e brasileiras, que vêm sendo excluídos da vida econômica, social e cultural do país. São milhões de seres humanos, com direitos iguais segundo a lei, mas que vêm sendo colocados e mantidos à margem de um padrão de vida segundo as exigências legais e da própria dignidade humana. Partidos e povo vão se tornando cada vez mais "nanicos", cada vez mais marginalizados, segundo a lógica desse sistema burguês de dominação e exploração total.
 
Alguém poderá discordar do que vai acima escrito apelando para um exemplo de ruptura com tal lógica: o nascimento, crescimento e afirmação nacional do PT (Partido dos Trabalhadores). Isto é fato. Mas há que analisar que este PT que está no poder nasceu do momento histórico possivelmente de maior crescimento do movimento social que o país viveu, tendo como base a ascensão das lutas operárias. O PT foi fruto de um amplo movimento social ativo e consciente do seu protagonismo.
 
Mas o PT de hoje não é mais o PT da época de sua fundação. Sua direção e corrente majoritária foram cooptadas pelo poder neoliberal. Passou a ser um dos grandes, mas a custa da renúncia à missão para a qual foi criado e atuando contrariamente aos seus discursos históricos. Sua política é a mesma dos tradicionais "currais eleitorais" criados e mantidos pelos famigerados "coronéis" do nosso interior.
 
As chances de que os partidos e o povo "nanicos" deixem de sê-lo dependem exclusivamente do desenvolvimento da consciência crítica, da politização, organização da ação coletiva de todos e todas nós. E isto só irá acontecer na medida em que sobretudo as gerações jovens se apropriarem do conhecimento e assumirem o seu protagonismo.
 
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

Relato de um psicólogo norte-americano que esteve em Cuba recentemente.



Certo dia de 1962, quando eu tinha uns dez anos, estava brincando no quintal de um amigo da vizinhança em Tulsa, Oklahoma. Meu amigo teve uma rusga com sua mãe e me deixou surpreso quando gritou para ela: "Vou te mandar para Cuba!". Como regra, tinha-se a crença de que Cuba era o pior lugar do mundo e gritar uma coisa dessas para a mãe, poderia ser interpretado como uma das piores coisas imagináveis de se dizer.

Quarenta e oito anos depois eu fui a Cuba para ver por mim mesmo. Eu fiz parte de uma delegação de profissionais de saúde que visitou a Ilha, de 08 a 18 Janeiro de 2010, para estudar o serviço de saúde cubano. A delegação foi organizada pela agência de viagens Marazul, uma das poucas licenciadas pelo EUA, para facilitar as viagens de cidadãos norte-americanos a Cuba.

Depois de quase 50 anos, ainda são proibidas de viagens cidadãos dos EUA para a ilha. Cuba é o único país no mundo que os cidadãos norte-americanos não podem viajar livremente.

E Cuba, como muito bem me expressou uma mulher cubana, "não é o céu, mas tampouco é o inferno".

A nossa delegação, composta pelas organizações Witnesses for Peace (Testemunha para a Paz) e o Grupo de Trabalho para a América Latina, na qualidade de consultores, visitou muitos centros de saúde em Havana, e alguns centros de saúde rurais em Puerto Esperanza. Muitas de nossas reuniões tiveram lugar no Centro Martin Luther King Jr., em Havana. Ao lado deste Centro encontra-se a Igreja Batista Ebenezer.

Participamos dos cultos da igreja, que foram muito gratificantes. As pessoas são amigáveis. O sermão centrou-se na libertação da opressão. As pessoas presentes estavam muito emocionadas e nos abraçamos e unimos nossas mãos, durante o serviço. Expressava-se um verdadeiro sentido de solidariedade com os seres humanos que lutam por uma vida melhor.

Muito tem sido escrito sobre o governo cubano restringir os serviços religiosos, mas não vi nada parecido. Visitamos várias igrejas católicas, a Igreja Batista e uma igreja pentecostal. Em Cuba, a atenção à saúde é considerada um direito da mesma forma que consideram a educação como um direito. Os cuidados de saúde e educação são fornecidos a todos os cidadãos, sem nenhum custo. Eu estava impressionado com o amor e o cuidado de saúde onde estávamos. Eu não vi longas filas nos ambulatórios, apesar do fato de que a assistência médica é pró-ativa e vão para os bairros para ajudar os pacientes carentes. Acredite ou não, há médicos de família com visitas regulares às casas em cada bairro. Eles enfatizam a prevenção como tratamento.

Visitamos também a famosa Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), perto de Havana, onde os alunos recebem formação para se tornarem médicos, sem custo para os estudantes e suas famílias. Há alunos dos EUA e nos reunimos com eles. Os cubanos exigem para sejam aceitos com alunos, na ELAM, que ao retornar às suas comunidades, após a graduação, sirvam as populações carentes, ou seja, os pobres e as minorias. Anteriormente, no edifício da ELAM funcionava uma academia naval, que por decisão do governo tornou-se uma escola de Medicina.

Os cubanos enviaram cerca de 135.000 profissionais de saúde a mais de 100 países do mundo. Países como Venezuela e Haiti, e muitos países da América do Sul e África são os destinatários dos médicos formados em Cuba. Cuba mantém um programa de intercâmbio com a Venezuela, em troca de petróleo venezuelano, o que tem sido benéfico para ambos os países.

Os cubanos também tendem a dar grande ênfase à cultura e história. O Palácio Presidencial que foi ocupado pelo ditador Fulgêncio Batista, foi transformado em um museu. Uma das mansões do Batista é agora um estúdio de dança. Os edifícios que cercam a casa de Batista, que antes eram quartéis, agora são escolas.

A criminalidade é praticamente inexistente e é seguro andar pelas ruas de Havana, em todos os momentos do dia. As pessoas são muito simpáticas e prestativas e pareciam genuinamente interessadas em falar com os norte-americanos. Eu conheci um idoso afro-cubano que tinha vivido nos EUA durante 26 anos e decidiu voltar para Cuba para se aposentar. Nós nos encontramos com duas mulheres norte-americanas que decidiu se mudar para Cuba, onde vivem com seus maridos cubanos.

Atualmente existe uma legislação no Congresso americano destinada a levantar a proibição de viagens a Cuba. A versão da Câmara é a HR 874 e a versão do Senado é a S 428. Este é o momento para as pessoas contactar os seus deputados para expressar a sua opinião sobre esta questão.

Parece irônico que nos Estados Unidos, uma nação que se orgulha de ser "livre", os seus cidadãos não pode viajar para este belo país, há apenas 90 milhas de nossas costas.
....
James Thompson, Ph.D. é psicólogo, em Houston.
contato: pthompson1959@comcast.net

Fonte: CUBA DEBATE
Tradução: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários.