quinta-feira, 26 de junho de 2008

Cuco Valoy - Que gobiernen las mujeres!

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Cuco Valoy - Que gobiernen las mujeres! @ 320

01. EL JUICIO
02. LA VIDA PARRANDERA
03. EL FALDON
04. PECADORA
05. LAS MUJERES LATINAS
06. LA BOYOLLA
07. QUE GOBIERNEN LAS MUJERES
08. EL VACILON
09. PRESUMIDA
10. POTPURRI DE SALSA
11. LA MISERIA
12. MENTIRA
13. JULIANA

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Governo de Ieda rejeita Software Livre nas escolas


Paula Cassandra


Porto Alegre (RS) – O Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a Brasil Telecom firmaram convênio para a instalação de laboratórios de informática em cinco escolas da rede pública estadual, em Porto Alegre. A Brasil Telecom também está capacitando os educadores e alunos/monitores para usar a tecnologia. Para o próximo ano, está prevista a instalação de outras dez unidades nas instituições de ensino da cidade.

Nos laboratórios serão instaladas as ferramentas da Microsoft, apesar que o uso do Software Livre poderia diminuir expressivamente o custo da tecnologia aos cofres públicos. O presidente da Associação do Software Livre, Sady Jacques, afirma que as empresas que fazem os softwares proprietários pressionam os governos para utilizar a Microsoft.

“As instituições privadas que desenvolvem o software de forma proprietária, elas fazem há muitos anos um assédio permanente aos governos, que são grandes compradores de software para que os seus produtos sejam utilizados nas estruturas públicas, é o caso das secretarias de educação, por exemplo”, diz.

A responsável pela Central de Apoio Tecnológico à Educação, Zélia de Souza, afirma que o governo não cogitou o uso do Software Livre, porque é a Brasil Telecom quem ofereceu o convênio e já vem trabalhando com a Microsoft em outros estados.

“Esse é um projeto que eles estão oferecendo, então nesses laboratórios, no momento, eles estão oferecendo as capacitações, tudo no ambiente deles, da Microsoft. Então, vamos ter que trabalhar com a Microsoft nessas escolas. Não quer dizer que isso não possa colocar o software livre lá também”, diz.

Além do preço baixo, que pode chegar, até mesmo, ao custo zero, porque o Software Livre não tem ônus de licença, Jacques afirma que outra vantagem é a maior eficiência em atender as necessidades do usuário.

“É o fato delas disponibilizarem acesso ao seu código e, portanto, terem a possibilidade de uso e de desenvolvimento dessas ferramentas, atendendo necessidades que um determinado governo, secretaria ou órgão tenha. É mais difícil conseguir isso com softwares proprietários. Até é possível fazer, mas normalmente essas implementações têm um custo importante que é cobrado do cliente quando é demandado”, diz.

MÍDIA & PODER - CARTA MAIOR

Por que o governo Lula perdeu a batalha da comunicação

E como a Globo definiu a narrativa dominante e única da crise do mensalão. A central de Brasília, dizem jornalistas que trabalharam no sistema Globo, formou uma espécie de “gabinete de crise" com líderes da oposição do qual faziam parte ACM Neto e Paes de Andrade. Fechar a Radiobrás foi o ato síntese de todos os grandes erros na política da comunicação do governo Lula. A análise é de Bernardo Kucinski.

A mídia na era Lula deixou de funcionar como mediadora da política, passando a atuar diretamente como um partido político de oposição. Apesar de disputarem agressivamente o mercado entre si, há mais unidade programática hoje entre os veículos da mídia oligárquica do que no interior de qualquer partido político brasileiro, até mesmo partidos ideológicos como o PT e o PSOL. Todos os grandes veículos, sem exceção, apóiam as privatizações, a contenção dos gastos públicos, a redução de impostos; a obtenção de um maior superávit primário, a adesão do Brasil à ALCA; todos são críticos à criação de um fundo soberano, ao controle na entrada de capitais, ao Bolsa Família, à política de cotas nas universidades para negros, índios e alunos oriundos da escola pública, à entrada de Venezuela no Mercosul e ao próprio Mercosul. Todos criticam o governo sistematicamente, em todas as frentes da administração, faça o governo o que fizer ou deixar de fazer.

Na campanha da grande imprensa que levou Vargas ao suicídio, o governo ainda contava como apoio da poderosa cadeia nacional de jornais Última Hora. Hoje, não há exceção entre os grandes jornais. Outra diferença desta vez é a adesão ampla de jornalistas à postura de oposição, e sua disseminação por todos os gêneros jornalísticos tornando-se uma sub-cultura profissional. Emulada por editores, prestigiada por jornalistas bem sucedidos e comandada pelos intelectuais orgânicos das redações, os colunistas, essa sub-cultura é dotada de um modo narrativo e jargão próprios.

Em contraste com o jornalismo clássico, que trabalha com assertivas verazes para esclarecer fatos concretos, sua narrativa não tem o objetivo de esclarecer e sim o de convencer o leitor de determinada acusação, usando como fio condutores seqüências de ilações. É ao mesmo tempo grosseira na omissão inescrupulosa de fatos que poderiam criar outras narrativas, e sofisticada na forma maliciosa como manipula falas, datas e números. O enunciador dessa narrativa conhece os bastidores do poder e não precisar provar suas assertivas. VEJA acusou o PT de receber dinheiro de Cuba, admitindo na própria narrativa não ter provas de que isso tenha acontecido. Em outra ocasião, justificou a acusação alegando não haver nenhuma prova de que aquilo não havia acontecido.

Trata-se de uma sub- cultura agressiva. Chegam a atacar colegas jornalistas que a ela se recusaram a aderir, criando nas redações um ambiente adverso a nuances de interpretação ou divergências de análise. O meta-sentido construído por essa narrativa é o de que o governo Lula é o mais corrupto da história do Brasil, é incompetente, trapalhão, só tem alto índice de aprovação porque o povo é ignorante ou se deixa levar pelo bolso, não pela cabeça.

Levantam como principal bandeira o repúdio à corrupção. Mas como quase todo o moralismo em política, trata-se de mais uma modalidade de falso moralismo: é o “moralismo dirigido” que denuncia os “ mensaleiros do PT” e deixa pra lá o valerioduto dos tucanos, onde tudo de fato começou, e mais recentemente o escândalo do Detran de Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul onde tudo continua. É “moralismo instrumental”, que visa menos o restabelecimento da ética e mais a destruição do PT e do petismo.

O que poucos sabem é que essa sub-cultura se tornou dominante graças a uma mãozinha da Globo. Quando foi revelada em fevereiro de 2004 a propina recebida dois anos antes por Waldomiro Diniz, sub-chefe da assessoria parlamentar da Casa Civil do governo Lula, a Globo vislumbrou a oportunidade de uma ofensiva de caráter estratégico: cortar o barato do petismo e de sua ameaça de governar o Brasil por 40 anos. Com esse objetivo, mudou o modus operandi do seu jornalismo político. Logo depois das denúncias de Roberto Jefferson, criou uma central de operações, em Brasília, unificando as coberturas de política da TV, CBN e jornal O Globo sob o comando de Ali Kamel, que para isso se deslocou para Brasília.

Em quase todas as campanhas eleitorais os grandes jornais criam uma instância adicional de decisão sob o comando de alguem de confiança da casa, que passa a centralizar toda a cobertura política. A central coordenada por Ali Kamel em Brasília reflete essa passagem de um jornalismo normal para um jornalismo de campanha, apesar de não estar em curso uma campanha eleitoral.

A central de Brasília, dizem jornalistas que trabalharam no sistema Globo, formou uma espécie de “gabinete de crise" com líderes da oposição do qual faziam parte ACM Neto e Paes de Andrade, pautando-os e por eles se pautando. Vários jornalistas faziam parte da operação, cada um encarregado de uma “fonte” da oposição. Tinham a ordem de repercutir junto àquela fonte, todos os dias, falas e acusações, matérias do dia anterior, entrevistando sempre os mesmos protagonistas: Heloísa Helena, ACM Neto, Gabeira, Onix Lorenzoni. No dia seguinte, os jornais davam essas falas em manchete, como se fosse fatos. Assim surgiu todo um processo de construção de um relato da crise destinado a se tornar a narrativa dominante e única.

A VEJA lançara sua própria operação de objetivos estratégicos muito antes. Entre 2003 e 2006, VEJA produziu 50 capas contra Lula , sendo 18 delas consecutivas.

Quando surgiu a fita de Waldomiro Diniz, a revista revelou esse objetivo em ato falho: “Os ares em torno do Palácio tinham na semana passada sabor de fim de governo.”

Na Globo, a operação encontrou resistências internas de jornalistas que ainda lambiam as feridas provocadas pelo falseamento do debate Collor- Lula, e da cobertura da campanha das Diretas Já. Deu-se então a marginalização de Franklin Martins da cobertura política. Esse afastamento teve grande importância porque institui no corpo de jornalistas a sensação de insegurança e o medo, necessários para a imposição da nova ordem. Sua saída foi um baque”, avaliou Luiz Nassif em entrevista a Forum.

Com o vazamento de informações sobre o clima interno de intolerância, em especial uma reportagem de Raimundo Pereira em Carta Capital, e matérias críticas em blogs e no site Carta Maior, a cúpula jornalística da empresa mandou circular um manifesto cobrando lealdade à casa. Três jornalistas que se recusam a assinar foram expurgados.

Da Globo o expurgo respingou a outros veículos da grande imprensa. O último capítulo desse processo foi a não renovação do mandato do Ombudsman da Folha, Mário Magalhães por criticar na internet a forma como a Folha reportou o vazamento dos gastos do governo FHC com cartões corporativos. Apontou falta de transparência por não indicarem as fontes da acusação de que Dilma Roussef foi a mandante, e a falha de não ouvir os causados. No caminho também perdeu seu espaço Paulo Henrique Amorim. Mino Carta, em solidariedade, desligou-se do IG.

Na campanha contra Getúlio a sobre-determinante era a guerra-fria, que desqualificava o nacionalismo e as demandas sindicais como meros instrumentos do comunismo. Hoje a sobre-determinante é o neoliberalismo que desqualifica opções de política econômica em nome de uma verdade única à qual é atribuído o monopólio da eficácia. A unanimidade anti-Lula da grande mídia só tem paralelo na unanimidade pró-neoliberal dessa mesma mídia.

Mas temos um paradoxo. O governo Lula tem mantido religiosamente seu acordo estratégico com o capital financeiro, que é o setor dominante hoje no capitalismo mundial e brasileiro. E apesar do vasto leque de políticas públicas de apoio aos pobres, não brigou com nenhum dos outros grupos de interesses do grande capital. Por que então tanta hostilidade da mídia? É como se a grande mídia agisse por conta própria, pouco ligando para a dupla capital financeiro-capital agrário e na qual se apóia.

É uma mídia governista, ou ”áulica”, na adjetivação de Nelson Werneck Sodré, quando o governo faz o jogo da dependência, como foram os governos de Dutra, Café Filho, Jânio Quadros e Fernando Henrique. E anti-governista, quando os governos são portadores de projetos de autonomia nacional, como foram os governos de Getúlio, Juscelino, que rompeu com o FMI, Jango e agora o de Lula.

Uma mídia que já nasceu neoliberal, muito antes do neoliberalismo se impor como ideologia dominante e organizativa das políticas públicas. Nunca aceitaram o Estado que chamam pejorativamente de “populista”. Em artigo recente na Folha, Bresser Pereira associou diretamente o discurso da mídia contra o populismo e sua inclinação pelo golpe à nossa extrema pobreza e polarização de renda. “Como a apropriação do excedente econômico não se realiza principalmente por meio do mercado mas do Estado, a probabilidade de que facções das elites recorram ao golpe de Estado quando se sentem ameaçadas é sempre grande.” Diz ainda que nossas elites “estão quase sempre associadas às potências externas e às suas elites.” Daí, diz ele ”O que vemos na imprensa, além de ameaças de golpe é o julgamento negativo dos seus governantes...”

A incompatibilidade entre governos populares portadores de projetos nacionais e a mídia oligárquica é de tal ordem que muitos desses governantes tiveram que jogar o mesmo jogo do autoritarismo, para dela se proteger. Getulio criou a Hora do Brasil como programa informativo de rádio para defender a revolução tenentista contra a oligarquia ainda em 1934, quando o regime era democrático, fundado na Constituição de 34. No Estado Novo foi ao extremo de instituir a censura previa através criando o Departamento de Imprensa e Propaganda. (DIP). No em seu retorno democrático, estimulou Samuel Wainer a criar sua cadeia Última Hora.

Estas reflexões, se tem algum fundamento, mostram como foi equivocada a política de comunicação do governo Lula, a começar por não atribuir à comunicação e às relações com a mídia o mesmo peso estratégico que atribuiu às suas relações com a banca internacional. Nem sequer havia um comando único para a comunicação, que sofreu um processo de feudalização. Só na presidência, três feudos disputavam espaço: a Secom, o Gabinete do Porta-Voz e Assessoria de Imprensa. Fora dela, dois ministérios definiam políticas públicas na esfera da comunicação: Ministério das Comunicações e Ministério da Cultura.

Propostas longamente discutidas ainda no âmbito dos grupos de jornalistas do PT, e pelos funcionários da Radiobrás, não foram sequer discutidas. Nesse vazio, o único grande aparelho de comunicação social do governo, o sistema Radiobrás acabou embarcando numa política editorial chamada de “comunicação cidadã”, que tinha como preocupação fundamental e explícita de dissociar-se do governo do dia. O que é pior: despojava a Radiobrás de sua atribuição formal de sistema estatal de comunicação. Isso num momento histórico que exigia, ao contrário, reforçar o sistema estatal de comunicação.

Pouco experiente em jornalismo político, a equipe não conseguiu resolver de forma criativa a contradição entre fazer um jornalismo veraz de qualidade e politicamente relevante, e ser ao mesmo tempo um serviço estatal de comunicação. Com definições opacas, que nada acrescentavam ao que se entende por jornalismo, acabaram desenvolvendo um jornalismo de tipo alternativo, parecido ao que fazem as ongs e movimentos sociais.

A importante mudança do papel da Radiobras nunca foi discutida no Conselho da Radiobrás. O corpo da Radiobrás chegou a se entusiasmar com a idéia sempre simpática a jornalistas, mas simplória, de deixar de ser “chapa-branca”, mas acabou não havendo muita harmonia entre a nova direção e as bases. Uma apregoada “gestão participativa”, ficou mais no papel do que na prática.

Em minucioso relatório sobre as conquistas da Radiobrás perto do final do primeiro mandato, o presidente do Conselho enumerou os muitos avanços técnicos, mas apontou que a Radiobrás havia criado uma outra missão e outro papel para si, sem discutir essas mudanças previamente com o próprio governo. Também apontou ser falso o debate que contrapõe comunicação de caráter oficial com o direito do cidadão à boa informação.

Mais equivocada ainda foi a proposta de acabar com a obrigatoriedade da Voz do Brasil, formulada pela direção da Radiobrás logo no primeiro ano do mandato de Lula, a partir dos conceitos neoliberais de que o Estado não faz parte da esfera pública e a liberdade de imprensa do baronato da mídia é a própria liberdade de imprensa. A Radiobrás chegou a co-patrocinar no anexo II da Câmara dos Deputados, junto com os Mesquitas um seminário para apoiar a flexibilização da Voz do Brasil.

Essa mesma visão ingênua levou a Radiobrás a adotar como sua e como se fosse a única possível, a narrativa da grande imprensa na grande crise do mensalão, que como vimos foi em grande parte articulada entre o sistema Globo e a oposição. Embora só hoje se saibam alguns detalhes dessa operação, as forçadas de barra no noticiário e nas manchetes eram discerníveis a qualquer jornalista experiente.

Naquele momento, a Radiobrás era o único sistema de comunicação social capaz de criar uma narrativa realmente independente da crise, que sem ser chapa branca também não fosse submissa à articulação comandada pela Globo. Mas quando veio a crise, seu projeto editorial entrou em parafuso. Mais do que isso: a crise traumatizou a direção da empresa que viu ruir a bandeira ética do PT, sob a qual muitos deles cresceram, formaram-se e criaram sua identidade pública. Só um estado catatônico poderia explicar o fato da Radiobrás dar ao vivo e na íntegra o depoimento de Roberto Jefferson de junho de 2005 como se quisesse se colocar à frente do sistema Globo. No momento crucial da crise cortou um discurso de Lula em Luziania, o que nem a Globo fez.

Foi a fase em que manchetes da Agência Brasil rivalizavam com as da grande imprensa na espetacularização da crise e na disseminação de noticias infundadas. Entre essas manchetes está a acusação nunca comprovada do dia de renuncia de Zé Dirceu (16/06/05) : “Ex-agente do SNI diz que Casa Civil está envolvida nas provas dos correios”. E a noticia falsa de que “Miro Teixeira confirmou as acusações de Jeffersson”, dada no mesmo dia 21/06;05 em que até a grande imprensa admitia que Miro Teixeira não havia confirmado essas acusações. Mesmo sem atentar para a dimensão política desse tipo de noticiário, sua fragilidade era incompatível com o padrão que se espera de uma comunicação de Estado.

Outras manchetes meramente reproduziam falas de líderes da oposição: ”Nada poderá restringir nosso trabalho na CPI”, diz líder do PFL (17/056/05) ou “PFL e PSDB alegam que PT violou legislação (22/06/05). A Radiobrás, sem perceber, havia entrado no esquema orquestrado por Ali Kamel. Naquele momento nascia o processo de colonização da comunicação de governo e do Estado pelo ideário liberal-conservador , que acabou levando ao fechamento intempestivo da própria Radiobrás.

Fechar a Radiobrás foi o ato síntese de todos os grandes erros na política da comunicação do governo Lula. Ademais, ao fechar a Radiobrás o governo violou a Constituição que manda coexistirem os três sistemas; púbico, privado e estatal. E não é à toa que a Constituinte cidadã assim decidiu. Como sabemos, diversas vezes a grande mídia latino-americana apoiou golpes de Estado, algo inimaginável nas democracias dos países centrais. Ter um sistema estatal de comunicação minimamente funcional , com credibilidade e legitimidade junto à população é uma espécie de apólice de seguro contra golpes de Estado.

O governo lidou com a comunicação como se a nossa democracia fosse igualzinha a democracia americana. Mas o que vale para os Estados Unidos da América, pode não valer para o Brasil. O Estado americano não tem uma Radiobrás ou uma Voz do Brasil, porque nunca sofreu um golpe midiático, mas tem a Voice of America, para defender seus interesses imperiais. O Estado brasileiro não contempla interesses imperiais, mas precisa se defender do golpismo e das pressões externas sobre a Amazônia. Por isso precisa de uma Radiobrás e de uma Voz do Brasil.


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ameaça à segurança nacional?



“A dissolução do MST significaria colocá-lo na clandestinidade e declará-lo um movimento ilegal, mesmo que ele não tenha uma legalidade jurídica”, afirma o professor Aldo Fornazieri, doutor em Ciência Política e Diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), em entrevista à CartaCapital. A declaração do cientista político diz respeito ao relatório aprovado pelo Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul, no final de 2007, pedindo a “dissolução” do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra.

O relatório é resultado da investigação das ações do MST realizada pelos promotores Luciano de Faria Brasil e Fábio Roque Sbardelotto. No documento, o MST é considerado ameaça à sociedade e à própria segurança nacional. Chamado de “movimento político-militar”, o golpe de 1964 teria “pacificado o campo”, de acordo com o relatório.

O documento despertou a atenção depois que serviu de base para a apresentação de uma ação civil pública, por promotores do Ministério Público do RS, pedindo a desocupação de dois acampamentos do MST, próximos à Fazenda Coqueiros, na região norte do estado, na terça-feira (17/06). A ação resultou no despejo de centenas de famílias de trabalhadores sem-terra pela Brigada Militar do RS. Em nota, o MST classificou a decisão do Ministério Público do Rio Grande do Sul como uma “afronta” e “grave violação” dos direitos constitucionais.

“Nem na ditadura militar, proibiu-se que um movimento social negociasse com o poder público em torno de reivindicações. Nunca vi isso”, declarou Fornazieri diante da idéia do Ministério Público do RS de proibir qualquer órgão do Estado a negociar com o movimento. Segue abaixo a entrevista que o professor concedeu à CartaCapital.

CartaCapital: O Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul aprovou relatório que pede a “dissolução” do MST. Como o senhor caracteriza essa ação?
Aldo Fornazieri: Isso é uma deliberação equivocada, pois o MST não existe juridicamente. É um movimento social legítimo como qualquer outro e se articula em torno de uma questão histórica pendente na sociedade brasileira que é a questão da reforma agrária. Ao inibir sua existência, o Conselho Superior comete um atentado à Constituição, na medida em que essa garante a liberdade de organização e expressão, desde que não haja agressão ao Estado Democrático de Direito. O histórico de criminalização dos movimentos sociais no Brasil vinha sendo superado nas últimas décadas do século XX e no início do XXI.

CC: O que indica essa deliberação?
AF: Indica a retomada desse processo. A dissolução do MST significaria, mesmo que ele não tenha uma legalidade jurídica, colocá-lo na clandestinidade e declará-lo um movimento ilegal. Significa adotar uma atitude de exclusão que só leva ao radicalismo. Isso é perigoso para a democracia brasileira. Ela deve comportar uma pluralidade de movimentos sociais, os quais, pela sua própria natureza, não precisam ser legalizados. Uma democracia sólida não deve temer os movimentos sociais. A essência da discussão é garantir a legalidade democrática contra eventuais violações por parte do MST e, ao mesmo tempo, garantir as liberdades constitucionais no sentido de conceber que os movimentos sociais são legítimos e não podem ser clandestinizados.

CC: O relatório diz que o MST não constitui um movimento social, mas um movimento político.
AF: É um movimento social, mas, sem dúvida nenhuma, tem um grau de ideologização muito grande. Todo movimento social tem contornos políticos, o que não anula o fato da luta em torno de uma questão social específica que, no caso, é o problema da terra no Brasil, a questão da reforma agrária.

CC: O senhor se lembra de algum tipo de medida parecida com essa desde o fim da ditadura?
AF: Francamente, eu não me lembro de uma iniciativa deste nível para dissolver um movimento social ou o próprio MST.

CC: Esse relatório já serviu de base para oito ações judiciais contra sem-terra, entre elas a proibição de marchas. Isso é legítimo?
AF: Isso é um atentado evidente à Constituição brasileira. Marchas e manifestações são legítimas. Não se pode inibir a liberdade de organização, manifestação e pressão desde que não haja um atentado contra o Estado. Reivindicar terras e reforma agrária é um ato político permitido.

CC: A autorização do despejo e o deslocamento dos acampamentos também estão entre essas ações.
AF: Se o acampamento está situado numa propriedade privada ou numa área pública é legal. Não dá para confundir a ação legal da Justiça com essa deliberação equivocada. O fato de um juiz determinar a desocupação de um acampamento estabelecido numa propriedade privada produtiva é absolutamente legal. Porém, de um fato ilegal do movimento não se pode derivar a tentativa da sua criminalização. Esse é o equívoco desse processo todo.

CC: De acordo com matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, do dia 24, a idéia do Ministério Público é proibir qualquer órgão do Estado de negociar contratos e convênios, com o movimento.
AF: O Ministério Público não tem esse poder. É legítimo que os movimentos sociais negociem com o poder público. Na democracia brasileira ou de qualquer país, é legítimo que os movimentos e o poder público sentem para negociar acordos, contratos ou convênios. Se isso ocorrer nos parâmetros legais, não há problema. O atendimento de determinadas reivindicações dos movimentos existia até na época da ditadura militar. Nunca vi isso.

CC: No documento, o MST é considerado um movimento anti-capitalista e esquerdista. Isso seria perseguição ideológica?
AF: No livro “Capitalismo e Liberdade” de Milton Friedman, um dos maiores liberais da história política mundial, ele diz que para a democracia e o liberalismo serem efetivamente democráticos e liberais, devem permitir a existência de movimentos que preguem o fim do capitalismo. Pode-se considerar essa postulação ideológica equivocada, mas se for dada nos parâmetros da existência das leis, não há problema, embora do meu ponto de vista possa ser equivocado.

CC: No relatório, o golpe de 1964 é chamado de “movimento poíltico-militar”. O que o senhor acha disso?
AF: É direito se fazer essa designação, porém, do ponto de vista da historiografia política do País, há um consenso em classificar o que aconteceu em 1964 de golpe militar. Eles cometem o mesmo equívoco que atribuem ao MST, ou seja, o de assumir uma posição ideológica. O golpe foi uma clara violação da Constituição vigente em 1964. O Conselho resvala para um perigoso posicionamento ideológico, seja porque está referendando o que aconteceu em 64, seja porque agora fere a Constituição, visando combater o MST.

CC: De acordo com o relatório, as análises feitas pelo “sistema de inteligência”, do Ministério Público do RS, permitem supor que o MST esteja em “plena fase executiva de um arrojado plano estratégico” com o suporte de verbas públicas do governo federal, recursos de fontes internacionais e até das Farc. O senhor concorda que exista esse “plano arrojado”?
AF: Até agora nenhum órgão de inteligência do País evidenciou a tentativa de controle dos territórios. Se de fato estivesse fazendo isso ou se articulando com as Farc, a lei deveria ser acionada para coibir eventuais atos de violência política ou ideológica, mantendo sempre os parâmetros da lei existente. De qualquer forma, os órgãos de inteligência têm que ficar atento a isso.

CC: Como o governo gaúcho tem tratado o MST?
AF: Ao que tudo indica, há uma forte ação na tentativa de contenção do movimento no RS, pela polícia militar. A coisa descamba para o confronto. Há um nível de confrontação bastante significativo, seja entre o MST e determinados ruralistas ou entre o MST e a própria polícia militar.


(Crédito da foto da capa: Luciney Martins)

terça-feira, 24 de junho de 2008

Os novos Espelhos de Galeano

Escritor uruguaio lança seu livro mais recente: "Espejos. Una historia casi universal". Em tom de crônica poética, obra passeia por temas como arte, desigualdade, feminismo, mídia, impérios e resistências. "Le Monde Diplomatique" publica uma seleção de trechos, cedidos e escolhidos pelo próprio autor

Eduardo Galeano

Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos nos lembram.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, eles se vão?

Este livro foi escrito para que não partam.
Nestas páginas unem-se o passado e o presente.
Renascem os mortos, os anônimos têm nome:
os homens que ergueram os palácios e os templos de seus amos;
as mulheres, ignoradas por aqueles que ignoram o que temem;
o sul e o oriente do mundo, desprezados por aqueles que
desprezam o que ignoram;
os muitos mundos que o mundo contém e esconde;
os pensadores e os que sentem;
os curiosos, condenados por perguntar, e os rebeldes e
os perdedores e os lindos loucos que foram e são o
sal da terra

Fundação da poluição

Os pigmeus, que têm corpo pequeno e memória grande, recordam os tempos de antes do tempo, quando a terra estava acima do céu.

Da terra caía sobre o céu uma chuva incessante de pó e de lixo, que sujava a casa dos deuses e lhes envenenava a comida.

Os deuses estavam, havia uma eternidade, suportando essa descarga sebosa, quando sua paciência acabou.

Enviaram um raio, que partiu a terra em dois. E através da terra aberta lançaram para alto o sol, a lua e as estrelas, e por esse caminho subiram eles também. E lá em cima, distante de nós, a salvo de nós, os deuses fundaram seu novo reino.

Desde então, estamos embaixo.

Fundação da beleza

Estão ali, pintadas nas paredes e nos tetos das cavernas.

Estas figuras, bisões, alces, ursos, cavalos, águias, mulheres, homens, não têm idade. Nasceram há milhares e milhares de anos, mas nascem de novo a cada vez que alguém as olha.

Como eles conseguiram, nossos remotos avós, pintar de maneira tão delicada? Como eles conseguiram, esses brutos que de mão limpa lutavam contra as feras, criar figuras tão cheias de graça?Como eles conseguiram desenhar essas linhas voadoras que escapam da rocha e se vão para o ar? Como eles conseguiram …?

Ou seriam elas?

Fundação da arte de te desenhar

Em algum leito do golfo de Corinto, uma mulher contempla, à luz do fogo, o perfil de seu amante adormecido.

Na parede, reflete-se a sombra.

O amante, que jaz ao seu lado, partirá. Ao amanhecer partirá para a guerra, partirá para a morte. E também a sombra, sua companheira de viagem, partirá com ele e com ele morrerá.

Ainda é noite. A mulher recolhe um tição entre as brasas e desenha, na parede, o contorno da sombra.

Esses traços não partirão.

Não a abraçarão e ela sabe disso. Mas não partirão.

Fundação literária do cão

Argos foi o nome de um gigante de cem olhos e de uma cidade grega há quatro mil anos.

Também se chamava Argos o único que reconheceu Odisseu, quando chegou, disfarçado, a Ítaca.

Homero nos contou que Odisseu regressou, ao final de muita guerra e muito mar, e se aproximou de sua casa fazendo-se passar por um mendigo enfermiço e andrajoso.

Ninguém se deu conta de que ele era ele.

Ninguém, salvo um amigo que não sabia mais latir, nem podia caminhar, nem sequer se mover. Argos jazia, às portas de um galpão, abandonado, crivado pelos carrapatos, esperando a morte.

Quando viu, ou talvez farejou, que aquele mendigo se aproximava, levantou a cabeça e abanou o rabo.

Fundação do machismo

De uma dor de cabeça pode nascer uma deusa. Atena brotou da dolorida cabeça de seu pai, Zeus, que se abriu para lhe dar à luz. Ela foi parida sem mãe.

Tempos depois, seu voto foi decisivo no tribunal dos deuses, quando o Olimpo teve que pronunciar uma sentença difícil.

Para vingar seu pai, Electra e seu irmão Orestes haviam decepado, de uma machadada, o pescoço de sua mãe.

As Fúrias acusavam. Exigiam que os assassinos fossem apedrejados até a morte, porque a vida de uma rainha é sagrada e quem mata a mãe não tem perdão.

Apolo assumiu a defesa. Sustentou que os acusados eram filhos de mãe indigna e que a maternidade não tinha a menor importância. Uma mãe, afirmou Apolo, não é mais que o sulco inerte onde o homem planta sua semente.

Dos treze deuses do júri, seis votaram pela condenação e seis pela absolvição.

Atena decidia o desempate. Ela votou contra a mãe que não teve e deu vida eterna ao poder masculino em Atenas.

Fundação dos contos de fadas

No início do século dezoito, Daniel Defoe, o criador de Robinson Crusoe, escreveu alguns ensaios sobre temas de economia e comércio. Em um de seus trabalhos mais difundidos, Defoe exaltou a função do protecionismo estatal no desenvolvimento da indústria têxtil britânica: se não fosse pelos reis que tanto ajudaram o florescimento fabril com suas barreiras aduaneiras e seus impostos, a Inglaterra continuaria sendo uma fornecedora de lã crua para a indústria estrangeira. A partir do crescimento industrial da Inglaterra, Defoe podia imaginar o mundo do futuro como uma imensa colônia submetida a seus produtos.

Depois, à medida que o sonho de Defoe ia se tornando realidade, a potência imperial foi proibindo, por asfixia ou a tiros de canhão, que outros países seguissem seu caminho.

Quando chegou ao topo, chutou a escada – disse o economista alemão Friedrich List.

Então, a Inglaterra inventou a liberdade de comércio: em nossos dias, os países ricos continuam contando esse conto aos países pobres, nas noites de insônia.

Fundação da linguagem

Em 1870, ao final de uma guerra de cinco anos, o Paraguai foi aniquilado em nome da liberdade de comércio.

Nas ruínas do Paraguai, sobreviveu o primeiro: entre tanta morte, sobreviveu o nascimento.

Sobreviveu a língua original, a língua guarani, e com ela a certeza de que a palavra é sagrada.

A mais antiga das tradições conta que nesta terra cantou a cigarra carmim e cantou o gafanhoto verde e cantou a perdiz e então cantou o cedro: da alma do cedro ressoou o canto que na língua guarani chamou os primeiros paraguaios.

Eles não existiam.

Nasceram da palavra que os nomeou.

Fundação de Hollywood

Cavalgam os mascarados, túnicas brancas, brancas cruzes, tochas ao alto: os negros, famintos de brancas donzelas, tremem diante destes cavaleiros vingadores da virtude das damas e da honra dos cavalheiros.

Em pleno auge dos linchamentos, o filme de D. W. Griffith, O nascimento de uma nação, eleva seu hino de louvor à Ku Klux Klan.

Esta é a primeira superprodução de Hollywood e o maior êxito de bilheteria de todos os anos do cinema mudo. É, também, o primeiro filme que estréia na Casa Branca. O presidente, Woodrow Wilson, o aplaude de pé. O aplaude, se aplaude: este defensor da liberdade é o autor dos principais textos que acompanham as épicas imagens.

As palavras do presidente explicam que a emancipação dos escravos foi uma verdadeira derrocada da Civilização no Sul, o Sul branco sob os calcanhares do Sul negro.

A partir de então, reina o caos, porque os negros são homens que ignoram os usos da autoridade, exceto suas insolências.

Mas o presidente acende a luz da esperança: Por fim foi dada à luz uma grande Ku Klux Klan.

E até Jesus em pessoa desce do céu, no final do filme, para dar sua bênção.

Fundação do Faroeste

Os cenários dos filmes do Oeste, onde cada revólver disparava mais balas que uma metralhadora, eram aldeias miseráveis, onde o único som eram os bocejos e os bocejos duravam muito mais que as badernas.

Os cowboys, esses taciturnos cavalheiros, cavaleiros empertigados que atravessavam o universo resgatando donzelas, eram peões mortos de fome, sem nenhuma companhia feminina além das vacas que fustigavam, através do deserto, arriscando a vida em troca de um salário de fome. E não se pareciam nem um pouquinho com Gary Cooper, nem com John Wayne, nem com Alan Ladd, porque eram negros ou mexicanos ou brancos desdentados que nunca haviam passado pelas mãos de uma maquiadora.

E os índios, condenados a trabalhar como extras no papel de maus, perversos, nada tinham a ver com esses débeis mentais, emplumados, mal pintados, que não sabiam falar e uivavam em volta da diligência crivada de flechadas.

A saga do Faroeste foi a invenção de um punhado de empresários vindos da Europa Oriental. Estes imigrantes tinham bom olho para o negócio, Laemmle, Fox, Warner, Mayer, Zukor, que nos estúdios de Hollywood fabricaram o mito universal de maior sucesso do século vinte.

Documento revela que Conselho Superior do Ministério Público quer dissolução do MST


A violência do Estado, por meio das ações da Brigada Militar, contra os movimentos sociais foi tema da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, realizada nesta terça-feira, na Assembléia Legislativa gaúcha. No encontro, foi exibido um vídeo com treze atos de violência contra os movimentos sociais. O deputado Dionilso Marcon (PT) denunciou a violência utilizada pelo comando da BM no dia 11 de junho, no Parque da Harmonia e em mais 12 eventos recentes. Naquela ocasião, o comandante da BM declarou publicamente que os manifestantes eram baderneiros e impediu que prosseguissem até o Palácio Piratini, onde estava programada uma grande manifestação contra a corrupção no governo Yeda Crusius.

Na audiência, também foi divulgada a ata do Conselho Superior do Ministério Público que deliberou a formulação de uma política de intervenção do MP pelo fim do MST, de suas escolas, pela investigação do Incra, da Conab e da Via Campesina. O documento de três páginas sugere o impedimento de marchas, de deslocamentos dos agricultores, assim como a desativação de acampamentos. Também sugere o cancelamento do alistamento eleitoral dos agricultores sem terra nas regiões em conflito e a formulação de uma política oficial do MP com a finalidade de “proteção da legalidade no campo”.
Na avaliação dos movimentos sociais, o documento do MP e as ações da BM comprovam que a Constituição Federal está sendo violada. O documento aponta vários níveis gradativos de repressão: O primeiro, segundo a denúncia dos movimentos, seria a identificação, grampeamento telefônico e de mails de manifestantes, lideranças e de parlamentares; o segundo, com a prática de violência com o uso de gás e balas de borracha, tropas de choque, prisão de manifestantes; num terceiro e último estágio seria a proibição de existência legal de associações e a mudança na legislação penal. Clique AQUI para ler a íntegra do documento do MP.

A perigo, EUA já vislumbram aliança petrolífera com o Brasil


O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, disse nesta segunda-feira (23) que está surgindo uma nova área de cooperação entre os dois maiores países das Américas: petróleo. Após a descoberta de importantes reservas do combustível em águas profundas do litoral brasileiro, os norte-americanos já enxergam o país como fornecedor e estudam possibilidades de parcerias entre empresas nessa área.


''Se a Petrobras quiser embarcar o petróleo para os Estados Unidos, tenho certeza que os EUA estarão muito dispostos a receber esse combustível'', disse Sobel. Depois de ressaltar que a decisão cabe ao Brasil e a Petrobras, ele acrescentou que ''os EUA esperam que o Brasil se torne um importante fornecedor de combustível fóssil no futuro''.


Segundo o embaixador, será ''natural'' que o Brasil exporte petróleo para os Estados Unidos na medida em que disponha de excedentes por conta da proximidade entre os dois países. Ele enfatizou que a Petrobras já possui refinarias nos EUA. A estatal brasileira adquiriu recentemente uma planta em Pasadena, Texas. Para garantir a segurança energética e reduzir a dependência de regiões politicamente conturbadas, os EUA buscam diversificar as fontes de petróleo.


Embora o Brasil ainda não seja um fornecedor relevante, as vendas de petróleo do país para os EUA aumentaram dez vezes em valor, saltando de US$ 330 milhões em 2004 para US$ 3,1 bilhões em 2007, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No ano passado, o petróleo ultrapassou aviões e ocupou o posto de principal item da pauta de exportação.


Sobel – que participou nesta segunda-feira do Fórum Brasil-Estados Unidos realizado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) e pelo Centro de Política Hemisférica da Universidade de Miami – também enxerga oportunidades de parcerias com petrolíferas norte-americanas como Exxon e Chevron, ou empresas fornecedoras de serviços como a Halliburton.


O embaixador ressaltou que funcionários do governo norte-americano devem em breve vir ao Brasil para discutir o assunto. Na próxima semana, chega ao país o secretário de Segurança Interna, Michael Chertoff. ''Neste estágio, estamos procurando maneiras de ajudar se formos solicitados'', afirmou Sobel.


Fonte: Valor Econômico



segunda-feira, 23 de junho de 2008

Persona - Ingmar Bergman


Persona
(Persona)
Persona.Ingmar.Bergman.DVDRip.XviD.MakingOff.Org

Inédito em vídeo e DVD no Brasil, Persona é simplesmente um dos maiores filmes da história do cinema, e uma das obras centrais do mestre Ingmar Bergman, apresentada aqui em versão integral restaurada e remasterizada.
Uma atriz teatral de sucesso sofre uma crise emocional e emudece. Para se recuperar, parte para uma casa de campo, sob os cuidados de uma enfermeira, que a admira e tenta compreender a razão de seu silêncio. Isoladas, as duas mulheres desenvolvem uma relação de forte intensidade emocional.
A impressionante seqüência inicial, as atuações viscerais de Bibi Andersson e Liv Ullman, a brilhante direção de Bergman fazem de Persona uma experiência cinematográfica fascinante e inesquecível.


Gênero: Drama
Diretor: Ingmar Bergman
Duração: 83 minutos
Ano de Lançamento: 1966
País de Origem: Suécia
Idioma do Áudio: Sueco
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0060827/

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 1058 Kbps
Áudio Codec: MP3
Áudio Bitrate: 121
Resolução: 544 x 400
Formato de Tela: Tela Cheia (4x3)
Frame Rate: 23.976 FPS
Tamanho: 700 Mb
Legendas: No torrent


- Indicado ao Bafta de Melhor Atriz (Bibi Andersson)

- Vencedor dos Prêmios Guldbagge de Melhor Atriz (Bibi Andersson) e Melhor Filme

- Vencedor dos Prêmios da Sociedade Nacional dos Críticos de Filmes (NFSC), EUA, de Melhor Atriz (Bibi Andersson), Melhor Diretor (Ingmar Bergman) e Melhor Filme


Esta edição deixa de lado, o titulo brasileiro original que sempre foi considerado ridículo, "Quando Duas Mulheres Pecam". É um dos grandes filmes do mestre Ingmar Bergman, notável em vários aspectos, inclusive por ter sido o primeiro trabalho com sua então nova mulher, a atriz norueguesa Liv Ullman, que seria sua parceira em algumas outras obras primas e com quem trabalha até hoje.
Começa de forma inesquecível (e original na época) mostrando o processo de projeção de um filme com um velho cartão queimando, o fotograma, o desenho animado, o filme antigo e mudo, a morte da ovelha (meio Buñuel), a mão pregada na cruz como Cristo. Deixando claro que é cinema. A seguir, as primeiras imagens são cadáveres. Mas um menino magro (o mesmo ator de "O Silencio") acorda e coloca o óculos para ler um livro, depois vê a câmera, que se torna o rosto de uma mulher (provavelmente seria o filho dela no útero, esperando para nascer). Entram os letreiros todos vanguardistas, predominando o branco, repetindo imagens que já vimos.
A historia começa com uma porta se abrindo e entrando a enfermeira Alma (Bibi Andersson). Bergman disse que concebeu o filme depois de perceber que a semelhança entre as atrizes Bibi (que também havia sido sua namorada) e Liv. É bem descrito pelo trailer original americano que diz que "Persona" "é o reconhecimento da nossa terrível solidão, nossa singularidade, nossa inabilidade de se comunicar com os outros. É uma confissão de nossos medos, do homem,do fracasso, da morte. É o drama do desespero, o silencio, o terror indescritível da vida em todos os aspectos. É um drama da sensibilidade da pele, de rostos e palavras não entendidas. Persona é uma ilusão estiçalhada,uma vitória sobre o silencio".
Popularizou o termo Persona que é o nome da máscara teatral greco-romana e, por extensão, também as mascaras que usamos na vida profissional ou pessoal. Um dueto para as duas atrizes emolduradas pela fotografia genial de Sven Nykvist. Rodado na própria casa e ilha do diretor, em Faro. Bibi fala o tempo todo e Liv diz apenas uma única palavra, "nada".

por Rubens Ewald Filho

Coopere, deixe semeando ao menos duas vezes o tamanho do arquivo que baixar.


Arquivo(s) anexado(s)
Arquivo anexado Persona.Ingmar.Bergman.DVDRip.XviD.MakingOff.Org.torrent(filme)
Arquivo anexado persona._1966_.pob.1cd._3093086_.zip(legendas)

Piratas do mundo inteiro, uni-vos!


Cid Andrade


Hakim Bey é o pseudônimo de Peter Lamborn Wilson, americano, escritor, poeta e anarquista radical. Dos anos 70 pra cá lançou uma série de ensaios e livros avassaladores, tendo se tornado ícone da contracultura, admirado por jovens esquerdistas e libertários em todo o mundo; tendo inclusive influenciado personagens célebres contemporâneos (e eles já o admitiram publicamente) como Michael Moore e Marilyn Manson. Diz-se que Bey também foi uma importante influência para os ideais e métodos guerrilheiros do sub-comandante Marcos. O depoimento de seus leitores e admiradores é sempre muito parecido: "Ler Hakim Bey foi um soco no estômago, me fez ver coisas que estavam ali diante do meu nariz e me alertou para outras sobre as quais nem desconfiava". Já Hakim Bey, enquanto persona, é envolto em mistério: não dá entrevistas, não se deixa filmar, não revela seu endereço. Dá aula em uma universidade de Nova York e sabe-se que mora numa cidadezinha a 200 km de Manhattan. E só. Não tem computador, muito menos e-mail. E segundo algumas poucas entrevistas, não esperava que fosse tornar-se um ídolo da atual juventude guerrilheira. Sua obra-prima é o livro T.A.Z, sigla para Temporary Autonomous Zone, que segundo ele são a chave e o método para o bem sucedimento da revolução que está em curso. Hakim prevê o choque, cada vez mais intenso, entre o atual modelo de sociedade baseado em grandes corporações, capitalismo selvagem, exclusão social e ausência de privacidade, e a parcela da população que visa a interrupção deste processo e a retomada de antigos (ou a tentativa de novos) sistemas sociais. Em seus ensaios, desenvolve o conceito das utopias piratas, como exemplo recente de sociedades justas e calcadas na mais extrema das democracias. Explica que, ao contrário do que a Igreja e a história moderna contam, os piratas não devem ser confundidos com meros ladrões marítimos e, sim, vistos como renegados, expulsos de seus países, invariavelmente por terem ideais que batiam de frente com a ordem. Partiam em barcos e aportavam em algum cantão do mundo para criarem sociedades alternativas. A mais célebre, e teoricamente mais bem sucedida, foi Libertatia, na ilha de Madagascar, costa leste da África. Hakim também transcorre sobre o conceito da jihad, normalmente traduzida pelos ocidentais como "guerra santa" e usada para dar nome ao radicalismo islâmico, mas que na verdade quer dizer "revolução permanente e onipresente, em cada ato, em cada momento". Diz que após a Terceira Guerra Mundial, estamos vivendo a Quarta, entre as corporações e qualquer coisa que possa dificultar suas ações rumo ao crescimento e lucro cada vez maior. E é justamente por ocasião desta Quarta Guerra Mundial ­ que prevê a conquista de territórios em áreas como genética, nanotecnologia e cyberespaço, ou seja, aspectos que podem mudar o destino da humanidade ­ que Hakim defende o uso das TAZ, guerrilha, arte e música como principais mecanismos de resistência. Pesquise sobre esse cara e suas obras e você vai descobrir indícios do tamanho da resistência jovem existente hoje no mundo (que é menor do que deveria ser e bem maior do que imaginamos). Bey é referência de grupos democratas nos EUA, de ecologistas radicais, defensores das liberdades individuais, músicos e piratas contemporâneos como os que lotam todo ano a Defcon, ou ainda os dinamarqueses dos BlackBlocks, que tocam o rebu em qualquer manifestação anti-corporativa. Pesquise sobre este cara e você vai descobrir que tudo isto que eu citei aqui, aparentemente sem muito pé nem cabeça, é apenas a pontinha do iceberg que ele criou ao longo dos últimos 30 anos.

Louis Armstrong - First Class Jazz - 2006

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01 - Louis Armstrong - Coal Cart Blues [02:57]
02 - Louis Armstrong With Gordon Jenkin's Orch [02:54]
03 - Louis Armstrong & The Allstars - New Orle [06:45]
04 - Louis Armstrong With Louis Jordan & His T [03:07]
05 - Louis Armstrong - When It's Sleepy Time D [03:16]
06 - Louis Armstrong - Introduction + Basin St [06:19]
07 - Louis Armstrong & Ella Fitzgerald - Moonl [03:44]
08 - Louis Armstrong - Introduction + Dear Old [04:21]
09 - Louis Armstrong - And the Angels Sing [02:55]
10 - Louis Armstrong & Ella Fitzgerald - I Won [04:47]
11 - Louis Armstrong & Ella Fitzgerald - Bess, [05:31]
12 - Louis Armstrong & Oscar Peterson - Blues [05:16]
13 - Louis Armstrong & Oscar Peterson - What's [02:43]
14 - Louis Armstrong - Shadrack [02:47]
15 - Duke Ellington & Louis Armstrong - Solitu [04:55]
16 - Duke Ellington & Louis Armstrong - It Don [03:58]
17 - Louis Armstrong - A Kiss to Build A Dream [04:35]