terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Filme sobre Che Guevara...Parte I

Che El Argentino

Che, El Argentino retratará o início da revolução dos cubanos exilados, incluindo Fidel, interpretado por Demián Bichir, e Raúl Castro, interpretado por Rodrigo Santoro, contra Fulgencio Batista. O filme se divide depois do fracasso da investida dos revolucionários e do exílio em Sierra Maestra. Guerrilha, a segunda parte mostrará Guevara, interpretado por Benicio Del Toro na tentativa de levar o socialismo pro resto do mundo até a sua morte em 1967.O filme, de duração de quatro horas será dividido em duas partes. A primeira se chamará Che, El Argentino e narrará o momento histórico em que Che, Fidel, Raul, Camilo e outros revolucionários cubanos invadem a ilha caribenha em 1956 e destronam o ditador Fulgêncio Batista. Já o segundo filme, Guerrilha, começa com a viagem de Guevara a Nova York em 1964, onde ele falou à ONU e viu crescer o mito ao redor da sua figura, até sua execução pelos rangers bolivianos, apoiados pela CIA.

Elenco:


Che, El Argentino:

Benicio del Toro
Benjamín Benítez
Julia Ormond
Franka Potente
Armando Riesco
Catalina Sandino Moreno
Demian Bichir
Rodrigo Santoro
Santiago Cabrera
Edgar Ramirez
Alfredo De Quesada
Roberto Santana
Victor Rasuk

Direção:

Steven Soderbergh

Roteiro:

Peter Buchman
Steven Soderbergh
Ben van der Veen


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Blues Popular Brasileiro - Coleção Completa


Rapaz... Essa coletânea é o bicho. Os caras fuçaram muita coisa da produção musical brasileira e selecionaram uma porção delas, com o critério de que, de alguma forma, tais músicas tenham alguma coisa - nem que seja minimamente - a ver com blues. Pra se ter uma idéia, a dita coletânea possui 05 volumes, com dois discos em cada. Algumas músicas são raridades, com bandas que eu nunca ouvi falar; outras são algumas versões de musicas conhecidas, EM BLUES.
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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 1

DISCO 1:
01 O Trem das Sete [Mister Jack]
02 Dente de Ouro [Blues Etilicos]
03 Xaxado Blues [Mário Castro Neves and His Orchestra]
04 Sem Cena [Edvaldo Santana]
05 Delírio [Secos & Molhados]
06 My Way & Trouble (medley) [Raul Seixas]
07 Jacarepaguá Blues [Zé Ramalho]
08 Bongo Blues [Luizinho & Seus Dinamites]
09 Meu Pobre Blues [Zizi Possi]
10 Sol no Topo [Clube de Patifes]
11 Berimbau Blues [Dinho Nascimento]
12 Rio de Janeiro Blues [Mario Biondi & The High Five Quintet]
13 Último Blues [Gal Costa]
14 Lúdico Blues [Dênio de Paula & Léo Pereira]
15 Blues do Abandono [Barão Vermelho]
16 Vinte Anos Blues [Pedro Mariano]
17 O Crivo [Clara Ghimel]
18 Blues do Ano 2000 [Paulinho Moska]
19 Whisky e Blues [Bêbados Habilidosos]
20 Bem Me Quer [Denise Reis]

DISCO 2:
01 De Trago em Trago [Sérgio Duarte & Entidade Joe]
02 Pindorama Blues [Joyce]
03 Super Boogie [Álvaro Assmar & Mojo Blues Band]
04 Por que [Sônia Santos]
05 Poeira nos Olhos [Nasi e Os Irmãos do Blues]
06 O Cheiro [Uns E Outros]
07 Indigo Blues [Llorca & Nicole Graham]
08 Blues do Pára-Choque [Rogério Skylab]
09 Agente 61 [Yellow Dog Blues Band]
10 Blues Brasil [Tubo de Ensaio]
11 Música Urbana 2 [Legião Urbana]
12 Sweet Baby Blues [Flora Purim]
13 Me Diga o que é o Amor [Celso Blues Boy]
14 Bossa Nova Blues [Bossa Nova Combo]
15 Blackjack [Ismael Carvalho]
16 Blues da Piedade [Sandra de Sá]
17 Blues da Passagem [Asdrúbal Trouxe o Trombone]
18 Blues Meu Amigo [Ave de Veludo]
19 Canção Azul [Lírio Magnus]
20 Epitáfio [A Bolha]
21 Cantei um Blues [Cida Moreyra]
22 Bem Entendido [Edy Star]
23 Thunder Shuffle [Fernando Noronha & Black Soul]

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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 2

DISCO 1:
01 Trem Torto (excerto) [Wagner Tiso]
02 Podia Ser Pior [Blueseiros do Brasil]
03 O Blues É Azul [Walter Franco]
04 Segunda-Feira Blues II [Engenheiros do Hawaii]
05 Bar [Daminhão Experyénça]
06 Samsara Blues [Lobão]
07 Blues para o Brasil [Nuno Mindelis]
08 Cavaquinho Boogie [Garoto]
09 Meu Pobre Blues [Sérgio Sampaio]
10 Abre essas Pernas [Velhas Virgens]
11 Fim do Mundo [Ventania]
12 Negro Gato [Marisa Monte]
13 Vinte Anos Blues [Elis Regina]
14 Blues [Célia]
15 Bancarrota Blues [Chico Buarque]
16 Blues Afins [Jane Duboc]
17 Blues [14 Bis]
18 Messalina Blues [Madame Saatan]
19 Neguinho Blues [Banda Eva]
20 Boomerang Blues [Renato Russo]
21 Eddy Teddy Blues [Inocentes]
22 Blues da Neblina [Cida Lobo]

DISCO 2:
01 Bossa Nova Blues [Milton Banana Trio]
02 Forró Blues [Blue Jeans & Genival Lacerda]
03 Lamento Blues [Ave de Veludo]
04 O Sol Também Me Levanta [Blues Etílicos]
05 Telefone Blues [Waldir Calmon & Seu Conjunto]
06 Transas de Amor [Marina Lima]
07 Tempos Constantes [A Bolha]
08 Viola in Blues [Pereira da Viola]
09 Lighthouse [André Cristovam]
10 Ser Triste Sozinho (Learnin' the Blues) [Cauby Peixoto]
11 H. D. Blues [Garotos da Rua]
12 Brasil 2000 [Zuco 103]
13 Blues Guitar [Victor Gaspar Trio]
14 Blues [Violeta de Outono]
15 Boomerang Blues [Zélia Duncan]
16 Copacabana Blues [Renata Arruda]
17 Jacarepaguá Blues [Alceu Valença]
18 O Hierofante [Secos & Molhados]
19 Será que Sou Eu [Paulinho Moska]
20 Vozes e Tons [Rosa Maria]
21 The Archaic Lonely Star Blues [Gal Costa]

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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 3

DISCO 1:
01 O Maluco Sou Eu [Bebeco]
02 Bem-vinda ao meu Pesadelo [Camisa De Vênus]
03 Jornal Blues [Belchior]
04 Salto Mortal [Suburblues]
05 Todo Amor ao Jimi [Pepeu Gomes]
06 Ruas de São Miguel [Edvaldo Santana]
07 Miss Celie`s Blues [Renato Russo]
08 Blues do Satanás [Motorocker]
09 Bar Fly Blues [A Elétrika Tribo]
10 Blues do Piauí (versão curta) [Renato Piau]
11 Como Vovó Já Dizia [Baseado em Blues]
12 Minha Música [Adriana Calcanhoto]
13 Negro Gato [Denise Reis]
14 Bumerangue Blues [Barão Vermelho]
15 Song Song Blues [Agnaldo Rayol]
16 Sonny Moon for Two (Blues em Samba) [Rio 65 Trio]
17 Flores Horizontais [Elza Soares]
18 Balada de Robert Johnson [Flávio Guimarães]
19 364 Boogie [Robson Fernandes]

DISCO 2:
01 Rio Comprido Blues [Lulu Santos]
02 Um Blues [Bruna Caram]
03 Panos e Planos [Big Gilson & Ricardo Werther]
04 Nega (Photograph Blues) [Gilberto Gil]
05 Destino América [Big Bat Blues Band]
06 Espumas ao Vento [Elza Soares]
07 O Último Blues [Cláudia Ohana]
08 My Babe [Big Allanbik]
09 Blues for Brazil [Roy Rogers]
10 Blues da Piedade [Cazuza]
11 Blues do Libertar [Itamar Brant & Lunáticos da Fuzarka]
12 Blues do Elevador [Zeca Baleiro]
13 Five for Elis [Elis Regina & Toots Thielemans]
14 Meu Pobre Blues & Como 2 e 2 [Oswaldo Montenegro]
15 Rãzinha Blues [Ceumar]
16 Out of the Blues [Celso Fonseca & Ronaldo Bastos]
17 Vinte Anos Blues [Ivan Lins]
18 Blues do Arranco [Ângela Rô Rô]
19 Eu Vou Estar com Você [Made In Brazil]
20 Se Deus Quiser (e o Diabo Deixar) [Nasi e Os Irmãos do Blues]
21 Aquarela do Brasil [Celso Blues Boy]

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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 4

DISCO 1:
01 Ed´s Blues [Ed Motta]
02 Cruel, Cruel, Esquizofrenético Blues [Blitz]
03 Favela Blues [Marku Ribas]
04 Só as Mães São Felizes [Barão Vermelho]
05 Miss Celie's Blues [Jane Duboc]
06 Um Quarto para as Horas [Penélope]
07 Black Tie [Rosa Maria]
08 Canceriano sem Lar (Clínica Tobias Blues) [Raul Seixas]
09 Blues [Peso]
10 Blues pros Bicos [Ana Mazzotti]
11 Beijos, Blues e Poesia [Ksis]
12 A Volta do Boêmio [Bêbados Habilidosos]
13 Blues do Iniciante [Cássia Eller]
14 Jardins da Babilônia [Rita Lee]
15 Stormy Monday Blues [Jô Soares e o Sexteto]
16 Aboio Blues [Djavan]
17 Baader Mein of Blues [Legião Urbana]
18 Vinte Anos Blues [Flora Purim & Airto]
19 Bem que se Quis [Wilsom Sideral]
20 Blues [Caetano Veloso]

DISCO 2:
01 Seventh Son [Big Allanbik]
02 Moreirinha e Seus Suspiram Blues [Moreirinha e Seus Suspiram Blues]
03 Sob um Céu de Blues [Cascavelettes]
04 I.N.P.Blues [Kid Vinil e Os Heróis do Brasil]
05 The Stumble [André Cristovam]
06 Blues [Lírio de Vidro]
07 Agreste Blues [Ednardo]
08 Blues da Fumaça no Céu [Sylvia Patricia]
09 Blues na Penumbra [João Ricardo]
10 Bonobo Blues [Lulu Santos]
11 Do Palco ao Balcão [Clube de Patifes]
12 Meu Coração Está de Luto [Zeca Baleiro]
13 Fumando na Escuridão [Celso Blues Boy]
14 Cachaceiro [Velhas Virgens]
15 Mot Blues [Marcos Ottaviano]
16 Vida de Poeta [Sérgio Duarte & Entidade Joe]
17 Blues Dinamite [A Elétrika Tribo]
18 Estrela da Noite [Flávio Guimarães]


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==> Blues Popular Brasileiro - Vol 5

DISCO 1:
01 Blues Bossa Balanço [Os Morcegos]
02 Furacão [Blueseiros do Brasil]
03 Primavera nos Dentes [Secos & Molhados]
04 Tosquera Blues [Gaspo 'Harmônica' & Oly Jr.]
05 Vida Blues [Celso Blues Boy]
06 Tribute to Genius [Décio Caetano and Blues Band]
07 Problemas [Nasi e Os Irmãos do Blues]
08 O Crente e o Cachaceiro (Repente Blues) [Caju & Castanha]
09 Walking Away Blues [Nei Lisboa]
10 Canceriano sem Lar [Blues Etilicos]
11 Mal Menor [Arrigo Barnabé & Péricles Cavalcanti]
12 Blues para Emmett [Toquinho e Vinícius]
13 Não Lembre de Chorar [Miriam Szrajbman & Big Gilson]
14 Não Consigo nem mais Dormir [Big Bat Blues Band]
15 Blues do Estudante [Zé Geraldo & Edimilson Duarte]
16 Retrato em Branco e Preto [Ana Carolina]
17 Moonlight Over Astoria [Ismael Carvalho]
18 Xmas Blues [Som Imaginário]
19 Blues da Bailarina [Oswaldo Montenegro]
20 Blues da Piedade [Cássia Eller]

DISCO 2:
01 Mamão Blues [Brasil Papaya]
02 Blues na Madrugada [Made In Brazil]
03 Troca-toca [Clara Ghimel]
04 Televisão [Titãs]
05 O Nosso Blues [Charlie Brown jr.]
06 Um Blues [Tunai]
07 Luz [Daminhão Experyénça]
08 Tudo Blue [Baby Consuelo]
09 Blues do Iniciante [Barão Vermelho]
10 Bancarrota Blues [Nana Caymmi]
11 Chacal Blues [Evandro Mesquita]
12 Sinais de Fumaça [Mister Jack]
13 Blues Tupiniquim [Aline Fajardo & Trio Bluseiro]
14 Blues da despedida [Clara Becker]
15 Blues do Adeus [O Terço]
16 O Último Blues [Bêbados Habilidosos]

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do sitio www.vermelho.org.br

Chávez: Obama 'será uma decepção para seu povo e o mundo'


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou neste sábado (17) que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, será "uma decepção para seu povo e para o mundo". As declarações foram feitas após Obama haver afirmado que o presidente venezuelano era um "grande obstáculo" ao progresso da América Latina.


"Há três dias, (Obama) disse que sou um obstáculo para o progresso da América Latina e que a Venezuela exporta o terrorismo, ou algo assim. E olha que ele ainda nem assumiu", disse Chávez. "Quando diz isso, o que está falando é que é preciso tirar Chávez do poder, porque quando alguém encontra um obstáculo, o que se deve fazer é tirá-lo do caminho."

O presidente americano eleito toma posse na próxima terça-feira. “Caso queira ter boas relações com a América Latina, Obama precisará rever suas posições e assumir seu papel com mais seriedade”, assinalou Chávez, que acrescentou: "Parece que (Obama) será um novo fiasco para seu povo e o mundo. Tomara que eu esteja errado, mas parece que ele será mais do mesmo", considerou Chávez, durante um ato com mulheres militantes de seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) no estado de Carabobo.

"Não me meti com Obama e exijo do novo presidente dos Estados Unidos que não se meta com a Venezuela. Já faz um tempo que não somos colônias." Para Chávez, o democrata "não tem papas na língua" quando perguntado sobre a Venezuela. "Mas, quando lhe perguntam sobre o massacre das crianças em Gaza não responde, fica calado".

Chávez, acima de tudo, acusou Obama de ingerência no referendo venezuelano de 15 de fevereiro sobre a reeleição ilimitada de todos os cargos de eleição popular. A Assembléia Nacional venezuelana (AN), de 167 membros, aprovou na quarta-feira, em segunda discussão, o projeto de emenda proposto por Chávez. A campanha pela reeleição começou sábado e, se a proposta for aprovada, Chávez poderá tentar uma nova reeleição em 2012.

“Vocês não vêem que Obama já se meteu na campanha. O chefe do império se meteu na campanha", denunciou Chávez, em um ato a favor do "sim" à emenda pela reeleição. Segundo Chávez, um grupo de líderes da oposição venezuelana foi a Nova York e a Miami para "meter todo o dinheiro do mundo — e eles vão fazer toda a guerra suja que puderem" contra a emenda constitucional.

Ele insistiu que Obama "segue um formato do Pentágono. Porque, se o presidente dos Estados Unidos não obedecer ao mandato do império, matam Obama, como fizeram com (John F.) Kennedy, com Martin Luther King, ou com Abrahan Lincoln". Apesar de esperar que "Barack Obama se corrija a tempo, ele já se meteu na disputa interna e está apoiando assessores internos" da oposição, completou Chávez.

As relações entre os governos americano e venezuelano registraram seu pior momento em setembro, quando Chávez, em protesto, expulsou o embaixador americano do país e retirou seu enviado dos Estados Unidos. Mas o líder socialista expressou previamente esperança de melhorar as relações entres os dois países na administração de Obama, tendo poupado o novo presidente das críticas duras que Chávez faz constantemente contra George W. Bush.

domingo, 18 de janeiro de 2009

CESARE BATTISTI - A GUERRA GLOBAL

Laerte Braga

A nota do clube militar condenando o governo brasileiro pela concessão de refúgio humanitário a Cesare Battisti é um escárnio. Fala em "ditadura sanguinária". Ao que eu saiba a história do Brasil registra como ditadura sanguinária o período entre 1964 e 1984, quando os militares governaram o País após derrubar um governo constitucional e a soldo de potência estrangeira.

O sangue corria nos porões da ditadura sob a batuta de carniceiros como Torres de Mello, Brilhante Ustra e outros mais. Tortura, estupros, assassinatos, todo o repertório de barbaridades possíveis e impossíveis com tecnologia made in USA, made in Israel.

No curso da semana passada uma juíza federal em São Paulo mandou arquivar representações do Ministério Público que pediam a apuração de crimes cometidos pela ditadura. Declarou-os prescritos à luz da legislação brasileira. O Ministério Público fala em recursos a cortes internacionais. É fundamental que sejam apresentados e possa ser revelada a história de horror e boçalidade da ditadura militar.

Há bem mais que simples tentativa de rotular Cesare Battisti como "terrorista" na reação ao ato do ministro da Justiça Tarso Genro. Há todo um processo voltado para criar obstáculos ao governo Lula no seu todo e abrir espaços para o retorno da ditadura na sua forma "democrática" , ou seja, tucana. Mais claro ainda, josé serra ou aécio neves (a FIFA deveria lançar um concurso para que os internautas do mundo escolhessem entre ele e Diego Maradona quem leva o troféu).

A mídia brasileira só o é no nome. A totalidade das grandes empresas de comunicação serve a interesses dos grupos econômicos que tentam arrematar a compra do Brasil. O maior grupo de comunicação do País, o grupo GLOBO, foi constituído com capitais de grupos estrangeiros, representa interesses estrangeiros e é hoje o responsável pela mistificação dos fatos - quaisquer que sejam eles - no afã de vender o modelo ande de quatro, mas compre tênis Nike e pense que é gente.

A classe média é um terreno fértil para isso.

A decisão de outro juiz federal excluindo o ex-ministro José Dirceu de um dos processos sobre o "mensalão", está servindo de pretexto para pretensas campanhas em favor da moralidade no trato da coisa pública, quando imoral é o presidente do supremo tribuna federal, gilmar mendes, ex-integrante do governo tucano de FHC. E foi só uma decisão técnica.

A expressão "exagerado" com que o governador de São Paulo josé serra referiu-se ao ato do ministro Tarso Genro, saiu envergonhada e tímida, pois Serra foi um refugiado político e só por ter conseguido esse status continua vivo, do contrário teria sido morto pela ditadura Pinochet no Chile.

Para ser tucano é necessário não ter caráter. É pré-requisito ser amoral.

A posição do governo brasileiro diante do genocídio praticado por tropas nazi/sionistas de Israel contra o povo brasileiro desagrada a fascistas daqui, no caso boa parte dos militares de 1964 e muitos da ativa.

Fascismo tem um código genético e esse gene costuma estar presente em boa parte dos militares em qualquer parte do mundo.

Para essa gente Cesare Battisti é apenas o pretexto para vender a idéia que temos um governo irresponsável que protege terroristas. Fazem o jogo dos grandes grupos econômicos, vale dizer, do crime legalizado.

Gente como Ermírio de Moraes que gera o seu "progresso" e garante os "empregos" em suas empresas destruindo o ambiente, grilando terras indígenas, de pequenos trabalhadores rurais e pegando dinheiro público, o que quer dizer do cidadão comum.

O imposto dele ele sonega. Só o Banco Itaú, o tal que é bem administrado, deve cerca de cem milhões de reais à previdência social. Seus bons administradores deveriam estar na cadeia.

As declarações do presidente Lula em Caracas afirmando que a decisão sobre o terceiro mandato do presidente Chávez é do povo venezuelano e que é necessário respeitar a cultura e a auto determinação de cada povo, revoltou os grandes do crime legalizado (bancos, empresas, latifúndio), de olho na retomada que desejam do petróleo venezuelano. Foi com ele a serviço do povo que Chávez erradicou o analfabetismo, criou condições de excelência para a saúde, está dando moradia a seu povo e abriu espaços a ampla participação popular.

No documentário "a revolução não será televisionada" , numa reunião de golpistas, os senhores e senhoras das classes altas e médias são alertados sobre os riscos que representam "empregados domésticos". Troque isso por trabalhadores.

Todo esse conjunto de fato desemboca em 2010.

Em desacreditar o governo. Em criar condições que coloquem em risco o projeto de eleger o governador paulista josé serra e garantir os "negócios" e a escritura do Brasil, paga antecipadamente em grossas propinas durante o governo de fernando henrique cardoso,

Lula não é o governo dos sonhos e muitas das dificuldades que enfrenta, a despeito da alta popularidade, decorrem dos seus equívocos. Travestiu-se de messias, mas mantém uma dignidade que nem serra, nem fernando henrique, nem aécio, nem qualquer sobrevivente da ditadura militar ou o presidente do clube militar têm.

Deixou de lado os movimentos sociais e enveredou por um esdrúxulo "capitalismo a brasileira" - expressão de Ivan Pinheiro - no pressuposto que daria dez passos à frente, na verdade não deu três e corre o risco de ser atropelado e ter que recuar onze.

Os três passos dados, no entanto, são de capital importância para que se assegure o mínimo de perspectivas para a construção de um modelo político e econômico diverso desse que está aí.

A investida sem sentido e sem qualquer amparo do ministro - vá lá - gilmar mendes contra o ato do ministro da Justiça cumpre um papel. Não cabe ao stf apreciar o ato de Tarso e nem cabe a gilmar opinar sobre ele. gilmar é uma espécie de peão graduado nesse jogo e já recebeu sua recompensa na cidade ontem tem "negócios".

O que está acontecendo neste momento é mais ou menos como o mocinho cercado de bandidos por todos os lados e num desfiladeiro, quase sem balas. O dito atira uma pedra para um lado, os bandidos atiram para lá e ele corre para outro, pega os bandidos por trás e entrega todos ao xerife.

Só que os mocinhos aqui, os vendidos pela mídia, os heróis do pedro bial, são os bandidos.

Cesare Battisti é mero pretexto, como pretexto foi a queda do avião da TAM, como pretexto falso foi o dossiê de compra de votos que levou um pastel como geraldo alckimin a um segundo turno (os tucanos já o usaram e já o jogaram na lata de lixo) e tantos outros. Crime foi soltar os pilotos norte-americanos do avião que se chocou contra um avião da GOL e vitimou centenas de brasileiros. Crime foi colocar um bandido como Daniel Dantas na rua.

A nota do clube militar se insere nesse contexto de transformação do Brasil em dócil colônia do capital estrangeiro. Um dos representantes da família Agnelli, próxima de Mussolini, beneficiada e parceira de Mussolini, é o presidente da VALE, doada por fernando henrique e quer "medidas de exceção" para suspender direitos trabalhistas garantindo os "negócios".

É isso que os bandidos estão fazendo travestidos de mocinhos. Jogam a pedra para um lado, mas para os brasileiros imaginarmos que estão com o peito estufado de patriotismo - "o último refúgio dos canalhas" - e metem a mão do outro lado.

Ditadura sanguinária que eu saiba foi a de 1964 e essa história precisa ser toda contada para que as gerações posteriores possam conhecer o verdadeiro caráter desses assassinos.

Não estão preocupados com Cesare Battisti. Preocupam-se com os "negócios" e suas gordas comissões, ou seus delírios "patrióticos" manchados de sangue e barbárie.

Faz parte da guerra global. É aceitar andar de quatro ou lutar.

Vem aí Barak ex-Hussein Obama com um tubo cheio de vaselina e um monte de gibi sobre um novo mundo. E está aí a GLOBO, como está aí o clube militar pronto para entregar o que falta entregar. Tudo colorido para enganar trouxa.

Forum Social Mundial - 2009 - Belem do Pará

Fórum deve reunir 120 mil pessoas e ter 2,6 mil atividades


O Brasil vai voltar a ser palco do maior encontro da sociedade civil e movimentos sociais do planeta. A partir do próximo dia 27, Belém, capital do Pará, vai abrigar a nona edição do Fórum Social Mundial (FSM) — que deve reunir 120 mil participantes, de acordo com a organização do evento. Os investimentos na cidade para a reunião devem chegar a mais de R$ 100 milhões.


Até sexta-feira (16), as inscrições para a edição de Belém passavam de 82 mil, segundo o sociólogo Cândido Grybowski, diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas). “As pessoas que moram na cidade fazem a inscrição na hora”, conta.

Segundo Grybowski — que é um dos fundadores do FSM e o organizador da etapa 2009, “Belém já está no clima do fórum. É um espaço aberto — nós não queremos muralhas como nas reuniões do G8, que nos protege do lugar onde estamos. Nós queremos integração com a cidade”.

Eventos

Estão previstas mais de 2,6 mil atividades, a maioria autogestionadas (organizadas pelos próprios participantes). As assembléias, oficinas, cerimônias, atividades culturais e os seminários serão concentrados nas Universidades Federal do Pará (UFPA) e na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), mas devem tomar as ruas de Belém, como na caminhada de abertura, prevista para a tarde do primeiro dia do Fórum.

Considerado o principal contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que acontecerá paralelamente em Davos, na Suíça, o FSM não deverá concentrar a discussão apenas sobre a crise financeira internacional. Também estarão na ordem do dia as crises ambiental e de segurança alimentar, que justificam inclusive a escolha de uma sede amazônica para o Fórum, segundo Grzybowski.

“Por causa da crise climática, decidimos realizar o Fórum no lugar que é grande patrimônio mundial. A Amazônia está no centro desse debate e não pode ser vista como um poço de gás carbônico. Queremos mostrar que é um território humanizado, cheio de alternativas. Assim como Chico Mendes mostrou o lado social da Amazônia ao mundo, vamos expressar o socioambiental, que é o grande desafio”, apontou.

Definido como um evento apartidário e sem ligação com governos, o FSM não deixa de ser uma oportunidade política — e não será diferente em Belém, principalmente para as lideranças regionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou a ida ao Fórum — e deve encontrar os colegas de continente Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e a chilena Michele Bachelet.

Os participantes

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o participante do fórum tem um perfil específico: a maioria é jovem e com alto grau de instrução. A pesquisa foi feita entre as edições de 2003 (Porto Alegre) e 2007 (Nairóbi) com 14 mil participantes.

Nesse período, pelo menos 56% dos participantes tinham até 35 anos. O índice mais alto de participação da juventude foi em Porto Alegre, em 2003, com 70% dos participantes com até 35 anos.

Outra característica do público verificada na pesquisa foi o alto nível de escolaridade. Em todas as edições pesquisadas, a parcela de participantes com curso superior completo foi no mínimo de 73%. A edição de 2007, no Quênia, registrou o maior número de participantes com nível superior: 81%.

Para Cândido Grzybowski, a edição de Belém será a “mais popular” de todas. “Nunca teve tanto indígena, quilombola, ribeirinho, extrativista, pescador. Vai ter uma mudança de perfil. Na verdade sempre há, mas desta vez será mais radical. A elite da militância vai continuar vindo, talvez caiam os grupos intermediários. E vêm esses grupos de base da Amazônia.”

O Fundo de Solidariedade do Fórum vai financiar a vinda de participantes que não podem arcar com os custos da viagem. A prioridade são os povos originários e tradicionais da região, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e minorias. Esse fundo é financiado por organizações nacionais e internacionais.

Outra conclusão do estudo do Ibase é que a maioria dos participantes é do próprio país em que está sendo realizado o fórum ou de regiões vizinhas. Em todas as edições pesquisadas, entre 69% e 92% dos participantes eram do país-sede ou de nações próximas.

História

O Fórum Social Mundial é promovido sempre em janeiro, na mesma data em que ocorre o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. É por essa razão que o evento, no início, era conhecido com anti-Davos. Promovido por um comitê internacional formado por organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o planeta, o FSM tem como slogan “um outro mundo é possível”.

A Carta de Princípios do fórum o define como "um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, voltado para o debate democrático de idéias e a formulação de propostas para superar o processo de empobrecimento gerado pela globalização”. O evento é considerado “altermundista”, já que busca uma nova ordem econômica e social para todo o planeta.

Realizado em Porto Alegre em 2001, 2002, 2003 e 2005, o FSM passou pela Índia, em 2004. Em 2006, o fórum foi realizado em três países simultaneamente — Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (América). Em 2007, voltou a ser centralizado, dessa vez no Quênia (África). Já no ano de 2008, o fórum não teve um epicentro. Foi transformado em um Dia de Ação de Mobilização Global (26 de janeiro), com eventos simultâneos — cerca de 800 atividades e manifestações autogestionadas —, em 82 países.

O número de participantes cresce a cada edição. Na primeira edição, em 2001, foram 20 mil participantes. Nas duas seguintes o evento reuniu respectivamente 50 mil e 100 mil pessoas. O recorde foi em 2005, em Porto Alegre, com 155 mil participantes.

Créditos: Vermelho

Dizeres de Deepak Chopra....

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles.

Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia."nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do que pensou ontemquer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje! Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Documentário sobre a ocupação israelense na Palestina



Occupation 101: Vozes da Maioria Silenciada

Eduardo Galeano: "Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?"


Do blog RsUrgente

Eduardo Galeano (*)

Este artigo é dedicado a meus amigos judeus assassinados pelas ditaduras latinoamericanas que Israel assessorou.

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.

São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.

Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.

Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.

Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.

E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.

A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?

Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.

Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

(*) Texto publicado originalmente no jornal Brecha. (Tradução: Katarina Peixoto)

Tarancón - Bom Dia (1980)




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Créditos: UmQueTenha

www.revistaforum.com.br

O pós-altermundismo e os desafios das lutas globais

Por Douglas Estevam

Seattle, novembro de 1999, mais de 50 mil manifestantes bloqueiam a cidade estadunidense e suspendem a abertura da chamada Rodada do Milênio de negociações da OMC. A “Batalha de Seattle”, como o episódio seria imortalizado na memória de milhares de homens e mulheres em todo o mundo, foi o ponto culminante de uma reação que há tempos vinha se configurando de forma difusa contra o “pensamento único” que marcava a sociedade capitalista pós-guerra fria. O movimento mundial antiglobalização começava a ganhar contornos mais definidos que resultariam na primeira edição do Fórum Social Mundial, em janeiro de 2001.

O altermundismo tem em Bernard Cassen um de seus maiores intérpretes. Em seu livro Tudo começou em Porto Alegre, publicado na França em 2003, Cassen conta como nasceu a idéia do Fórum e como ela ganhou forma. Na época, ele era presidente da Attac França, associação criada por ele junto com Ignacio Ramonet, então diretor-geral do jornal Le Monde Diplomatique.

Às vésperas de mais uma edição do FSM, Bernard Cassen, professor emérito do Instituto de Estudos Europeus da Universidade de Paris 8 e secretário-geral da associação Mémoire des Luttes, apresenta sua visão do percurso do movimento, suas dificuldades e desafios, e expõe as proposições para um movimento pós-altermundista.

Fórum – Segundo suas análises, o capitalismo vive uma crise sistêmica que provoca fortes contradições em seu interior. Que elementos caracterizam isso?

Bernard Cassen –
A crise que o capitalismo vem atravessando em sua fase neoliberal acumula várias dimensões: a financeira, monetária, alimentar e energética. Ela provoca contradições dentro do sistema e coloca em xeque a hegemonia dos EUA e do Consenso de Washington, principalmente na América Latina, onde figuras progressistas chegaram ao poder. O recurso às nacionalizações feito por governos tão liberais quanto os de Londres e Washington, o definhamento das instituições financeiras internacionais, a emergência de uma nova correlação de forças mundial multipolar, o peso econômico e geopolítico dos países que integram o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), as guerras no Cáucaso, os fracassos no Iraque e no Afeganistão, as tensões com o Irã e a evolução de regimes políticos nacionais para formas autoritárias na Europa são mudanças que nos levam a perguntar se o conceito que o neoliberalismo representava nos anos 90, englobando uma simbiose entre política (governos, instituições multilaterais e elites), economia (atores de mercado, instituições bancárias e financeiras) e ideologia (imprensa), ainda tem atualmente a mesma pertinência.
A crise multiforme que estamos vivendo atualmente mostra a falência total das políticas neoliberais e a necessidade do retorno do Estado como garantia de sobrevivência da economia e da manutenção de um mínimo de coesão social. Paradoxalmente, esta crise, que já vem se aprofundando há algum tempo e poderia ter reforçado o “movimento dos movimentos”, provocou seu enfraquecimento.

Fórum – Por que houve este enfraquecimento do movimento? Quais são as consequências destas alterações do sistema?

Cassen –
Nós não podemos falar de um “programa” do movimento altermundista. A noção de um programa é estranha ao altermundismo, como nós vimos em relação ao acolhimento hostil reservado ao Manifesto de Porto Alegre¹. O movimento foi de início batizado de “anti”, antes de se tornar um movimento “alter”, quer dizer, propositivo. Apesar desta evolução semântica, sua cultura de base comum é de oposição, de reivindicações apresentadas aos governos e instituições internacionais, de contrapoder. Tudo se passa como se a maior parte dos componentes do movimento tivessem interiorizado um estatuto de eternos opositores, o que os levou a conduzir somente campanhas bem precisas (contra o Banco Mundial, FMI, OMC, dívida, Alca, reivindicações de povos indígenas etc.) sobre as quais vitórias setoriais e parciais podem ser obtidas. Mas, de uma campanha a outra, os parceiros são diferentes, como o são os arcos políticos e geográficos, o que impede qualquer visão global, salvo em termos de grandes princípios suficientemente largos aos quais todo mundo possa aderir.

Fórum – Mas esta diversidade de organizações participantes não é uma das maiores conquistas do altermundismo?

Cassen –
O primeiro sucesso do altermundismo é, sem nenhuma dúvida, o de ter permitido tais aproximações e ligações, do nível nacional ao internacional, e de assim ter feito emergir um léxico mundial comum para caracterizar os estragos da globalização liberal. Para alguns, com efeito, é preciso continuar a produzir proposições, mas sem ir mais longe, em particular sem estabelecer uma organização que poderia se assemelhar a algo com um programa político. A questão da relação com o poder e o Estado é um “buraco negro” da reflexão coletiva do “movimento dos movimentos”, pois esta questão o dividiria. Como ele funciona na base do consenso, não se faz essa discussão. Para a maior parte das organizações, ela já foi excluída pelo princípio da autonomia dos movimentos sociais e em razão de sua heterogeneidade.
Há dez anos, quando se formou este movimento, com o nascimento da Attac, os eventos de Seattle, o FSM de Porto Alegre etc., só a Venezuela estava engajada em um profundo processo de transformação social conduzido por Hugo Chávez. Mas, nesta época, a Revolução Bolivariana tinha uma projeção internacional fraca. Ela estava absorvida por seus problemas internos e lutava pela sua sobrevivência face ao golpe de Estado político-militar de abril de 2002 e ao golpe petroleiro de dezembro do mesmo ano.

Fórum – O que a Revolução Bolivariana apresenta de diferença em relação aos processos desenvolvidos pelo altermundismo?

Cassen –
A Revolução Bolivariana coloca um problema inédito para o movimento que, na sua curta história, só tinha tido a sua frente governos hostis: como se comportar frente a um governo que pratica políticas abertamente antiliberais, precisamente aquelas que muitas organizações reclamam nos Fóruns? A eleição de Lula em 2002 não tinha suscitado as mesmas interrogações pois ele não tinha prometido mudanças revolucionárias e tinha continuado no quadro das normas do sistema neoliberal, tanto que foi a Davos. Com Chávez tem-se outra situação porque, com ele, nós estamos na presença de uma vontade de ruptura com o sistema dominante. Vemos chegar ao poder na América Latina um governo que saiu de bases populares praticando, com altos e baixos, políticas concretas de ruptura com o neoliberalismo, que apresentam os fundamentos de “um outro mundo possível”, começando pelo acesso de todos à educação e à saúde. Os processos que se desenvolvem na América Latina oferecem uma singularidade: eles são realizados por movimentos sociais e por forças políticas que, com formas de organização inéditas, se consolidam e se redefinem mutuamente. Estes governos progressistas fixam objetivos e colocam em prática ações que já tinham sido propostas por diferentes participantes do movimento altermundista.

Fórum – Como o movimento altermundista reagiu a esta experiência?

Cassen –
Eu me lembro que no FSM de janeiro de 2001 não tinha praticamente nenhum venezuelano. E é somente a partir de 2003 que Chávez ganha espaço político e surge um movimento internacional de solidariedade com a Venezuela. Abrimos discretamente espaço para que Chávez viesse a Porto Alegre em janeiro de 2003, mas sua intervenção pública se fez fora do Fórum e sem o apoio – é o mínimo que se pode dizer – do comitê organizador brasileiro, com exceção dos representantes da CUT e do MST. Chegando a Porto Alegre, o presidente venezuelano foi acolhido com entusiasmo pela massa de participantes do Fórum, e o embaraço foi geral no seio do comitê e do Conselho Internacional (CI) do FSM. Os responsáveis pelas principais organizações se prendiam à doutrina oficial, consignada na Carta de Princípios do Fórum, de autonomia dos movimentos sociais em relação aos governos, de todos os governos, sejam eles de esquerda ou de direita. Alguns tentaram, além disso, justificar suas reservas com motivos diretamente inspirados nas campanhas midiáticas dominantes, fiéis à propaganda americana: Chávez é um militar, ele deu um golpe de Estado, ele é autoritário, populista etc. Nós encontramos a mesma situação quando Chávez voltou a Porto Alegre em 2005 e foi ovacionado em um Gigantinho prestes a explodir.

Fórum – E, para além do FSM, o que as experiências latino-americanas significam para o altermundismo?

Cassen –
Chávez incomoda porque coloca os altermundistas contra o muro. Em 2006, quando recebeu os representantes dos movimentos sociais no Fórum de Caracas, ele lhes disse, em substância: eu entendi suas reivindicações, estou de acordo com elas e coloco em prática suas proposições. E vocês, o que fazem em relação a estas reivindicações? Ninguém podia dar uma resposta enquanto membro do movimento. O altermundismo apresenta uma dificuldade estrutural em pensar sua relação com a esfera política, em sua dimensão relativa aos partidos, instituições e governos. A chegada ao poder de Evo Morales na Bolívia e de Rafael Correa no Equador, os dois decididos a engendrar processos de profundas transformações sociais, torna o problema das relações entre governos e movimentos sociais ainda mais agudo. E é a partir desse momento que começamos a refletir sobre a necessidade, para os componentes mais radicais do movimento altermundista, de superar uma etapa e adotar uma iniciativa que nós qualificamos de pós-altermundismo.

Fórum – Quais as características desse pós-altermundismo?

Cassen –
Uma nova situação exige novas reações. O altermundismo precisa fazer uma redefinição de suas formas de existência e da elaboração de respostas programáticas e políticas face a um novo ciclo histórico de um capitalismo muito mais diversificado que o do período anterior. É este o sentido das iniciativas que estamos chamando de pós-altermundismo, do qual um dos eixos é a procura de novos espaços e formas de articulação entre movimentos sociais, forças políticas e governos conduzindo combates comuns. Nós temos um exemplo concreto disso, o único aliás, com a Alba, que agrupa a Bolívia, Cuba, República Dominica, Honduras, Nicarágua e Venezuela. As suas estruturas comportam não somente governos, mas também um Conselho de Movimentos Sociais, dotado de importantes responsabilidades. Além disso, movimentos de países não membros da Alba podem participar. É, com efeito, um exemplo concreto de afirmação da vontade política face às finanças, claro que longe de ser perfeito, mas tem sua existência como um exemplo. Este caso e os resultados que ele tem proporcionado obrigam o movimento altermundista a se colocar uma questão até hoje tabu: devemos – e se sim, como – ganhar espaços políticos concretos para transformá-los? Devemos nos contentar em influenciá-los ou devemos integrá-los e contribuir para sua renovação? A Alba é a primeira estrutura internacional relevante do pós-altermundismo, mesmo que ela não se defina assim.

Fórum – Como o pós-altermundismo se relacionaria com o altermundismo?
Cassen – Estas configurações emergentes constituem um ponto de apoio para iniciarmos uma nova etapa na construção de uma estratégia de transformação global. Com respeito à autonomia de cada um, precisamos encontrar novas formas e novos espaços de articulação entre movimentos sociais, forças políticas e governos. Esta iniciativa pós-altermundista não concorre com o movimento altermundista cuja força propulsora está longe de ser esgotada e ao qual nós continuamos mais que nunca a dar nosso apoio efetivo. Esses novos espaços permitiriam o desenvolvimento de uma relação dialética entre os movimentos e os atores institucionais, uma reflexão dinâmica e prática em torno de questões chave que estão postas, a cada período da história, a todos os movimentos de emancipação: o poder, sua conquista e sua transformação, a democracia e sua construção política, social e econômica.

¹ Também chamado de Carta de Porto Alegre, trata-se de um sumário de doze propostas que tem como objetivo construir um “outro mundo possível”, lema do Fórum Social Mundial. Ele se divide em três partes: economia, paz e justiça, e democracia. Boaventura doi um dos signatários do documento.

Por Douglas Estevam, de Paris