domingo, 4 de julho de 2010

A face visível do movimento pacífico palestino


A face visível do movimento pacífico palestino

O documentário "Budrus" conta a história da resistência pacífica da população de uma aldeia da Cisjordânia contra a invasão do muro de “segurança”, construído por Israel. A força do documentário reside no fato de que ele não mostra as típicas imagens da resistência palestina difundidas pelos meios de comunicação ocidentais. O filme teve êxito no Festival Internacional de Berlim e no de Silverdocs, em Washington, mas vem encontrando dificuldades para ser distribuído nos EUA. As manifestações em Budrus tiveram um certo êxito e conseguiram liberar 95% do território do povo que seria bloqueado pelo muro.

Ayed Morrar é um homem tranqüilo, de baixa estatura, com olhos amáveis, mas intensos, que olham o mundo através de seus óculos de arame. Seu rosto se converteu na cara da resistência palestina não violenta. Morrar é o personagem principal do documentário “Budrus” (dirigido por Julia Bacha, brasileira de 29 anos radicada em Nova York), de 2009, que narra a permanente resistência pacífica dessa aldeia da Cisjordânia à invasão do muro de “segurança”, construído por Israel. No filme, produzido pela Organização Just Vision, com sede em Jerusalém e Washington, pode-se ver dezenas de bandeiras palestinas em mãos de manifestantes que descem de alguns morros rochosos até a área onde há soldados e máquinas israelenses. Também se pode ver as raízes retorcidas de uma antiga oliveira, arrancadas por uma escavadeira, e os rostos dos manifestantes, alguns infantis, outros curtidos ou bronzeados, mas todos orgulhosos, desafiadores e determinados e não permitir que sejam expulsos de suas terras.
Julia Bacha, brasileira de 29 anos radicada em Nova York




A força do documentário reside no fato de que ele não mostra as típicas imagens da resistência palestina difundidas pelos meios de comunicação ocidentais. A fúria midiática se alimenta com imagens de homens mascarados, combatentes do Hamás (Movimento de Resistência Islâmica), com lenços verdes e jovens esquálidos jogando pedras contra grandes tanques israelenses. Em troca, os relatos da “coragem sem armas”, como denomina a produtora executiva de “Budrus”, Ronit Avni, não aparecem em primeiro plano.

O legislador estadunidense do Partido Democrata, Brian Baird, aplaudiu o chamado à não violência, incluída aí a declaração do presidente dos EUA, Barack Obama, em seu conhecido discurso do Cairo, em junho de 2009: “os palestinos devem abandonar a violência”. Para isso, é preciso de um líder como Mahatma Ghandi (1869-1948) ou Martin Luther King (1929-1968), assinalou Baird. E acrescentou: “Creio que estamos diante de um”, referindo-se a Morrar. Baird e o deputado democrata Keith Ellison participaram de uma das apresentações do filme a poucas quadras do Capitólio, acompanhados de Morrar, Avni e da diretora Julia Bacha. Os dois deputados distribuíram cópias do documentário na Câmara de Representantes. “Não sei se convencemos alguém, mas não vamos parar”, assinalou Ellison.

Baird e Ellison têm um papel ativo no conflito palestino-israelense. Ambos votaram contra uma resolução da Câmara de Representantes condenando o informe Goldstone e participaram da primeira delegação do Congresso dos EUA que viajou a Gaza após o ataque israelense de 27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009. O juiz Richard Goldstone dirigiu uma investigação sobre os crimes de guerra perpetrados pelo exército israelense durante a Operação Chumbo Fundido, que matou cerca de 1.400 pessoas e deixou mais de 5.000 feridos, a maioria civis.

Os dois legisladores são um elemento essencial da estratégia de divulgação de “Budrus” e de sua mensagem. O filme teve êxito no Festival Internacional de Berlim e no de Silverdocs, em Washington, na semana passada. No entanto, os realizadores não conseguiram uma distribuição massiva nos EUA. É um assunto delicado, explicou Avni. “Vão nos atacar em todas as frentes”, reconheceu.

A difusão do documentário coincide com a atenção que recebe na atualidade o conflito palestino-israelense que já dura 60 anos. A pressão pela situação nos territórios palestinos é cada vez maior. Isso pode ser visto pelo desacordo recente do presidente Barack Obama com o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelos assentamentos judeus na Cirjordânia, até o ataque das forças israelenses contra os ativistas do barco Mavi Marmara, que no dia 31 de maio rompeu o bloqueio imposto por Israel contra Gaza.

Há cada vez mais expressões não violentas de protesto contra as políticas israelenses nos territórios palestinos. Algumas delas são as manifestações contra a expansão de assentamentos judeus no bairro de Jeque Jarrah, em Jersusalém oriental, os contínuos protestos contra o muro por parte da população cisjordana de Bil’in e Na’alin, até as frotas humanitárias no final de maio.

Há protestos que atingem certo êxito. As manifestações em Budrus conseguiram convencer os israelenses a desviar o trajeto do muro que foi desviado para muito mais perto da Linha Verde, liberando 95% do território do povo. Mas outras não conseguem o mesmo êxito. Os protestos semanais realizdos em Jeque Jarrah desde novembro não conseguiram impedir o início, nesta semana, da construção de casas nos novos assentamentos judeus.

O documentário “Budrus” mostra como movimentos pacíficos conseguiram unir os manifestantes de diversas religiões e nacionalidades e garantir o respeito aos direitos humanos em protestos não violentos. Os realizadores combinam imagens tomadas por manifestantes que enfrentaram a polícia israelense da fronteira, com entrevistas com pessoas envolvidas no conflito de ambos os lados, incluindo um soldado israelense, que enfrenta o dilema de como lidar com manifestantes desarmados. Também utilizam imagens da cobertura midiática sobre o caso e procuram oferecer uma visão multifacetada sobre o conflito.

“Agora vimos outro tipo de israelenses”, assinalou Morrar, em alusão aos ativistas que protestaram com eles diariamente em Budrus. Cidadãos estadunidenses também se manifestaram em Budrus e em outros povoados próximos ao muro. Morrar disse estar orgulhoso pelo apoio destes cidadãos. O aspecto mais importante do documentário é, sem dúvida, Morrar, de voz suave mas clara, sentado frente a muita gente e a milhares de quilômetros do povo que tanto luta para salvar, e os realizadores do filme. É só um povo, só um homem, mas ele dá cara e voz a um movimento muitas vezes esquecido. “Budrus” estréia em Ramalah e em Jerusaláem no início de julho.

Tradução: Katarina Peixoto, na Carta Maior
Copa do mundo 2010: um olhar político em defesa de nossa América!

Por Sturt Silva*

Juro por Deus, juro por meus pais e juro por minha honra que não descansarei enquanto viver até que tenha libertado a minha pátria... [Poís] A unidade de nossos povos não é simples quimera dos homens, senão inexorável decreto do destino...

Simón Bolivar
A luta dos latinos americanos contra os velhos colonizadores e imperialistas de sempre

Neste ultimo sábado, dia 03 de julho, mais dois latinos deram adeus a copa de 2010 da África do Sul.
Pela manhã tivemos a derrota da Argentina por 4X0 diante da Alemanha. Pior que ver mais uma seleção de nossa America voltando para casa e ter que agüentar as provocações inúteis, de “brasileiros” contra nossos irmãos. Entretanto, pior ainda, é ver que tudo isso ajuda a repetir um discurso preconceituoso, em favor de uma rivalidade hipócrita, que é patrocinada, por grandes meios de comunicação e publicidade, que não atende os interesses desses dois povos, que afinal de contas, tem uma relação amistosa e fraterna em todas as areias. Porém com exceção, é claro, no futebol, até por que, é justamente, nesse setor, que se tem uma dominação sectária desses fanáticos, que impede, além de outras coisas, a união e a organização de nossa America, sobretudo no mundo do futebol. A todos os argentinos, meus sentimentos. Torci até o minuto final, infelizmente não deu. Que venha “2014”.
Mas o dia ruim, estava só começando para o futebol sul americano. À tarde assistimos a derrota do Paraguai diante da Espanha. Isso tudo depois da seleção paraguaia ter um gol anulado, pelo o árbitro da partida, um hondurenho e ainda ter desperdiçado um pênalti. No final do jogo, depois de vermos a seleção espanhola fazer um gol, só restou aguardar o apito final e solidarizar com o povo paraguaio a sua despedida da copa.
Assim como eu descrevi acima, os setores conservadores e dominantes, da sociedade brasileira, mostra que tem ódio e preconceito, não só do Maradona e companhia, eles também não perderam a oportunidade para debochar e desrespeitar dos paraguaios. [¹]
Então com as saídas de Brasil, Argentina e Paraguai, a tão sonhada e inédita “copa América” dentro de uma copa do mundo foi pro “ralo”. E pior, virou uma copa de potências européias, onde o provável é que uma delas vença o mundial, e use esse feito como discurso político para abafar a crise que esses países vivem, alienado, assim, parte do seu proletariado. Sem contar,que no campo futebolístico, recupera a hegemonia de títulos em relação ao continente latino americano.
Porém ainda resta uma última alternativa. Torcer pelo bicampeão do mundo (30-50), o Uruguai. Desde 70 que eles não iam tão longe no mundial. Só que agora foram calando a boca dos “especialistas” que sempre ignorarão os uruguaios como favorito, entretanto nunca deixarão de colocar como favoritíssima, a França, por exemplo, que só ganharia o seu título e com suspeitas de fraudes em 1998. [²]
A seleção uruguaia apesar de demonstrar que está melhor do que em outras edições é um pouco “inferior”, tanto na parte técnica como na física, em relação as suas adversárias. No próximo confronto, terça feira, contra as “laranjas mecânicas” terá que colocar o coração na ponta da chuteira e ter muita raça e amor ao seu povo para derrotar a Holanda. Essa partida deve ser encarada como uma “batalha” semelhante aos que seus libertadores tiveram no século XIX. O Jogo é dificílimo porém não impossível,até por que futebol bonito e merecimento eles tem e com sobra.

Mas por que então torcer pelos uruguaios?

Porque não é só apenas uma competição de futebol que está em jogo, o processo é muito mais complexo que podemos imaginar. Entre outras coisas o que está em jogo é a exportação de uma cultura dos “vencedores” com um discurso ideológico, que através do poder de propaganda dos organizadores e investidores fortalece mais ainda as ditaduras do capital e do mercado, presentes em todas as áreas no século XIX, inclusive no mundo do futebol. E que como de práxis, apropria do momento onde as massas estão fragilizadas, com uma grande dose de sentimentalismo e uma falta de pensamento critico para impor toda essa conjuntura de elementos, sem que haja uma reflexão daquilo que o povo passa a ingerir a partir desse momento.
O mundo deve impor contra esse tipo de imposição, considerando que o menos favorecido economicamente e culturalmente, o Uruguai, seja o apoiado nessa empreitada. Porém os latinos têm mais motivos para torcer em favor da seleção Uruguaia.
É hora de mostrar o valor da America latina diante de anos de sofrimento e opressão feita por essas mesmas nações que desde 1400 explorarão e aniquilaram quase toda nossa cultura nativa. É também hora de encarar o imperialismo e colonialismo que foram responsáveis por nosso sofrimento ao longo do tempo e que permanece até hoje, de frente, mas tendo a preocupação que o que estamos lutando é contra a dominação/exploração das elites desses países e não contra todo o proletariado europeu que também sofre.
Assim se pode usar o episodio para punir especificamente a política direitista da Alemanha que falseada de social-democracia, com toda certeza usará o título para desviar os problemas do país. Como punir as elites capitalistas da Espanha, que opressora de seus próprios povos (Bascos, Catalães e Galegos) terá nas mãos uma ótima oportunidade para desenvolver mais ainda sua política fascista, tanto no campo externo como no interno, e de brinde ganhará mais apoio popular podendo sair com a “santinha” da história.
Em termos de política no continente latino o Uruguaio é o único, agora, que representa a pátria grande de Bolívar e que tem no poder um governo progressista, de cunho socialista, bastante empenhado nos projetos do socialismo na America latina. Além disso, possui uma classe operária muito militante e consciente nas relações gerais do país. [³]
O que faz toda diferença para contrapor toda a essa imposição que o processo natural, de vitórias dos europeus, planeja executar.

Notas

[¹] O racismo das emissoras de TV do Brasil contra o povo paraguaio:
http://bulevoador.haaan.com/2010/07/03/o-nome-disso-e-racismo-vergonha-do-racismo-da-sportv-e-da-rede_globo/#more-14431
[²] A suspeita de venda do título do mundial de 1998:
http://blog.zequinhabarreto.org.br/2010/07/02/copa-1998-divulgado-o-escndalo-que-todo-mundo-suspeitava/
[³] A importância de torcer pelos países de classe operaria consciente:
http://ousarlutar.blogspot.com/2010/06/copa-do-mundo-e-os-marxistas.html


A Globo envergonha o Brasil com reporcagem preconceituosa contra Paraguai

Blog do Mello


O Canal SPORTV, das Organizações Globo (aquela que torceu contra a seleção e quer mandar no país), conseguiu se superar e dar uma verdadeira aula de reporcagem*: Dois apresentadores sem sal, um texto pretensamente irônico, mas na verdade preconceituoso e idiota, com uma narração primária. Tudo isso zombando de um país vizinho, onde vivem tantos brasileiros.

Confira, com um saco de vômito à mão.



* Reporcagem é o jeito PIG de fazer reportagem

sábado, 3 de julho de 2010

Tráfico de seres humanos...

Espanha adere à Campanha Coração Azul contra o tráfico de pessoas

 
A Espanha é o primeiro país europeu a aderir à Campanha Coração Azul contra o tráfico de seres humanos, no momento em que um novo relatório do UNODC mostra que o tráfico de pessoas é um dos negócios ilegais mais lucrativos na Europa. Segundo o relatório, os grupos criminosos estão lucrando em torno de € 2,5 bilhões por ano com a exploração sexual e o trabalho forçado.

O UNODC apresentou o relatório Tráfico de Pessoas para a Europa para fins de Exploração Sexual, nesta terça-feira (29 de junho). O lançamento contou com a participação do Diretor Executivo do UNODC, Antonio Maria Costa, da ministra espanhola da Igualdade, Bibiana Aído, da Embaixadora da Boa Vontade do UNODC contra tráfico de seres humanos Mira Sorvino, da atriz espanhola Belén Rueda e da autora e jornalista mexicana Lydia Cacho.

A Campanha Coração Azul pretende conscientizar políticos, organizações da sociedade civil, a mídia e o público em geral sobre o tráfico de seres humanos, a fim de angariar apoio para o combate a esse crime.

"Os europeus acreditam que a escravidão foi abolida há séculos. Mas olhe em volta: os escravos estão em nosso meio. Devemos fazer mais para reduzir a demanda pela exploração e por produtos feitos por escravos", disse Costa. Ele instou os europeus a aderir à Campanha Coração Azul.

Atualmente, mais de 140.000 vítimas estão presas em um ciclo vicioso de violência, abuso e degradação, em toda a Europa. Não há qualquer sinal claro de que o número total de vítimas esteja diminuindo. Adicionalmente, outras 70 mil vítimas são exploradas na Europa a cada ano.

Na Europa, 84% das vítimas são traficadas para fins de exploração sexual. Uma em cada sete trabalhadoras do sexo na Europa é escravizada pelo tráfico para a prostituição. As vítimas geralmente são enganadas ou forçadas a trabalhar por grupos criminosos que dominam e coagem suas vitimas, prendendo-as em uma "redoma" de opressão e de abusos da qual é difícil escapar.

A grande maioria das vítimas é de mulheres jovens. Eles são vítimas de violência, inclusive de estupro, ou de ameaça da violência. São drogadas à força, presas e sofrem chantagem. São obrigas a pagar dívidas que lhe foram impostas, têm seus passaportes confiscados e são atraídas por falsas promessas de emprego.

Na Europa, mais da metade das vítimas vem dos Bálcãs (32%) e dos países da antiga União Soviética (19%). Além disso, 13% vêm da América do Sul, 7% da Europa Central, 5% da África e 3% do Leste Asiático. As vítimas originárias do Leste Europeu tendem a ser encontradas em todo o continente, enquanto as sul-americanas tendem a se concentrar apenas em alguns países. Vítimas do Leste Asiático já são o grupo mais explorado em alguns países.

Na Europa, a maior parte dos traficantes que foram condenados é de homens. No entanto, as infratoras mulheres têm maior participação no crime do tráfico de pessoas do que a média em outros crimes. Alguns grupos consideram que as mulheres sejam mais eficazes em envolver as vítimas. Em outros casos, ser "promovida" a aliciadora é uma maneira de escapar da armadilha do tráfico. Essas mulheres são a ponte entre membros de grupos criminosos organizados e as forças policiais - o que, muitas vezes, evita que as redes de tráfico sejam desmanteladas. Em muitos casos, as vítimas e os traficantes têm a mesma nacionalidade.

Relativamente ao número total de vítimas, poucas pessoas foram processadas por tráfico de seres humanos na Europa Ocidental.

Informações adicionais

Press release (em inglês ou espanhol)
Campanha Coração Azul (em inglês ou espanhol)
Relatório: Tráfico de Pessoas para a Europa para fins de Exploração Sexual (em inglês ou espanhol)

Genocidio em Gaza...

O retrato de uma monstruosidade


Em janeiro deste ano, a BBC divulgou uma matéria onde o governo israelense admitia  que dois de seus oficiais a punição disciplinar por terem autorizado a utilização de fósforo branco no bombardeio de um bairro residencial na cidade de Gaza, há um ano. É evidente que os dois oficiais só usaram armas porque as tinham, embora o fósforo branco seja um armamento proibido pelas leis internacionais, a começar pela Convenção de Genebra.
Os Estados Unidos admitiram, em 2005, ter usado armas deste tipo, mas rejeitaram a acusação de o tenham feito sobre civis.
A substância voltou a ser  usada  para bombardear o bairro de Tel El Hawa, no dia 15 de janeiro de 2009, durante a ofensiva israelense à Faixa de Gaza.
Ontem, o importante jornal médico The Lancet, da Inglaterra, fundado em 1823, publicou um artigo científico sobre os ferimentos provocados pelas vítimas do fósforo branco na ofensiva israelense. As imagens são muito fortes e eu não quis estampá-las no blog, para que pessoas se vejam abrupta e inesperadamente frende a imagens monstruosas.
Mas são imagens  verdadeiras, e também não posso deixar que as pessoas não vejam a realidade chocante do que faz este tipo de arma, porque o horror ao que elas produzem é a melhor forma de bani-las.
Por favor, só clique na imagem deste post, que  mostra o lançamento de projéteis com fósforo branco sobre Gaza – a foto é do site da  BBC -  se desejarem, voluntariamente, ver o que esse tipo de arma causa sobre o ser humano.
É muito feio e repugnante, eu aviso a todos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Valeu SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL...

O Brasil caiu de pé. Levamos azar no primeiro gol holandes e dai a casa caiu...mas valeu o exemplo, a garra e a postura desses jogadores que souberam honrar seu país. O resto é satisfação da globo que irá tripudiar o ùnico técnico, depois de João Saldanha, que ousou afrontar o império midiático dessa rede infame...a vida continua e temos eleições chegando....

Técnicas fascistas dos "donos da terra"...

A tática do latifúndio em ano eleitoral


Por Igor Felippe Santos no blog escrevinhador


O agronegócio intensificou a ofensiva contra os movimentos sociais do campo e contra a Reforma Agrária no mês de abril, com o lançamento da campanha “Vamos Tirar o Brasil do Vermelho – Invasão é Crime”, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Como não conseguiram criar escândalos na CPMI contra a Reforma Agrária, no Congresso Nacional, para desmoralizar os movimentos sociais, os latifundiários lançaram mão dos veículos de comunicação de massa para alcançar seus objetivos. Para fazer frente às mobilizações dos trabalhadores Sem Terra, os ruralistas colocaram propaganda na televisão, inserções em telas de aeroportos e nos cinemas e criaram uma página na internet.
A presidente da CNA, Kátia Abreu (DEM-TO), protocolou também no Ministério da Justiça a proposta de um Plano Nacional de Combate às Invasões de Terra, com medidas para a repressão preventiva aos protestos dos trabalhadores rurais.
De um lado, tentam assustar a sociedade e convencê-la a se colocar contra as lutas dos Sem Terra; de outro, propõem medidas legais que institucionalizam a repressão aos movimentos sociais, com pressão sobre o Poder Executivo e Poder Judiciário. Por isso, querem recolher um milhão de assinaturas em abaixo-assinado que solicita a criação de “medidas preventivas para conter os crimes e a violência que caracterizam as invasões de terras, de forma a garantir paz a quem vive e trabalha na zona rural por todo o Brasil”.
Dessa forma, o latifúndio intensifica a sua campanha contra a Reforma Agrária e para consolidar o agronegócio, buscando desmoralizar os movimentos sociais, inviabilizar políticas de fortalecimento dos assentamentos e acabar com os mecanismos legais para a desapropriação de terras e preservação ambiental.
Na campanha, os movimentos sociais do campo são acusados principalmente de violentos e criminosos. Kátia Abreu chegou a comparar os trabalhadores rurais organizados com o tráfico de drogas, com a indústria da pirataria e até com a pedofilia. Um absurdo.
Em relação às políticas para fortalecimento dos assentamentos, os ataques são os de sempre: recursos públicos seriam desviados para a realização de ocupações de terras. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) contra a Reforma Agrária, essa acusação vem sendo desmontada, porque as entidades demonstraram o trabalho realizado e o resultado positivo das políticas públicas.
Eleições
Em período eleitoral antecipado, os ruralistas fazem dos ataques aos movimentos sociais do campo, especialmente ao MST, uma plataforma para levantar recursos para a campanha e votos dos setores mais conservadores. Na medida em que avançam com suas propostas, tentam tirar do caminho a atualização dos índices de produtividade, acabar com as políticas públicas e os convênios de entidades sociais com os governos.
No debate político, o agronegócio atua para enquadrar as candidaturas a deputado, senador, governador e presidente da República, impedindo a discussão de medidas que fortaleçam a pequena agricultura e a Reforma Agrária. Também forçam declarações dos candidatos contra as ocupações de terras, para que se transformem em compromissos políticos no futuro.
Até agora, os milhões investidos na campanha da CNA criaram mais fumaça do que efeito político real, mas a sociedade brasileira precisa ficar atenta porque, com o recrudescimento do debate eleitoral, os movimentos sociais do campo seráão usados como bode expiatório para assustar os setores médios e dar coesão política às frações mais conservadoras do país.

Iniciativas da campanha da direita

  • Página na Internet: foi criada a uma página com acusações contra os movimentos sociais do campo, principalmente de violência contra funcionários de fazendeiros.
  • Inserções na TV: Entrou no ar na televisão um comercial contra as ocupações de terras, com denúncia de supostas violências dos sem-terra.
  • Inserções em cinemas
  • Propaganda em telas de aeroportos
  • Abaixo-assinado em defesa de Plano Nacional de Combate às Invasões
  • Foi protocolada no Ministério da Justiça a proposta de criação de um Plano Nacional de Combate às Invasões, que pede “medidas preventivas para conter os crimes e a violência que caracterizam as invasões de terras, de forma a garantir paz a quem vive e trabalha na zona rural por todo o Brasil”. José Serra (PSDB) e o vice-presidente José de Alencar (PRB) assinaram.

Os objetivos do agronegócio

  • Desmoralização dos movimentos
  • Enfraquecer os protagonistas da luta pela terra, os movimentos sociais do campo, com acusações de violência.
  • Mudança na legislação
  • Criar um ambiente político favorável a mudanças na legislação no Congresso, que inviabilizem a realização da Reforma Agrária, e destruir o Código Florestal.
  • Fim das políticas públicas
  • Acabar com os convênios dos governos com entidades sociais para fortalecer os assentamentos, sustentando que a Reforma Agrária não tem resultados positivos.
  • Eleição de ruralistas
  • Dar projeção aos candidatos do agronegócio em ano eleitoral, para ampliar a bancada ruralista, eleger governadores e o presidente da República.
  • Travar o debate político
  • Impedir o debate sobre a Reforma Agrária nas eleições e enquadrar todas as candidaturas dentro dos seus interesses econômicos
  • Criminalizar ocupações de terras
  • Implementar plano de combate às ocupações, convencendo a sociedade de que as ocupações de terras são um crime.
Igor Felippe Santos é jornalista, editor da página do MST e integrante da Rede de Comunicadores pela Reforma Agrária.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

FIFA, a máfia do futebol.....



A Fifa controla o dinheiro, marca os adversários e dribla a Justiça

Flavia Tavares, de O Estado de S. Paulo

Enquanto o English Team sofria para passar às oitavas contra a Eslovênia, o escocês Andrew Jennings desfiava o sarcasmo adquirido ao longo da vida de repórter investigativo na Inglaterra, na BBC e em grandes jornais. Com a pontaria muito mais calibrada que a dos artilheiros desta Copa do Mundo, o jornalista vai relatando casos de corrupção que apurou para produzir seus três livros sobre o Comitê Olímpico Internacional (COI) e outro sobre a Federação Internacional de Futebol (Fifa) – mesmo sendo o único jornalista do mundo banido das coletivas da entidade desde 2003.

O jornalista inglês Andrew Jennings relata em livro casos de corrupção dentro da FIFA um dos escândalos relatados por ele em 2006, no livro Foul! The Secret World of Fifa (não traduzido no Brasil), teve um desfecho na sexta-feira. Altos dirigentes da organização máxima do futebol receberam propina, admitiu a Justiça suíça. Mas eles não serão punidos porque a lei do país, que é sede da Fifa, permitia o “bicho” na época.

Os figurões pagarão apenas os custos legais e suas identidades não serão reveladas. “É por isso que meu segundo livro sobre o tema será uma comparação da Fifa com o crime organizado”, conta. Ele optou por publicar a obra depois das eleições na entidade, em maio de 2011, embora duvide que alguém vá enfrentar o dono da bola, Joseph Blatter. “Ninguém ousa desafiar a Fifa porque eles controlam o dinheiro. E a imprensa cala”, dispara Jennings.

Em suas investigações sobre a Fifa, o que o senhor descobriu?

A Fifa é comandada por um pequeno grupo de homens – não há mulheres em altos postos da entidade e isso fala por si – que está lá há muitos anos. São homens em quem não devemos confiar e contra quem temos provas contundentes. Eles podem continuar no poder porque controlam o dinheiro. E tornam a vida dos dirigentes das confederações nacionais muito boa e fácil. Fico envergonhado porque ninguém se manifesta contra esse poder.

Como os dirigentes se manifestariam?

Zurique, sede da Fifa, é uma Pyongyang do futebol. O líder fala e os outros agradecem. Numa democracia é esperado que haja discordância, oposição. Na Fifa, não há. Eles têm um congresso a que, ironicamente, chamam de parlamento. São cerca de 600 delegados – acho que são 2 ou 3 por país representado, e são 208 países. Se você chegasse de Marte acharia que o mundo é perfeito, porque todos concordam. É vergonhoso. Nisso, a CBF é tão culpada quanto todas as outras confederações.

Que instrumentos a Fifa usa para manter esse poder?
A Fifa dá cerca de US$ 250 mil por ano para cada país investir em futebol. Na Europa, não precisamos desse dinheiro. A indústria do futebol fatura o suficiente para se alimentar. Mas é uma forma de a Fifa se manter. Esse dinheiro nunca é auditado. Na Suíça, a propina comercial não era ilegal até pouco tempo, apenas o suborno de oficiais do governo. O caso que eu conto no meu livro é justamente sobre um esquema de propinas pagas pela International Sport and Leisure (ISL), empresa que negociava os direitos televisivos e de marketing da Fifa. A história é cheia de detalhes, mas no final a ISL só foi responsabilizada pelo fato de gerenciar mal seus negócios enquanto devia para outras empresas.

Não houve punição?

Como eu disse, o pagamento de propina não era ilegal na Suíça. Portanto, não havia crime a ser punido. As acusações contra a Fifa foram retiradas e a entidade foi multada em 5,5 milhões de francos suíços (cerca de US$ 5 milhões) para custos legais.

Por que os governos não se envolvem ou a Justiça não faz algo?

Porque a sede da Fifa é na Suíça e a lei lá é muito permissiva. Para outros países, é inaceitável que esses homens se safem tão facilmente e que os altos dirigentes riam da nossa cara desse jeito. O que me deixa enojado é que os líderes dos países – o primeiro-ministro britânico, o presidente Lula e todos os outros – façam negócio com essas pessoas. Eles deveriam lhes negar vistos, deveriam dizer que não querem se relacionar com dirigentes tão corruptos. E tenho certeza de que, se os governantes se voltassem contra a corrupção da Fifa, teriam apoio maciço dos torcedores/eleitores.

Por que todos são tão complacentes?

Suponhamos que você seja uma torcedora fanática pelo seu time. Você vai à Copa do Mundo, mas como sempre há escassez de ingressos. Você então compra suas entradas de cambistas, mesmo sabendo que parte desse ágio vai voltar para o bolso da Fifa, já que ela é suspeita de liberar esses ingressos para os ambulantes. Você não pode provar, claro, mas você sabe. As pessoas não são estúpidas. Os governos menos ainda, eles podem investigar o que quiserem. Mas não investigam a Fifa porque os políticos simplesmente ignoram os torcedores. É o que já está acontecendo com a Copa de 2014. Qualquer brasileiro com mais de 10 anos sabe que a corrupção já está instalada. Por que ninguém faz nada?

Por quê?
É difícil saber. Se um país relevante enfrentasse a Fifa ela recuaria. Ou você acha ela excluiria o Brasil de uma Copa? Eles conseguem enganar países pequenos, esquecidos pelo mundo. Mas, se o Brasil dissesse não à corrupção, provavelmente a América Latina se uniria a vocês. E você acha que esses líderes latino-americanos nunca discutiram a possibilidade de um levante, de fazer o que os europeus já deveriam ter feito há tempos? Acho que lhes falta coragem.

O Brasil tentou fazer uma investigação, por meio de uma CPI.

Tentou e foi ao mesmo tempo uma vitória para o país e uma grande decepção, porque pararam de investigar no meio. O povo vai ter de pressionar os políticos a fazer algo. É realmente uma pena que o Brasil tenha chegado tão longe na investigação e tenha desistido no caminho. Havia provas para seguir em frente, para tirar a CBF das mãos do Ricardo Teixeira e, quem sabe, colocar auditores independentes lá dentro. A Justiça também poderia ser mais ativa. Por mais que eles tenham comprado alguns juízes, não compraram todos, certamente.

Sabendo de tudo isso o senhor ainda consegue curtir o futebol, se divertir com ele?

Sim, porque a corrupção não está tão infiltrada nos jogos, embora chegue a essa ponta também. Ela fica mais nos bastidores. Há exceções, como na Copa de 2002, em que a Espanha e a Itália foram roubadas grotescamente. Era importante para a Fifa que a Coreia do Sul passasse adiante. Não foi culpa dos jogadores, mas as razões políticas e econômicas se impuseram. Na Coreia, o beisebol é mais popular do que o futebol. Se eles fossem desclassificados, os estádios se esvaziariam. Neste ano, todos ficaram de olho nos jogos de times africanos. Blatter também precisa de um time do continente nas oitavas. A questão é que, quando assistimos às partidas, assistimos aos atletas, ao esporte, então, é possível confiar. É fácil punir um árbitro corrupto e a maioria não é corrompida.

Então, a corrupção não interfere tanto no esporte?

Cada centavo que os dirigentes tiram ilicitamente da Fifa ou das organizações nacionais é dinheiro que eles tiram do esporte e de investimentos. Portanto, estão desviando de nós, torcedores, e dos atletas que jogam no chão batido em países subdesenvolvidos. Eles tiram dos pobres.

É possível para os jogadores, técnicos e dirigentes se manterem distantes da corrupção no futebol?

Bom, o dinheiro normalmente é tirado do orçamento do marketing, não afeta jogadores e técnicos dos times nacionais. Uma coisa interessante é o comitê de auditoria interna da Fifa. Um dos membros é José Carlos Salim, que foi investigado muitas vezes no Brasil. Por que você acha que ele está lá? Para fingir que não vê.

A corrupção no futebol começa nos clubes e se espalha ou vem de cima para baixo?

Sempre haverá um nível de roubalheira em todas os escalões. Para isso temos leis e, às vezes, conseguimos aplicá-las. Mas a pior corrupção está na liderança mundial. Quase todos os países assinam tratados internacionais anticorrupção, mas não fazem nada quanto aos desmandos da Fifa e do COI. E, quando algum governante tenta ir atrás de dirigentes de futebol corruptos, a Fifa ameaça suspender o país. Só que ela faz isso com os pequenos. Fizeram isso com Antígua! Suspenderam o país minúsculo que ousou processar o dirigente nacional. Ninguém falou nada. Eu escrevi sobre isso porque tenho fãs lá que me avisaram do caso.

O senhor se sente uma voz solitária na imprensa?

Não confio na cobertura esportiva das agências internacionais. Em outras áreas elas são ótimas. Não no esporte. É uma piada. Apresento documentários com denúncias graves sobre a Fifa na BBC, num programa de jornalismo investigativo chamado Panorama, e dias depois a BBC Sport faz um programa inteiro em que Joseph Blatter apresenta alegremente a nova sede da Fifa em Zurique.

O senhor acompanhou a briga do técnico Dunga com a imprensa brasileira?

Não vou comentar o episódio porque não acompanhei de perto. Posso dizer que a imprensa inglesa e a da maioria dos países é puxa-saco. E sem razão para isso. A desculpa é que os editores têm medo de perder o acesso às seleções e à Fifa. Bobagem. Ora, eu fui banido das coletivas da Fifa sete anos atrás e ainda consegui escrever um livro e fazer várias reportagens. A imprensa deve atribuir as responsabilidades às autoridades. Se não fizer isso, é relações públicas. Tenho milhares de documentos internos da Fifa que fontes me mandam e não param de chegar. Por que só eu faço isso?

A cobertura se concentra mais no evento esportivo em si e nas negociações de jogadores?

Exato, também porque a chefia das redações tende a se concentrar nos assuntos de política nacional, internacional e na economia e deixar o esporte em segundo plano.

O que o senhor espera da Copa no Brasil, em 2014?

Há algumas semanas, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deu um piti público cobrando o governo brasileiro para que acelerasse as construções para a Copa. Estranhei muito, porque não imagino que o governo brasileiro se recusaria a financiar uma Copa. Vocês são loucos por futebol, estão desenvolvendo sua economia, têm recursos e podem achar dinheiro para isso. Uma fonte havia me dito que Valcke e Ricardo Teixeira tinham tirado férias juntos, estavam de bem. Então, o que está por trás dessa gritaria? É pressão para o governo brasileiro colocar mais dinheiro público nas mãos da CBF. Mundialmente, as empreiteiras têm envolvimento com corrupção. Dá para sentir o cheiro daqui.

Três de seus livros são sobre as Olimpíadas. As falcatruas acontecem em qualquer esporte ou são predominantes no futebol?

Sou cuidadoso ao falar disso. Sei que a liderança da Fifa é muito corrupta – e venho publicando isso há mais de dez anos sem que eles tenham me processado nem uma vez sequer, o que diz muito. O COI era muito pior sob o comando de Juan Antonio Samaranch (morto em abril deste ano), que presidiu a entidade de 1980 a 2001. Ele era um fascista e o fascismo é, além de tudo, uma pirâmide de corrupção. Samaranch trabalhou ao lado do generalíssimo Franco. Essa cultura franquista e fascista se transformou em uma cultura gângster.

A corrupção no COI diminuiu com a saída de Samaranch?

Vou ilustrar com uma história. No meu site publiquei uma foto de Blatter cumprimentando um mafioso russo, em 2006, em um encontro com dirigentes do país. O russo foi quem fez o esquema em Salt Lake, na Olimpíada de Inverno de 2002, para que os conterrâneos ganhassem o ouro em patinação artística. Pois bem, Blatter, Havelange e muitos outros da Fifa são parte do comitê do COI. Essa é a dica de como a Rússia está agindo para sediar a Copa de 2018.

Foi assim que o Brasil conseguiu a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016?

Na votação em Copenhague, que deu a sede olímpica para o Rio de Janeiro, o nível de investigação jornalística foi ridículo, só víamos a praia de Copacabana com o povo feliz. Há um grupo no COI que já foi denunciado por receber propina no escândalo da ISL – e quem acompanha a entidade sabe quem eles são. Os dirigentes dos países só precisam pagar umas seis ou sete pessoas para conseguir o voto. Existe, com certeza, uma sobreposição entre os métodos da Fifa e do COI. Mas a cultura das duas entidades não é tão estrita quanto à de uma máfia, é mais como se fossem máfias associadas, apoiadas umas nas outras. Coca-Cola, redes de fast-food, Adidas, você acha que essas companhias não sabem o que está acontecendo? Eles não são estúpidos. A cara de pau é tamanha que Jacques Rogue, presidente do COI, disse em Turim, em 2006, que o COI e o McDonald’s compartilham os mesmos ideais. Será que ele não sabe quanto a obesidade infantil é um problema gravíssimo em vários países? Ou faz parte do jogo ceder a esses interesses?

Modelo econômico e dependência

  Waldemar Rossi  - Correio da Cidadania 
 
O Estado de S. Paulo do dia 27 último, em seu caderno sobre Economia, dá destaque para o fato de que o Brasil está importando mais do que em qualquer outro tempo. Importação de material que já deveria estar sendo fabricado no Brasil há décadas.
 
Importamos de tudo, desde máquinas, computadores e todos os seus componentes a minerais não metálicos, tecidos, carros em larga escala, além das bugigangas que vêm da China e de outros países asiáticos. São rios de dinheiro que saem, garantindo emprego naqueles países, enquanto nossa juventude fica à mercê do desemprego ou dos baixos salários e trabalhos precários.
 
Desde os tempos da ditadura militar, de tão triste memória, que o Brasil adotou um modelo econômico dependente do capital transnacional (à época chamado de multinacional), predador, em profundo prejuízo para a economia e para o povo brasileiro.
 
Convém não esquecermos que Getúlio Vargas vinha pondo em prática um modelo de desenvolvimento industrial nacionalista, isto é, com tecnologia nacional – embora retardatária em relação à Europa e Estados Unidos –, amparada nos recursos financeiros acumulados pelos barões do café e do leite, além, é claro, dos maravilhosos "incentivos" do próprio governo que direcionava dinheiro do orçamento nacional (dinheiro do povo, portanto) para garantir que a indústria crescesse aqui sem depender do capital internacional. Tratava-se, sem dúvidas, de um modelo capitalista, porém escorado numa concepção nacionalista.
 
Quem mudou definitivamente essa direção da nossa economia foram os militares, aliados históricos do imperialismo estadunidense, com o apoio político da famigerada UDN (União Democrática Nacional), partido de extrema-direita da época. A adoção do modelo industrial multinacional viria a colocar o Brasil sob a total dependência do capital alienígena, que sempre visou nos explorar ao máximo. Depois de alguns anos de grandiosa produção em larga escala, o modelo começou a mostrar seu "canto de sereia" que levou milhões de brasileiros a se deslocarem do campo para os grandes centros em busca da felicidade alardeada pela mídia. Entrou em declínio de produção e de vendas, gerando desemprego e todas as suas graves conseqüências.
 
Porém, o capital aqui instalado não aceitou reduzir seus lucros e nem perder o controle sobre nossa economia. Jogou pesado para assegurar que os que viessem suceder os governos militares estivessem sob seu comando. E conseguiu. O grande vilão da nova fase da vida política do país – chamada de "democrática" – viria a ser principalmente o PSDB, um partido composto de "cidadãos" que tinham sido de esquerda anos antes, mas que já tinham sido cooptados pelo poder do capital neoliberal, via FHC, que fora guinado a ministro de Relações Exteriores.
 
Se não foi o único vilão da época, o tucanato se prestou a fazer o grande jogo de colocar o país ainda mais dependente do capital transnacional. Nossas empresas estatais, estratégicas para o desenvolvimento econômico nacional, foram "leiloadas" e entregues "de mãos beijadas" às grandes empresas, em sua maioria estrangeiras (americanas, européias, japonesas...).
 
Por outro lado, o mesmo tucanato ampliou consideravelmente a política de produção do setor primário – extração mineral e produção agropecuária – para a exportação. Objetivo: garantir a entrada de dólares, que o governo foi comprando com dinheiro do orçamento federal, a juros elevadíssimos, para fazer o "superávit-primário", e com isso garantir os compromissos com a agiotagem das Dívidas Externa e Interna, sem reduzi-las, porém.
 
Se os tucanos traíram o povo brasileiro, a política "lulo-petista" não deixou por menos. Somos hoje muito mais dependentes do capital internacional e vivemos ao sabor dos seus humores. Assim, a cada oscilação do mercado internacional - que vai se tornando cada vez mais freqüente -, a economia brasileira se põe em sobressaltos. Em pouco tempo, as aparentes recuperações da economia e do emprego entram novamente em recesso. E quem sofre as conseqüências desse vai e vem da economia em crise são em primeiríssimo lugar os trabalhadores.
 
No início do governo Lula (2003), os movimentos sociais de âmbito nacional se organizaram, desenvolveram amplo debate sobre os rumos da política econômica nacional aplicada também pelo governo petista. Apresentaram documento apontando para os "gargalos" que vêm travando o desenvolvimento econômico do país, indicando onde o dinheiro do povo deveria ser aplicado para que, em poucos anos, pudéssemos alcançar a nossa autonomia, gerando postos de trabalho permanentes, promovendo distribuição de renda e, de fato, ir progressivamente eliminando a pobreza e a miséria reinantes em nosso país, desde os tempos coloniais.
 
No entanto, Lula virou as costas para os movimentos sociais, que foram parte importante para sua eleição. Mas o documento está "guardado na lata do lixo do Palácio do Planalto" e o povo paga um preço muito caro por tamanho desprezo para com as suas necessidades vitais. Não é por menos que os grandes empresários nacionais e internacionais estão felicíssimos com o desempenho do governo petista, pois nunca poderiam imaginar que o lulo-petismo fosse mais eficaz que o tucanato.
 
Não se iludam os amantes e defensores incondicionais da política lulista. O tempo se encarregará de revelar o grau de tamanha traição, como vem mostrando o que foi a traição nacional dos militares golpistas, pois "um governo que semeia ventos fará seu povo colher tempestades".
 
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Exame de próstata...

Reproduzo do blog do Azenha...

 Check-up da próstata, fazer ou não?

por Conceição Lemes

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os brasileiros. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, era de que, em 2002, ocorressem no país 25.600 novos casos da doença. Para 2010, calcula 52.350.
Um salto de 104% em nove anos devido especialmente ao aumento de diagnósticos. Nisso, a mídia tem ajudado, estimulando a detecção precoce. Há duas estratégias. Uma, para indivíduos que apresentam sintomas ou sinais iniciais da doença. É o diagnóstico precoce. Outra, àqueles aparentemente saudáveis, sem qualquer sinal ou sintoma. É o que os médicos denominam rastreamento.
O diagnóstico precoce é inquestionável. É consenso no mundo inteiro. O mesmo não acontece com rastreamento destinado à população masculina em geral.
“Eu não tenho dúvida de que é preciso rastrear, detectar e tratar o câncer de próstata em homens saudáveis, assintomáticos”, afirma urologista Sidney Glina, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do ABC. “O câncer de próstata só mata menos do que o de pulmão. O óbito ocorre, em média, 12 anos após o seu início. Se aos 50 anos o indivíduo tem câncer de próstata e não se tratar vai morrer com 62. Portanto, o rastreamento tem impacto positivo na vida.”
“Não se tem ainda grandes evidências de que diminua a mortalidade se o câncer de próstata for tratado antes de os sintomas aparecerem, fazendo o paciente viver mais e melhor”, diverge o clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas de São Paulo e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP. “Além disso, o tratamento tem efeitos colaterais importantes.”
Essa discordância no meio acadêmico retrata um grande debate que ocorre no mundo inteiro.
Sociedades de especialistas, como a American Cancer Society, American Urology Association e Sociedade Brasileira de Urologia, são a favor do rastreamento. Recomendam anualmente o toque retal e do PSA em homens saudáveis, sem sintomas, a partir dos 50 anos. Caso exista história familiar de câncer de próstata, a partir dos 40.
Já a US Preventive Services Task Force e a Canadian Task Force, respeitados organismos multidisciplinares independentes, e o National Institute of Cancer, dos EUA, contra-indicam o check-up anual em homens assintomáticos, sem histórico familiar. No Brasil, o Inca e o Centro de Promoção de Saúde do Hospital das Clínicas de São Paulo também.
TEM ALGUMA DIFICULDADE PARA URINAR?
Estranhou? Ficou confuso, por que não é o que normalmente aparece na mídia?
Calma. Antes de avançarmos, atente aos sintomas abaixo e responda:
* É comum a sensação de não esvaziar completamente a bexiga aós terminar de urinar?
* Tem vontade urinar menos de 2 horas após ter urinado?
* Ao urinar, parou e recomeçou várias vezes?
* O jato de urina anda fraco?
* Tem de fazer força para começar a urinar?
* Tem de se levantar duas, três, quatro vezes à noite para urinar?
Quanto mais sim, maior a intensidade dos sintomas. Mas eles – atenção! – não significam que a doença seja maligna ou benigna. É apenas o que o homem está sentindo em decorrência de prováveis alterações na próstata.  Vá ao médico.
O que tem a ver dificuldade de urinar com próstata? Muito. A razão é a posição dela. Situada logo abaixo da bexiga e em frente ao reto, ela fica em volta da uretra.
A próstata é uma glândula, seu formato e tamanho assemelham-se ao de uma castanha portuguesa e pesa cerca de 20 gramas. É órgão fundamental do aparelho reprodutor masculino. Sua função principal é produzir a secreção que participa do esperma, o líquido expelido pelos homens durante a ejaculação. A secreção prostática representa 30% do volume ejaculado. Serve como meio de transporte, alimento e proteção para os espermatozóides durante o seu percurso na vagina rumo à fertilização. E, ao contrário do que muitos imaginam, não tem nenhum papel na ereção peniana.
“Três enfermidades podem afetar a próstata”, explica Glina.  “A prostatite [infecção], a hiperplasia benigna [crescimento benigno da glândula] e o câncer.”
Imagine uma maçã. A casca equivale à região periférica da glândula: é onde nasce a maioria dos cânceres. O miolo, onde ficam os caroços, é a zona central: local onde mais freqüentemente ocorrem as prostatites. A parte maior, que é a polpa, equivale à região de transição: é onde surge a hiperplasia benigna da próstata, disparado a mais freqüente das enfermidades da glândula.
“Geralmente no início, o câncer de próstata é silencioso, não dá sintomas”, previne Lichtenstein. “Independentemente disso, ao sentir dor ou desconforto na micção ou notar alguma mudança no fluxo da urina, não empurre com a barriga, busque ajuda médica, pois alguma alteração há.”
OPERAÇÃO ÀS VEZES DESNECESSÁRIA E MUTILANTE
Especificamente em relação ao câncer de próstata, sabe-se que:
1) A genética é fator importante. Homem cujo pai ou irmão teve câncer de próstata antes dos 60 anos tem 3 a 10 vezes mais risco de desenvolver a doença do que a população em geral.
2) Obesidade e alimentação parecem favorecer a doença. Na Ásia, é baixa a incidência . Porém, quando os asiáticos migram para os países ocidentais, a geração seguinte tem a mesma prevalência que a população branca.
3) A sua incidência aumenta após os 50 anos. É considerado um câncer da terceira idade, já que 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
4) Estudos demonstram a presença de câncer de próstata em 30% das necropsias feitas em homens acima de 80 anos. Porém, menos de 5% desses óbitos são devido ao tumor. Ou seja, em um grande contingente de homens a doença jamais evoluirá.
5) Há dois tipos de tumores de próstata. Os que crescem rapidamente e se espalham para outros órgãos (metástases), podendo levar à morte em alguns meses, se não diagnosticados e tratados bem cedo. E os que se desenvolvem lentamente – demoram aproximadamente 15 anos para atingir 1 centímetro cúbico –, e não chegam a dar sinais durante a vida e nem ameaçar a saúde do homem. Esse segundo tipo corresponde à maioria dos casos.
“A questão é que não existe exame que nos permita saber se o tumor é do primeiro ou do segundo tipo”, adverte Lichtenstein. “Operam-se então homens sem necessidade, e a cirurgia pode causar disfunção erétil [antes denominada impotência sexual] e incontinência urinária.”
“Provavelmente tratamos mais do que seria preciso”, reconhece Glina, “e o tratamento é mutilador, e o pós-operatório, chato. Esse é o problema”.
A cirurgia chama-se prostatectomia radical. Feita com anestesia geral, remove a glândula inteira e os tecidos ao redor. Incontinência urinária é um dos riscos. A operação pode lesar a musculatura que segura a urina na bexiga. Em conseqüência, 2% a 5% perdem totalmente a capacidade de conter a urina e têm de usar fralda o tempo todo. Cerca de 10% deixam escapar um pouco quando riem, tossem ou fazem esforço e precisam usar um pequeno absorvente.
Outro risco é a disfunção erétil. Inicialmente, todos ficam impotentes. Com o tempo, 30% a 50% recuperam naturalmente a ereção. Mas em 50% a 70% a cirurgia causa disfunção erétil, já que os nervos da ereção passam ao lado da próstata e muitas vezes não dá para preservá-los. A disfunção erétil pode ser tratada com medicamentos orais, injeções no pênis e prótese peniana.
“Em alguns casos, pode ser feita radioterapia em vez da cirurgia”, avisa Glina. “A radioterapia provoca menos efeitos colaterais.”
PSA AUMENTADO NÃO SIGNIFICA SEMPRE TUMOR MALIGNO
E o PSA? E o toque retal?– muitos já devem estar cobrando.
O toque retal é o teste mais usado. Porém, como somente as porções posterior e lateral da próstata podem ser palpadas, 40% a 50% dos tumores ficam fora do seu alcance. Daí ser usado em combinação com a dosagem do PSA no sangue.
O antígeno prostático específico é produzido pelas células epiteliais da próstata e não pela célula cancerosa, especificamente. Resultado: o PSA altera-se não apenas quando há câncer, mas também prostatite e hiperplasia benigna da próstata, assim como após a ejaculação e a realização de citoscopia (endoscopia das vias urinárias).
PSA abaixo de 4 ng/ml é considerado normal. Porém, hoje se usa mais 3 a 3,5. Para alguns especialistas, resultado negativo só quando o PSA for abaixo de 2,5 ng/ml. Ou seja, não há consenso.
“Como o PSA alterado não diferencia a doença, torna-se necessária a biópsia da próstata, feita em 18 a 20 fragmentos”, afirma Glina. “Cerca de 70% dos casos  não são positivos para câncer, pois o PSA é um mau marcador tumoral. Mas é o único que temos. Infelizmente, ainda não há um método melhor para separar o tumor maligno das demais doenças.”
“O PSA elevado é apenas o início do processo que pode passar pela biópsia e chegar à cirurgia”, salienta Lichtenstein. “A biópsia é incômoda e gera muita ansiedade. Se for câncer, opera-se, correndo o risco dos efeitos colaterais. Por isso, não vale a pena fazer check-up prostático anual em homens saudáveis. Acaba-se operando demais.”
“Vale a pena, sim, ‘ir atrás’ do tumor de próstata em homens saudáveis”, reafirma Glina. “O diagnóstico precoce terá impacto na sobrevida, principalmente nos mais jovens. Já há dados no mundo todo, inclusive do DataSUS de São Paulo, mostrando que a mortalidade pelo câncer de próstata vem caindo. Isso se deve ao fato de rastrear o câncer próstata entre os homens saudáveis após os 50 anos e a partir dos 40, em quem tem história familiar desse tumor.”
“Mas se for do tipo que não mata e o indivíduo ficar apenas com os ônus da cirurgia?”, Lichtenstein vai ao x da  questão. “Só tem sentido o rastreamento no dia em que houver um marcador para o tumor agressivo, ou tratamento que não deixe seqüelas ou evidências científicas de que o que tratar o câncer da próstata antes de os sintomas aparecerem faz o indivíduo viver mais ou melhor. Enquanto isso, check-up anual de próstata em homens saudáveis, sem antecedentes familiares , não deve ser política de saúde pública.”
DISCUTATUDO ISSO COM SEU MÉDICO
Sidney e Arnaldo são médicos muito competentes, atualizados e éticos. Além disso, amigos. Mas essa discussão é sem fim.  É um Fla-Flu, mesmo, pelo menos por enquanto. E não estão sozinhos.
No mundo inteiro, a comunidade científica busca uma resposta consistente, definitiva,  para esta pergunta: a procura de câncer de próstata em homens saudáveis, sem histórico familiar da doença, traz benefícios, reduzindo a mortalidade?
A expectativa era a de que dois grandes estudos – um europeu e outro estadunidense – com milhares de homens, divulgados em 2009, responderiam a questão. Mas não, ela continua em aberto.
O estudo estadunidense acompanhou 75 mil pacientes durante 11 anos. Concluiu que não há diferença de mortalidade entre rastrear ou não homens homens saudáveis, assintomáticos, acima dos 50 anos. Esse estudo foi contestado no mundo inteiro, pois  58% dos participantes do grupo controle fizeram o PSA por conta própria.
O estudo europeu envolveu 180 mil homens por 10 anos. Verificou que para evitar uma morte foram necessários 1.400 PSA e 50 tratamentos, dos quais 20 ou 30 ficaram impotentes. Para os epidemiologistas, é número muito alto de diagnósticos e de disfunção erétil para salvar uma vida.
Daí a US Preventive Services Task Force, a Canadian Task Force, o National Institute of Cancer, dos EUA, o Inca e o Centro de Promoção de Saúde do Hospital das Clínicas de São Paulo continuarem não recomendando a avaliação em homens aparentemente saudáveis, sem histórico familiar.
“Só se recomenda o rastreamento populacional, quando o exame é fácil de fazer, detecta a doença no início, ela é frequente e o tratamento precoce muda o curso dela”, esclarece Lichtenstein. “Isso está comprovado para hipertensão, diabetes e câncer do colo do útero. Para o câncer de próstata, ainda não.”
“Só que quando o câncer de próstata dá sintomas, a doença já se disseminou”, alerta Glina.  “Aí, o tratamento é paliativo, não há mais chance de cura.”
Diante desses prós e contras, o que fazer?
Se você tem histórico familiar de câncer de próstata, não há o que discutir. A recomendação é unânime:  faça a avaliação  anual a partir dos 40 anos. Isso implica toque retal e PSA.
Tendo dor, desconforto ou sintomas urinários, procure ajuda médica também, qualquer que seja a sua idade.
Se você tem 50 anos ou mais, está saudável, a decisão de fazer o check-up anual de próstata é sua. Discuta com o seu médico. Questione-os sobre os prós e contras.
O economista Carlos Vieira, 59 anos, faz desde os 50: “Fico mais tranqüilo”.
O colega de trabalho Marcos Pacheco, 57, não: “Enquanto não estiver comprovado que vale a pena em homens saudáveis, não farei. Pelo menos, até os sintomas aparecerem – se aparecerem — vou ser feliz”.
Mas qualquer que seja a sua decisão, cuidado com os espertalhões. “Tem médico que fala que opera com robô e garante 100% de potência no pós-operatório”, alerta Glina. “Isso é mentira.”