terça-feira, 19 de outubro de 2010

Serra tem raiva e nojo de povos latino-americanos

Do blog jornalisticamente falando

Peço o favor de fazer circular esta mensagem, que é fruto da indignação de uma cidadã boliviana que assistiu ao debate da Rede TV! de domingo passado, quando o candidato José Serra ofendeu acintosa e deliberadamente o povo boliviano, sem ter demonstrado qualquer gesto de respeito ou gratidão pelo país que o acolheu em julho de 1964 e graças ao governo democrático da época, que lhe concedeu um documento de viagem nacional (negado pela embaixada brasileira de La Paz a todos os exilados, por orientação da ditadura) lhe foi possível o seu asilo político na França.
Quero manifestar meu protesto veemente pela falta de postura de uma pessoa que, depois de ter se beneficiado da solidariedade de um país, o condena, ainda mais conhecendo (ou, pior, deveria conhecer) a verdadeira história da expansão da produção das drogas em escala industrial, durante a ditadura sanguinária de Hugo Banzer Suárez, com dinheiro do BID (mais de meio milhão de dólares) que deveria ter sido destinado à cultura de algodão, em 1976, para atender à demanda do mercado dos Estados Unidos (“La veta blanca”, de René Bascopé Aspiazu, 1983; “Com a pólvora na boca”, de Julio José Chiavenatto, 1984), mas acabou desviado para atender aos interesses dos comparsas do ditador, ávidos de virar milionários, da noite para o dia, com a conivência dos governos aliados (inclusive dos Estados Unidos).
Uma pessoa dessas, aliás, jamais reconhecerá qualquer tipo de débito pessoal ou político, portanto, não merece credibilidade alguma, seja qual for a sua formação ideológica ou sua posição política, já que serve aos interesses de quem lhe convier na ocasião.
Sou filha de um ex-exilado político boliviano, o sindicalista Juan Colombo Vargas, que peregrinou contra a sua vontade por diversos países latinoamericanos nas décadas de 1960 e 1970 enquanto sua família passava dificuldades e corria riscos de vida em La Paz. Quando o saudoso presidente Hernán Siles Zuazo (da Unidad Democrática Popular – UDP) assumiu democraticamente o mandato constitucional conquistado nas urnas (outubro de 1982), depois de uma sucessão de generais assassinos e vinculados ao narcotráfico, todos patrocinados pelo governo dos Estados Unidos e pelas ditaduras que na época executavam o Plan Cóndor (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile e Uruguai), graças a isso pude voltar a conviver, mesmo que por poucos anos, com meu saudoso pai, falecido em 1989, por problemas cardíacos.
Foi ele que me ensinou que, independentemente de gostarmos ou não do presidente eleito democraticamente do país que por ventura nos acolhesse, devêssemos guardar sempre gratidão a essa nação, ao seu povo e sobretudo à sua história. Nunca morei no Brasil, mas leio e escrevo o português por ser casada há duas décadas com um professor brasileiro que escolheu a Bolívia para formar sua família. E assim estamos educando nossos três filhos, com profundo amor pela Bolívia, pelo Brasil e pelo povo latinoamericano, que tem a mesma história de lutas e tragédias, e os mesmos sonhos de liberdade, justiça social e solidariedade.
Ivana Colombo

O voto de José Carlos Mariátegui



por Marcelo Salles no escrevinhador

José Carlos Mariátegui, um dos maiores pensadores latino-americanos – e por isso mesmo sonegado ao povo pelas corporações de mídia – foi um dos que melhor pensaram Nuestra América desde abajo, através do chamado socialismo indo-americano. Viveu três anos e meio na Europa e foi lá, segundo o próprio, que descobriu-se um revolucionário com um dever a cumprir em sua própria pátria, o Peru, e em todo o continente. Isso no início do século passado.
Mariátegui, jornalista e escritor, teve seu grande momento em “Os sete ensaios de interpretação da realidade peruana”, que na verdade é tão rico que pode ser aplicado a toda América Latina. Nesse livro, que reúne artigos publicados em sua revista, Amauta, ele trata do problema da terra, da educação pública, da cultura, do fator religioso, entre outros assuntos. Em todos eles fica evidente o protagonism o do povo e os males causados pelo imperialismo e pela burguesia entreguista.
Se Mariátegui fosse vivo, hoje ele estaria de cabelo em pé com o avanço de José Serra nas pesquisas de intenção de voto. O candidato da direita tem praticamente duas campanhas. Uma adotada alegremente pela superestrutura midiática e outra que funciona no subterrâneo (panfletos e e-mails apócrifos). Uma fica dentro da legalidade, a outra ataca abaixo da linha de cintura. Mas as duas apelam para o que há de mais retrógrado: o moralismo, o conservadorismo religioso, a família tradicional tipo papai-mamãe.
Brizola Neto, em seu blog, em abril, já havia mostrado que Serra contava com uma equipe para fazer o jogo sujo. A tal campanha de calúnia e difamação contra Dilma.
É fácil identificar os motivos que levariam Mariátegui a se posicionar ao lado de Dilma e contra Serra. Este representa a burguesia reacionária, os interesses do imperialismo, o neolib eralismo. Essas três correntes são a chave para o desemprego, para o empobrecimento do povo, para o saque das riquezas nacionais. Dilma representa o governo Lula, que pode não ter feito o governo dos sonhos da esquerda, mas é o que mais se aproximou disso. O emprego aumentou (15 milhões contra 5 milhões no governo FHC-Serra), há um esforço para proteger as riquezas (basta ver o debate sobre o pré-sal e identificar quem defende o sistema de partilha e quem se posiciona em favor da manutenção dos leilões) e cerca de 24 milhões de brasileiros saíram da miséria, enquanto outros 30 milhões entraram para a classe média. Para efeito comparativo, o Peru de Mariátegui tem, hoje, 28 milhões de habitantes.
O ayllu – terra indígena de produção coletiva – poderia ser comparado ao avanço nos investimentos do governo Lula-Dilma na agricultura familiar, que passaram de R$ 3 bilhões para R$ 16 bilhões anuais. Isso significa mais comida para nuestro povo, e sem os agrotóxicos utilizados nos latifúndios.
Serra não se importa em jogar baixo, nem que isso custe um retrocesso gigantesco ao país. Então joga o aborto no centro do debate e diz ser muito importante tratar de questões morais. Sua campanha investe pesado na imagem da esposa (a tal família tradicional), que reza na igreja, segura a imagem de uma santa, e assim diferencia-se de Dilma. Enquanto isso, no subterrâneo circulam notícias de que a petista é terrorista e quer montar uma república satanista.
De repente, todo o movimento à esquerda em Nuestra América se vê ameaçado pela direita brasileira. Sem um governo progressista no Brasil, podemos imaginar as dificuldades da revolução bolivariana, na Venezuela, que em dez anos criou a Telesur, reduziu a pobreza extrema de 80% para 30% da população, elevou para 93% do povo o acesso à água potável, reduziu a mortalidade infantil e erradicou o analfabetismo. Ou do presidente Evo Morales , na Bolívia; de Rafael Correa, no Equador; de Mujica, no Uruguai; de Cristina Kírchner, na Argentina. Todos esses tiveram, em comum, a implementação de políticas públicas que melhoraram a vida do povo, fortaleceram o Estado e intensificaram das relações com os países do continente, o que culminou na criação da Unasul e a resolução dos problemas regionais sem a interferência de potências estrangeiras.
O aumento do comércio regional também é um bom indicador dessa política. Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, as exportações do Brasil para a América Latina e Caribe aumentaram em 42,8%, só no primeiro semestre de 2010, colocando a região na primeira posição de mercado comprador de produtos brasileiros.
E para além do comércio, vale lembrar, foi no governo Lula-Dilma que o Brasil compreendeu ser necessário mais do que intensificação dos negócios para resolver os problemas comuns da Nuestra Améric a. Ganharam importância instrumentos como fundos para o desenvolvimento e o Banco do Sul. Entendeu-se, pela primeira vez, que a desigualdade entre os países da região provoca conflitos e, por isso, passou-se à implementação de políticas que permitam a todos os países agregar valor a seus produtos, de modo a garantir a segurança alimentar, o emprego e a renda, sem que as antigas instituições financeiras internacionais imponham seus mecanismos de arrocho. O desenvolvimento do bloco latino-americano ajuda a explicar, em boa medida, o novo posicionamento do Brasil no mundo.
E tem outra coisa. José Carlos Mariátegui jamais votaria num candidato a presidente que acusasse, como fez Serra, o presidente de um país vizinho de ser conivente com o tráfico de drogas. Um sujeito dessa estirpe não tem condições de governar uma nação como o Brasil. Em vez de diplomacia, é bem capaz de ele declarar uma espécie de guerra preventiva, nos moldes estadunidense, p ondo toda a região em perigo e facilitando a ação imperialista.
Por tudo isso, se Mariátegui fosse brasileiro votaria em Dilma. Não em razão de supostas opiniões inseridas no escopo moralista, mas porque ela representa um projeto político capaz de seguir melhorando a vida dos mais de 500 milhões de cidadãos latino-americanos.
Marcelo Salles, jornalista, é colaborador do jornal Fazendo Media e da revista Caros Amigos, da qual foi correspondente em La Paz entre 2008 e 2009. No twitter, é @MarceloSallesJ

Tucanos entram com ação contra Revista do Brasil



PSDB quer liberdade de imprensa só para sua turma

Por Paulo Salvador, da rede Brasil Atual

A Revista do Brasil sofreu mais uma investida do PSDB. Por solicitação dos tucanos, na madrugada desta segunda-feira (18), o ministro Joelson Dias, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pediu a suspensão de circulação da edição 52, de outubro.
A ação da coligação “O Brasil pode mais”, encabeçada pelo PSDB, de José Serra, foi atendida apenas em parte. Além da Revista do Brasil, suspende a circulação do Jornal da CUT, ano 3, nº 28. Mas três itens cruciais foram negados pelo ministro Dias. A demanda dos advogados tucanos queria silenciar o Blog do Artur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e pedia a busca e apreensão do material mencionado.
O terceiro item negado é emblemático: o PSDB queria que a questão tramitasse em segredo de Justiça. Nenhuma informação sobre o processo poderia ser divulgada, caso o pedido fosse atendido. Isso denota intenções claras do tucanato de ocultar da opinião pública a própria tentativa de restringir, ou censurar, a circulação de informações e opiniões.
A divulgação foi feita pelo site do TSE e repercutiu em sites noticiosos ao longo do dia. A Editora Gráfica Atitude, responsável pela Revista do Brasil, só poderá se pronunciar quando for comunicada oficialmente pelo órgão sobre a decisão do juiz e seus eventuais desdobramentos.
De antemão, agradece as centenas de mensagens de apoio e de solidariedade recebidas ao longo do dia, fruto da mobilização da blogosfera. Qualquer ato dessa natureza – indispor o Judiciário contra às liberdades de imprensa e de expressão – merece no mínimo a condenação de todos os cidadãos que prezam pela democracia e pelo direito à informação.
Diferentemente de panfletos apócrifos destinados a difundir terrorismo, desinformação e baixarias das mais diversas – sejam eles de papel, eletrônicos, digitais ou virtuais –, a Revista do Brasil tem endereço, CNPJ, núcleo editorial e profissionais responsáveis. A transparência do veículo, ao expor sua opinião de forma tão clara quanto rara na imprensa brasileira, e o jornalismo independente e plural que pratica – patrimônio dos trabalhadores aos quais se destina – não merecem ser alvo de qualquer forma de cerceamento.
Quatro anos depois
A edição 52 da Revista do Brasil trazia, à capa, uma foto da candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), com a chamada “A vez de Dilma: O país está bem perto de seguir mudando para melhor”. A publicação explicita em seu editorial a posição favorável à candidatura Dilma, e traz também reportagem analisando circunstâncias da disputa do segundo turno.
O pedido de restrição de circulação de seu conteúdo assemelha-se a uma investida datada de junho de 2006. À época, o mesmo PSDB encampou pedido de suspensão de distribuição da edição número 1 da revista. Havia ainda a demanda de que a edição deixasse de ser divulgada no site da CUT e do Sindicato dos Químicos.
Repetida a investida, fica latente o lado em que estão as forças aliadas a José Serra. O lado de quem quer liberdade apenas para o tipo de imprensa e de expressão que lhes convém.

Após baixarias tucanas, Dilma cresce e abre 12 pontos sobre Serra

A vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra no segundo turno da corrida presidencial cresceu quatro pontos percentuais em apenas seis dias – o que deixa a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando mais próxima da vitória na eleição de 31 de outubro. É o que aponta pesquisa Vox Populi/iG divulgada na manhã desta terça-feira (19).


Por André Cintra no vermelho

Segundo o instituto, Dilma tem 51% das intenções de votos para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – seu principal apoiador. Já Serra, à frente de uma das campanhas mais sujas no Brasil desde as últimas décadas, caiu para 39%. Em relação ao Vox Populi de 13 de outubro, a petista cresceu três pontos percentuais, enquanto o tucano caiu um – ela tinha 48%, contra 40% de Serra.

Pretendem anular ou votar em branco 6% dos entrevistados – mesmo patamar da última pesquisa. O índice de eleitores indecisos, no entanto, caiu de 6% para 4%. A margem de erro estimada pelo instituto é baixíssima – apenas 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

Nos chamados votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), a dianteira de Dilma fica mais evidente. A presidenciável – que tinha oito pontos à frente Serra (54% a 46%) na semana passada – agora lidera mais folgadamente: 57% a 43%.

Segundo o Vox Populi, é no Nordeste e no Sudeste que o desempenho de Dilma justifica a diferença cada vez mais sólida sobre Serra. Entre os nordestinos, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando é a preferida de impressionantes 65%, ao passo que Serra amarga 25%.

Esse trunfo exigiria que a candidatura demo-tucana compensasse a votação nos maiores colégios eleitorais do Brasil, concentrados no Sudeste. Nessa região, porém, Dilma também ampliou a vantagem e lidera a disputa – por 47% contra 40%. O consolo de Serra está no Sul, onde ele segue à frente de Dilma, com 50% – ela aparece com 41%.

Aborto e renda

A pesquisa Vox Populi mostra que boa parte do eleitorado reagiu negativamente à baixaria da campanha Serra. Com a imposição de temas como o aborto na pauta eleitoral, quem mais se beneficiou foi Dilma – que reduziu sua desvantagem no eleitorado evangélico (42% a 44%) e consolidou sua vantagem entre os católicos praticantes (54% a 37%) e não praticantes (55% a 37%). O eleitorado declaradamente ateu também prefere a petista – 49% a 36%.

Candidato das elites, Serra só lidera o pleito – e, ainda assim, na margem de erro (44% a 42%) – na faixa do eleitorado que ganha mais de cinco salários mínimos e nos entrevistados com nível superior (47% a 40%). Dilma, em contrapartida, massacra o tucano por 61% a 31% entre os eleitores que recebem não mais que um mínimo. Vence também (55% a 38%) no segmento do eleitorado com até a 4ª série do ensino fundamental.

Dilma tem voto mais convicto

O levantamento do Vox Populi ouviu 3 mil eleitores de 15 a 17 de outubro e foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral com o número 36.193/10. Devido ao período de sondagem, a pesquisa não capta os efeitos do debate monótono entre Dilma e Serra promovido no domingo pela Rede TV! e da excelente entrevista de Dilma na segunda-feira ao Jornal Nacional.

De qualquer maneira, há um dado na pesquisa que aponta a cristalização da preferência do eleitorado. É que, segundo o Vox Populi, 89% dos que eleitores que declararam voto em algum candidato já se definiram de maneira irreversível. Apenas 9% admitem mudar de preferência. A boa notícia é que os eleitores de Dilma são os mais convictos – 93% dos dilmistas declaram que seu voto está consolidado. Já no eleitorado de Serra, esse índice é de 89%.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

FHC ESTÁ ACERTANDO A VENDA DO BRASIL EM FOZ DO IGUAÇU

DESAFIO QUALQUER TUCANO OU ALIADO A DESMENTIR OS FATOS ABAIXO, A VENDA DO BRASIL PELAS COSTAS DO POVO BRASILEIRO - SÃO CORRUPTOS E TRAIDORES



Laerte Braga no Brasilmobilizado


Neste momento que escrevo, domingo, 21h31m, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está falando, em inglês, para 150 investidores estrangeiros no Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu.

O evento é fechado, a fala de FHC está se dando em um jantar e o assunto é a privatização da PETROBRAS, de ITAIPU e do BANCO DO BRASIL, além de outras “oportunidades” de negócios no Brasil.

FHC está assumindo com os empresários o compromisso de venda dessas empresas em nome de José FHC Serra.

A idéia inicial dos organizadores de realizar o evento no Hotel Internacional foi afastada para evitar presença de jornalistas.

Cada um dos investidores recebeu uma pasta com dados sobre o Brasil, artigos de jornais nacionais e internacionais e descrição detalhada do que José FHC Serra vai vender se for eleito.

E além disso os investidores estão sendo concitados a contribuir para a campanha de José FHC Serra, além de instados a pressionar seus parceiros brasileiros e a mídia privada a aumentar o tom da campanha contra Dilma Roussef.

Segundo FHC disse a esses empresários logo após ser apresentado pelo organizador do evento, “se deixarmos passar a oportunidade agora jamais conseguiremos vender essas empresas”.

Para o ex-presidente é fundamental a participação desses grupos na reta final de campanha. A avaliação de FHC é que a campanha de Dilma sofreu um golpe com a introdução do tema religioso (o que foi deliberado pelos tucanos para desviar a atenção das pessoas dos reais objetivos do candidato José FHC Serra). É preciso, na concepção do ex-presidente arrematar o processo derrotando a candidata e impedindo-a de respirar nessa reta final.

O acordo com empresários internacionais em Foz do Iguaçu envolve a instalação de uma base militar norte-americana na região, desejo antigo dos governos dos Estados Unidos.

O corretor da venda do Brasil, FHC, com toda certeza, está acertando também a comissão (propina) a ser paga caso o negócio venha a se concretizar, ou seja, a eleição de José FHC Serra.

Para o ex-presidente também não há grandes problemas com a mídia privada “sob nosso controle”, mas é preciso evitar a divulgação de notícias mesmo que sejam pequenas ou de pequenos fatos e que possam prejudicar o projeto de venda do Brasil.

Esse tipo de evento, essa fala de FHC é característica da fala de agente estrangeiro e mostra a desfaçatez tucana em relação ao Brasil e aos brasileiros.

No mesmo momento em que o corrupto e venal José FHC Serra debate com Dilma Roussef na REDE TEVÊ e fala sobre trololós petistas, FHC, seu mentor e principal corretor de vendas de empresas públicas brasileiras, negocia traiçoeiramente a entrega de patrimônio público a esses investidores.

É a opção que os brasileiros temos diante de nós.

Ou caímos de quatro e abrimos mão de nossa soberania ou resistimos e rejeitamos a quadrilha tucana.

Desafio qualquer tucano, qualquer DEM, qualquer pilantra tipo Roberto Freire, quem quer que seja, a desmentir esse fato. O evento em FOZ DO IGUAÇU e sua natureza, a venda do BRASIL!

Dilema das classes médias: Estado do Bem-Estar ou apartheid social?

Na hora mais grave de sua história, os ingleses, na linguagem de seus liberais cívicos e trabalhistas, cunharam o lema do “Estado do Bem-Estar Social”. Este grito de civilização contrastava com o outro, da barbárie, vindo da Alemanha de Hitler, o Estado da guerra, da máquina de guerra nazista. “Sangue, suor e lágrimas”, os ingleses uniram a Nação e resistiram. Hoje, decerto, não há nenhum Hitler às portas do Brasil, mas quem ousaria negar que a barbárie da violência social ainda ronda o nosso cotidiano e, pode, se a linha vitoriosa nestas eleições for neoliberal, voltar a crescer? O artigo é de Juarez Guimarães.

À Maria Rita Kehl
Em seu poema mais terno, comovente e terrível, o maior poeta negro brasileiro, Cruz e Souza, versa sobre o berço do recém nascido:

“Meu filho que eu adoro e cubro de carinhos,/ que do mundo vilão ternamente defendo,/ Há de mais tarde errar por tremendais e espinhos/ Sem que o possa acudir no suplício tremendo.”

E mais adiante:

“Tu não sabes, jamais, tu nada sabes, filho,/ Do tormentoso Horror, tu nada sabes, nada.../ O teu caminho é claro, é matinal de brilho,/ Não conheces a sombra e os golpes da emboscada.”

Postado assim no livro “Faróis”, um pouco antes do belíssimo “Litania dos pobres” ( “As sombras das sombras mortas,/Cegos, a tatear nas portas./ Procurando o céu, aflitos/ E varando o céu de gritos./ Faróis à noite apagados/ Por ventos desesperados/ Inúteis, cansados braços/ Pedindo amor aos Espaços./ Mãos inquietas, estendidas/ Ao vão deserto das vidas.” e mais adiante : “ Bandeiras rotas, sem nome,/ Das barricadas da fome.”), o poema “Meu filho” de Cruz e Souza parece-se como uma oração desesperada de todos os pobres do Brasil aos recém nascidos de seu amor.

A consciência mais alta dos abolicionistas brasileiros, no fim do século XIX, chegou à conclusão de que a abolição não era principalmente um imperativo de modernização econômica nem apenas uma dádiva humanitária para com os negros. O que estava em jogo ali era um princípio de civilização: enquanto houvesse escravidão, não seria possível formar uma moralidade do cidadão, toda cultura cívica seria cínica, a própria dignidade do trabalho seria negada. Hoje, nestes inícios do século XXI, o que está em jogo mais do que a força econômica autônoma do Brasil, muito além da comiseração com a vida de humilhações e carências dos pobres, é também um princípio de civilização.

Ou retornamos ao princípio de civilização dos anos noventa, da era Fernando Henrique Cardoso, o qual, pela apologia do mercado, se legitimava a exposição ostensiva da riqueza em meio à legião dos pobres e o cultivo da diferença social como sinal de status, ou vamos formar a casa comum da democracia brasileira, vamos aparar os extremos em direção ao predomínio das “classes médias”, vamos formar, enfim, o cidadão e a cidadã de direitos e deveres simétricos. O que está em jogo é a nossa moralidade, a possibilidade de nossa cultura cívica republicana, o destino democrático que formamos na crítica ao nosso passado de violenta exclusão.

As engenharias mercantis da produção da miséria em massa produzem a morte física: pela fome ou subnutrição, pelas epidemias evitáveis ou pela vida subtraída pelo cuidado sanitário precário, pelas genocídios de jovens pobres nas periferias. Ao final dos anos noventa, pela primeira vez na história brasileira no século XX, a esperança média de vida dos brasileiros parou de crescer. Mas a injustiça – legitimada ou cinicamente absorvida – produz um aleijão na alma do cidadão: as nossas crianças e jovens – mesmo as mais protegidas – não ficam imunes à legião dos pobres nas ruas mais suntuosas, pessoas a cata dos restos nos lixos dos bairros mais ricos, o pobre suspeito de ser criminoso e o rico absolvido de todos os crimes.

Não se trata de dividir o mundo pequeno dos privilegiados ou socializar os privilégios para todos. “A felicidade ou é compartilhada ou não vigora”, escreveu o presidente Lula como dedicatória ao livro de sua biografia presenteado a Dom Luciano Mendes, como este mesmo próprio revelou a uma platéia de ouvintes comovidos. O que se trata exatamente é a meta de por fim aos privilégios: expandir o espaço da vida de cada um pela expansão da riqueza da vida social, prosperar o nosso quinhão de afetos pela amizade e amorosidade da vida em comum, modular em aquarela as cores de nossa vida subjetiva ao sentimento do mundo, como versou o poeta maior.

Desterrados na própria terra?

Talvez a mais fina leitura do livro “Raízes do Brasil”, do mestre Sérgio Buarque de Holanda, revelou que em sua primeira edição ele escrevia na abertura uma contradição: ao modo de Gilberto Freyre, ele trazia o reconhecimento de que havia se enraizado aqui uma civilização nos trópicos ; mas, ao mesmo tempo, ao modo de Euclides da Cunha, éramos desterrados na própria terra. Nas edições seguintes, esta tensão criativa teria se apagado, ficando soberana a noção do desterro. O fino leitor, porém, preferia a tensão, ao modo da obra que cresce na sua abertura de sentidos.

O fato é que esta tensão veio hoje ao centro da democracia brasileira. Continuaremos a ser desterrados na nossa própria terra, como uma nação que não se fez, ou construiremos aqui a mais bela e generosa civilização democrática e interracial dos trópicos, na utopia mesma de Darcy Ribeiro?

O tema do desterro ou do exílio estrutura a cultura brasileira desde o século XIX, quando ela começou a procurar nossa identidade, entre a cópia do centro ou a busca da originalidade. Origem, identidade e destino, amarrados na mesma imaginação: de onde viemos, o que somos e para onde vamos ? Na clareira da dúvida, emergiu o tema do sertão: dentro de nós, ao redor de nós, presença do mal ou ausência do bem, o lugar onde vige a violência na ausência da lei, nossas veredas. Como numa comédia farsesca, o “bem” e o “mal” voltaram hoje a terçar armas em busca da consciência dos brasileiros. Mas nem Hermógenes (o princípio do mal no sertão) nem o fero belo Diadorim (o princípio do bem absoluto no sertão) : mas Riobaldo e sua fala sábia, humanizando o imperfeito do vivido, repropondo para nós o caminho do livre e do justo.

No desterro, os ricos abandonam a noção de nação e migram para seus oligárquicos céus do cosmopolitanismo: os de tradição, para a Europa, os “novos ricos” para Miami, erguem fossos e pontes levadiças em seus condomínios de luxo. Os pobres, ah! Os pobres, estes migram para os infernos: para o anonimato do desemprego ou os sem nome do emprego precário, para as drogas e seus circuitos, para o sobre humano esforço pela sobrevida de cada dia.

E as classes médias o que fazem: elas vão ao limbo, sem identidade de Nação, sem futuro para os filhos, com a universidade cada vez mais restrita ou mais cara e os planos de saúde que faltam na hora mais crítica, com a humilhação de ser brasileiro, fugindo da bala perdida e evitando as zonas do “no man´s land” das cidades perigosas.

No governo Lula, o sertão não virou mar mas recomeçamos a construção interrompida da Nação. A nação democrática e republicana é, por sua própria natureza, a identidade e futuro das classes médias brasileiras. Vamos retornar ao limbo?

Estado do Bem-Estar Social
Na hora mais grave de sua história, os ingleses, na linguagem de seus liberais cívicos e trabalhistas, cunharam o lema do “Estado do Bem-Estar Social”. Este grito de civilização contrastava com o outro, da barbárie, vindo da Alemanha de Hitler, o Estado da guerra, da máquina de guerra nazista. “Sangue, suor e lágrimas”, os ingleses uniram a Nação e resistiram. Hoje, decerto, não há nenhum Hitler às portas do Brasil, mas quem ousaria negar que a barbárie da violência social ainda ronda o nosso cotidiano e, pode, se a linha vitoriosa nestas eleições for neoliberal, voltar a crescer?

Coube a Maria Lúcia Werneck Vianna falar, pela primeira vez entre nós, ainda no final dos anos oitenta, da americanização perversa de nossa vida social. “Escolas para ricos” segregadas de “escolas para pobres”; “saúde para ricos” e “saúde para pobres”; previdência privada e imprevidência para todos. Mas como dizia o Relatório Beveridge, fundador do sistema de Bem-Estar inglês, uma medicina só para pobres será sempre uma pobre medicina. No final dos anos noventa, já se falava entre nós das dinâmicas de apartação social, isto é, estávamos reproduzindo aqui no Brasil o sistema do apartheid vigente na África do Sul, só que com o estigma social da riqueza e da pobreza.

O Estado do Bem-Estar é, por natureza, o lugar do interesse público, do encontro necessário e possível entre trabalhadores e classes médias, entre os direitos do trabalho e os direitos da mulher, da educação pública e do SUS pleno, do emprego garantido e da previdência firmada, da economia do setor público e dos avanços da democracia.

Em um regime do Bem-Estar, as classes médias podem realizar, de modo universalista, seus interesses: a inclusão de miseráveis e pobres, que no Brasil quase equivalem a uma França inteira, gera uma plataforma de milhões de novos empregos para engenheiros, médicos, dentistas, psicólogos, advogados, comunicadores e economistas. A expansão das funções públicas do Estado gera uma profusão de concursos públicos. A recuperação dos bancos públicos produz uma pressão de baixa nos juros e o crédito para a compra de casas torna-se acessível; a retomada dos investimentos em ciência e tecnologia alenta as carreiras universitárias. Crescem as receitas do Estado, diminuem as dívidas públicas e as políticas sociais podem almejar metas de universalização. A violência social diminui claramente e os jovens de periferia entram, com passos firmes, no circuito da civilização, das artes e da educação, com suas próprias identidades. A reforma agrária e a agricultura familiar expandem e barateiam a produção de alimentos. A força da economia do setor público permite planejar e evitar a predação da natureza que nos ameaça.

Com uma dinâmica de Bem-Estar, cria-se uma infra-estrutura econômica propícia à retomada da moralidade pública, de desprivatização do Estado e de suas cadeias alentadoras de privilégios ou de rentismos. O interesse público passa se a base de uma vida política pública virtuosa.

O governo Lula deve ser reconhecido como o que mais fez até hoje na luta contra a corrupção: através do fortalecimento da Controladoria Geral da União (CGU), da multiplicação das operações da Polícia Federal, da criação de Corregedorias em todos os ministérios, da auditagem das verbas federais que vão para os municípios e estados, da garantia da independência do Ministério Público Federal, da punição aos corruptores, da transparência dos gastos públicos e do envio ao Congresso Nacional de novas leis de punição exemplares aos corruptos. Mas é evidente que , por seu caráter histórico e sistêmico, a corrupção exige medidas mais profundas, como a Reforma Política, e uma postura mais intransigente.

A voz da república

Com os ricos e grandes capitalistas e banqueiros e agro-business alinhados com Serra e pobres, sindicatos e sem-terra mais alinhados com Dilma, o segundo turno destas eleições presidenciais de 2010 será decidido pelo voto das classes médias.

Serra oferece a elas uma apologia virulenta de um sentimento contra a esquerda, contra as morais emancipatórias da mulher e um ressentimento de quem vê seus privilégios ameaçados, ao mesmo tempo, que satura os seus programas de televisão de pobres, tentando fugir à identidade de ser o candidato dos “bem... ricos”, como diz o refrão da campanha de Dilma.

O argumento moral que solda liberdade e justiça, o sentimento da identidade e orgulho de ser brasileiro e o rico mundo dos interesses públicos do Estado Bem-Estar Social constituem três grandes argumentos para o seu voto em Dilma.

Se Vinícius de Moraes estivesse presente entre nós, ele apenas aconselharia as classes médias brasileiras a ouvir a bela canção de Orfeu, que ele figurou como um menino negro no alto de uma favela brasileira.

O nobel da guerra para os Senhores do “Nobel da Paz”

Doménico Losurdo*no Diario.info
Doménico Losurdo 

“No século XX, foram os Estados Unidos o país que teve o maior número (…) [de] “Prémio Nobel da Paz”: Teodoro Roosevelt (para quem o único índio “bom” era o que estava morto), Kissinger (o protagonista do golpe de estado no Chile e da guerra no Vietname), Carter (o promotor do boicote dos Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980 e da proibição de exportação de trigo para a URSS, que tinha intervindo no Afeganistão contra os combatentes da liberdade muçulmanos), Obama (que, agora, recorreu a um monstruoso aparelho de guerra contra esses mesmos combatentes da liberdade, que entretanto passaram a terroristas).” A atribuição do Prémio Nobel da Paz em 2010 a um “dissidente” chinês de quem muito poucas pessoas tinha ouvido falar, vem na esteira dos atribuídos a 4 “senhores da guerra” norte-americanos, e insere-se na intensa campanha em curso de “guerra comercial contra a China, brandida desta vez aberta e solenemente pelo Congresso dos Estados Unidos”.

Nas últimas semanas semanas tem-se assistido na Austrália a um debate aceso. Num ensaio publicado no Quartely Essay e já revelado em parte no Australian, Hugh White alertou contra inquietantes processos em curso: à ascensão da China, Washington responde com a tradicional política de contenção, reforçando de forma ameaçadora o seu potencial e as suas alianças militares; Pequim, por sua vez, não se deixa intimidar e “conter” facilmente; tudo isto pode provocar uma polarização de alianças opostas na Ásia e fazer surgir “um perigo real e crescente de guerra de grandes proporções ou mesmo de guerra nuclear”. O autor deste alerta não é um ilustre desconhecido: tem por detrás dele uma longa carreira de analista dos problemas de defesa e de política estrangeira, e de certa forma faz parte do establishment intelectual. Não é por acaso que a sua intervenção provocou um debate nacional, no qual também participou a primeira-ministra, Júlia Gillard, que reafirmou a necessidade da relação privilegiada com os EUA.
Mas os círculos radicais australianos foram muito mais longe: é necessário um empenho profundo numa Grande aliança dos democratas contra os déspotas de Pequim. Não há qualquer dúvida: a ideologia da guerra contra a China apoia-se numa ideologia já muito antiga que justifica e até festeja as agressões militares e as guerras do ocidente em nome da “democracia” e dos “direitos do homem”.
E eis que, neste momento, o “Prémio Nobel da Paz” é atribuído ao “dissidente” chinês Liu Xiaobo: um sentido de oportunidade perfeita, tanto mais perfeita se se pensar na ameaça de guerra comercial contra a China, brandida desta vez aberta e solenemente pelo Congresso dos Estados Unidos.
A China, o Irão e a Palestina
Entre os primeiros a regozijar-se com a escolha dos senhores de Oslo encontra-se Shirin Ebadi, que de imediato reforçou: “A China é um país que não só viola os direitos do homem como é também um país que apoia e sustenta numerosos outros regimes que os violam, como os que estão no poder no Sudão, na Birmânia, na Coreia do Norte, no Irão…”; além disso, é um país que é responsável por uma “grande exploração dos trabalhadores”. Portanto, é preciso boicotar “os produtos chineses” e “reduzir ao máximo as trocas económicas e comerciais com a China”. (Corriere della Sera de 9 de Outubro).
E mais uma vez: é clara a contribuição para a ideologia da guerra travada em nome da “democracia” e dos “direitos do homem” e está aberta a declaração de guerra comercial. Mas então, porque é que Shirin Ebadi recebeu em 2003 o “Prémio Nobel da Paz”? O prémio foi atribuído a uma mulher que tem uma visão maniqueísta das relações internacionais; na lista das violações dos direitos do homem não há lugar para Abou Ghraib e Guantánamo, para os complexos prisionais em que Israel encerra os palestinos em massa, para os bombardeamentos e guerras desencadeadas sob pretextos falsos e mentirosos, para o urânio empobrecido, para os embargos de tendência genocida impostos ao arrepio da esmagadora maioria dos membros da ONU e da comunidade internacional…
E no que se refere à “grande exploração dos trabalhadores” na China, Shirin Ebadi fala sem dúvida levianamente: no grande país asiático, centenas de milhões de homens e mulheres foram poupados à fome a que tinham sido condenados sobretudo pela agressão imperialista e pelo embargo decretado pelo ocidente; e ainda hoje podemos ler em todos os órgãos de imprensa que os salários dos trabalhadores estão a progredir a um ritmo bastante rápido. Em todo o caso, se o embargo contra Cuba prejudica exclusivamente os habitantes da ilha, um eventual embargo contra a China provocaria uma crise económica planetária, com consequências devastadoras até mesmo para as massas populares ocidentais, assim como o adeus aos direitos do homem (pelo menos os direitos económicos e sociais).
Não há qualquer dúvida: em 2003, aquela que recebeu o “Prémio Nobel da Paz” é uma ideóloga da guerra, medíocre e provinciana. Será que se quis recompensar uma activista que pretende defender a causa dos direitos do homem, pelo menos no interior do Irão, já que o não faz a nível internacional? Se fosse essa a intenção dos senhores de Oslo, deviam ter premiado Mohammed Mossadegh que, no início dos anos 50, se empenhou em construir um Irão democrático mas que, por ter tido a ousadia de nacionalizar a indústria petrolífera, foi derrubado por um golpe de estado organizado pela Grã-Bretanha e pelos EUA, esses países que hoje se armam em paladinos da “democracia” e “dos direitos do homem”. Ou então os senhores de Oslo podiam ter premiado qualquer corajoso oponente da feroz ditadura do Xá, apoiada pelos improváveis paladinos habituais da causa da “democracia” e “dos direitos do homem”.
Mas então, porque é que em 2003 o “Prémio Nobel da Paz” foi atribuído a Shirin Ebadi ? Nessa altura, enquanto que o interminável mártir povo palestino sofria mais um apertão, já se perfilava claramente a Cruzada contra o Irão. O reconhecimento atribuído a uma militante palestina teria sido um contributo real para a causa da tranquilidade e da paz no Próximo Oriente. Não há militantes palestinos “não violentos”? É difícil classificar Obama de “não violento”, o chefe de um país que se meteu em várias guerras e que, só por si, gasta em armamento tanto como o resto do mundo no seu conjunto. De resto, não faltam na Palestina os “não violentos”, e de resto são não violentos os militantes que chegam à Palestina vindos de todos os países para defender os seus habitantes duma violência avassaladora e que, por vezes, foram varridos pelos tanques ou pelos bulldozers do exército de ocupação. Mas os senhores de Oslo preferiram premiar uma militante que desde então não pára de atiçar o fogo da guerra, primeiro contra o Irão, e agora também contra a China.
Depois da consagração e da transfiguração de Liu Xiaobo, o presidente americano interveio imediatamente: exigiu a libertação imediata do “dissidente”. Mas porque é que, enquanto espera, não liberta os detidos sem processo de Guantánamo, ou pelo menos faz pressão para a libertação dos numerosos palestinos (por vezes ainda adolescentes) aprisionados por Israel, como a própria imprensa ocidental reconhece, em complexos prisioneiros horríveis?
Os senhores de Oslo, os EUA e a China
Com Obama, deparamo-nos com outro “Prémio Novel da Paz” de características igualmente singulares. Quando o recebeu, no ano passado, tinha acabado de declarar que tinha a intenção de reforçar a presença militar dos EUA e da NATO no Afeganistão e de dar um novo impulso às operações de guerra. Reconfortado pelo reconhecimento prestigiante que recebera em Oslo, foi fiel à sua palavra: hoje são muito mais numerosos do que na época de Bush, esses esquadrões da morte que do alto dos céus “eliminam” os “terroristas”, os “terroristas” potenciais e os suspeitos de “terrorismo”; e esses helicópteros e aviões sem piloto, que fazem o papel de esquadrões da morte, também devastam o Paquistão (com as numerosas vítimas “colaterais” que se seguem); a indignação popular é tão forte e disseminada que até mesmo os governantes de Cabul e Islamabad se sentem obrigados a protestar contra Washington. Mas Obama não se deixa impressionar: pode sempre exibir o seu “Prémio Nobel da Paz”!
Nos últimos dias, correu uma notícia que provoca calafrios: no Afeganistão, existem militares americanos que matam civis inocentes por divertimento, conservando depois partes dos corpos das vítimas como recordação de caça. A administração americana apressou-se a bloquear imediatamente a difusão de pormenores posteriores e principalmente de fotos: chocada, a opinião pública americana e internacional podia vir a fazer pressão para acabar com a guerra no Afeganistão; para poder continuar com ela, com essa guerra, e torná-la ainda mais dura, o “Prémio Nobel da Paz” preferiu assim infligir um golpe à liberdade da imprensa.
Mas podemos fazer aqui uma consideração de carácter geral. No século XX, foram os Estados Unidos o país que teve o maior número de grandes homens de estado coroados com o “Prémio Nobel da Paz”: Teodoro Roosevelt (para quem o único índio “bom” era o que estava morto), Kissinger (o protagonista do golpe de estado no Chile e da guerra no Vietname), Carter (o promotor do boicote dos Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980 e da proibição de exportação de trigo para a URSS, que tinha intervindo no Afeganistão contra os combatentes da liberdade muçulmanos), Obama (que, agora, recorreu a um monstruoso aparelho de guerra contra esses mesmos combatentes da liberdade, que entretanto passaram a terroristas). Vejamos, na vertente oposta, como é que se posicionam os senhores de Oslo no que se refere à China. Este país, que representa um quarto da humanidade, não se envolveu em nenhuma guerra nos últimos trinta anos e fomentou um desenvolvimento económico que, libertando da miséria e da fome centenas de milhões de homens e mulheres, lhes permitiu pelo menos aceder aos direitos económicos e sociais.
Pois bem, os senhores de Oslo não se dignaram ter em consideração esse país senão para atribuir três prémios a três “dissidentes”: em 1989 o “Prémio Nobel da Paz” é atribuído ao 14º Dalai Lama, que tinha abandonado a China já há trinta anos; em 2000 o Nobel da literatura é atribuído a Gao Xingjan, um escritor que a partir daí passou a ser cidadão francês; em 2010, o “Prémio Nobel da Paz” coroa um outro dissidente que, depois de ter vivido nos Estados Unidos e de ter ensinado na Universidade de Columbia, regressa à China “a toda a velocidade” (Marco Del Corona, no Corriere della Sera de 9 de Outubro) para participar na revolta (nada pacífica) na Praça Tienanmen. Ainda hoje, é assim que ele fala do seu povo: “Nós os chineses, tão brutais” (Ilaria Maria Sala, La Stampa, 9 de Outubro).
Assim, aos olhos dos senhores de Oslo, a causa da paz é representada por um país (EUA) que se considera investido da missão divina de guiar o mundo, que instalou e continua a instalar bases militares ameaçadoras em todos os cantos do planeta; quanto à China (que não possui nenhuma base militar no estrangeiro), uma civilização milenar que, depois do século de humilhações e de miséria impostas pelo imperialismo, está em vias de voltar ao seu antigo esplendor, quem representa a causa da paz (e da cultura) são apenas três “dissidentes” que aliás pouco têm a ver actualmente com o povo chinês e que vêem no ocidente o único farol que ilumina o mundo. Sem dúvida que vemos emergir aqui na política dos senhores de Oslo a antiga arrogância colonialista e imperialista.
Enquanto que na Austrália ressoam vozes inquietas sobre os perigos de guerra, em Oslo puxa-se o lustro a uma ideologia da guerra de funesta memória: as guerras do ópio foram festejadas por J.S. Mill como uma contribuição para a causa da “liberdade” do “comprador” e do vendedor (de ópio) e por Tocqueville como uma contribuição para a causa da luta contra o “imobilismo” chinês. As palavras de ordem agitadas hoje pela imprensa ocidental não são muito diferentes, uma imprensa que não se cansa de denunciar o despotismo oriental imóvel. É preciso registar: pode ser que sejam inspirados também por nobres intenções, mas, neste momento, com o seu comportamento concreto os senhores do “Prémio Nobel da Paz” só merecem o Nobel da guerra.

* Doménico Losurdo, filósofo e Professor da Universidade de Urbino, é amigo e colaborador de odiario.info
Tradução de Margarida Ferreira

domingo, 17 de outubro de 2010

O voto do Nordeste: para além do preconceito

(*) Tânia Bacelar de Araujo no Carta Maior

O Nordeste liderou o crescimento do emprego formal no país com 5,9% de crescimento ao ano entre 2003 e 2009, taxa superior a de 5,4% registrada para o Brasil como um todo, e aos 5,2% do Sudeste, segundo dados da RAIS. Daí a ampla aprovação do Governo Lula em todos os Estados e nas diversas camadas da sociedade nordestina se refletir na acolhida a Dilma. Não é o voto da submissão - como antes - da desinformação, ou da ignorância. É o voto da auto- confiança recuperada, do reconhecimento do correto direcionamento de políticas estratégicas. É o voto na aposta de que o Nordeste não é só miséria (e, portanto, "Bolsa Família"), mas uma região plena de potencialidades. O artigo é de Tânia Bacelar de Araújo.

A ampla vantagem da candidata Dilma Rousseff no primeiro turno no Nordeste reacende o preconceito de parte de nossas elites e da grande mídia face às camadas mais pobres da sociedade brasileira e em especial face ao voto dos nordestinos. Como se a população mais pobre não fosse capaz de compreender a vida política e nela atuar em favor de seus interesses e em defesa de seus direitos. Não "soubesse" votar.

Desta vez, a correlação com os programas de proteção social, em especial o "Bolsa Família" serviu de lastro para essas análises parciais e eivadas de preconceito. E como a maior parte da população pobre do país está no Nordeste, no Norte e nas periferias das grandes cidades (vale lembrar que o Sudeste abriga 25% das famílias atendidas pelo "Bolsa Família"), os "grotões"- como nos tratam tais analistas ? teriam avermelhado. Mas os beneficiários destes Programas no Nordeste não são suficientemente numerosos para responder pelos percentuais elevados obtidos por Dilma no primeiro turno : mais de 2/3 dos votos no MA, PI e CE, mais de 50% nos demais estados, e cerca de 60% no total ( contra 20% dados a Serra).

A visão simplista e preconceituosa não consegue dar conta do que se passou nesta região nos anos recentes e que explica a tendência do voto para Governadores, parlamentares e candidatos a Presidente no Nordeste.

A marca importante do Governo Lula foi a retomada gradual de políticas nacionais, valendo destacar que elas foram um dos principais focos do desmonte do Estado nos anos 90. Muitas tiveram como norte o combate às desigualdades sociais e regionais do Brasil. E isso é bom para o Nordeste.

Por outro lado, ao invés da opção estratégica pela "inserção competitiva" do Brasil na globalização - que concentra investimentos nas regiões já mais estruturadas e dinâmicas e que marcou os dois governos do PSDB -, os Governos de Lula optaram pela integração nacional ao fundar a estratégia de crescimento na produção e consumo de massa, o que favoreceu enormemente o Nordeste. Na inserção competitiva, o Nordeste era visto apenas por alguns "clusters" (turismo, fruticultura irrigada, agronegócio graneleiro...) enquanto nos anos recentes a maioria dos seus segmentos produtivos se dinamizaram, fazendo a região ser revisitada pelos empreendedores nacionais e internacionais.

Por seu turno, a estratégia de atacar pelo lado da demanda, com políticas sociais, política de reajuste real elevado do salário mínimo e a de ampliação significativa do crédito, teve impacto muito positivo no Nordeste. A região liderou - junto com o Norte - as vendas no comercio varejista do país entre 2003 e 2009. E o dinamismo do consumo atraiu investimentos para a região. Redes de supermercados, grandes magazines, indústrias alimentares e de bebidas, entre outros, expandiram sua presença no Nordeste ao mesmo tempo em que as pequenas e medias empresas locais ampliavam sua produção.

Além disso, mudanças nas políticas da Petrobras influíram muito na dinâmica econômica regional como a decisão de investir em novas refinarias (uma em construção e mais duas previstas) e em patrocinar - via suas compras - a retomada da indústria naval brasileira, o que levou o Nordeste a captar vários estaleiros.

Igualmente importante foi a política de ampliação dos investimentos em infra-estrutura - foco principal do PAC - que beneficiou o Nordeste com recursos que somados tem peso no total dos investimentos previstos superior a participação do Nordeste na economia nacional. No seu rastro,a construção civil "bombou" na região.

A política de ampliação das Universidades Federais e de expansão da rede de ensino profissional também atingiu favoravelmente o Nordeste, em especial cidades médias de seu interior. Merece destaque ainda a ampliação dos investimentos em C&T que trouxe para Universidades do Nordeste a liderança de Institutos Nacionais ? antes fortemente concentrados no Sudeste - dentre os quais se destaca o Instituto de Fármacos (na UFPE) e o Instituto de Neurociências instalado na região metropolitana de Natal sob a liderança do cientista brasileiro Miguel Nicolelis que organizará uma verdadeira ?cidade da ciência? num dos municípios mais pobres do RN (Macaíba).

Igualmente importante foi quebrar o mito de que a agricultura familiar era inviável. O PRONAF mais que sextuplicou seus investimentos entre 2002 e 2010 e outros programas e instrumentos de política foram criados ( seguro ? safra , Programa de Compra de Alimentos, estimulo a compras locais pela Merenda Escolar, entre outros) e o recente Censo Agropecuário mostrou que a agropecuária de base familiar gera 3 em cada 4 empregos rurais do país e responde por quase 40% do valor da produção agrícola nacional. E o Nordeste se beneficiou muito desta política, pois abriga 43% da população economicamente ativa do setor agrícola brasileiro.

Resultado: o Nordeste liderou o crescimento do emprego formal no país com 5,9% de crescimento ao ano entre 2003 e 2009, taxa superior a de 5,4% registrada para o Brasil como um todo, e aos 5,2% do Sudeste, segundo dados da RAIS.

Daí a ampla aprovação do Governo Lula em todos os Estados e nas diversas camadas da sociedade nordestina se refletir na acolhida a Dilma. Não é o voto da submissão - como antes - da desinformação, ou da ignorância. É o voto da auto- confiança recuperada, do reconhecimento do correto direcionamento de políticas estratégicas e da esperança na consolidação de avanços alcançados - alguns ainda incipientes e outros insuficientes. É o voto na aposta de que o Nordeste não é só miséria (e, portanto, "Bolsa Família"), mas uma região plena de potencialidades.

(*) Tânia Bacelar de Araujo é especialista em desenvolvimento regional, economista, socióloga e professora do Departamento de Economia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

sábado, 16 de outubro de 2010

O Reino de José Serra...




O que esperam receber de José Serra os neonazistas, a TFP e os Skinheads em troca de todo esse lodo que lançam do esgoto de suas mentes sobre os eleitores mais desavisados? Será que esses valentões que fazem fisicultura de dia e atacam mendigos, nordestinos e gays à noite – acreditam realmente que teriam algum espaço num suposto governo de José Serra? Depois de vender a alma a todos os demônios e a vergonha na cara a todos os mercadores de escrúpulos, Serra não tem mais nada a perder. Daria um calote seguido de um pé no traseiro em cada um deles. Eles se acham feras? Serra é o demo encarnado! E se falarem muito alto, manda a polícia descer o cacete neles. Como fez com os professores de SP.
O que essa gente não entende é que o Serra dá de dez a zero neles em know-how de picaretagem. É vetereano, eles franguinhos. Se for eleito, não vai cumprir nenhuma das promessas que fez a essa quadrilha de recalcados. Vai fingir que não é com ele.
Também não sei o que a mulher do Serra combinou com os aiatolás, talibãs e outros fanáticos que estão berrando nos ouvidos e na consciência da gente simples, que têm fé sincera no coração. Mas sei que ele não vai cumprir. Vai deixar esses pastores falsificados falando sozinhos no gramado do Alvorada. O que eles pensam? Aqui não é o Irã, nem Afeganistão nem Iraque. Aqui a mulata dança nua em cima do trio elétrico e o povo aplaude. Pensam que Serra vai dar-lhes algum Ministério? Que vai levá-los à sério? Vai sonhando, vai!
E os verdes então? Pensam que ele vai construir pracinhas com canteiros cheios de florzinhas? Logo ele e o PSDB que cimentaram e impermeabilizaram toda São Paulo? Que vivem cortando árvores pra duplicar avenidas que os paulistas usam pra queimar gasolina em filas quilométricas enquanto os pobres se espremem no “Maior Programa de Expansão do Metrô de São Paulo”? Em 3 anos de mandato (ao contrário do resto dos governantes mortais, os mandatos do Serra duram 3 anos – o quarto é reservado para a campanha eleitoral do próximo degrau), fez 5 quilômetros, 500 filmes de publicidade e 5 milhões de cartazes sobre um metrô fantasma, eternamente “em construção”. Ninguém viu até hoje. Tem uma nova linha, mas só com duas paradas: Paulista – Faria Lima (para o pessoal dos jardins, claro!). Duas estações só. Vai e vem. E só funciona meio período. As duas estações são chiques, tem esteira rolante, arquitetura futurista… Futurista mesmo: mais 50 anos de PSDB em SP e terminam o resto da linha. E o paulista se acha europeu…
E a Marina? Serra tem um ódio mortal dessa mulher. Sabe lá o que é você ter que bajular alguém que você sempre desprezou? Seja como petista, seja como nordestina? Ela, o Chico Mendes e todos aqueles camponeses, naturebas e indiozinhos protetores da floresta que tanto incomodaram o agro-negócio. As balas que mataram Chico Mendes não saíram do revólver de Serra, mas do conceito de governar dele. Serra odeia a Marina Silva. Odeia porque teve que comer na mão dela. Porque a vida dele tava na mão dela. Se for eleito, vai passar reto por ela. Fingir que não conhece.
A Dilma é diferente. Ele respeita. Secretamente, é claro. Sabe que só chegou até aqui jogando sujo e passando o trator por cima da própria mãe… Sabe que Dilma tem diplomas de verdade. E os dele são papéis velhos e não valem nada no Brasil. E sabe da falta de ar, engolindo seco, cada vez que ela partiu pra cima dele como onça que ela também é. Sabe que no mano a mano, tomaria uma surra monumental. Precisou da Globo, de todos os jornais e revistas da imprensa, da esposa, da filha, dos neonazistas, da TFP, dos Skinheads, dos falsos padres, bispos e pastores, dos professores das escolas particulares, das gráficas clandestinas, do guru, dos 4% cães raivosos, do ministro golpista do supremo, do banqueiro ladrão, dos 4 maiores portais da Internet, dos milhares de mercenários contratados pra defecar o lodo nas caixas postais do mundo inteiro e das 23 horas e 50 minutos diários de todas as emissoras de TV do país, para conseguir alcançar a Dilma – que só tem 10 minutos por dia na TV.
E o PV – Partido dos Vendidos? Estão lá, o Gabeira e o Penna, comprando cargos e promessas com as moedas da Marina. Vai dar o que pro Caveira – ops, Gabeira? O Ministério da Cannabis? E ao Penna – que em seu “auge gerencial” organizou a Feira da Vila Madalena? Ah….. Não enche! Vai lá, marca hora pra falar com o sub do sub do sub do Kassab…
Será que essa gente não entende? Ou se faz de besta mesmo? Serra tá vendido para os mega negociantes de petróleo desde criancinha. Não negocia migalhas. Se conseguir ser eleito, vai sentar no gabinete e assinar pilhas de papéis regulamentando o fatiamento do Pré-Sal. É essa sua missão na vida. O resto é vaidade pessoal, álbum de fotografia pra boi dormir. E o país receberia aquela mixaria simbólica de sempre das privatizações. Mixaria que não deu pro FHC construir uma única faculdadezinha sequer! Como é fácil vender o que não é nosso… não é mesmo Fernandinho? Por que não privatiza a droga da sua fazenda? Naquela época, Serra e FHC pagavam os juros da dívida com o FMI com esse trocadinho das privatizações pingando todo mês – só pra conseguir mais crédito. E de joelhos, sem dar um pio – sexo oral! Quem fazia as transações de gente grande eram as Mônicas. A Serra e a Dantas – não é mesmo, Amaury Ribeiro Jr.? Davam assessoria para os saqueadores do patrimônio público brasileiro. Vendiam um produto único no mercado: Informações Privilegiadas – marca “Filha de Ministro”.
O ProUni? Não duraria seis meses. Seria taxado de inconstitucional e abolido. No lugar do ProUni teria o ProTec – um curso intensivo para serviçal de paulista rico. Diploma universitário pra emergente? Nem a pau! Vai viver de bico pro resto da vida. Toma o diploma de encanador e não amola! Aliás, desmontar a educação dos que não podem pagar é um dos maiores talentos de Serra. Mostrou isso em São Paulo. É obstinado com isso. Talvez seja porque seus diplomas não valham nada no Brasil. Ou inveja do Lula. É como querer destruir todos os Lulas que existem no Brasil – só porque este Luis Inácio foi mais esperto e competente do que eles dois juntos. Ou porque Lula tornou-se o maior mito que o Brasil já teve em toda sua história. 81% de ótimo presidente, depois de 8 anos de artilharia direto no fígado? 81% e subindo! Não tem pra ninguém. Inveja não mata, corrói a alma – o que é bem pior. E dá insônia, certo Zé?
No Reino de Serra, o Bolsa Família estaria garantido. Sem aumento e sem saída. Trancaria as 60 milhões de pessoas do Bolsa-Família no próprio Bolsa-Família. E jogaria a chave fora. Vão comer farinha com novela por mais 500 anos. Que se danem. Serra governaria um outro país: O Sul Maravilha. Governaria é modo de dizer. Eles não trabalham. Terceirizam.
E o Zé-presidente do Braxil, ops, Brazil – visitando os governantes do resto do mundo? Todos sabendo – olho-no-olho – como ele mergulhou no esgoto da baixaria pra se eleger e deixou os picaretas de Wall Street saquearam o país dele. Vai ver o Serra é chileno naturalizado desde a “fuga espetacular”, em 64. Imaginem ele se esforçando pra pronunciar “tanc iu” com aquele inglesinho de “chicano” que não tem jeito de disfarçar. O mesmo inglês do FHC: inglês de colonizado. Até nisso Lula é superior. Fala português com todo o mundo. Eles que se virem pra traduzir.

Isto É: Serra deve explicações à sociedade brasileira




A edição deste final de semana da revista Isto É, traz reportagem sobre as relações entre o candidato José Serra e o engenheiro Paulo Vieira de Souza, “conhecido dentro das hostes tucanas como Paulo Preto”. “Como candidato à presidência da República, José Serra deve explicações mais detalhadas à sociedade brasileira”, diz a abertura da matéria. Essas explicações, acrescenta, se referem a um nome umbilicalmente ligado à cúpula do PSDB, mas de pouca exposição pública até dois meses atrás”. Em agosto deste ano, a Isto É publicou publicou denúncia segundo a qual o engenheiro Paulo Souza, ex-diretor da estatal Dersa no governo tucano em São Paulo, era acusado por líderes do PSDB de ter desaparecido com cerca de R$ 4milhões que teriam sido arrecadados deforma ilegal pela campanha tucana.
O assunto voltou ao debate público, quando Dilma Rousseff pronunciou o nome de Paulo Preto no debate realizado pela Rede Bandeirantes, no dia 10 de outubro. Serra manteve-se em silêncio e não respondeu a pergunta. No dia seguinte, negou conhecer o engenheiro, posição que durou apenas algumas horas diante de uma clara ameaça feita por Paulo Preto via imprensa. A Isto É reconstitui o roteiro das declarações de Serra:
Na segunda-feira 11, em Goiânia (GO), em sua primeira manifestação sobre o caso, o candidato do PSDB negou conhecer o engenheiro. “Não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês (jornalistas) fiquem perguntando.” A declaração provocou uma reação imediata. Na terça-feira 12, a “Folha de S.Paulo” publicou uma entrevista em que o engenheiro, oficialmente um desconhecido para Serra, fazia ameaças ao candidato tucano. “Ele (Serra) me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao País, ele tem que responder. Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada. Não cometam este erro”, disparou Paulo Preto. Serra demonstrou ter acusado o golpe.
Horas depois da publicação da entrevista, em evento em Aparecida (SP), o candidato recuou. Com memória renovada, saiu em defesa do ex-diretor do Dersa. Como se jamais tivesse tratado deste assunto antes, Serra afirmou: “Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente e ganhou até o prêmio de engenheiro do ano. A acusação contra ele é injusta. Ele é totalmente inocente. Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua atuação no governo”. Aos eleitores, restou uma dúvida: em qual Serra o eleitor deve acreditar?
Naquele que diz não conhecer o engenheiro ou naquele que elogia o profissional acusado pelo próprio PSDB de desviar R$ 4 milhões da campanha? As idas e vindas de Serra suscitam outras questões relevantes às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais: por que o tema lhe causou tanto constrangimento? O que Serra teria a temer para, em menos de 24 horas, se expor publicamente emitindo opiniões tão distintas sobre o mesmo tema?