segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Creedence Clearwater Revival - Pendulum (1970)


Creedence Clearwater Revival - Pendulum

1. "Pagan Baby" – 6:25
2. "Sailor's Lament" – 3:49
3. "Chameleon" – 3:21
4. "Have You Ever Seen the Rain?" – 2:40
5. "(Wish I Could) Hideaway" – 3:47
6. "Born to Move" – 5:40
7. "Hey Tonight" – 2:45
8. "It's Just a Thought" – 3:56
9. "Molina" – 2:44
10. "Rude Awakening, No. 2" – 6:22

Creedence Clearwater Revival - Cosmo's Factory (1970)


Creedence Clearwater Revival - Cosmo's Factory

1. "Ramble Tamble" (J. Fogerty) – 7:10
2. "Before You Accuse Me" (Bo Diddley) – 3:27
3. "Travelin' Band" (J. Fogerty) – 2:07
4. "Ooby Dooby" (Wade Moore, Dick Penner) – 2:07
5. "Lookin' Out My Back Door" (J. Fogerty) – 2:35
6. "Run Through the Jungle" (J. Fogerty) – 3:10
7. "Up Around the Bend" (J. Fogerty) – 2:44
8. "My Baby Left Me" (Arthur Crudup) – 2:19
9. "Who'll Stop the Rain" (J. Fogerty) – 2:29
10. "I Heard It Through the Grapevine" (Norman Whitfield, Barrett Strong) – 11:07
11. "Long as I Can See the Light" (J. Fogerty) – 3:33



Creedence Clearwater Revival - Willy and the poor boys

1. "Down on the Corner" (J. Fogerty) – 2:47
2. "It Came Out of the Sky" (J. Fogerty) – 2:56
3. "Cotton Fields" (Leadbelly) – 2:54
4. "Poorboy Shuffle" (J. Fogerty) – 2:27
5. "Feelin' Blue" (J. Fogerty) – 5:05
6. "Fortunate Son " (J. Fogerty) – 2:21
7. "Don't Look Now" (J. Fogerty) – 2:12
8. "The Midnight Special" (Leadbelly) – 4:14
9. "Side o' the Road" (J. Fogerty) – 3:26
10. "Effigy" (J. Fogerty) – 6:31

Creedence Clearwater Revival - Green River (1969)



Creedence Clearwater Revival - Green River

01. Green River
02. Commotion
03. Tombstone Shadow
04. Wrote A Song For Everyone
05. Bad Moon Rising
06. Lodi
07. Cross-Tie Walker
08. Sinister Purpose
09. The Night Time Is The Right Time



Creedence Clearwater Revival - Bayou Country

1. "Born on the Bayou" (J. Fogerty) – 5:16
2. "Bootleg" (J. Fogerty) – 3:03
3. "Graveyard Train" (J. Fogerty) – 8:37
4."Good Golly Miss Molly" (Robert "Bumps" Blackwell, John Marascalco) – 2:44
5."Penthouse Pauper" (J. Fogerty) – 3:39
6. "Proud Mary" (J. Fogerty) – 3:09
7. "Keep On Chooglin'" (J. Fogerty) – 7:43


A ditadura da mídia monopolista mercantil

Emir Sader


O que mais chama a atenção na entrevista do Lula ao Estadão não são seus argumentos mas, antes de tudo, o fato de que o discurso do governo não chega à população. Oferece-se um cardápio aparentemente diferenciado de cronistas, de jornais, de revistas, de canais de televisão, de rádios, mas em nenhum deles a população fica conhecendo a opinião do governo, a justificativa dos seus atos, a palavra do presidente em que o povo majoritáriamente votou para eleger e reeleger como presidente do Brasil.

Os órgãos da mídia da oligarquia privada reivindicam publicidade do governo conforme o que seria a audiência que teriam nas pesquisas. E atacam violentamente qualquer recurso que o governo destine a órgãos públicos de divulgação ou à publicidade das ações do governo.

No entanto, qual é a pesquisa mais abrangente, em que o povo brasileiro, depois de muitos meses de campanha, dispondo de várias alternativas, se pronunciou sobre sua vontade política? O processo eleitoral do ano passado. O que esse processo apontou? Que Lula dispõe de ampla maioria – apesar da brutal oposição monopolista -, delegada democraticamente pelo povo brasileiro para governar o país. O que lhe impõe também a obrigação de relatar ao povo brasileiro sobre as realizações e os problemas do seu governo, o que deve fazer mediante órgãos públicos e divulgação na imprensa em geral.

Um dos maiores erros do governo foi o de minimizar a democratização dos meios de comunicação, como que aceitando que quatro famílias detentoras de meios privados, queiram deter o monopólio da formação da opinião pública. Para testar se há democracia e pluralismo na imprensa brasileira, podemos perguntar-nos: eram conhecidos publicamente os argumentos de Lula? Só na campanha eleitoral, quando as candidaturas dispõem de espaços públicos para se manifestar, independentemente da imprensa monopolista privada. No que depender desta só sua voz domina o espaço público.

Conhecemos a reiteração cotidiana dos argumentos da oposição, em que os jornais são cada vez mais parecidos entre si, as colunas dos jornais e da televisão parecem escritos pela mesma pessoa, em que os desígnios autoritários das quatro famílias se impõem na fabricação ditatorial das informações, em que a editorialização predomina sobre a informação.

Não há na imprensa o ponto de vista do governo, que é majoritário no país. A imprensa monopolista privada, assim, revela ser uma imprensa anti-democrática, não pluralista, que não respeita o direito da maioria, que não reflete a vontade e o interesse da maioria da população. É uma imprensa opositora, derrotada nas eleições gerais do país, de forma democrática e insofismável. Mas que insiste em afimar, de forma falsa, que representa “os interesses do país”, quando na verdade defendem os pontos de vista e os interesses derrotados, minoritários no Brasil.

Valem-se da força que o monopólio privado lhes concede para tentar impor esses interesses contra a maioria da população. Impedem que o ponto de vista majoritário seja expresso nos espaços que controlam. Tentam se situar como juízes da democracia, quando o que impera nas suas empresas é o nepotismo, a propriedade familiar, sem nenhum controle democrático, redações sem democracia, colunistas que escrevem na mesma linha de apoio à posição dos donos do jornal, noticiário totalmente editorializado, espaços sem pluralismo, nem debate entre posições diferenciadas, oposição politica cega, de direita, conservadora, anti-popular. Não há democracia nos meios de comunicação no Brasil, campo dominado por algumas empresas familiares, monopolistas, mercantis. São um núcleo homogêneo nos pontos de vista e nos interesses que defendem, que tem que ser derrotado pela combinação de políticas públicas democráticas, pluralistas, por iniciativas populares e democráticas fora do Estado, que representem os pontos de vista hoje dominantes no país, e que derrotem a hegemonia oligopólica nos meios de comunicação.

Sem democratização dos meios de comunicação, o Brasil nunca chegará a ser uma democracia.

Música - Tim Maia - Tim Maia - 1973

1-Réu confesso
(Tim Maia)
2-Compadre
(Tim Maia)
3-Over again
(Tim Maia)
4-Até que enfim encontrei você
(Tim Maia)
5-O balanço
(Tim Maia)
6-New love
(Roger Bruno - Tim Maia)
7-Do your thing, behave yourself
(Tim Maia)
8-Gostava tanto de você
(Édson Trindade)
9-Música no ar
(Tim Maia)
10-A paz do meu mundo é você
(Mita)
11-Preciso ser amado
(Tim Maia)
12-Amores
(Tim Maia)

Copiado de: CapsulaDaCultura

Jimi Hendrix & B.B. King -The Kings Jam


Copiado de: 360Grauss

Captura e não seqüestro
Bourdoukan

Agora é oficial. A ONU acaba de reconhecer que as Fazendas de Shebaa ocupadas por Israel pertencem ao Líbano. Por tanto, quando os guerrilheiros do Hizbullah enfrentaram o exército israelense, eles estavam defendendo seu país. Sendo assim, e de acordo com o Direito Internacional, eles não seqüestraram, mas capturaram os dois soldados israelenses, motivo esse alegado pelo governo de Israel para invadir o Líbano.

Os guerrilheiros do Hizbullah, por esse mesmo Direito, deixam de ser considerados terroristas e passam a ser patriotas, a exemplo dos maquis franceses durante a ocupação nazista. É claro que falar em Direito Internacional nas atuais circunstâncias não quer dizer muita coisa já que para Bush et caterva, Direito Internacional e nada, é a mesma coisa.

Quando o sistema agoniza, não há Direito que resista. Ou alguém ainda tem dúvidas sobre o ocaso do atual sistema?

Mas voltando ao Hizbullah, e para que não paire nenhuma dúvida, é muito importante ressaltar que ao defender o Líbano contra a invasão sionista, essa sua atitude pode ser comparada também aos resistentes que professavam a religião judaica no gueto de Varsóvia. Eles, igualmente, foram vítimas de um governo títere, a exemplo do governo do Líbano, (ou alguém consegue explicar a imagem constrangedora do presidente Siniora cumprimentando Condoleeza Rice quando o povo libanês era massacrado?) que não esboçou nenhuma resistência e abriu suas portas aos invasores nazistas.

Todo mundo sabe o que aconteceu no gueto de Varsóvia. Os resistentes eram chamados de terroristas (como a mídia faz hoje com o Hizbullah). Foram massacrados e os raros sobreviventes, lamentavelmente, repetiram, e continuam aplicando, os ensinamentos nazistas contra os palestinos.

E mais, em pleno século 21, os israelianos (governantes arianos de Israel) ocupam três nações (Palestina, Líbano e Síria) e ainda posam de vítima. Com apoio, naturalmente, dos pilantras da mídia planetária e de seus asseclas, que confundem liberdade de imprensa com liberdade de empresa.

*Publicado em Caros Amigos de agosto
Reforma agrária com quem?



Wladimir Pomar


Enquanto o STF resolve aceitar as denúncias contra ex-dirigentes do PT, acusados de ações pouco edificantes, as lideranças e a intelectualidade do movimento camponês procuram demonstrar que a pequena agricultura pode atender às "demandas históricas da sociedade brasileira", em termos de saneamento, moradia e alimentos, em contraposição às distorções que o agronegócio do "velho latifúndio" estaria impondo à sociedade brasileira.

Embora aparentemente uma coisa nada tenha a ver com a outra, ambas são expressões da complexidade da luta social e política no Brasil. Aqueles ex-dirigentes parecem haver acreditado que poderiam utilizar impunemente os métodos dos aliados burgueses, esquecendo que aquilo que a burguesia permite aos seus não permite a seus adversários de classe. As lideranças e a intelectualidade camponesas querem transformar sua defensiva em ofensiva atacando a produção dos biocombustíveis, esquecendo que um ataque ao produto pode não significar um ataque ao sistema que o fabrica.

Elas argumentam que, se fosse para resolver as necessidades energéticas do povo brasileiro, não haveria por que multiplicar a produção da "monocultura de cana". Existiriam outras formas de atender às necessidades do país, como as energias solar e eólica. Aliás, o mesmo argumento que utilizam para opor-se à construção de hidrelétricas.

Também argumentam que, ao dar prioridade ao etanol, haveria incentivo à produção de um combustível para colocar não no tanque dos ônibus e melhorar a condição do transporte coletivo, mas para atender à classe média, para alimentar os carros de quem tem o seu próprio veículo. O padrão de consumo movido a carros individuais, modelo de consumo norte-americano, seria um modelo de sociedade em crise, não o modelo que se quer para a sociedade brasileira.

Argumentam ainda que, ao dar prioridade aos biocombustíveis, estaríamos limitando a produção de alimentos, destruindo o meio ambiente e colocando a vida de trabalhadores em jogo. Finalmente, mas certamente não como final, argumentam que a produção de biocombustíveis apenas serviria para reforçar a concentração da terra e a acumulação do grande capital, nacional e internacional.

Todos são argumentos importantes, mas discutíveis. O primeiro, por envolver problemas econômicos e técnicos que não levaram em conta. O terceiro e o quarto, porque é possível ocorrer tanto o que afirmam, quanto, ao mesmo tempo, aumentar a produção de alimentos, incentivar a proteção ambiental, melhorar a situação dos trabalhadores e forçar a desconcentração da terra e do capital. Porém, no momento, o que nos interessa é o segundo argumento. Afinal, com quem os camponeses vão se aliar para fazer a reforma agrária se colocam como inimiga a classe média urbana? Podem até ter razão sobre o padrão irracional de consumo. Mas, do ponto de vista social e político, seu argumento leva ao isolamento político. O que preferem?

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

A violência Urbana e o Papel do Filósofo Pragmatista


A direita não-radical brasileira imagina que pode conter a violência urbana através da educação. Todavia, seus partidos, uma vez no poder, pouco fazem pela educação brasileira. O MEC já esteve vários anos na mão do PFL (hoje DEM) e de alas conservadoras do PSDB e PMDB e o resultado foi diminuto. A esquerda não radical brasileira imagina que pode conter a violência urbana através de programas sociais. Todavia, seus partidos, uma vez no poder, apelam para uma via ligada mais ao populismo do que a um sólido programa de desenvolvimento. O PT aplica uma política social, hoje, que não é mais criativa que a gerada com o varguismo. Os resultados não indicam êxito quanto a questão da violência urbana.

Para além do que a direita e a esquerda fornecem como soluções, ainda que só verbalmente, há especialistas que entendem que a violência urbana não pode ser pensada sem que tenhamos olhos corajosos para o sistema de punição existente no Brasil, sobre questões específicas da justiça.

Os americanos estão preocupados, hoje, não com a punição em si, mas com o fato deles terem uma sociedade punitiva de um modo muito amplo. Os Estados Unidos possui proporcionalmente muito mais presos do outros países desenvolvidos. Tem 40% a mais de presos do que países que também são campeões nessa modalidade pouco dignificante, como a Rússia ou as Bahamas, por exemplo. A indústria americana da prisão emprega mais gente, hoje, do que a General Motors, a Ford e a rede Wal-Mart juntos. E o número de detentos é assustador: em dezembro de 2006 os Estados Unidos contavam com dois milhões e vinte e cinco mil presos espalhados em cinco mil penitenciárias e cadeias ao longo do país. Vários cientistas sociais americanos estão convencidos de que a ampliação sem critérios da criminalização de inúmeras práticas sociais tem um peso alto nisso tudo.

No Brasil, deveríamos observar esse detalhe. A nossa Justiça é cara – sabemos disso. Mas é, também, lenta, e isso se deve, em boa medida, ao fato de que temos seguido padrões de ampliação indiscriminada do que é que deve ser cuidado por juízes. Pior ainda, ampliamos de modo não criterioso o que deve ser punido com encarceramento. E todas as vezes que tentamos reformular esses padrões, terminamos por deixar soltos apenas os elementos que seriam considerados perigosos em toda e qualquer sociedade. Continuamos, no Brasil, a prender pais pobres que não pagam pensão alimentícia, pessoas que cometeram pequenos furtos e, até mesmo, completos inocentes confundidos com bandidos. E isso sem falar na questão da droga, que não se resolve, pois continuamos sem uma política que seja capaz de desmontar o tráfico; mas, ao contrário, o incentiva na medida em que só sabe ampliar o que deve ser punido com cadeia.

Esses problemas são da ordem daqueles que meu amigo, o antropólogo Luis Eduardo Soares (ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro), tenta resolver. Como eu, ele imagina que alguns ensinamentos do pragmatismo do filósofo estadunidense Richard Rorty, pode no ajudar nisso. Da minha parte, tendo a ficar nas questões mais filosóficas da violência urbana. Por exemplo, estou convencido que nós, filósofos de esquerda e democratas, estamos inexoravelmente no interior de uma “guerra semântica”, ligada à violência. Precisamos encontrar novos jargões para tratar com certos grupos urbanos e certas práticas, de modo a amenizar preconceitos que geram violência – por ódio ou simplesmente por insensibilidade.

Por exemplo, quando olhamos para jovens que queimam índios ou batem em empregadas domésticas e dizem, respectivamente, “parecia que era um mendigo” e “parecia apenas uma prostituta”, imaginando que tais respostas são desculpas possíveis e que amenizariam o que fizeram de errado, devemos pensar melhor sobre o caminho da violência. De modo relativamente independente de classes sociais e de miséria, não há jargões que promovem a violência? “Prostituta” ou “puta” não são expressões que precisariam ganhar uma reformulação?
Todavia, como introduzimos determinados jargões? Meios de comunicação? Salas de aula? Cartilhas governamentais do “politicamente correto”? Tudo isso pode ser útil, menos as cartilhas – elas causam o efeito inverso.

Todavia, devemos imaginar que há palavras que não irão ser trocadas, nos levando a comportamentos menos agressivos, só com ações, digamos, comunicacionais ou educacionais. Às vezes, um novo jargão precisa de um empurrão no campo social um pouco maior para se efetivar. No caso das prostitutas, não adianta muito chamá-las de “profissionais do sexo” se, de fato, elas não forem reconhecidas por lei como profissionais. Uma legislação trabalhista mais avançada deveria dar conta do que é vender serviços que impliquem carinho físico e aconchego. Há babás, para cuidar de crianças. Não há razão de não haver babás de adultos, que cuidam de homens e mulheres que precisam pagar para serem cuidados, e que não estão doentes no sentido de precisarem de enfermeiras, mas estão carentes no sentido de que precisam de acompanhamento que pode envolver relações sexuais.

Há jargões que, sozinhos, conseguem ter força. Mas há alguns que, mesmo solitários, dão sorte. Por exemplo, a troca da palavra “bicha” ou “viado” por “homoerótico” ou “homossexual” não adiantou nada. Mas a troca de todas essas palavras por “gay” adiantou muito, ao menos no Brasil. Muitas pessoas não ficam constrangidas em dizer “gay” para outras ou para si mesmas. Isso avançou e, hoje, muitos gays até se tratam por “viados”, sem achar que há ofensa nisso. Ou seja, a palavra “gay” teve sucesso imenso e até pode, na ressaca de sua revolução, produzir efeitos positivos em relação a outros termos que, no passado, haviam sido substituídos.

É claro que quando se trata dos garotos ricos de Brasília que queimaram o índio e disseram que o confundiram com um mendigo, assustamos. Pois, neste caso, esperávamos que a revolução semântica cristã – que ensinou a associar a palavra “mendigo” a quem precisa de proteção – tivesse alcançado seus lares. Mas não foi o caso. Então, neste ponto, começamos a nos perguntar qual a razão de determinadas semânticas, que pareciam consolidadas, não terem força em determinados grupos. Ora, podemos imaginar que alguns grupos, desde sempre, perceberam que certas semânticas deveriam ser rechaçadas. Por exemplo, sabemos que em determinados grupos há um jargão interno que os blinda contra a sociedade. Há grupos que, em público, não usam a linguagem tomada como preconceituosa, e até fingem estar adotando uma espécie de “politicamente correto”. Mas, uma vez fechados em seus covis, tomam várias palavras associadas a sentimentos de ódio. Grupos de direita, no Brasil, incentivam em comunidades da internet, o uso de termos como “nordestino” e “negro” como palavras que devem denotar “gente baixa”. Às vezes podem passar desapercebidos, pois há grupos que estão aquém (saudavelmente) de perceber que eles estão usando tais termos de modo pejorativo, pois adotam tais termos com orgulho – negro e nordestino, para negros e nordestinos, na maioria, são termos que causam orgulho, e com razão.

Como que esses grupos que se escondem em covis fazem tal coisa? Eles se aproveitam da revolta geral que o “politicamente correto” causa, quando este aparece como censura. Então, em nome de um libertarismo que, no fundo, odeiam – pois são totalitários –, esses grupos conservadores, às vezes até fascistas, provocam campanhas contra o que seria uma censura imposta pelos intelectuais ou pela esquerda. No Brasil, o governo Lula editou cartilhas do “politicamente correto” que só serviram para incentivar a reação de grupos de direita.

Assim, a questão semântica no âmbito da luta pela diminuição da violência urbana é uma questão delicada. A censura é o pior caminho. A idéia de que lições escolares podem resolver, é um caminho ingênuo. O bom caminho é o dos meios de comunicação e, principalmente, o utilizado pelos intelectuais que são tomados como modelos pela sociedade, e que possuem acesso a meios de comunicação. Mas isso não pode ser feito pelo Estado. Celebridades também desempenham um papel central nisso tudo. Quando elas dão sorte – no bom sentido – ao lançarem bordões ou jargões ou palavras, isso pode colaborar com saltos enormes no plano de nosso caminho civilizatório. Há jingles que funcionaram mais que muitas passeatas, contra a violência. No caso dos gays, Jô Soares fez muito em favor da revolução semântica quando criou o Capitão Gay. Não só o personagem, mas o jingle, que era adorado pelas crianças e, então, admitido pelos pais. Aos poucos, eles perceberam que aquela figura engraçada do Capitão (e de seu ajudante) trazia uma música que todos gostavam e que tudo aquilo era, mesmo, muito gay, literalmente falando, ou seja, alegre. Aquilo, sim, foi um trabalho histórico na TV.

Ter clareza sobre isso é um trabalho da filosofia diante dessas pessoas – cotidianamente. E, nesse sentido, filósofos que estão na “guerra semântica”, filósofos rortianos e davidsonianos, têm muito que fazer no contato com pessoas que dominam as atenções do grande público.
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PAULO GHIRADELLI JR., doutor e mestre em filosofia pela USP; doutor e mestre em filosofia da educação pela PUC-SP, livre docente e titular pela UNESP, pós-doutor em medicina social pela UERJ. Diretor do Centro de Estudos em Filosofia Americana – www.pragmatismo.com . Editor da Contemporary Pragmatism de New York. Site pessoal: www.ghiraldelli.pro.br Blog: http://ghiraldelli.blogspot.com

domingo, 2 de setembro de 2007

LED ZEPPELIN - LED ZEPPELIN
Visceral Euforia Virtuosa

Quando se fala em Led Zeppelin, é impossível dissociá-lo do rótulo de precursor do heavy metal. Tanto assim que sua mistura de rock pesado com blues, psicodelia e folk representou um norte e tanto para uma porção de bandas que surgiriam depois. Quanto às influências, apenas para citar algumas, tem-se Elvis Presley, Muddy Waters, Willie Dixon, Beatles, Rolling Stones. O embrião do grupo foi uma banda montada por Jimmy Page, “The New Yardbirds” (obviamente formada a partir das cinzas do Yardbirds, grupo que se notorizou por ter revelado, além de Jimmy Page, outros dois grandes guitarristas ingleses Eric Clapton e Jeff Beck). Em 1967, Page é abandonado pelos músicos da banda. Porém como havia shows pendentes e dívidas a serem pagas, ele foi à cata de uma nova formação. O baixista John Paul Jones, o primeiro a fazer parte do novo projeto, indica o vocalista Robert Plant, membro de um grupo chamado "Hobbstweedle", que se uniu aos dois, trazendo consigo o baterista John Bonham (na minha opinião, um dos maiores bateristas de toda a história da música). Cumpridos os compromissos, em 1968 a banda adota o nome definitivo e grava o primeiro disco “Led Zeppelin”, que é lançado em janeiro do ano seguinte. Este álbum foi o resultado perfeito da combinação do blues + rock, demontrada pelo peso da guitarra de Page, pelo baixo intenso de Jones, pela bateria alucinada de Bonham e pela voz, por vezes, aguda, por vezes, rascante, de Plant. Era um som original, com vínculo (emocional e racional) no blues, mas tocado de modo um pouco mais pesado. Um álbum, enfim, que introduziu signifcativos conceitos para o rock, a partir de uma interpretação extremamente original daquele gênero. O álbum tem início com “Good Times Bad Times”, faixa de um pouco mais de dois minutos e meio que apresenta e sugere a sonoridade adotada pela banda. Com uma bateria vigorosa, a canção conta com um belo solo (embora curto) de Page e apresenta a voz de Plant um pouco mais contida. Canção arrebatadora!! Excelente faixa para abrir um álbum desse calibre. A faixa seguinte é uma das minhas preferidas de toda a discografia da banda: "Babe, I'm Gonna Leave You". Conduzida por uma guitarra acústica, a canção, que não é composição da banda, mas sim uma canção tradicional inglesa, segue por quase um minuto com o dedilhado delicado de Page servindo de base à voz, calma, de Plant. De repente vem a bateria e o baixo, que ficam até mais ou menos quatro minutos se alternando com o vocal solitário de Plant, quando irrompe um hard rock de primeira que se sustenta até o final. Uma aula de como misturar folk com rock pesado. A música seguinte é a versão definitiva para o clássico “You Shooke Me”, de Willie Dixon. O Led Zeppelin toma essa fantástica canção e a transforma em um sedicioso e elétrico rock and roll. Blues sendo tocado de forma pesada e visceral. Três momentos dignos de nota: o órgão tocado por Jones, a harmônica executada por Plant, e o duelo, já na parte final da canção, entre o vocal de Plant e a guitarra de Page. De arrepiar!! E quando, ao ouvir os últimos acordes dessa canção, você pensa em respirar, se refazer, surge - emendada - outra paulada: “Dazed and Confused”, um virtuoso rock pesado, que poderia muito bem ilustrar o tipo de som do grupo. Com uma introdução matadora, na qual o baixo de Jones, soando como se numa valsa, se solidariza aos acordes de Page, que abre espaço para os versos cuspidos por Plant, para em seguida surgir a bateria de Bonham, e dali um riff espetacular, a canção se mantém vigorosa o tempo todo, na qual todos os componentes demonstram a sua competência. São quase seis minutos e meio de puro delírio musical. Um clássico. Há uma versão dessa música no cd ao vivo “The Song Remains the Same”, de 1976, no qual o delírio se prolonga por quase 27(!!!) minutos. Vale a pena dar uma conferida. Na seqüência, as coisas se acalmam um pouco. Primeiro vem “Your Time Is Gonna Come”, uma bela canção folk, meio despretensiosa, mas mesmo assim, marcante. Em seguida, colada a essa, “Black Mountain Side”, que já acenava a influência da música celta para o grupo, o que iria se confirmar em álbuns posteriores. “Communication Breakdown” retoma o peso de antes, fazendo par com a canção de abertura. Música perfeita para se iniciar uma coletânea. Pauleira pura!!! A penúltima canção é mais uma homenagem a um dos ídolos da banda, Willie Dixon. Como se não bastasse “You Shooke Me”, a banda recria mais um clássico do mestre do blues: “I Can´t Quit You Baby”. Blues em estado de graça! Canção para se ouvir “n” vezes sem se cansar. Difícil dizer qual versão é melhor. Na dúvida, fique com as duas. O álbum termina com a épica “How Many More Times”, de oito minutos e meio. Energia rock-blues concentrada em uma única canção. Precisão rítmica e melódica. Canção que beira à excelência para fechar um álbum excepcional. E isso foi apenas o início da banda. Porém, o melhor início que se poderia querer. Nossos corpos, almas e corações, enternecidos, agradecem.
Copiado de:DasTripasMusica
MPF processa TV Globo por enriquecimento ilícito

Por Gláucia Milicio

O Ministério Público Federal ajuizou, na 2ª Vara Federal de São Paulo, Ação Civil Pública contra a TV Globo e a Editora Globo, acusadas de enriquecimento ilícito em razão da promoção "Jogada da Sorte", feita durante o Campeonato Brasileiro de 2003. O sorteio era feito pelo apresentador Fausto Silva, no Domingão do Faustão.

De acordo com o procurador da República Luiz Fernando Gaspar Costa, que assina a ação, a campanha resultou em arrecadação de 14,8 milhões decorrentes da venda de 4,9 milhões de fascículos da promoção. Segundo ele, o MPF constatou que "tal evento foi promovido de maneira ilícita, por contrariar os dispositivos legais presentes na Lei 5.768/71, que trata da distribuição gratuita de prêmios".

De acordo com a lei, a distribuição gratuita de prêmios a título de propaganda, quando efetuada mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou operação assemelhada, dependerá de prévia autorização do Ministério da Fazenda. O MPF afirma que não havia autorização.

O procurador ressaltou que a promoção feita pelas rés não foi gratuita e não serviu para fins de dar publicidade a qualquer produto. Segundo ele, o fascículo consistia apenas em uma saída para o consumidor dar dinheiro para concorrer aos prêmios.

"Caso as empresas tivessem feito a promoção nos termos da lei, o montante mencionado não teria sido arrecadado, permanecendo ele em poder das centenas de milhares de pessoas que adquiriram onerosamente os fascículos ilicitamente vendidos nas casas lotéricas de todo o Brasil", registrou o procurador na ação.

Ele ressaltou, ainda, que é necessário reconhecer que o enriquecimento ilícito em favor da TV Globo e da Editora Globo gerou prejuízo às empresas concorrentes das rés. Assim, solicitou que as empresas sejam condenadas a restituir o montante indevidamente adquirido. Saiba mais

Fonte: SJPDF

Cartola - Peito Vazio - Ensaio TV Cultura

Malba Tahan com Quarteto Infantil (1933)



imagem ilustrativa, não é a capa do disco
retirada do google

Malba Tahan com Quarteto Infaltil - 1933

história narrada pelo Malba Tahan
gravadora Columbia


Papai do céu e a girafa
O rei que tinha uma cara engraçada

baixe aqui >> Malba Tahan

M A L B A T A H A N
Nome: Júlio César de Mello e Souza ( pseudônimo: Malba Tahan )
vida: viveu 79 anos ( 1895 - 1974 ), a maior parte no Rio de Janeiro
formação: Colégio D. Pedro II
Escola Normal do RJ
Escola Politécnica do RJ ( eng. civil )

O personagem Malba Tahan
No início do século, era bastante difícil de os autores nacionais conseguirem publicar qualquer coisa: os livreiros e os donos de jornais tinham medo de ficar no prejuízo. Assim, procurando-se lançar-se como escritor, Mello e Souza resolveu criar uma figura exótica e estrangeira, o Malba Tahan , e passar como tradutor dos contos e livros desse.
Ao ler os Contos das Mil e Uma Noites, ainda menino, havia apaixonado-se pela cultura árabe. Partindo desse conhecimento, e melhorando-o com outras leituras e inclusive curso de árabe, construiu seu personagem. Sua criação era uma rara figura: nascido em 1885 na Arábia Saudita, já muito moço fora nomeado prefeito de El Medina pelo emir; depois, foi estudar em Istanbul e Cairo; aos 27 anos, tendo recebido grande herança do pai, saiu em viagem de aventuras pelo mundo afora: Rússia, India e Japão. Em cada aventura, Malba Tahan sempre acabava envolvendo-se com algum engenhoso problema matemático, que resolvia magistralmente.
O sucesso dessa idéia de Mello e Souza foi imediato e ele acabou escrevendo dezenas de livros para seu Malba Tahan : A Sombra do Arco-Iris (seu livro predileto), Lendas do Deserto, Céu de Allah, etc, etc e o muito famoso O Homem que Calculava ( que além de ter sido traduzido para várias línguas, vendeu mais de 2 milhões de exemplares só no Brasil e está na 42a edição ).

Hoje, o valor pedagógico dessa obra é reconhecido até internacionalmente. Não menos meritória de aplausos é a criatividade entretenedora dos livros de Mello e Souza; o grande escritor Jorge Luiz Borges colocava-os entre os mais notáveis livros da Humanidade.

O Professor Mello e Souza
Além de produzir essa vasta obra literária ( Malba Tahan ), Mello e Souza encontrou tempo para escrever vários livros de Matemática e Didática da Matemática.

sozinho:
Geometria Analítica, Trigonometria Hiperbólica, Funções Moduladas, etc
com colaboradores:
Irene de Albuquerque, Euclides Roxo, J. Paes Leme, etc

Podemos destacar os seguintes aspectos de sua obra didática:
foi um crítico severo da didática usual dos cursos de matemática da primeira metade deste século ( conta-se episódios de violentas discussões que travou em congressos e conferências )
foi um pioneiro
no uso didático da História da Matemática
na defesa de um ensino baseado na resolução de problemas não-mecânicos
na exploração didática das atividades recreativas e no uso de material concreto no ensino da Matemática
Não podemos deixar de mencionar que foi um dos primeiros a explorar a possibilidade do ensino por rádio e televisão. Lamentamos, por outro lado, sua insistência em divulgar idéias associadas à Numerologia.

Escolas onde atuou
Provavelmente deve seu interesse pelo ensino ao pai e mãe, ambos professores de primeiro grau. Começou a lecionar cedo: aos 18 anos, ensinava nas turmas suplementares no Colégio D. Pedro II . Os cargos mais importantes que teve foram:

catedrático na escola Nacional de Belas Artes
catedrático na Faculdade Nacional de Arquitetura
catedrático no Instituto de Educação do RJ ( ex Escola Normal do RJ )

Museu Malba Tahan
Está para ser inaugurado na cidade paulista de Queluz, onde Mello e Souza viveu sua infância. Após sua morte, sua família doou para essa cidade todo o acervo de Malba Tahan ( biblioteca, documentos, objetos pessoais, etc ).
Dia da Matemática

Ficamos sabendo, através do Prof. António J. Lopes Bigode, que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - comemorando o centenário do nascimento de Mello e Souza em 6 de maio de 1995 - criou o Dia da Matemática, a ser celebrado todos os 6 de maio.
Teatro baseado em Malba Tahan

Referências
depoimento de Mello e Souza ao Museu da Imagem e Som
Maria T. Calheiros-Malba Tahan. Jornal Leitura, SP ,1991

O Prof. Marcelo Ribeiro tem, na Internet, um site dedicado a Malba Tahan, o qual contém uma bibliografia completa da obra de Mello e Souza, bem como outros detalhes biográficos.
versao desta pagina: 22 de maio de 2 002
local desta pagina: http://athena.mat.ufrgs.br/~portosil/histo1.html
imagens extraídas do Google

Copiado de:CantoEncanto

Sonny Landreth - Grant Street [2005]




Pouco ouço falar ou leio nos blogs sobre Sonny Landreth, o que de certa forma me causa estranheza porque o cara é simplesmente um dos maiores guitarristas que já tive o prazer de ouvir, e olha que essa lista é grande e tem nomes peso-pesados como Jimi Hendrix, Robin Ford, Rory Gallagher, Jimmy Page, Frank Zappa, Johnny Winter, Steve Vai, Scott Henderson, Stevie Rai Voughan, Robin Trower, Eric Capton, John Scofield... Bom, talvez ele peque um pouco na escolha do repertório, mas em termos técnicos e na musicalidade não deve nada, nadinha mesmo para nenhum deles. Se você não põe uma fé, então ouça e veja se não estou falando a verdade. Nascido em Canton, no Mississippi-USA, ao sudoeste da Louisiana, Sonny tem o blues no sangue e domina a slide guitar como poucos, com uma técnica de encher os olhos, ou melhor, os ouvidos. Usando o slide no dedo mindinho, como a maioria dos guitarristas, ele desenvolveu uma técnica que lhe permite dedilhar e tocar acordes, bem como fragmentos de acordes, "atrás" do slide - para esclarecer: enquanto toca com o slide ele faz notas simples, fazendo os acordes e fragmentos de acordes, soarem na extensão entre a pestana e o traste pressionado pelo slide. Ele conseguiu aperfeiçoar esta técnica como nenhum outro. Muitos guitarristas renomados deixaram seus shows em etérea descrença. Landreth tem trabalhado com muita freqüência, agregando muitos seguidores entre fãs e guitarristas. Eric Clapton, guitarrista respeitado, disse “Landreth é provavelmente o músico menos valorizado do mundo e provavelmente um dos mais avançados.” E olha que são palavras de alguém que um dia foi chamado de Deus!
Grant Street foi gravado ao vivo no Grant Street Dancehall de Lafayette, Louisiana em 23 e 24 de Abril de 2004, onde Landreth foi acompanhado pelo baixista David Ranson e Kenneth Blevins na bateria. Em geral os discos dele não são tão pesados, mesclando o acústico com o elétrico em levadas blues/cajun/zydeco, sonoridades típicas da sua terra natal. Mas aqui o bicho pega, é bem elétrico e pesado, com o slide deslizando macio sobre as cordas, tirando da guitarra grunhidos de arrepiar!
Fonte: Wikipedia . Agradecimentos especiais a Bernardo Gregori pela tradução.
Copiado de : BoogieWoody



João Bosco - Caça à Raposa (1975)




Here All (Tudo)
Here Only Covers (Só Imagens)

RCA Victor 103.0112

01 - O mestre-sala dos mares (João Bosco-Aldir Blanc)
02 - De frente pro crime (João Bosco-Aldir Blanc)
03 - Dois pra lá, dois pra cá (João Bosco-Aldir Blanc)
04 - Jardins de infância (João Bosco-Aldir Blanc)
05 - Jandira da Gandaia (João Bosco-Aldir Blanc)
06 - Escadas da Penha (João Bosco-Aldir Blanc)
07 - Casa de marimbondo (João Bosco-Aldir Blanc)
08 - Nessa data (João Bosco-Aldir Blanc)
09 - Bodas de prata (João Bosco-Aldir Blanc)
10 - Caça à raposa (João Bosco-Aldir Blanc)
11 - Kid Cavaquinho (João Bosco-Aldir Blanc)
12 - Violeta de Belford Roxo (João Bosco-Aldir Blanc)

Arranjos - Cesar Camargo Mariano

João Bosco : acoustic guitar (1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12)
Pascoal Meirelles : drums (1,2,4,6,7,8,9,10,11)
Toninho Horta: guitar (2,8,9,11)
Cesar Camargo Mariano : keyboards (3,4,6,7,8,9,10,12)
Hélio Delmiro : acoustic guitar (3), guitar (3,4,6,7)
Luizão Maia : electris bass (1,2,3,4,6,7,8,9,10,11)
Chico Batera : percussion (1,2,3,4,6,7,8,10,11)
Everaldo Ferreira : percussion (1,2,3,4,6,7,8,10,11)
Dino 7 Cordas (Horondino José da Silva) : seven string acoustic guitar (1,5)
Doutor : surdo de repique (1,2,11)
Neco (Daudeth Azevedo) : cavaquinho (1,11)
Gilberto D'Ávila : surdo (1,2,11)
Coro do Joab : vocals (1)
Raymundo Bittencourt : vocal (6)

Copiado de: Abracadabra

The Clevers (Os Incríveis) - Veneno (EP-1964)




Here All (Tudo)
Here Only Covers (Só Capas)

Continental LD-33-710 (EP)

01 - Veneno (Poly-Henrique Lobo)
02 - Jalouse (Jacob Gade)
03 - La cucaracha (domínio público)
04 - Olhos negros (domínio público)

Domingos Orlando (Mingo) - voice, guitar
Waldemar Mozema (Risonho) - guitar
Antônio Rosas Seixas (Manito) - sax, keyboards
Luiz Franco Thomaz (Netinho) - drums
Demerval Teixeira Rodrigues (Neno) - bass

Copiado de : Abracadabra

TOM ZÉ CURRICULUM VITAE


Antonio José Santana Martins, o Tom Zé, nasceu em 11 de outubro de 1936 em Irará, na Bahia. Em 1962, foi classificado em primeiro lugar no exame de vestibulares, e ingressou na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia.

Em 1964, recebeu uma bolsa de estudos da Universidade Federal da Bahia, para o curso Superior da Escola de Música da mesma Universidade, como prêmio pelo primeiro lugar obtido nos exames finais do Curso Intermediário.

Freqüentou cursos de História da Música com H. J. Koellreutter, Violoncelo com Walter Smetak e Piero Bastianelli, Composição e Estruturação com Ernst Widmer, Contraponto com Yulo Brandão, Harmonia com Jamary Oliveira, Piano com Aida Zolinger e Violão com Edy Cajueiro.

Foi um dos fundadores do Grupo de Compositores da Bahia de música erudita, ao lado de Milton Gomes, Lindebergue Cardoso, Rinaldo Rossi, Jamary Oliveira, Nicolau Kokron e Ernst Widmer.

Participou do concerto realizado pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia como membro do I Grupo de Compositores da Bahia. Participou do espetáculo teatral Arena Canta Bahia, realizado no Teatro de Arena de São Paulo. Em 1965 gravou o primeiro compacto, com as canções ‘São Benedito’ e ‘Maria do colégio da Bahia’.

Em 1967 começou a ensinar Contraponto e Harmonia na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, a tocar violoncelo na Orquestra Sinfônica da UFBA, e apresentou a canção ‘A moreninha’ no Festival de música Brasileira da TV Record.

Em 1968 ganhou o Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, com a canção ‘São Paulo, meu amor’, e participou do movimento Tropicália, com uma faixa no disco-manifesto.

O primeiro disco foi produzido pela Gravadora Rozemblit em 1969, e no ano seguinte lançou mais um álbum pela RGE.

Entre vários discos, de 72 pela Continental, e 73 com o disco ‘Todos os Olhos’, Tom Zé lançou vários compactos, alguns com canções que jamais saíram em álbum, e outros com versões diferentes das músicas que saíram nos discos.

Em 1975, participou da peça musical ‘Rocky Horror Show’, como ator e cantor, no Teatro da Praia no Rio de Janeiro.

Em 1976 gravou sua obra-prima, o disco ‘Estudando o Samba’, produzido pela Continental Discos. O resto da história todo mundo já sabe (quem sabe em outra postagem eu continuo)...

1965 Compacto RCA

1. São Benedito
2. Maria do colégio da Bahia

1968 Compacto Rozemblitz

1. São Paulo, meu amor
2. Curso intensivo de boas maneiras

1969 Compacto Som Maior

2. São Paulo, meu amor
(1º Prêmio no IV Festival da Música Popular Brasileira)

1969 Compacto RGE

1. Você gosta
2. Feitiço

1969 V Festival de Música Popular Brasileira

1. Jeitinho dela
2. Bola pra frente

1969 V Festival de Música Popular Brasileira (Ao Vivo)

1. Jeitinho dela (com Os Novos Baianos)
2. Bola pra frente

COMPACTOS DOS ANOS 60

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1970 Compacto RGE

1. Lá vem a onda
2. Escolinha de robô

1971 Compacto RGE

1. O silêncio de nós dois
2. Sr. Cidadão

1971 Compacto RGE (com Rogério Duprat)

1. Jimi renda-se
2. Irene

1972 Compacto (Se o caso é chorar)

1. Se o caso é chorar
2. A babá

1973 Compacto Continental

1. Augusta, Angélica e Consolação
2. Quem não pode se Tchaikovski

1974 Compacto (com Odair Cabeça de Poeta)

1. Botaram tanta fumaça
2. Dodó e Zezé

1974 Compacto (com Tiago Araripe)

1. Conto de fraldas
2. Teu coração bate, o meu apanha

1975 Compacto Continental

1. Solidão (Só)
2. Mãe solteira

COMPACTOS DOS ANOS 70

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1999 Compacto Imprensa Cantada

1. Vaia de bêbado não vale
2. Vaia de bêbado não vale (instrumental)
3. No dia em que a bossa nova pariu o Brasil

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Copiado de: EuOvo

sábado, 1 de setembro de 2007

SUPERCORDAS REPRISE

















O que mais eu posso dizer sobre essa banda Supercordas, que já não foi dito na outra publicação.

Eles são poderosos, já que nos remetem a uma psicodelia esquecida na música popular brasileira.

Após o êxito da postagem com o disco mais recente do Supercordas, ‘Seres verdes ao redor’, que alcançou mais de mil downloads, publicado no Eu Ovo, Lágrima Psicodélica, Som Barato e na comunidade do Eu Ovo no orkut.

Daí eu achei por bem, publicar os outros discos da banda que já foram lançados, como o primeiro disco de 2003, 'A pior das alergias', o EP de 2005, 'Satélites no bar' e o single do último disco, que tem versões diferentes das músicas, o single 'Ruradélica'.

2003 A Pior das Alergias


1. A pior das alergias
2. Quando o sol se põe
3. Meu vidrinho de fluídos oníricos
4. Frutas verdes
5. Longe do chão
6. At the core
7. Câncer
8. Quase fim
9. Café pra não dormir

http://www.mediafire.com/?byx1jtzxp2x

2005 Satélites no Bar (EP)

1. Da órbita de um sugador
2. Satélites no bar
3. Supercordas
4. O céu que você vê
5. O perspicillum
6. A terra da tv

http://www.mediafire.com/?d24d2ztcdmy

2006 Ruradélica (Single)

1. Ruradélica
2. 3000 folhas
3. Ricochete

http://www.mediafire.com/?aj4ca7nvsij


Copiado de: EuOvo
É proibido sonhar

Frei Betto - Adital

No passado, o futuro era melhor. Ao menos para a minha geração, a dos que tinham 20 anos na década de 1960 (Cuba, Che, Vietnã, Bossa-Nova, Cinema Novo, Nouvelle Vague, Beatles, tropicalismo etc).

Com o que sonham os jovens de hoje? Minha geração sonhou com a mudança do Brasil (castrada pelo golpe militar de 1964) e do mundo (congelada pela queda do Muro de Berlim). A globocolonização neoliberal cuidou de privatizar, não apenas empresas públicas e estatais, mas também os sonhos. Os jovens já não sonham em escala nacional e planetária, exceto no que concerne à preservação da natureza. Sonham em escala individual e familiar: conforto, riqueza, beleza e poder.

Quem roubou os grandes sonhos? Por que o vocábulo ‘utopia’ desapareceu da linguagem corrente e é suspeito aos olhos dos intelectuais europeus?

Quem primeiro falou em utopia (do grego utopos, lugar nenhum) foi Hesíodo, poeta do século VIII a.C., em seu famoso texto "Os trabalhos e os dias". Evoca os homens que viviam como deuses, "sem preocupações em seus corações, protegidos da dor e da miséria." Ninguém envelhecia e, dotadas de "vigor incansável", as pessoas desfrutavam das "delícias dos banquetes". "Não conheciam o constrangimento e viviam em paz e abundância como os senhores de sua terra."

Hesíodo não nutria veleidades nostálgicas. Seu texto aproxima-se mais da literatura profética que da idílica. A era de ouro havia desaparecido porque os homens "não foram capazes de evitar a violência imprudente entre si e não queriam reverenciar os deuses." Agora, diz Hesíodo ao comparar a realidade ao sonho, não há "nenhum amor entre amigos ou irmãos, como no passado. Os contraventores saquearão as cidades uns dos outros e o poder fará a lei e o pudor desaparecerá."

A palavra ‘utopia’ foi cunhada por Thomas Morus em 1516, como título de seu mais conhecido livro. Essa idéia de que em tempos primordiais havia uma sociedade perfeita e que nos cabe, agora, resgatá-la, é mais acentuada nos filhos da tradição judaico-cristã. O mito bíblico do Paraíso isento de toda dor e pecado ecoa forte em nosso inconsciente. Aquilo que foi, será. Nem Marx logrou libertar-se do paradigma bíblico. Seu comunismo primitivo, imune à alienação e exploração, é a imagem de um passado refletido no futuro: a construção da sociedade comunista, onde haverá a adequação entre existência e essência do ser humano.

Em que ponto da Terra sobrevive a utopia que, no século XX, mobilizou milhões de militantes dispostos a dar a vida para que todos tivessem vida? O fundamentalismo islâmico não se compara ao ardor dos jovens revolucionários. Estes queriam mudar o mundo, não impor uma crença religiosa; buscavam implantar a justiça, não a predominância de uma fé; almejavam uma nova sociedade, não a hegemonia de uma religião; vislumbravam o êxito na derrubada do poder opressor, não na morte coroada pelo martírio.

O socialismo foi a grande utopia de minha geração. Sonhávamos com uma sociedade na qual ninguém estaria ameaçado pela fome, a guerra, a exploração, a discriminação e a marginalização. A Rússia foi a primeira a implantar, em 1917, o novo sistema esboçado na crítica de Marx e Engels ao capitalismo. Em 1949 o gigante chinês deu o mesmo passo.

Embora o socialismo tenha representado grandes avanços quanto aos direitos sociais, não tardaram a se repetirem as "desilusões de Hesíodo": crimes de Stalin, Revolução Cultural chinesa, imperialismo político, a ditadura do proletariado reduzida à ditadura dos dirigentes do partido único etc.

Hannah Arendt, militante da esquerda alemã, ao renegar suas idéias revolucionárias cometeu o equívoco de encarar o marxismo e o fascismo como diferentes versões do totalitarismo. Disseminou, pois, o pensamento antiutópico, hoje representado no Brasil pelo PSDB e pelo PT. Assim, cerrou o horizonte da esperança e reforçou o neoliberalismo.

Para os adeptos do antiutopismo, que já não crêem em sociedade pós-capitalista, há sim identificação entre este sistema e democracia. O capitalismo seria perverso em seus abusos, não em sua essência. Acreditam, portanto, em ser possível "humanizá-lo", sem atinarem para as conexões entre Wall Street e a Etiópia, o bem-estar dos países escandinavos e a presença significativa de seu capital e de suas empresas em países emergentes.

Sofre-se, hoje, de distopia, a utopia deteriorada, ceticismo, desencanto, que induzem muitos a se acomodarem tristes em seu canto. O que resta da esperança quando já não cremos em líderes, partidos, doutrinas e ideologias? O que resta quando, à nossa volta, se fecham todas as portas e janelas? Resta a amargura, o desalento, a repulsa ao poder. Esse o momento em que o sistema comemora a sua vitória sobre nós. Esvaziar-nos de utopia, neutralizar-nos, cooptar-nos, eis a tática daqueles que professam o dogma de que "fora do mercado não há salvação".

Quem não sonha com a utopia corre o sério risco de recorrer ao sonho químico das drogas, que sempre termina em pesadelo.

[Autor de "Sinfonia Universal - a cosmovisão de Teilhard de Chardin" (Ática), entre outros livros].


* Frei dominicano. Escritor.
Igreja Católica: uma grande seita
Leonardo Boff * Adital

Os acontecimentos ocorridos nos últimos meses dentro da Igreja Romano-Católica fazem suscitar a questão do risco de esta assumir claramente comportamentos de seita. Bento XVI está imprimindo um curso à Igreja Católica, provocando severas críticas não apenas de teólogos, mas de cardeais, de inteiros episcopados como o da França, de grupos de bispos da Alemanha e, espantosamente, de bispos da romaníssima Itália, além de outros líderes religiosos e de organismos ecumênicos mundiais. Desde seu tempo de Cardeal, tem tratado os grupos progressistas e os teólogos da libertação a bastonadas e com pele de pelica os conservadores e tradicionalistas, seguidores do Bispo Lefèbvre, excomungado em 1988 e que à revelia de Roma ordenou bispos e padres. O Vaticano acabou por acatar seus seminários onde formam o clero no rito tradicionalista. E agora acaba de atender a uma de suas demandas maiores: voltar à missa em latim do Concílio de Trento (1545-1563) com todas as limitações históricas, hoje inaceitáveis. Ai se reza "pelos pérfidos judeus" para que aceitem Jesus como Messias.

O mais grave ocorreu logo em seguida, com a publicação de cinco questões sobre a igreja, oriunda da Congregação da Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa, na qual se repete o que o então Cardeal J. Ratzinger, em 2000, enfatizava no documento Dominus Jesus, verdadeiro exterminador do futuro do ecumenismo: a única Igreja de Cristo subsiste somente na Católica, fora da qual não há salvação. As demais "igrejas" não o são, pois possuem apenas "elementos eclesiais" e a Igreja Ortodoxa, tida como uma expressão da catolicidade, foi rebaixada a simples igreja particular. Estas posições reacendem a guerra religiosa quando todos estão buscando a paz, cuja realização é enfraquecida pela Igreja.

A Igreja está se isolando mais e mais de tudo. Sua base social são principalmente os movimentos, medíocres no pensamento e subservientes às autoridades; preferem a aeróbica de Deus a confrontar-se com os problemas da pobreza e da injustiça. Uma Igreja se comporta como seita, segundo clássicos como Troeltsch e Weber, quando tem a pretensão absolutista de deter sozinha a verdade, quando se nega ao diálogo, rejeita o trabalho ecumênico e manifesta crescente autofinalização. Nesse sentido, cabe lembrar que o Vaticano não assinou, em 1948, a Carta dos Direitos Humanos; se recusou entrar no Conselho Mundial de Igrejas porque ela se julga acima e não junto das demais Igrejas; negou-se a apoiar a convocação de um Concílio universal de todos os cristãos na perspectiva da paz mundial, sob o pretexto de que cabe exclusivamente a Roma fazê-lo; proibiu a compra dos cartões da UNICEF destinados à infância carente, alegando que esta entidade favorecia o uso de preservativos. Ao lado disso, cresce o patrimônio imobiliário da Igreja que, segundo pesquisas (Adista 2/6/07), chega a 1/5 de todo o patrimônio italiano e romano. A especulação imobiliária e financeira rendeu ao Vaticano, entre 2004-2005, 1,47 bilhões de Euros.

A estratégia doutrinal do atual Papa é a do confronto direto com a modernidade, num pessimismo cultural inadmissível em alguém que deveria saber que o Espírito não é monopólio da Igreja e que a salvação é oferecida a todos.

Não causaria espanto se alguns mais radicais, animados por gestos do atual Papa, tentassem um cisma na Igreja. No século IV quase todos os bispos aderiram à heresia do arianismo (Cristo apenas semelhante a Deus). Foram os leigos que salvaram a Igreja, proclamando Jesus como Filho de Deus. É urgente atualizar esta história, dada a estreiteza de mente e o vazio teológico reinante nos altos escalões da Igreja.


lboff@leonardoboff.com


* Teólogo. Membro da Comissão da Carta da Terra

No Chile, trabalhadores exigem mudança da política econômica


Protesto critica presidente Michelle Bachelet e pede demissão do ministro da Fazenda; polícia reprime manifestação com violência, mais de 700 detidos


Protesto critica presidente Michelle Bachelet e pede demissão do ministro da Fazenda; polícia reprime manifestação com violência, mais de 700 detidos



Servidores públicos, professores, médicos, trabalhadores e estudantes protagonizaram nesta quarta-feira (29) um protesto massivo no Chile que paralisou a capital Santiago. O objetivo foi se opor à política econômica neoliberal da presidente Michelle Bachelet. O governo reprimiu com violência a manifestação e mais de 700 pessoas foram detidas.

Em alguns setores da cidade, a mobilização durou até a madrugada. Os manifestantes acusaram Bachelet de manter as políticas da ditadura de Augusto Pinochet e reivindicaram maior justiça social e condições de trabalho.

As marchas foram lideradas por dirigentes sindicais da Central Unitária de Trabalhadores (CUT) com o lema “conquistar um Estado social, democrático e solidário”. A maior organização sindical do país acusa a presidente chilena de não cumprir suas promessas de campanha. Uma das reivindicações era a renúncia do ministro da Fazenda, Andrés Velasco.

A mobilização teve ampla acolhida. Em Santiago, reuniu cerca de 4 mil pessoas, de acordo com a polícia de Bachelet. Houve atos nas principais cidades como Rancagua, Valparaíso e Concepción, e na província de Arauco, com bloqueios de rodovias, segundo o dirigente da CUT Arturo Martínez. “Os trabalhadores deram uma mostra de dignidade. O povo do Chile está orgulhoso de ter trabalhadores conscientes, que saíram à rua para reclamar seus direitos”, disse ao La Jornada.

O sindicalista avaliou que a mobilização iniciou um processo de mudança no país. A mobilização teve como símbolo uma vaca que “está cansada de ser ordenhada em benefício de uns poucos”, segundo o dirigente. A central recorreu a essa analogia para descrever a situação dos trabalhadores chilenos, desprestigiados no atual modelo econômico do país. Este ano, a economia vai se expandir 6%. Mas o desemprego segue elevado, na faixa dos 7%.

“Há um descontentamento no movimento dos trabalhadores. Não se reajustam nossos salários e as pessoas estão esgotadas. Estamos aqui por isso, não nos faltam motivos para protestar”, afirmou à BBC Mundo Loreto Pérez, presidente de um sindicato de trabalhadores de farmácias. Juan Luis Castro, representante dos médicos, declarou à mesma rede de notícias: “Não há acesso igualitário à saúde. Há que se esperar dias ou meses para um atendimento e temos um elevado déficit de especialistas. Esses são problemas reais que não estão sendo abordados”.

“Não mudaram a matriz da ditadura que entende a educação como um privilégio para quem pode pagar. Nós cremos na unidade do povo”, afirmou Jorge Pávez, representante do sindicato dos professores.


Repressão

Os enfrentamentos com a polícia ocorreram durante todo o dia, com uso de violência por parte dos soldados. Para evitar que o protesto avançasse até a sede do governo, o Palácio de La Moneda, os policiais usaram a cavalaria e gases lacrimogênio. Os manifestantes responderam com pedras e bombas caseiras. O senador socialista Alejandro Navarro foi golpeado na cabeça por um cacetete. O prêmio Nobel de Literatura Raúl Zurita foi um dos feridos.

De acordo com o defensor de direitos humanos Hugo Gutiérrez, a polícia colocou em prática um novo sistema de contenção de multidões ao deter logo cedo os dirigentes das colunas de manifestantes em formação e, assim, desarticulá-las. Em meio ao protesto, a presidente Bachelet discursou pedindo diálogo. “Quero que entendam bem: é necessário disposição para acordos, e não de violência, porque a democracia não necessita nem de desordem”, afirmou.

Em paralelo aos protestos, a Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno uma reforma para a fracassada seguridade social. Além disso, sancionou pela primeira vez o “conselho da igualdade”, constituído por Bachelet com o objetivo de elaborar propostas nos temas de trabalho, competitividade e salário “ético”, superior ao mínimo atual equivalente a 274 dólares

Os protestantes do século XXI

Lançamento do livro A mídia nas eleições de 2006, organizado pelo prof. Venício A. de Lima, da UnB e do Observatório Brasileiro de Mídia, se transforma em debate sobre porque a campanha da mída conservadora contra a reeleição de Lula não deu certo.

Na noite de 30 de agosto, no Sindicato dos Jornalistas no Estado de S. Paulo, foi lançado o livro (Editora Fundação Perseu Abramo) A mídia nas eleições de 2006, organizado pelo professor Venício A. de Lima, da Universidade de Brasília e consultor do Observatório Brasileiro de Mídia. O livro tem apresentação do professor e mais 11 artigos de especialistas no setor, sobre o papel da mídia nas eleições presidenciais do ano passado. Acompanham o livro alguns anexos: as reportagens publicadas na época pela revista Carta Capital; as explicações do diretor executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel; a carta do repórter Rodrigo Vianna, desligado da Globo naquela época, despedindo-se de seus colegas de trabalho (publicada em primeira mão, depois de circular em mensagens na internete, pela Carta Maior em reportagem de Bia Barbosa); e um mapa das votações no primeiro e no segundo turnos.

Além do prof. Venício, estiveram presentes ao lançamento os autores de artigos Renato Rovai, editor da revista Fórum, autor do capítulo “As muitas derrotas da mídia comercial tradicional”; Marcelo Coutinho, diretor executivo do Ibope Inteligência, co-autor de “Os usos das novas mídias na campanha presidencial de 2006; e Kjeld Jakobsen, presidente do Observatório Brasileiro de Mídia, autor de “A cobertura da míodia impressa aos candidatos nas eleições presidenciais de 2006”.

Além de debaterem o livro e seus artigos, os quatro presentes debateram, entre outras, a pergunta feita por Carta Maior sobre “porque em 2006 a campanha da mídia contra a reeleição de Lula não deu certo”. Carta Maior lembrou das vezes em que campanhas conservadoras na mídia “deram certo”: na eleição de 1989, no golpe de 1964, no de 1954 (revertido pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas), até mesmo (como lembrou Rovai) na campanha pelas privatizações, durante o governo de FHC, quando criou-se um clima de que tudo o que era público e estatal eram necessariamente ruim.

Houve colocações muito variadas. Todos concordaram que este é um assunto ainda a ser estudado, e que é impossível dar uma explicação cabal e definitiva. Mas aventaram algumas hipóteses. O prof. Venício lembrou o papel das “lideranças intermediárias”, isto é, os líderes de associações de bairros, ongues, sindicatos, etc., que são, agora, “formadores de opinião” tão importantes quanto aqueles que tradicionalmente se julgam donos da “formação de opinião”, os editorialistas, colunistas de jornais, e comentaristas de tevê. Essas “lideranças intermediárias” têm acesso à internete e a uma série de informações alternativas, antes não ou pouco disponíveis, o que pode ter ajudado a contrabalançar o poder da mídia tradicional.

Kjeld Jakobsen lembrou que de fato a vida das pessoas mais pobres, e de um modo geral, melhorou sob o governo Lula, e que isso levou muitas pessoas a pensarem duas vezes antes de simplesmente aderirem à campanha da mídia contra o governo. Lembrou também que a mídia, de um modo geral, tornou-se mais uniformemente conservadora, descolando-se de muitos de seus leitores tradicionais. Lembrouy por exemplo do tempo em que muita gente de esquerda considerava A Folha de S. Paulo um jornal “oficiosamente” à esquerda no espectro do jornalismo brasileiro, e que isso hoje não acontece mais.

Renato Rovai trouxe à baila a idéia de que, além do contrabalanço de informação disponível, havia o fato de que em 2006, ao contrário de 1989, Lula era governo, e isso lhe dá um poder enorme de também gerar informação, além dos poderes inerentes ao Estado brasileiro. Em sua fala lamentou que o governo não tenha avançado mais no sentido de democratização da mídia, curvando-se à pauta do conservadorismo brasileiro neste campo. O jornalista Carlos Tibúrcio, também presente, respondeu, dizendo que era necessário analisar a “correlação de forças” para entender a posição do governo nestas questões.

Mas a nota mais original do debate ficou por conta de Marcelo Coutinho. Depois de dizer que era necessário reconhecer que, apesar de todas as deficiências, o nível de escolaridade no eleitorado brasileiro tinha aumentado muito de 20 anos para cá, lembrou a situação européia ao fim da Idade Média.

Disse que naquela época o quase monopólio de interpretação religiosa detido pela Igreja Católica Romana na Europa foi quebrado pelo protestantismo. E que para a quebra do monopólio foi fundamental a invenção da imprensa no século XV. Hoje, lembrou ele, estaríamos na mesma situação: a pretensão de monopólio de expressão da “opinião pública” por parte da mídia tradicional foi quebrada pela internete, embora o alcance desta esteja longe de ser universal. Mas tão importante quanto reconhecer essa quebra é reconhecer que os atores convencionais, mídia e partidos políticos, ainda não conseguiram responder de modo conveniente e consistente a esse novo quadro cultural, aferrando-se a seus princípios dogmáticos, tanto no plano das idéias quanto no das formulações.

“Internete é diálogo”, lembrou ele. De fato, algo que anda meio longe da nossa mídia convencional, que está menos para polifonia, mesmo que barroca, e muito mais para o uníssono (e ponhamos sono aí) do cantochão gregoriano (É só uma metáfora provocativa, pessoal. Eu adoro cantochão. Na Igreja ou no concerto, é claro, não na mídia).

Eucaliptos ressecam mananciais no Uruguai


Porto Alegre (RS) - Pequenos agricultores da região de Soriano, no Uruguai, denunciam que os plantios de eucalipto em larga escala têm secado córregos, poços e riachos locais. De acordo com o Movimento dos Agricultores da Região de Mercedes, cerca de 150 famílias, entre produtores e moradores, são afetadas diretamente pela falta de água.

O agricultor Washigton Lockhart, integrante da organização camponesa, relata que a seca de poços iniciou na década de 90, mas tem se agravado nos últimos cinco anos na região. Ele relata que, hoje, cinco municípios estão em situação de emergência no departamento de Soriano.

Segundo Lockhart, “o primeiro impacto depois do início das plantações foi a falta de água, que afetou muita gente, e depois a migração de empresas estrangeiras para a região. A conseqüência disso tudo, diz o agricultor, foi a concentração da terra e o êxodo de pequenos produtores e populações locais para as grandes cidades.

Lockhart conta que as famílias atingidas pela seca recebem, diariamente, água das prefeituras municipais, por meio de caminhões-pipa. Ao todo, os governos carregam 25 mil litros de água para a população. No entanto, o agricultor alerta que muitas vezes a água é deixada em recipientes utilizados pelas famílias na agricultura, podendo conter vestígios de agrotóxicos.

Os agricultores realizam protestos na região desde 2004, mas até o momento as autoridades locais não tomaram nenhuma atitude. Soriano fica ao lado do departamento de Rio Negro, onde a papeleira Botnia está construindo mais uma fábrica de celulose, motivo de crises diplomáticas com o país vizinho, Argentina. Os dois departamentos são banhados pelo rio Uruguai.

Atualmente no Uruguai existem mais de 600 mil hectares de plantio de pínus e eucalipto.
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