segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo!!!!

Ano novo, estou aqui para lhe propor um acordo.
Eu sempre espero muito de você,
e acho que a decepção é recíproca,
porque a cada dia que passa,
em vez de rejuvenescer, eu envelheço,
em vez de ficar rico, vou ficando mais pobre,
e em vez de ser amado, vou sendo cada vez mais esquecido.

Você realmente rejuvenesce, ou pensa que o faz,
quando abre suas asas sobre o mundo
anunciando ser mais um que se inicia.

Mas ao contrário do que deveria acontecer
com tudo que é novo,
você já nasce trazendo no colo crianças famintas,
homens amargurados, governos inescrupulosos,
muito desamor
e guerra... sempre guerra!

Eu duvido que se emocione como deveria,
com os fogos que são calorosamente oferecidos
em sua homenagem...

Eu duvido que consiga vibrar
nos seus primeiros minutos,
ouvindo a sirene das ambulâncias,
e o matraquear do fogo cerrado
que se estabelece entre irmãos de uma mesma favela...

Eu duvido que consiga se sentir NOVO,
meu querido ano novo.

Por isso, eu queria lhe propor,
que em vez de você ser NOVO,
que seja diferente, apenas diferente...

Que você plante no coração das pessoas,
a semente do amor.
Mas que faça isso com vontade, com determinação,
não aceitando que nasça dessas sementes,
nada menos, que muito amor.

Que o ser humano, governante ou mendigo,
sinta em seu interior a necessidade de amar,
de querer bem, de procurar fazer a sua parte,
seja ela governar ou caminhar à beira da estrada,
sem ferir, sem abusar.

E sabe Ano Novo... que isso fique entre nós,
mas junto com a semente do amor,
alguns corações precisam de um reforço,
por isso, você deve jogar displicentemente,
uma sementinha de decência,
de humanidade, de caridade humana.
São aqueles que detém o poder,
os multimilionários que se fartam desse mundo
como se fossem os donos,
limpando os pés no resto da humanidade.

E então sim, você poderá se auto intitular ANO NOVO!!!
E eu poderei vibrar a cada vez que você chegar...
pulando as sete ondas,
soltando fogos
ou simplesmente abraçando o meu irmão!!!
Porque será, incontestavelmente...
ANO NOVO!!
VIDA NOVA!!"

anônimo


Suspiria, arte e sentidos

Avesso às fórmulas e clichês dos filmes de terror, o italiano Dario Argento produz obras marcadas por cenários, tons e música incomuns; tempo e espaço não-lineares; debates psicanalíticos. Texto inaugura nova coluna do Diplô, agora sobre cinema e diversidade

Bruno Carmelo

A idéia de uma coluna intitulada Outros Cinemas visa, a princípio, dar espaço a filmes que apresentem propostas artísticas diferentes da estética massiva dos blockbusters norte-americanos.

Logicamente, não se ignora o valor de filmes de grande orçamento, que têm papel importante na manutenção da indústria, e por vezes até possibilitam a realização de obras independentes. Lembremos de Orson Welles, que sempre atuou em filmes que não o agradavam para poder financiar seus próprios projetos...

No entanto, é claro que a distribuição global das produções hollywoodianas é acompanhada de uma propaganda que toma espaço considerável na mídia; de modo que muitos filmes que julgamos interessantes (e diferentes dessa corrente principal) ganham pouca visibilidade.

Vale dizer que a proposta de “Outros Cinemas” não é justiceira, nem radical. Primeiro, apontaremos alguns filmes que nos chamam atenção, sabendo que será impossível mencionar todos que nos interessam. Inevitavelmente, será feito um recorte pessoal sobre um terreno tão vasto de filmes inovadores... Isso porque a intenção é de não limitar a coluna às produções recentes, e também discutir eventualmente filmes antigos e fora do circuito.

Por fim, é importante dizer que não pretendemos recusar completamente as obras norte-americanas — somente a estética predominante das grandes produções. Muitos filmes produzidos nos EUA são incrivelmente ousados, assim como filmes de outros países podem se apoiar nessa estrutura massiva. Portanto, visaremos, acima das nacionalidades, as propostas.

Para abrir esta coluna, escolhemos um clássico do cinema de terror italiano, Suspiria. Mais ousado, impossível.

Bruno Carmelo

O terror é geralmente considerado um gênero menor dentro do cinema, supostamente por suas fórmulas rígidas e por se apoiar unicamente no medo do público, sem oferecer material de reflexão. Monstros, vampiros e assassinos são normalmente associados à produções de baixa qualidade, destinadas aos pequenos cinemas de bairro.

Alguns autores, no entanto, conseguiram elevar o patamar do horror à arte, ao explorarem os limites do gênero. Enquanto George Romero, com seus filmes de zumbi, faz uma crítica de sociedades contemporâneas (a norte-americana em especial), Dario Argento, outro mestre do terror, revolucionou a estética dos “filmes B”. Suspiria, de 1977, é um bom exemplo das astúcias do diretor.

A narrativa do filme se passa numa renomada academia de balé alemã, na qual estranhas mortes chocam os alunos. Escolha incomum: nada de casas abandonadas, florestas escuras, mas o calmo ambiente de uma academia. Argento faz desse prédio o personagem principal de seu filme.

Cenário labiríntico, uso ostensivo das cores e geometria, música dissonante e repetitiva

Trata-se de um imóvel gigantesco, onde supõe-se haver vários andares, corredores e salas. A noção de espaço, no entanto, é propositadamente omitida: vemos salões sem saber onde se situam, passagens que não nos indicam onde terminam. Além desse caráter labiríntico, cria-se um clima de claustrofobia: os dançarinos são todos internos e nunca saem da academia. A movimentação que lhes é permitida restringe-se à mudança de um cômodo a outro.

Sem direções e sem saídas, o terror criado por Dario Argento apóia-se principalmente na confusão de sentidos (dos personagens e, conseqüentemente, do público). Perde-se as noções de tempo e espaço, e Suspiria mostra um trabalho elaborado para confundir visão e audição.

Primeiramente, faz-se uso ostensivo de cores. As paredes de cada cômodo são cobertas de papéis de parede com motivos geométricos e vertiginosos, em cores vivas: vermelhos, amarelos, verdes e laranjas. Mesmo a fotografia do filme ignora qualquer tentativa de verossimilhança, ao criar focos de luz multi-coloridos nos personagens, que desfilam ao longo de toda a narrativa encobertos de auras esverdeadas e alaranjadas.

A música, igualmente, é excessiva e perturbadora. Um simples abrir de portas é acompanhado de trilha (com tons dissonantes e repetitivos) e de ruídos, que crescem em intensidade e volume. Cada morte simboliza a reunião máxima desses elementos: o sangue dos corpos se mistura à vermelhidão das paredes, o grito das vítimas se confunde com os estridentes acordes dos instrumentos da trilha.

Não há monstros ou psicopatas. O que mata é o próprio mal, que se revela por meio de indícios

Quanto aos assassinatos, o diretor faz uma escolha interessante ao não materializar o autor dos crimes. Não há monstros ou psicopatas; o que mata, em Suspiria, é o próprio mal. Basta que uma personagem sinta uma vertigem nos corredores da escola para que apareçam sombras, para que as luzes mudem e logo ela apareça morta. Alguns indícios, entretanto, são dados: olhos esverdeados que aparecem em fundos negros, mãos humanóides que estrangulam as dançarinas (sem que nunca vejamos o resto do corpo), ou animais pacíficos que, possuídos por espíritos, fazem vítimas fatais.

Outro elemento perturbador dissimula a identidade do assassino: no caso, trata-se da possibilidade de complô. A idéia de perseguição (tão bem usada, por exemplo, em O Bebê de Rosemary, outro clássico) serve de fundo de cena em Suspiria. Por que as dirigentes da academia não se mobilizam contra as mortes? Por que a aparente apatia face aos crimes? Nesse momento, o público identifica-se perfeitamente com a protagonista, divide as angústias dessa bailarina aprisionada, e faz das dúvidas delas as suas próprias.

Por fim, o filme apóia-se em idéias psicanalíticas (muito em voga na década de 70) para atestar a seriedade de seus fatos. Normalmente, em obras fantásticas, a ciência serve para dar credibilidade ao improvável, e é este o caso de Suspiria: quando todas as mortes parecem absurdas, uma conferência de doutores nos lembra que distúrbios mentais podem transformar pessoas comuns em assassinos cruéis.

Nos filmes de terror, é comum se criar personagens cuja função única é a de servir ao fetichismo da morte, ao espetáculo de sangue. Dario Argento mexe com os nervos do público de maneira mais inteligente, utilizando-se essencialmente da própria linguagem cinematográfica (montagem, fotografia, efeitos sonoros). Nossos sentidos, única maneira de perceber e conhecer o mundo, são manipulados a tal ponto que o terror maior não é criado pelas mortes em si, mas pela maneira como são mostradas. No cinema de Argento, o menor elemento pode ser aterrorizante; e nesses momentos, percebe-se a inteligência de um diretor que controla totalmente a arte cinematográfica e os efeitos que ela produz sobre seu público.

Sadao Watanabe Quartet Sextet - Jazz & Bossa (1966)




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TUDO QUE VOCÊ SEMPRE QUIS SABER SOBRE SEXO - 1972 ...
Mas Tinha Medo de Perguntar






Formato: rmvb
Áudio: Inglês
Legendas: Português (PT)
Duração: 1:28
Tamanho: 392 MB
Dividido em 05 Partes
Servidor: Rapidshare


Créditos: Forum - Eudes Honorato


Sinopse:

Woody Allen pega o livro sério sobre sexo de David Reuben e transforma seus capítulos na mais pura avacalhação. Prepare-se para ver um corpo humano por dentro em pleno ato sexual, um cientista que quer criar a máquina de sexo, a mulher que só tem orgasmo em locais perigosos... Muita confusão na melhor fase de Woody Allen.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Chick Corea

Filho de italianos, Armando Anthony Corea nasceu em 12 de junho de 1941 em Chelsea, Massachusetts. Depois de acompanhar Dizzy Gillespie e Sarah Vaughan, entrou para a banda de Miles Davis em 68. Participou com ele da revolução do jazz fusion, gravando discos como "In a Silent Way" e "Bitches Brew". Após deixar Miles, ele formou em 71 um dos mais populares grupos do fusion, o Return To Forever, pelo qual passaram, entre outros, Stanley Clarke, Al Di Meola e os brasileiros Airto Moreira e Flora Purim. Em 78, ele e Herbie Hancock formaram um duo de pianos muito aclamado. O retorno à música acústica culminou em outro duo, com o pianista clássico Friedrich Gulda, em "The Meeting", de 82. Em 85, Corea voltou ao fusion com a Elektric Band, da qual derivou mais tarde a Akoustic Band, com John Pattitucci e Dave Weckl. Seu novo CD, em parceria com o banjoísta Béla Fleck se chama "The Enchantment".

Créditos: TrabalhoMental



Capa Original

Chick Corea - The Best Of

1. Straight Up And Down
2. Tones For Joan's Bones
3. Matrix
4. My One And Only Love
5. Windows
6. Samba Yantra
7. Pannonica
8. Now He Sings,Now he Sobs
9. Toy Room
10. Blues Connotation
11. Nefertiti
Para baixar clique aqui

A revolução do Cine Falcatrua

Um cineclube ligado à universidade desperta a fúria das distribuidoras de audiovisual ao exibir, sem fins de lucro, filmes baixados por internet. Disputa revela como é necessário superar, em defesa do público e dos artistas, os limites estreitos da "propriedade intelectual"

Bruno Cava

Em novembro, uma juíza de primeira instância da Justiça Federal condenou a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) a pagar indenização por suposta violação de propriedade intelectual. A infração aos direitos autorais teria sido provocada, segundo a magistrada, nas atividades do cineclube Falcatrua – programa de extensão e pesquisa do departamento de Comunicação Social, realizado por estudantes da UFES desde 2004.

Ao dar ganho de causa ao Consórcio Europa — um gigante da distribuição cinematográfica — o Judiciário ainda aplicou multa diária de R$ 10 mil à universidade, caso as exibições fossem retomadas, e determinou a destruição imediata de seu equipamento de produção, edição e projeção de cinema. A seguir, outro juiz, agora da vara local em Vitória e a pedido da mesma distribuidora e da Lumière, expediu medida liminar proibindo novas apresentações do cineclube, pois ele incorreria em "concorrência desleal".

O Cine Falcatrua é um dos carros-chefes do movimento da cultura livre. Protagonista do circuito nacional de Conteúdos Livres — com suas mostras de filmes, sob as (des)licenças Creative Commons e copyleft, e seus festivais de mídia-ativismo, esse cineclube universitário trabalha com tecnologias acessíveis do digital para democratizar a produção cultural. O grupo promove exibições abertas e gratuitas de filmes baixados da internet, sempre acompanhadas de discussões e intervenções. Também ministra a oficina Cineclubismo Digital Gambiarra, que ensina como produzir, projetar e distribuir filmes digitais. Além de tudo, ainda prepara material de divulgação acerca de direitos autorais, difusão cultural e cinema livre.

Inserido no movimento cineclubista, que remonta aos anos 1920 e formou diretores do porte de Gláuber Rocha e Rogério Sganzerla, o Cine Falcatrua abre espaço para o cinema independente, incentiva a politização da sétima arte e enriquece a produção crítica. Aplaudido por diretores como Cláudio Assis (Amarelo Manga, Baixio das Bestas), só em 2004 foram mais de 40 sessões públicas, reunindo um público de aproximadamente cinco mil pessoas. Indo além dos muros universitários, o cineclube já expôs em bairros da periferia de Vitória, em galerias de arte, nas ruas de São Paulo e até em bailes funk (com o filme "Sou feia, mas tô na moda"). Assim, ele retoma a tradição cineclubista brasileira dos anos 1970 e 80, quando, graças ao início da redemocratização, o movimento pôde estender-se para sindicatos, universidades e centros culturais, para um público além dos cinéfilos.

O passo adiante: baixar produções da internet, editá-las e projetá-las grátis, em espaços públicos

O Falcatrua vai mais longe. Não se restringe a promover filmes históricos, cult, alternativos, independentes ou "underground" – material clássico do cineclubismo. Também oferece filmes do grande circuito comercial: faz o download de cópias disponíveis na rede e projeta-as grátis — e antes da estréia oficial. Quer dizer: ele antecipa-se à indústria de entretenimento — como fazem os camelôs, mas sem auferir qualquer lucro. Eis aí o salto qualitativo desse projeto inovador.

Afinal, quantos podem dispor de R$ 50,00 para levar a família ao cinema? E a imensidão de localidades que simplesmente não tem cinema? Que dizer da decepcionante diversidade oferecida pela indústria de entretenimento, especialmente fora dos grandes centros? E mais: por que aceitaríamos o miserê de assistirmos a filmes de vez em quando, ou quando o dinheiro der?! Quando podemos — cada um de nós, cidadãos — assistir a muitos, novos e bons filmes, todos os dias em que desejarmos!?

O que fez as distribuidoras, enfurecidas, ajuizarem ações judiciais, foi o fato de o Falcatrua ter exibido Fahrenheit 911 (Michael Moore) e Kill Bill (Quentin Tarantino) antes das estréias oficiais. As demandas foram rapidamente acolhidas pela contra-insurgência estatal. Resultado: a iniciativa alcançou tamanha projeção que já é reconhecida como uma modalidade específica de fazer cinema: baixar produções da internet, editá-las e projetá-las, de graça, em espaços públicos.

Portanto, não se trata de mais um caso prosaico de aplicação fria da lei dos direitos autorais, de uma decisão simplesmente técnico-jurídica, pretensamente apolítica. No nosso tempo, este é um caso paradigmático. A criminalização do Cine Falcatrua coloca-se no coração dos conflitos da sociedade pós-industrial, na qual, à socialização da produção de conhecimento e cultura, opõem-se os dispositivos expropriatórios, oligopolistas e antidemocráticos do capitalismo.

Cresce a resistência. Interessante surpresa: a Constituição garante o que o Falcatrua pratica

Não por acaso, a criminalização incitou a imediata resistência. Articulando-se pelas mídias democráticas, o movimento cineclubista mobilizou-se e o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC) reagiu publicamente, classificando o fato como "caça às bruxas". A medida judicial, no tocante à destruição de meios de produção da UFES, foi comparada a um "obscurantismo policialesco", próprio dos anos de chumbo. De fato, o caso remete à violência sistemática que o cineclubismo sofreu quando do endurecimento da ditadura, período em que vários cineclubes foram depredados, seus membros perseguidos, os acervos confiscados e "desaparecidos" (de 1968 a 1969, a quantidade de cineclubes caiu de significativos 300 para somente 12). A Federação Mundial, com sede na Itália, emitiu um comunicado em defesa do Falcatrua e um dos diretores supostamente "violados", Michael Moore, declarou que não vê qualquer problema na divulgação livre e didática de seus documentários, desde que sem fins comerciais.

O orientador do projeto, Alexandre Curtiss, assegurou a continuidade da iniciativa: "Estamos entrando em outra etapa do projeto. Não vamos nos preocupar com essa liminar. Nosso objetivo não é fazer pirataria e sim gerar acesso à cultura cinematográfica. Nós vamos continuar as exibições" . Um recurso foi interposto na segunda instância. Argumentos jurídicos não faltam. A Constituição garante: a função social da propriedade (art. 5º XXIII), o direito exclusivo do autor e não da distribuidora (art. 5º XXVII), o direito de acesso à cultura e à produção cultural (art. 23 V) e, principalmente, a democratização do acesso aos bens da cultura e sua difusão (art. 215, § 3º cf EC n.º 48/2005). Além disso, a lei de direitos autorais, nº 9.610/98, não exige a autorização para a exibição do audiovisual, quando sem interesse econômico (art. 81). O Código Civil de 2002 exige o dano como caracterizador da responsabilidade civil (arts. 927 c/c 186).

Evidentemente, a contenda é política. O filósofo italiano Antonio Negri identifica na atualidade uma tendência do capitalismo em direção ao trabalho imaterial e cognitivo. Isto é, o valor agregado pelos ativos imateriais (circulação de bens, marketing, serviços, criatividade) sobreleva aquele advindo da cadeia produtiva industrial, de modelo fordista e seriado. As leis nacionais e os tratados internacionais de propriedade intelectual (o Trips da OMC), o copyright, a "polícia autoral" (como o Ecade), tudo isso torna-se, em conjunto, o instrumento por meio do qual o sistema capitalista explora, monopoliza e concentra a produtividade social. A luta contra a propriedade dos bens comuns coincide progressivamente com a luta contra o copyright. A diversidade cultural, a transversalidade entre produtores/transmissores e consumidores/receptores, a valorização dos insumos culturais (idéias, informações, símbolos, linguagens), tudo isso põe a cultura no centro da nova economia. A cultura cada vez mais é a própria economia. O produtor cultural torna-se o agente político por excelência, já que a arte da política está em organizar a produção.

Contradição: o artista quer difundir a obra e construir o público; o interesse do atravessador é proibir

Daí a importância, para as distribuidoras, de barrar uma insurgência tão libertária quanto o Cine Falcatrua, que democratiza a cultura contra o monopólio sobre a cópia. Desde a origem, no século 14, os direitos autorais interessaram primordialmente aos atravessadores dos produtos culturais. Primeiro as editoras; depois, as gravadoras de música e as distribuidoras de audiovisual.

E como fica o artista? Para o artista, o que vale é estabelecer uma comunicação com seus públicos, multiplicando oportunidades e articulando contatos e redes colaborativas. "O valor econômico na produção cultural reside na relação que o artista constrói com seu público" (Ronaldo Lemos). Preocupante ao artista não é a "pirataria", mas a obscuridade. Mesmo porque a atual indústria de entretenimento tende a concentrar-se em poucos filmes, álbuns ou livros, porém ultra-badalados, e geralmente limita-se a produzir... entretenimento.

Ora, os filmes são feitos para serem vistos! Pássaro livre, a produção cultural e de conhecimento do público, para o público e pelo público deve arrebentar as amarras da indústria e dos direitos autorais para difundir-se livremente, instituindo um ciclo virtuoso de produção de valores, bens e sentidos – constituindo um comum colaborativo. Como escreveram Ana Bonjour e Leonora Corsini: é "a arte abandonando o conceito enrugado de artigo de luxo [ou acadêmico, acrescento] para, finalmente, enfiar-se no parangolé de Hélio Oiticica". A revolução não tem data marcada: é agora, neste instante. O Cine Falcatrua é mais um potente efeito dos ventos da mudança.

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, Paulo Henrique de, A cultura é a economia, in Revista Global n.ºCORSINI, Leonora, artRogse no parangolou acadvalor e sentido. distribuidoras de audiovisual.produtividade social. _Revista Global n. 9, p. 34, setembro de 2007.

BONJOUR, Ana Maria; CORSINI, Leonora, Viva a Cópia!, in Revista Global n. 8, p. 10, , maio 2007.

LEMOS, Ronaldo, Direito, tecnologia e cultura, 1a ed., ed. FGV, RJ: 2005.

RAVANELLO, Ricardo Brisolla, Cineclubismo: prática subversiva

Site do Conselho Nacional de Cineclubes

Site de Felipe Macedo

A Itália quer punir a operação condor. O Brasil, não

"Às 18 horas do dia cinco de dezembro de 1973, meu pai Joaquim Pires Cerveira (...) se dirigiu a um encontro com seu companheiro de Organização (...) João Batista de Rita Pereda.
"Atropelado e seqüestrado com Pereda no centro de Buenos Aires pela Operação Condor, foram entregues à ditadura brasileira.
"Foi assassinado em 13 de janeiro de 1974 no DOI-Codi da Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, tornando-se um desaparecido político.
"Dali para frente, a vida se resumiu na busca da verdade e dos seus restos mortais."
(Neusah Cerveira, jornalista, economista e geógrafa)


A Justiça italiana acaba de pedir ao governo do Brasil que colabore no interrogatório, prisão e extradição de brasileiros envolvidos na Operação Condor, um esquema de colaboração informal que sete ditaduras sul-americanas mantiveram durante o período 1973/1980 para perseguir, aprisionar e atentar contra opositores que, exilados, estavam teoricamente fora do alcance de suas garras.

Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai foram as nações que facilitaram a atuação extraterritorial de agentes da repressão, na maioria das vezes capturando "subversivos" para serem secretamente recambiados a seus países de origem, supliciados em centros clandestinos de tortura e depois executados.

A ocultação dos cadáveres, para que não restassem indícios dos crimes cometidos, era o desfecho habitual dessas operações. Um documento secreto da Força Aérea Brasileira, datado de 1977, revela que se chegou a lançarem corpos no Rio La Prata, mas essa prática teve de ser abandonada porque estava "criando problemas para o Uruguai, como a aparição de cadáveres mutilados nas praias", passando-se então a utilizar "fornos crematórios dos hospitais do Estado (...) para a incineração de subversivos capturados".

Foi, enfim, uma alternativa hedionda a que as ditaduras recorreram para evitar os trâmites demorados dos processos de extradição e as garantias que o Direito internacional prescreve para os extraditados.

Um caso célebre no Brasil foi o seqüestro, em 1978, dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Díaz, vindos a Porto Alegre, com seus dois filhos, para denunciar os crimes da ditadura do seu país. Os quatro foram capturados e entregues às autoridades do Uruguai. Se a revista Veja não noticiasse, dificilmente teriam sobrevivido.

Só no ano 2000 Universindo Díaz sentiu-se suficientemente seguro para relatar o ocorrido. Segundo ele, os espancamentos começaram já no apartamento em que ele foi capturado e prosseguiram na sede do DOPS: "Nos bateram brutalmente. Nos colocaram no que chamam no Brasil de 'pau-de-arara' - dependurados do teto, pelados, nos deram choques elétricos, água fria, golpes, e assim nos foram interrogando durante horas e horas. Havia uma espécie de divisão internacional de trabalho - os brasileiros golpeavam e os uruguaios nos interrogaram".

O episódio de maior repercussão internacional foi a explosão de uma bomba no carro do ex-embaixador chileno Orlando Letelier, em pleno bairro diplomático de Washington, no ano de 1978. O atentado cometido por agentes da repressão política do Chile, a Dina, resultou na morte de Letelier e de sua secretária, causando tanta indignação nos EUA que o país deixou de apoiar a ditadura andina.

ATRASO, TIMIDEZ, IMPUNIDADE - A punição dos responsáveis por esse período negro da história sul-americana está acontecendo com atraso e timidez, face à enormidade dos crimes cometidos. Muitos carrascos morreram antes de responderem por suas atrocidades. Mas, pelo menos, sinaliza para os pósteros que nem sempre as regressões à barbárie ficam impunes.

O Uruguai condenou à prisão o ex-ditador Gregorio Álvarez, em cujo governo "desapareceram" 20 cidadãos uruguaios aprisionados na Argentina e repatriados ilegalmente, não aceitando sua alegação de que desconhecia a existência da Operação Condor.

A morte livrou o antigo ditador chileno Augusto Pinochet de cumprir a merecida pena de prisão pela autoria de nove seqüestros e um homicídio, mas seu ex-chefe de Inteligência Manuel Contreras não escapou: foi condenado a 15 anos de detenção por ter planejado o assassinato de Letelier e está preso.

A Argentina também está prestes a julgar o ex-ditador Rafael Videla e 16 cúmplices, por crimes contra a humanidade.

E, agora, a juíza italiana Luisanna Figliolia expediu um mandado de prisão contra 140 pessoas suspeitas de participação na Operação Condor, dentre elas 11 brasileiros, 61 argentinos, 32 uruguaios e 22 chilenos. O caso tramita desde 1999, a partir de denúncias apresentadas por parentes de 25 italianos que desapareceram sob regimes militares na América Latina.

O ministro da Justiça Tarso Genro logo descartou a extradição dos acusados brasileiros, por considerá-la "inconstitucional". Ficou implícito que, na opinião do ministro, dificilmente eles serão punidos, embora Tarso vá tomar as providências burocráticas rotineiras, ao receber o pedido das autoridades italianas.

O Exército, por sua vez, informou à UOL que não vai se pronunciar oficialmente sobre o caso, que está sob tutela do ministério da Justiça por envolver "a soberania brasileira". Essa preocupação com a soberania aparentemente não existia quando se franqueava o território nacional para a caçada a casais inofensivos e suas crianças.

Então, para nosso opróbrio, só nos resta concordar com o procurador da República italiano Giancarlo Capaldo: "Esse processo nasceu na Itália porque os países unidos em torno da Operação Condor decidiram não abrir investigações sobre o assunto. A Itália está fazendo o possível para evitar a impunidade e para que operações como essa não voltem a acontecer".


* Jornalista e escritor. Mais artigos em http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com

Jazz Integral (Raro)

http://i81.photobucket.com/albums/j226/kippique/integral.jpg


1. UNITED FUTURE ORGANIZATION - LOUD MINORITY
2. GEORGIE FAME - PAPA'S GOT A BRAND NEW BAG
3. JAMES BROWN - SEX MACHINE (READYMADE JAZZ DEFECTOR) REMIXED BY KONISHI YASUHARU
4. TITO PUENTE AND INDIA - TO BE IN LOVE
5. QUINCY JONES - MANTECA
6. ROY AYERS - INTRO^RIVER NIGER
7. EDDIE CANO & HIS QUINTET - I CAN'T CRY ANYMORE
8. ART BLAKEY & JAZZ MESSENGERS - ALAMODE
9. PETER HERBOLZHEIMER - NICA'S DREAM
10. JAMES BROWN - PAPA'S GOT A BRAND NEW BAG
11. NEW YORK VOICES - GIANT STEPS
12. DAVID BENOIT - LIFE IS LIKE A SAMBA
13. TONINHO HORTA - YARABELA
14. EDDIE CANO & HIS QUINTET - I NEVER FORGET YOU
15. EL CHICANO - WHAT'S GOING ON
16. KOOL & THE GANG - CHOCOLATEBUTTER MILK

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Part 1
Part 2

HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES - 2002



Formato: rmvb
Áudio: Português/BR
Duração: 75minutos
Tamanho: 294Mb
Dividido em 03 Partes
Servidor: Rapidshare


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Título orginal: Houve uma vez dois verões
Gênero: Comédia
Ano de Lançamento(Brasil): 2002
Direção: Jorge Furtado

Créditos: Forum - ze qualquer


Elenco
André Arteche (Chico)
Ana Maria Mainieri (Roza)
Pedro Furtado (Juca)
Júlia Barth (Carmem)
Victória Mazzini (Violeta)
Marcelo Aquino (Inácio)
Janaína Kraemer Motta (Mulher de Inácio)
Yuri Ferreira (Irmão de Roza)
Álvaro Rosa Costa (Taxista)


Sinopse:Chico (André Arteche) é um jovem ingênuo que acredita que um dia encontrará o grande amor de sua vida. Roza (Ana Maria Mainieri) é uma jovem que só pensa em conseguir dinheiro suficiente para realizar sua sonhada viagem para a Austrália. Eles se encontram por acaso e, juntos, vivem uma intensa paixão. Porém várias reviravoltas do destino ainda irão influir no relacionamento deles.

Premiações:
Ganhou o Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Roteiro Original, além de ter sido indicado nas categorias de Melhor Filme e Melhor Figurino.

Curiosidades:
Houve uma Vez Dois Verões é o primeiro longa-metragem do diretor Jorge Furtado, famoso por seus curtas-metragens Ilha das Flores e O Sanduíche.

Houve uma Vez Dois Verões é o segundo longa-metragem produzido pela Casa de Cultura de Porto Alegre. O anterior fora Tolerância (2000).

Houve uma Vez Dois Verões foi totalmente filmado em câmera digital.

As filmagens ocorreram no mês de abril de 2001, no litoral gaúcho, e duraram exatos 23 dias.


Procurando outros filmes em alguns dvds velhos achei esse perdido. Me diverti muito com esse filme principalmente por ter passado parte da minha molecância em algumas dessas praias. Como gaúcho e apreciador do cinema nacional sou suspeito pra falar. Só posso dizer que proporciona algumas horas de diversão. Pra quem deseja se arriscar, bom filme.

TRILOGIA SAMURAI: MIYAMOTO MUSASHI - 1954


Responder com citação


Primeiro filme da trilogia sobre o mais famoso dos samurais, Miyamoto Musashi, baseado no livro de Eiji Yoshikawa. No papel principal, Toshiro Mifune, o grande ator japonês que ficou marcado por esse tipo de personagem.
Um grande clássico do cinema mundial.


Formato: RMVB
Áudio: Japonês
Legendas: Pt-Br
Duração: 1:34h

Créditos: forum - Eudes Honorato


sábado, 29 de dezembro de 2007

DECAMERON - 1971




Primeiro episódio da "Trilogia da Vida"
Título Original: Décaméron, Le
Tempo de Duração: 111 minutos
Gênero: Drama/Cinema Europeu
Ano de Lançamento (Itália/França/Alemanha): 1971
Direção: Pier Paolo Pasolini
Áudio: Italiano
RMVB Legendado
Cor
Créditos: Forum - Stirner




Elenco:
Franco Citti,
Ninetto Davoli,
Jovan Jovanovic,
Vincenzo Amato,
Angela Luce,
Giuseppe Zigaina



Sinopse:
Primeiro capítulo da pasoliniana “Trilogia da Vida”, Decameron é baseado em nove contos do livro homônimo de Giovanni Boccaccio (1313-1375), em que imperam os valores do corpo e da vitalidade sexual. Em cinco dos nove episódios, predominam mesmo o erotismo e a licenciosidade, como no conto em que o camponês se faz de surdo-mudo para trabalhar no convento e fazer amor com as freiras. “Decameron é uma obra que se pretende completamente alegre. E a alegria de viver que existia em Boccaccio provém de seu otimismo histórico, pois naquele momento estava
explodindo uma grande novidade: a revolução burguesa... Boccaccio viveu o princípio de uma nova era”, disse Pasolini, que dirigiu em seguida Os Contos de Canterbury e Mil e Uma Noites.

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CINEMA, ASPIRINA E URUBUS - 2005




Formato: rmvb
Áudio: Português
Legendas: S/L
Duração: 1:40
Tamanho: 345 MB
Dividido em 04 Partes
Servidor: Rapidshare


Créditos: Forum - ze qualquer




Sinopse:

Em 1942. No sertão do Brasil, encontram-se dois homens muito diferentes: o alemão Johann, que fugiu da guerra, aceitando um emprego para vender a mais nova droga miraculosa, a aspirina; e o sertanejo Ranulfo, mais um dos muitos agricultores expulsos de suas terras pela implacável seca nordestina.

Johann precisa de um ajudante e contrata Ranulfo. Num caminhão, os dois percorrem as estradas poeirentas do interior do Brasil. Mostram aos moradores das menores vilazinhas um filme sobre o novo remédio que é a primeira experiência com o cinema da maioria deles.

A viagem é também uma oportunidade de troca entre duas experiências de vida muito diferentes, do alemão urbano e educado, e do brasileiro iletrado mas versado em vários expedientes úteis para seu dia-a-dia.

Hank Mobley

É impossível imaginar que esse play tem mais de 40 anos.
A pegada desse cara é embaçada, e ainda tem o Grant Green e Paul Chambers pra deixar o som mais redondo.
Esse disco do Hank Mobley é fora de serie.
Recomendadíssimo mesmo!
créditos:SaravaClub


1. Hank Mobley - Workout
2. Hank Mobley - Uh huh
3. Hank Mobley - Smokin'
4. Hank Mobley - The best things in life are free
5. Hank Mobley - Greasin' easy
6. Hank Mobley - Three coins in a fountain




Afro Cubano Jazz - Kind of Afro Cubano Jazz

http://i174.photobucket.com/albums/w96/Vallegna/recto-143.jpg



01. Mongo Santamaria - Watermelon Man.mp3
02. Ray Barretto - La Cuna.mp3
03. The Art Blakey Percussion Ensemble - Cubano Chant.mp3
04. Orlando Poleo - El Buen Camino.mp3
05. Cedar Walton - Latin America.mp3
06. Paquito D'Rivera - Manceta.mp3
07. Santana - Para Los Rumberos.mp3
08. Ray Barretto - The Old Castle.mp3
09. Michel Camilo - Caribe.mp3
10. Los Super Seven - Teresa.mp3

Total Size: 122,64MB

Downloads abaixo:
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Dr. Jekyll and Mr. Hyde, 1931



Tipo de Arquivo: RMVB
Tamanho: 327MB
Qualidade: Excelente
Audio: Inglês
Legenda: Português (embutida)

O Médico e o Monstro (Dr. Jekyl and Mr. Hyde, EUA, 1931)

Diretor: Rouben Mamoulian
Roteiro: Samuel Hoffenstein
Produção: Adolph Zukor
Maquiagem: Wally Westmore
Elenco: Fredric March (Dr. Henry L. Jekyll / Mr. Hyde), Miriam Hopkins (Ivy Pearson), Rose Hobart (Muriel Carew), Holmes Herbert (Dr. Lanyon), Halliwell Hobbes (Gen. Danvers Carew) e Edgar Norton (Poole)
Ano: 1931
Duração: 90min
Gênero: Clássico/Terror

Créditos: Forum - Gustavo Nightmare

Sinopse
Dr. Jekyll é um respeitável médico que enfrentará sérias conseqüências ao beber uma poção de um de seus experimentos. Essa poção irá liberar seu lado mais negro, transformando-o em um monstro incontrolável.

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Fotos







CURIOSIDADES
Um Filme muito criticado na época por conter cenas tão violentas e ser tão impressionante quanto à interpretação de Frederic March. Ele realmente encarna o Sr. Hyde de uma forma espetacular e sua maquiagem é pra lá de impressionante.


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Visitem meu Blog sobre Filmes, Séries e Desenhos "Nightmare's Remember"
www.nightmaremember.blogspot.com

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Domínio militar é tragédia paquistanesa

É difícil imaginar que algo de bom possa surgir dessa tragédia, mas existe uma possibilidade. O Paquistão precisa desesperadamente de um partido político que fale em nome das necessidades sociais da maioria de seu povo. A análise é de Tariq Ali.

Mesmo aqueles dentre nós que criticavam severamente o comportamento de Benazir Bhutto e as políticas que ela adotou quando estava no poder e depois de perdê-lo se sentem atônitos e enraivecidos diante de sua morte. Indignação e medo tomam o país uma vez mais. Foi essa estranha coexistência entre despotismo militar e anarquia que gerou as condições que resultaram no assassinato de Benazir.

No passado, o governo militar tinha por objetivo preservar a ordem. Mas isso deixou de ser verdade. Hoje, o domínio militar cria desordem e destrói o domínio da lei. Que outra explicação poderíamos encontrar para a demissão do presidente e de oito outros juízes da Suprema Corte paquistanesa por terem tentado sujeitar a polícia e os serviços de informações aos ditames da lei? Os substitutos não têm firmeza moral para tomar providência alguma, quanto mais conduzir a investigação sobre os delitos das agências, a fim de encorajar a revelação da verdade por trás do assassinato cuidadosamente organizado de uma importante líder política.

De que maneira o Paquistão seria outra coisa que não uma conflagração de desespero hoje? Presume-se que os assassinos sejam jihadistas fanáticos. Pode ser verdade, mas agiram por conta própria?

EUA e coragem
Benazir, segundo fontes próximas a ela, sentiu-se tentada a boicotar as falsas eleições, mas não teve coragem política de desafiar Washington. Tinha muita coragem física, e recusava-se a ceder às ameaças de seus oponentes locais. Bhutto estava discursando em um ato em Liaquat Bagh. É um espaço batizado em homenagem ao premiê que formou o primeiro governo paquistanês, Liaquat Ali Khan, assassinado por um atirador em 1953. O matador foi imediatamente abatido a tiros por ordem de um policial envolvido no complô.

Não muito longe dali, existia uma estrutura da era colonial que servia de prisão aos militantes nacionalistas. Era a prisão de Rawalpindi, o local em que Zulfikar Ali Bhutto, pai de Benazir, foi executado em 1979.

O tirano militar responsável por seu assassinato fez desaparecer o lugar da execução. A morte de Zukfikar Bhutto envenenou o relacionamento entre o seu Partido do Povo do Paquistão e o Exército; ativistas do partido foram torturados, humilhados e, ocasionalmente, mortos.

A turbulenta história do Paquistão, como resultado de contínuo domínio militar e de alianças internacionais impopulares, agora apresenta sérias escolhas à elite governante, que parece não ter qualquer objetivo positivo. A maioria esmagadora do país desaprova a política externa. O povo também se sente irritado pela falta de uma política doméstica séria, se excetuarmos os esforços para enriquecer ainda mais uma elite insensível, cujas fileiras incluem as Forças Armadas, superdimensionadas e parasitárias -as mesmas que assistem, impotentes, ao assassinato de líderes políticos.

Benazir foi atingida por tiros e logo houve uma explosão. Os assassinos garantiram duplamente a operação, dessa vez. Queriam-na morta. Agora, é impossível a realização de uma eleição, ainda que fraudulenta. O pleito terá de ser adiado e as Forças Armadas estão contemplando a imposição de um novo período de domínio militar direto caso a situação se agrave, o que pode facilmente ocorrer.

O assassinato representa uma tragédia multidimensional em um país que está na estrada para novas tragédias. Há despenhadeiros e cataratas à frente. E há a tragédia pessoal. A família Bhutto perdeu mais um membro. Pai, dois filhos e agora a filha.

Morte do pai
Fui apresentado a Benazir na casa de seu pai, em Karachi, quando ela era uma adolescente que só queria se divertir, e voltei a encontrá-la mais tarde, em Oxford. A política não era sua inclinação natural, e ela desejava ser diplomata, mas a história e suas tragédias pessoais a conduziram em outra direção. A morte de seu pai a transformou. Ela tornou-se uma pessoa nova, determinada a enfrentar o ditador militar daquela era.

Estava instalada em um pequeno apartamento em Londres, no qual discutíamos o futuro do país. Ela concordava quanto à necessidade de uma reforma agrária, grandes programas educativos e uma política externa independente, como passos cruciais para salvar o país dos abutres que estavam à espreita, com ou sem uniforme. Sua base eleitoral eram os pobres, e ela se orgulhava disso. Mas Benazir mudou de novo, ao se tornar primeira-ministra.

No início de seu governo costumávamos discutir, e ela dizia que o mundo havia mudado. Ela não podia se colocar ''do lado errado'' da história. E, como outros, fez as pazes com Washington. Foi isso que a levou, por fim, a fechar um acordo com Musharraf e voltar ao país. Em diversas ocasiões ela me disse que não temia a morte. Era um dos perigos inerentes da vida política paquistanesa.

É difícil imaginar que algo de bom possa surgir dessa tragédia, mas existe uma possibilidade. O Paquistão precisa desesperadamente de um partido político que fale em nome das necessidades sociais da maioria de seu povo. O Partido do Povo, fundado por Zulfikar Ali Bhutto, foi criado pelos ativistas do único movimento popular de massa que o país já viu: estudantes, camponeses e trabalhadores que lutaram durante três meses, em1968/9, pela derrubada do primeiro ditador militar do país. Os militantes consideravam a organização como o seu partido, e o sentimento persiste ainda hoje em determinadas áreas do país.

A morte horrível de Benazir deveria fazer com que seus colegas parem e reflitam. Depender de uma pessoa ou família talvez seja ocasionalmente necessário, mas isso representa uma fraqueza estrutural, e não uma vantagem para uma organização política.

O Partido do Povo precisa ser recriado como organização moderna e democrática, aberta ao debate e discussão honestos, defendendo os direitos sociais e humanos, por meio da união dos muitos grupos e indivíduos paquistaneses dispersos que estão desesperados por qualquer opção de governo minimamente decente e que apresente propostas concretas para estabilizar o Afeganistão, ocupado e dilacerado pela guerra. Isso pode e deve ser feito. Não deveríamos solicitar novos sacrifícios à família Bhutto.

* Escritor, historiador anglo-paquistanês e editor da revista New Left Review

Publicado no site Vermelho

Da lama para o mundo

Conheça a história do Mangue Beat, mistura de rock com maracatu idealizada por Chico Science que abriu caminho para a cultura da periferia do Recife e conquistou admiradores mundo afora

Texto, fotos e vídeos de João Mauro Araújo, especial para a Repórter Brasil

Dez anos atrás, um acidente automobilístico tirava a vida de Chico Science, o músico que promoveu a fusão entre maracatu e rock e, com isso, agitou o cenário artístico do Recife, dando origem ao movimento que ficou conhecido como Mangue Beat - numa referência aos próprios mangues, abundantes na cidade.
Grafite em túnel do Recife homenageia o criador do Mangue Beat

Ao aliar a batida forte de tambores com o som distorcido de guitarras elétricas, Science criou um gênero musical que conquistaria admiradores pelo Brasil afora e também no exterior, onde ele e sua banda, a Nação Zumbi, realizaram algumas turnês. Com letras ao mesmo tempo bem-humoradas e recheadas de crítica social, ele influenciou não só músicos, como artistas de outras áreas.

Além de colocar, na década de 1990, a capital pernambucana na vanguarda da produção musical, o Mangue Beat teve o mérito de despertar a auto-estima da juventude da periferia, ao valorizar as manifestações artísticas de grupos locais e tradicionais.

Mangue Beat associou complexidade dos manguezais a cena musical diversificada
Corria o segundo semestre de 1992 quando um release com um título estranho - "Caranguejos com cérebro" - chegou à redação dos principais jornais do Recife. O texto, considerado o primeiro manifesto do Mangue Beat, falava de um grupo que vinha realizando eventos musicais na capital pernambucana e nos municípios de Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Inspirados na biodiversidade dos manguezais, os jovens que integravam esse movimento pretendiam criar um gênero que unisse elementos da cultura popular com as vibrações sonoras mundiais.

A grande projeção que as bandas Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A alcançaram, principalmente em meados da década de 1990, além de estimular a formação de novos conjuntos locais, teve forte influência sobre outros segmentos da produção artística pernambucana. Com o passar do tempo, porém, o movimento foi perdendo fôlego, e muitos músicos abandonaram o rótulo Mangue. Mesmo estes, no entanto, reconhecem a importância do papel dos "mangueboys" nos alicerces da cena atual.

Dez anos após o acidente de carro que vitimou Chico Science - notável articulador do movimento -, em fevereiro de 1997, a diversidade cultural introduzida pelo Mangue Beat continua a dar frutos. Basta acompanhar, durante o carnaval, as apresentações no palco do Pólo Mangue do Morro, no centro antigo do Recife, para constatar que ainda há muita gente tirando energia da lama.

Origem

As preocupações sociais de Chico Science são atribuídas à influência do pai, Francisco Luís França, que chegou a ser vereador em Olinda
A temática do mangue sempre esteve presente na obra de eminentes escritores, que reproduziram as imagens da penosa interação das pessoas pobres com esse ecossistema no cotidiano recifense. Perto do desfecho de Morte e Vida Severina, por exemplo, João Cabral de Melo Neto (1920-99) expõe ao personagem retirante a dramática situação dos mocambos, a partir do discurso de um de seus moradores: "Minha pobreza tal é/ que não trago presente grande:/ trago para a mãe caranguejos/ pescados por esses mangues;/ mamando leite de lama/ conservará nosso sangue". Já o professor Josué de Castro (1908-73) chegou a afirmar: "Não foi na Sorbonne nem em qualquer outra universidade sábia que travei conhecimento com o fenômeno da fome. A fome se revelou espontaneamente aos meus olhos nos mangues do Capibaribe, nos bairros miseráveis do Recife. (...) homens e caranguejos nascidos à beira do rio, à medida que iam crescendo, iam cada vez se atolando mais na lama".

Ao contrário dos poetas que o antecederam, Francisco de Assis França, o Chico Science, conseguiu enxergar riqueza naquela paisagem pantanosa. Sua idéia foi associar a complexidade orgânica dos manguezais a uma proposta de cena musical diversificada.

Repentes e literatura de cordel acompanharam infância do compositor
Nascido no Recife, Science foi batizado com nome de santo por sua mãe, Rita Marques de França, que sonhava ver o filho padre. Ela conta com orgulho as peripécias do menino nos teatrinhos da igreja, embora já soubesse que aquele "não era o caminho dele". Dona Rita recorda que o avô de "Chiquinho" trazia repentistas para cantar em Surubim (PE), sua cidade natal: "Meu pai era apaixonado por tocador de viola e gostava muito daqueles folhetos, romances, que comprava e pedia para eu ler". Esse gosto foi transmitido ao neto, pois, segundo parentes e amigos, Science era também apreciador da literatura de cordel. Esses trabalhos poéticos - em que se contam histórias de Lampião, Antônio Conselheiro, causos policiais, pelejas clássicas... - seriam retomados nas letras do cantor.

As apresentações nos palcos e nos videoclipes gravados com a banda Nação Zumbi traziam sempre, também, referências a caranguejos, que Chico Science conhecia desde os quatro anos de idade, quando a família mudou para o bairro de Rio Doce, em Olinda. A irmã Maria Goretti Lima relembra essa época, quando ele costumava brincar de apanhá-los com os amigos: "Perto de casa havia um rio e um manguezal enorme. Às vezes apareciam alguns caranguejos até no nosso quintal". Já as preocupações sociais e uma certa inclinação política do Malungo (palavra de origem africana que significa "companheiro"), como Science também era conhecido, costumam ser atribuídas à influência do pai, Francisco Luís França, que compara o filho à estrela-d´alva, por conta da luz que se apaga de maneira repentina.

Técnico de enfermagem na área de saúde ocupacional, primeiro em hospital, depois na indústria, seu França militou no sindicato dos enfermeiros, no Recife, e chegou a ser vereador de Olinda. Vestindo um avental branco, os olhos ocultos por trás dos óculos escuros, ele conta que, certa vez, chegou a ser demitido por defender o direito dos trabalhadores.

Atualmente, seu França trabalha no Espaço Ciência, um imenso museu a céu aberto localizado entre Recife e Olinda. No pavilhão de exposições onde desempenha suas funções, há algumas fotos de Chico Science. Fora do prédio, o artista também é lembrado, e a homenagem não poderia ser melhor: desde outubro de 1997 o local onde fica a trilha ecológica do parque leva seu nome. A área, de aproximadamente 20 mil metros quadrados, é o que restou de um manguezal depois dos aterros realizados na segunda metade do século passado sobre o estuário dos rios Beberibe e Capibaribe.

VA - Best of Asian Beats 3CDs 2007

http://img151.imageshack.us/img151/91/1198147680bestofasianbect8.jpg

Label: Apace Music
Release Date: 19-12-2007
Genre: Lo-Fi
Encoder: LAME 3.97 -vbr-new
Quality: VBRkbps / 44,1kHz / Joint-Stereo
Total Time: 130:54
Size: 156,8 MB
Uploader: bienlon


CD 1


01. aerial maki - rise and fall [05:16]
02. teichi mecha - spiritual waterfalls (moods mix) [05:06]
03. nino drum quartet - fever (drummer boys mix) [01:57]
04. boudien - stars (meditation mix) [03:25]
05. ravi shaza - the child [03:52]
06. saffras - indian summer (orient twist mix) [04:11]
07. prav monks - our buddha [04:16]
08. aquarius - soft light (club dub) [04:34]
09. calm meditation - praise be [04:23]
10. prathi temple - sakyamuni [04:53]

CD 2

01. jose garndez - the garden (sweet zen) [04:04]
02. dayzz - journeyman [03:37]
03. nusarat - orient express (faze mix) [04:17]
04. loop light - eternal sun [04:19]
05. kalla - desire [04:23]
06. navva - shine (go go gong) [04:39]
07. jataka - peace rayer (rivers of tibet mix) [04:54]
08. ease to east - only you [05:03]
09. chau chi - flower lounge (garden mix) [05:58]
10. parmaha 3 - mainana [03:03]

CD 3

01. sanskrit - dreams [03:12]
02. tai fun - flure de grace (inferno) [04:09]
03. saloo - visions of beauty (beatz dub) [04:19]
04. vispanassana - stars of beauty [04:45]
05. studio - smoke (float lite pass) [04:11]
06. shira sushi - melonik [04:54]
07. joy - deep sleep [05:27]
08. viaman - dawn buddhist chants [03:48]
09. dove - asian soul [05:53]
10. pancha traptika - flowers (awakening mix) [04:06]

Downloads abaixo:
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Senha para descompactação: www.softvnn.com
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos,
de Pedro Almodóvar



Sinopse:
Pepa e Iván são atores dubladores de TV. Após uma relação amorosa de anos, Ivan rompe com Pepa e lhe deixa um recado na secretária eletrônica pedindo que lhe prepare uma mala com todas as suas coisas. Pepa não suporta sua casa cheia de recordações e a coloca para alugar. Iván não chega nem telefona, e enquanto Pepa o espera, ela descobre coisas sobre a solidão e a loucura através de todas as pessoas que passam com seus problemas por sua casa.

Título Original: Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios
Gênero: Comédia/Drama
Origem/Ano: ESP/1988
Direção: Pedro Almodóvar
Roteiro: Pedro Almodóvar

Formato: rmvb
Áudio: Espanhol
Legendas: Português
Duração: 85 min
Tamanho: 306 MB
Partes: 4
Servidor: Rapidshare

Créditos:Forum - Eudes Honorato

Elenco:
Carmen Maura (Pepa Marcos)
Antonio Banderas (Carlos)
Julieta Serrano (Lucia)
Rossy de Palma (Marisa)
María Barranco (Candela)
Kiti Manver (Paulina Morales)
Fernando Guillén (Ivan)






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Outros filmes do mesmo diretor:

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

PRO INFERNO A MÍDIA E SEU NATAL!


Por Marcelo Salles

Este mês de Natal é uma boa oportunidade para pensarmos e repensarmos nossas próprias vidas. No entanto, muito antes de divagar sobre o significado da existência humana num plano filosófico distante, é preciso questionar essa realidade que enfrentamos diariamente, com o devido cuidado para não cair no discurso superficial.

Estou falando de uma realidade em que 2,8 bilhões de pessoas sobrevivem com dois dólares por dia e 1 bilhão de seres humanos não têm acesso à água potável, de acordo com o relatório da WorldWatch de 2004. Trata-se de uma situação alarmante, escandalosa, mas que parece não sensibilizar aqueles que governam o mundo, a não ser quando promovem campanhas que apenas remedeiam a situação com dinheiro deduzido do Imposto de Renda. Pra poderem dormir com a consciência tranqüila.

Essa omissão generalizada só aprofunda a desigualdade, campo onde o Brasil ostenta o segundo lugar no mundo. E nada de concreto está sendo feito para mudar essa realidade, que piora a cada dia. Segundo o Banco Mundial, em 1950 a renda per capita dos países mais ricos era 35 vezes maior do que a dos países mais pobres. Em 1992, essa diferença havia subido para 72 vezes. Ao final desse ano, será de 135 vezes. Uma pesquisa divulgada este mês (05/12) pela ONU ratifica o quadro desolador: os 2% mais ricos do mundo controlam metade de toda a riqueza produzida no planeta, enquanto os 50% mais pobres dividem 1% da riqueza.

Naturalmente, um desenvolvimento calcado em bases desiguais só poderia resultar numa sociedade neurotizada e violenta, cujos valores se amesquinham e se superficializam progressivamente. Para constatar isso, basta sair às ruas das grandes cidades e olhar à volta.

A violência mais visível que assola os grandes centros urbanos não se origina espontaneamente. Ela deriva, em sua maior parte, dessa desigualdade administrada por governos e corporações e é potencializada pela publicidade capitalista. Esta diz a todo instante que se o sujeito não usar o tênis da moda ele será um fracassado, de modo que não deveria causar surpresa quando alguém mata por um nike ou um adidas. Essa surpresa meio babaca da mídia diante dos arrastões no Leblon não tem sentido, a não ser o de revelar a hipocrisia típica dos canalhas. O malandro não se arrisca a levar um couro da polícia apenas para cobrir os pés com borracha sintética; ele se arrisca por um objeto de desejo elaborado pela própria mídia.

Jamais será possível alcançar a paz enquanto houver exploração.

Entre as diversas formas de violência que oprimem o ser humano, umas são deixadas de lado e outras são bem divulgadas. Quem faz a seleção é a mídia comprometida com o sistema. Assim, qualquer carteira batida em Ipanema ganha destaque, enquanto a política de extermínio de jovens favelados é escamoteada. Pela lógica do tal mercado, quem não pode consumir torna-se descartável.

O ritmo de vida imposto pelo sistema capitalista - e pelos sistemas pretensamente capitalistas - não é compatível com a natureza do ser humano. Tempo não é dinheiro, a não ser que se queira encontrar um atalho para o infarto ou engrossar as estatísticas das doenças mentais (depressão, pânico, anorexia, etc.), que crescem alucinadamente. O mundo tem 1 bilhão de obesos e outro bilhão de desnutridos. Isso faz algum sentido?

Muita gente boa se tranqüiliza com a constatação de que o capitalismo é autofágico, achando que um belo dia ele vai se auto-destruir. Pura ilusão. O capitalismo se alimenta do caos que ele próprio estabelece. Na mesma proporção em que trabalha para concentrar cada vez mais a renda. As crises que surgem são previstas - e são também boas oportunidades de negócios.

O enredo da acumulação capitalista encerra uma espiral destrutiva, em que as corporações operam sob a espada de Dâmocles: ou aumentam sua produtividade ou são engolidas pela concorrência. De modo que mesmo diretores bem intencionados estarão sujeitos a esta regra, que freqüentemente exige a demissão de funcionários e submete os restantes a todo tipo de exploração que se possa imaginar.

E é bom deixar claro: aquilo que existe hoje nem chega a ser capitalismo na maioria dos países, visto que não há concorrência, transparência e outros requisitos básicos dessa modalidade de exploração sob controle. Estamos muito mais para uma espécie de feudalismo onde meia dúzia pode tudo e a maioria não pode nada, para usar uma frase de efeito de um ex-sindicalista brasileiro.

Economistas neoliberais, além de prometer o paraíso num futuro que só Deus sabe quando chegará, costumam afirmar que o desemprego não é interessante para o capitalismo. Eles dizem que quanto mais pessoas empregadas, melhor, pois o consumo tende a aumentar. E quanto menos o Estado intervier na economia, mais empregos serão criados, já que o tal mercado possui a capacidade mágica de se auto-regular.

Esse raciocínio até faria sentido, caso não negasse a essência do próprio capitalismo: reduzir custos e maximizar as vendas - sempre. Quando a corporação demite funcionários, ela não apenas reduz seu custo de produção, mas aumenta o número de desempregados. E a mera existência desse contingente de reserva é o suficiente para criar um ambiente favorável à exploração do trabalhador. Em sã consciência, qual corporação vai deixar a jugular exposta em nome do "desenvolvimento sustentável"? Os EUA já avisaram: não aderem ao Protocolo de Kioto. E convém não esquecer que os "big players" almoçam e jantam juntos.

Que sentido pode haver num planeta onde habitam 6,5 bilhões de pessoas, cuja produção de comida é suficiente para alimentar 11 bilhões de seres humanos, mas que ainda assim 1,3 bilhão desses passam fome, segundo dados da ONU? Que sentido pode haver num país como o Brasil, dono de uma das maiores riquezas naturais do mundo, se a cada 12 minutos uma criança morre por desnutrição?

O Natal marca o nascimento de Jesus Cristo, alguém que lutou contra a desigualdade, expulsou os capitalistas do templo e foi preso por isso. Foi torturado por isso. Foi crucificado por isso. Jesus foi um preso político, é sempre bom lembrar - sobretudo nessa época em que filmes e propagandas de presentes caros despolitizam o significado do Natal.

Jesus Cristo também nos ensinou a solidariedade, que depois a Igreja capitalista tentou transformar em caridade. São coisas diferentes. A caridade é vertical, ela humilha quem recebe. Por outro lado, solidariedade é estar ao lado de quem precisa. É pegar chuva, sentir fome, frio, medo, apenas para confortar alguém com sua presença. E se a caridade pode ser cotada pelo mercado, além de aliviar consciências em troca de moedas, a solidariedade desconhece tais valores.

Enquanto tentam reduzir o significado do Natal a uma corrida maluca por presentes, quero deixar registrado o seguinte: pro inferno esse sistema e sua mídia que incentivam o consumo desenfreado enquanto milhões passam fome.

E tem outra coisa: por mais que sua máquina trabalhe a todo vapor para impor um comportamento alienado, haverá sempre aqueles que em vez de presentes caros trocam abraços sinceros. Aqueles que não cedem aos apelos consumistas e compreendem que o mais importante é sentir o coração do companheiro batendo, bem pertinho do seu peito. Onde há a vida que respeita a vida. E é essa vida, esse carinho, essa ternura que transformarão o planeta num lugar mais justo para se viver.

Judas traiu Jesus com uma informação: um beijo. Com um beijo Judas informou ao Exército romano quem era o líder da revolução. Do mesmo jeito a mídia corporativa trai a humanidade todo santo dia. E faz isso ao veicular informações mentirosas, tendenciosas, envenenadas. Ao criminalizar os pobres. Ao omitir a exploração do país. Ao defender o imperialismo que ceifa vidas inocentes. E de tantas outras maneiras, geralmente tão doces e sutis quanto um beijo. Foi assim neste ano que se encerra e provavelmente será assim no ano que se aproxima.

Contra essa traição cotidiana, no entanto, haverá sempre - sempre - quem combata as mentiras e se insurja contra a exploração dos povos. Esses serão também portadores das informações comprometidas com a vida, com o ser humano. E por isso, apenas por isso, esses portadores serão revolucionários. Tão revolucionários quanto Jesus Cristo, pois as informações que levam e trazem podem remover montanhas. Basta que acreditem nisso com todas as suas forças.

Condor Pasa - Espíritu Andino

Os brasileiros do Condor

Os brasileiros do Condor

Marcelo Soares

A Justiça italiana expediu 13 mandados de prisão contra brasileiros envolvidos na Operação Condor, informa a Folha de S.Paulo. Os nomes desses cidadãos não foram revelados, mas pelas minhas contas será a primeira vez em que brasileiros serão levados à Justiça, internacionalmente, por envolvimento em crimes contra os direitos humanos durante a ditadura militar.
Estes são os brasileiros denunciados na Itália por participação na Operação Condor:

- Octávio de Medeiros, ex-ministro do Serviço Nacional de Informações (SNI)
- Cel. Carlos Alberto Ponzi, chefe do SNI no Rio Grande do Sul nos anos 80 (acusado pelo desaparecimento de Lorenzo Viñas em Uruguaiana)
- Cel. Luís Macksen de Castro, ex-superintendente da PF no Rio Grande do Sul
- Gen. Euclydes de Oliveira Figueiredo Filho (irmão do ex-presidente Figueiredo)
- Gen. Henrique Domingues
- Agnello de Araújo Britto, ex-superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro
- Edmundo Murgel, ex-secretário de Segurança do Rio
- Antônio Bandeira, ex-comandante do 3º Exército
- João Leivas Job, ex-secretário de Segurança do Rio Grande do Sul
- Átila Rohrsetzer, ex-diretor da Divisão Central de Informação (acusado pela prisão, tortura e morte do sargento Manoel Raimundo Soares)
- Marco Aurélio da Silva Reis, ex-diretor do DOPS no RS (ouvido no caso do seqüestro dos uruguaios)

A morte de Benazir, ou foram-se os dedos

Bourdoukan

Foram-se os dedos, ficaram os anéis. Isto, e apenas isto, representa a morte da senhora Benazir Bhutto. Ela era a última oportunidade de os Estados Unidos continuarem mandando por alguns aninhos a mais no país do sanguinário ditador Pervez Musharaf.

Em seu Il Gattopardo, Giuseppe Tomasi di Lampedusa escreveu que os donos do poder realizavam sempre mudanças para que tudo continuasse como estava. E era isso que os Estados Unidos pretendiam quando convidaram a ex-primieiro ministro Benazir Bhutto a retornar ao Paquistão.

Sabiam que Musharaf estava com os dias contados e temiam uma revolução popular que poderia se alastrar por toda a Ásia e, principalmente Oriente Médio. Benazir eram os dedos e Musharaf, os anéis.

Precisavam se livrar dos anéis para manter os dedos. Deu tudo errado porque para um sanguinário da estirpe de Musharaf a História sempre reserva uma morte violenta. Não há transição pacífica.

Com a morte de Benazir e o cai-não-cai Musharaf, à gang do delinqüente Bush resta uma tênue esperança:Nawaz Sharif, também ele ex-primeiro ministro, também ele um gatuno, a exemplo de Benazir e Musharaf. O problema é que ele, exilado na Arábia Saudita (um feudo americano na terra do Profeta) não tem muito que oferecer ao sofrido povo paquistanês. Daí porque...

Daí porque, não se enganem com o que os pilantras midiáticos vão escrever ou falar. Nada além de lamúrias, mentiras e, como sempre, ameaçando a humanidade com os muçulmanos...