segunda-feira, 23 de junho de 2008

Alimentos, artigos de luxo






Quem de nós imaginou entrar numa butique para comprar arroz, feijão, verduras e carne? Talvez não estejamos longe disso. O preço médio dos alimentos triplicou nos últimos doze meses.

No ano passado, os donos do mundo investiram na indústria da morte - a fabricação de armamentos - US$ 1,34 trilhão, 45% a mais do que há dez anos, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz. Em gastos militares, os governos aplicaram 2,5% do PIB mundial. Por cada habitante do planeta, US$ 202 foram destinados a alimentar as bestas do Apocalipse com mísseis, bombas, minas e artefatos nucleares. Em resumo: segundo a FAO, comparado com os gastos em alimentos, o valor consumido pelos armamentos superou-os 191 vezes!

Os EUA faturaram, em 2007, 45% da venda de armas no mundo. Este mercado é, hoje, dominado por 41 empresas estadunidenses e 34 da Europa Ocidental. Nos últimos dez anos, os gastos militares dos EUA aumentaram 65%, ultrapassando o que se investiu na Segunda Guerra Mundial. É o preço das intervenções no Iraque e no Afeganistão.

Além dessa desproporção brutal entre o que se investe na morte (armas) e o que se aplica na vida (alimentos), a crise do petróleo, com o barril acima de US$ 130, eleva assustadoramente o valor dos alimentos. Nos últimos 50 anos, industrializou-se a agricultura, o que aumentou em 250% a colheita mundial de cereais. Isso não significa que se tornaram mais baratos e chegaram à boca dos famintos.

A agricultura passou a consumir petróleo na forma de fertilizantes (eles representam 1/3 do consumo de energia na lavoura e tiveram aumento, nos últimos doze meses, de 130%), pesticidas, máquinas agrícolas, sistemas de irrigação e transporte - dos caminhões que fazem chegar o alimento no mercado ao motoqueiro entregador de pizza.

A agricultura industrializada consome 50 vezes mais energia que a agricultura tradicional, pois 95% de todos os nossos produtos alimentícios exigem utilização de petróleo. Apenas para criar uma única vaca e entregá-la no mercado se esvaziam seis barris de petróleo, cada um contendo 158,9 litros.

A elevação do preço do petróleo abre um novo e vasto mercado para os produtos agrícolas. Antes, eles eram destinados ao consumo humano. Agora, são também voltados a nutrir máquinas e veículos. O preço do petróleo tabela o de alimentos simplesmente porque se o valor do combustível de uma mercadoria exceder o seu valor como alimento, ela será convertida em agrocombustível.

Quem vai investir na produção de açúcar se com a mesma cana se obtém mais lucro gerando etanol? É óbvio, o açúcar não desaparecerá da prateleira dos supermercados. Apenas será oferecido como artigo de luxo, para compensar os investimentos de quem deixou de produzir agrocombustível.

Não se trata de ser contra o etanol, e sim de ser a favor da produção de alimentos, de modo que sejam acessíveis à renda média mensal do brasileiro, que é de R$ 873. E ninguém ignora o regime de trabalho escravo e semi-escravo que predomina nos canaviais do Brasil, conforme recente denúncia da Anistia Internacional. Aliás, é urgente que o Congresso Nacional aprove a PEC 438/2001 contra o trabalho escravo. Infelizmente o Planalto acaba de editar a Medida Provisória que desobriga o registro em carteira até três meses de trabalho. Quantos bóias-frias não ficarão, agora, condenados ao regime perpétuo - e legal - de trimestralidade laboral sem direitos trabalhistas?

Algumas empresas de produção de etanol obrigam os trabalhadores a colher até 15 toneladas de cana por dia e pagam o salário, não por horas trabalhadas, e sim por quantidade colhida. Segundo especialistas, tal esforço causa sérios problemas de coluna, câimbras, tendinites, doenças nas vias respiratórias devido à fuligem da cana, deformações nos pés em razão do uso dos "sapatões", e encurtamento das cordas vocais por força do pescoço curvado durante o trabalho.

Na colheita, os trabalhadores são acometidos de sudorese em virtude das altas temperaturas e do excessivo esforço. Para cada tonelada de cana é preciso desferir mil golpes de facão. Os salários pagos por produção são insuficientes para lhes garantir alimentação adequada, pois, além dos gastos com aluguéis e transporte dos locais de origem até o interior de São Paulo e de Minas, remetem parte do que recebem às famílias.

O regime atual de trabalho reduz o tempo de vida útil dos cortadores para cerca de 12 anos. Em 1850, quando o tráfico de escravos era livre e a oferta de mão-de-obra abundante, a vida útil desses trabalhadores era também de 10 a 12 anos. A partir da proibição de importar negros, o melhor tratamento dispensado aos escravos ampliou sua vida útil de 15 a 20 anos.

Se o governo federal deseja promover o crescimento econômico com desenvolvimento sustentável, sem antagonizar essas duas metas de nosso processo civilizatório, é preciso evitar os males apontados acima e fazer a reforma agrária, de modo a multiplicar as áreas destinadas à produção de alimentos, contrabalançando com as que, hoje, são ocupadas pelo agrocombustível.


[Autor de "Calendário do Poder" (Rocco), entre outros livros].


* Frei dominicano. Escritor.

domingo, 22 de junho de 2008

Reflexões de Fidel

A verdade e as diatribes


Sabe-se que nos países industrializados e ricos as pessoas gastam em alimentos, na média, cerca de 25% de sua renda. Os que pertencem a povos que foram mantidos no subdesenvolvimento econômico usam para o mesmo fim 80% de sua renda. Muitos passam fome física e sofrem enormes desigualdades sociais. As taxas de desemprego são usualmente duas ou três vezes maiores. A mortalidade infantil assume proporções ainda maiores e a expectativa de vida se reduz a dois terços daquela dos países ricos. O sistema é simplesmente genocida.


Nas Reflexões que escrevi três dias atrás, afirmei: ''Nosso país demonstrou que pode resistir a todas as pressões e ajudar os outros povos''. Poderia a Europa dizer o mesmo?

O informe publicado pela Unesco [organização da ONU dedicada à educação], ontem, 20 de junho, afirma que Cuba ocupa o primeiro lugar entre todos os países da América Latina, tanto em matemática e leitura, no terceiro ano do ciclo fundamental, como em matemática e ciências, no sexto ano, entre mais de 200 mil crianças de 16 países, examinadas ao longo de dois anos; situa-se mais de 100 pontos acima da média regional. É a segunda vez que a Unesco outorga este título a nossa pátria.

É de se compreender que nenhum país onde os direitos humanos sejam sistematicamente violados alcançaria tais níveis de conhecimento.

Então, por que se bloqueia Cuba há 50 anos?

Porque se calunia Cuba?

Por que se cria obstáculos para todo acesso à informação técnica e científica?

Por que se deseja conduzir Cuba a um sistema econômico-social insustentável, que não oferece solução para nenhum dos problemas da humanidade?

Alguns milhões de cidadãos bolivianos, equatorianos, uruguaios, argentinos, brasileiros, centro-americanos e de outros países da América Latina emigraram para a Europa, onde agora poderão ser brutalmente devolvidos a seus países de origem, caso não cumpram todos os requisitos exigidos pela nova lei anti-imigrantes.

O que é pior: um número várias vezes maior de cidadãos do México, América central e do Sul emigrou para os Estados Unidos, cruzando fronteiras, muros e mares, sem documentação alguma ou Lei de Ajuste que os proteja ou estimule a emigrar. Mais de 500 deles morrem a cada ano. Milhares de outros perecem anualmente no México e América Central, vítimas do crime organizado, de disputas pelo mercado de drogas dos EUA, cujo consumo as mais altas autoridades daquele país não podem nem querem combater.

O subprocurador José Luis Santiago Vasconcelos declarou que o tráfico de seres humanos é a segunda entre as atividades ilegais mais lucrativas. Quando se trata de cubanos, os lucros são comparáveis aos do narcotráfico: ''Cobram até US$ 10 mil por indivíduo'', informou.

O dinheiro procede dos EUA> Penso que o México não pode se converter em paraíso do tráfico de migrantes quando até os próprios guardas costeiros americanos interceptam e devolvem as pessoas capturadas no mar.

O México não tem a obrigação de permitir que lhes imponham uma versão da política de ''pés secos'' e ''pés molhados''.

Em Cuba não existe crime organizado, nem há impunidade para o tráfico de drogas. Este é combatido com eficácia e sem ensangüentar a nação. O governo dos EUA só não o reconhece por cinismo.

Não escrevi nenhuma diatribe contra a Europa, simplesmente disse a verdade. Se ela ofende, não é culpa minha.

Para poupar espaço, sequer mencioneis na Reflexão de ontem a exportação de armas, os gastos militares, as aventuras bélicas da Otan, às quais se agregam os vôos secretos e a cumplicidade européia para com as torturas praticadas pelo governo dos EUA.

Ignoro se alguém foi preso, em qualquer ponto de Cuba, por violar alguma lei. Isso nada tem a ver com a Reflexão, que solicitei que fosse divulgada apenas por Cubadebate. Relacionar as duas coisas é arbitrário. Usarei este site na internet no ritmo que julgar pertinente. Não abusarei da paciência de ninguém. E não cobro um centavo, meu trabalho é gratuito.

Não sou nem nunca serei chefe de facção ou grupo. Nnao se pode deduzir, portanto, que existam pugnas dentro do partido. Escrevo porque continuo lutando e faço-o em nome das convicções que defendi em toda a minha vida.

Fidel castro Ruz,
21 de junho de 2008

* Fonte: http://www.prensa-latina.cu

sábado, 21 de junho de 2008

Vivaldi - Concertos - The English Concert Trevor Pinnock [ 5 CD]


Vivaldi - Concertos - The English Concert Trevor Pinnock CD1 @ 320

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01. Concerto in G alla rustica -I- Presto
02. Concerto in G alla rustica -II- Adagio
03. Concerto in G alla rustica -III- Allegro
04. Concerto for Oboe and Violin in Bb -I- Allegro
05. Concerto for Oboe and Violin in Bb -II- Largo
06. Concerto for Oboe and Violin in Bb -III- Allegro
07. Concerto in C con molti stromenti -I- Allegro molto
08. Concerto in C con molti stromenti -II- Andante molto
09. Concerto in C con molti stromenti -III- Allegro
10. Concerto for 2 Violins in G -I- Allegro molto
11. Concerto for 2 Violins in G -II- Andante (molto)
12. Concerto for 2 Violins in G -III- Allegro
13. Concerto for Oboe in A Minor -I- Allegro non molto
14. Concerto for Oboe in A Minor -II- Larghetto
15. Concerto for Oboe in A Minor -III- Allegro
16. Concerto for 2 Mandolins in G -I- Allegro
17. Concerto for 2 Mandolins in G -II- Andante
18. Concerto for 2 Mandolins in G -III- Allegro

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Vivaldi - Concertos - The English Concert Trevor Pinnock CD2 @ 320

01. Concerto for Strings in A major - I. Allegro
02. Concerto for Strings in A major - II. Adagio
03. Concerto for Strings in A major - III. Allegro
04. Concerto for Violon in E major "L'amoroso" - I. Allegro
05. Concerto for Violon in E major "L'amoroso" - II. Cantabile
06. Concerto for Violon in E major "L'amoroso" - III. (Allegro)
07. Concerto for Bassoon in E minor - I. Allegro poco
08. Concerto for Bassoon in E minor - II. Andante
09. Concerto for Bassoon in E minor - III. Allegro
10. Concerto for Flute in G major - I. Allegro
11. Concerto for Flute in G major - II. Largo
12. Concerto for Flute in G major - III. (Allegro)
13. Concerto for Viola d'Amore and Lute in D minor - I. Allegro
14. Concerto for Viola d'Amore and Lute in D minor - II. Largo
15. Concerto for Viola d'Amore and Lute in D minor - III. Allegro
16. Concerto for Oboe and Bassoon in G major - I. Andante molto
17. Concerto for Oboe and Bassoon in G major - II. Largo
18. Concerto for Oboe and Bassoon in G major - III. Allegro molto

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Vivaldi - Concertos - The English Concert Trevor Pinnock CD3 @ 320

01. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°1 in D major - I. Allegro
02. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°1 in D major - II. Largo e spiccato
03. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°1 in D major - III. Allegro
04. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°2 in G minor - I. Adiago e spiccato
05. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°2 in G minor - II. Allegro
06. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°2 in G minor - III. Larghetto
07. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°2 in G minor - IV. Allegro
08. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°3 in G major - I. Allegro
09. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°3 in G major - II. Largo
10. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°3 in G major - III. Allegro
11. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°4 in E minor - I. Andante
12. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°4 in E minor - II. Allegro assai
13. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°4 in E minor - III. Adiago IV. Allegro
14. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°5 in A major - I. Allegro
15. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°5 in A major - II. Largo
16. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°5 in A major - III. Allegro
17. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°6 in A minor - I. Allegro
18. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°6 in A minor - II. Largo
19. "L'estro armonico" op. 3 - Concerto n°6 in A minor - III. Presto

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Vivaldi - Concertos - The English Concert Trevor Pinnock CD4 @ 320

01. Concerto No.7 in F -I- Andante
02. Concerto No.7 in F -II- Adagio
03. Concerto No.7 in F -III- Allegro
04. Concerto No.7 in F -IV- Adagio - Allegro
05. Concerto No.8 in A minor -I- Allegro
06. Concerto No.8 in A minor -II- Larghetto
07. Concerto No.8 in A minor -III- Allegro
08. Concerto No.9 in D -I- Allegro
09. Concerto No.9 in D -II- Larghetto
10. Concerto No.9 in D -III- Allegro
11. Concerto No.10 in B minor -I- Allegro
12. Concerto No.10 in B minor -II- Largo e spiccato
13. Concerto No.10 in B minor -III- Larghetto - Adagio - Largo - Allegro
15. Concerto No.11 in D minor -II- Largo e spicatto
16. Concerto No.11 in D minor -III- Allegro
17. Concerto No.12 in E -I- Allegro
18. Concerto No.12 in E -II- Largo
19. Concerto No.12 in E -III- Allegro

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Vivaldi - Flute Concertos, Op. 10 (Orpheus Chamber Orchestra feat. Patrick Gallois) CD5 @ 320

01. N° 1 in F major "La tempesta di mare" - I. Allegro
02. N° 1 in F major "La tempesta di mare" - II. Largo
03. N° 1 in F major "La tempesta di mare" - III. Presto
04. N° 2 in G minor "La notte" - I. Largo
05. N° 2 in G minor "La notte" - II. Presto (Fantasmi)
06. N° 2 in G minor "La notte" - III. Largo
07. N° 2 in G minor "La notte" - IV Presto
08. N° 2 in G minor "La notte" - V Largo (Il Sonno)
09. N° 2 in G minor "La notte" - VI. Allegro
10. N° 3 in D major "Il gardellino" - I. Allegro
11. N° 3 in D major "Il gardellino" - II. [without tempo]
12. N° 3 in D major "Il gardellino" - III. Allegro
13. N° 4 in G major - I. Allegro
14. N° 4 in G major - II. Largo
15. N° 4 in G major - III. Allegro
16. N° 5 in F major - I. Allegro ma non tanto
17. N° 5 in F major - II. Largo cantabile
18. N° 5 in F major - III. Allegro
19. N° 6 in G major - I. Allegro
20. N° 6 in G major - II. Largo
21. N° 6 in G major - III. Allegro

Total Size: 587,81MB

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sexta-feira, 20 de junho de 2008

Uruguai: Tomografia da Crise Social



Por Juan Luis Berterretche.

Infantilização da pobreza

O fenômeno da infantilização da pobreza é mais grave no Uruguai que no resto dos países da região. A metade da população uruguaia que vive em condições de pobreza é composta de crianças e adolescentes que, aliás, são menos de um terço (29%) da população total do país. As cifras da pobreza infantil indicam que este é o setor mais vulnerável diante das variações da economia. Em 2001 a metade (50,53%) das crianças menores de 6 anos estavam na linha da pobreza. Em 2003, em seguida à crise financeira, este percentual chegou a 67%. No final de 2006 as crianças vivendo em condições de pobreza voltam a ser a metade (49,58%) do total de crianças menores de 6 anos. Apesar da melhora relativa dos últimos anos, o problema segue sendo grave e persistente. (1)

Vinte por cento das crianças que ingressam no sistema educativo primário chega com algum problema de atraso no peso ou na estatura ou alguma dificuldade de caráter cognitivo. Embora isto não seja resultado unicamente da pobreza, esta é o fator principal. É preciso buscar as causas desta situação de pobreza extrema, a exclusão social nas deficiências do sistema sanitário (2).

Em março de 2008 uma informação preliminar do Ministério de Saúde Pública sobre um índice fundamental para medir a situação da infância, apresentou cifras alarmantes. A Taxa de Mortalidade Infantil (TMI) até o primeiro ano de vida cresceu durante 2007 em relação ao ano anterior. A taxa de TMI situou-se em 11,9 a cada mil crianças e o crescimento em relação a 2006 é de 13,5%. A taxa de mortalidade infantil no Uruguai é o dobro que em Beijing. (3)

O cenário dos adolescentes e jovens não é muito melhor. 33% deles vivem em situação de pobreza e 22% dos que são maiores de idade estão desempregados (4). Ou seja, há 3 vezes mais desempregados entre os jovens maiores que no conjunto de todas as faixas etárias. A taxa de desemprego nacional alcança 7,6%.

Como conseqüência da insuficiência de ingresso das famílias, a escassez de recursos do sistema educativo, a deficiência na qualidade de ensino e os baixos salários dos professores do ensino médio, a deserção no Ciclo Básico (até o terceiro ano do ensino médio) e no Bacharelado (os seis anos do ensino médio) tem cifras pavorosas. 40% dos estudantes que ingressam no secundário abandona antes de concluir o Ciclo Básico e dois terços dos estudantes de ensino médio não concluem o bacharelado.

“A escolaridade ou níveis de atividade que exibem os adolescentes uruguaios de níveis baixos e da classe média estão entre os piores da América Latina, ainda em relação a países mais pobres e com maiores problemas sociais”. “No caso do Uruguai, os adolescentes (entre 15 e 17 anos) que não assistem à educação formal e são inativos em lares com um ambiente educativo baixo superam os 25%, a pior porcentagem na América do Sul e só superada na América Latina por Honduras (27%).” (5).

“Tomando em conta o total dos adolescentes entre 15 e 17 anos à margem da educação e do trabalho na América Latina o índice varia entre 3,26% na Bolívia e 20, 46% em Honduras. Em média Uruguai tem 12,68% de adolescentes em todo o país que não estudam nem trabalham, acima da média latino americana que está em 12%.” (6).

Fortalecimento dos sindicatos e conquistas trabalhistas

Com a aprovação por parte do governo de algumas medidas e leis que eram prioritárias no programa da central sindical se conseguiu uma forte sintonia entre o executivo e a corrente majoritária (grupo Articulación) dentro do PIT-CNT.

As principais medidas adotadas a favor dos sindicatos foram a instalação dos Conselhos de Salários, a Lei de Negociação Coletiva e a Lei de Foros Sindicais. Esta última garantiu proteção jurídica à atividade sindical. Esta mudança na legislação nacional conduziu a que 97% dos trabalhadores privados, 99% dos trabalhadores públicos e 33% no setor rural (7) estejam amparados por convênios coletivos (8). Em 2006 houve 206 convênios e acordos.

Por conseqüência da instalação dos Conselhos de Salários, entre março de 2005 e janeiro de 2008 o salário real se incrementou em 17,7% no setor público e 14,8% no âmbito privado (9).

A recuperação salarial dos funcionários públicos da administração central (nucleados no COFE) durante o atual período de governo alcançou 19,5%.

Os docentes da Administração Nacional de Educação Pública (ANEP) conseguiram uma recuperação salarial de 24% e os funcionários não docentes da Universidade da República, 36%. Em Saúde Pública os médicos tiveram 100% de aumento em relação ao seu salário mínimo.

Os avanços não se restringiram aos incrementos salariais. Quase a metade dos convênios aprovados estabeleceu novos benefícios de salário indireto. Licença natalidade, por estudo, feriados especiais, adicionais por antiguidade e gratificações, adicional noturno, direito a roupa de trabalho e transporte, etc. Inclusive redução da jornada de trabalho como no setor da bebida que baixou de 8 para 6 horas diárias com igual salário.

Outra disposição legal que favoreceu aos trabalhadores foi a Lei de Terceirizações que fazia responsáveis dos cumprimentos dos direitos dos seus trabalhadores terceirizados às empresas que terceirizavam sua relação trabalhista. Também foi abolido o decreto que permitia despedir postos de trabalho. Esperando uma sanção definitiva do parlamento, existe um projeto para equiparar o regime de folgas entre públicos e privados.

As conquistas salariais, os benefícios indiretos e a maior proteção legal à atividade sindical redundaram em um aumento dos sindicalizados e dos grêmios aderidos ao PIT-CNT. A central de Trabalhadores passou de 120.000 a 280.000 afiliados entre 2003 e 2008.

Continua um núcleo duro de pobreza

Analisando as cifras de pobreza (lares com ingresso entre $2.292 e $4.732) e indigência (lares com ingresso menor que $2.292) desde março de 2005 à data que comprovamos que os planos do atual governo (10) fizeram diminuir a pobreza em 13,8% (algo mais que 100.000 pobres a menos) e reduziram a indigência à metade (34.000 indigentes menos que em 2004). (11).

Mas se considerarmos o desenvolvimento das cifras de pobreza e indigência da última década vemos que ainda está longe de alcançar os percentuais que o país tinha no final da década passada. Em 1999 os montevideanos que viviam abaixo da linha da pobreza eram de 16,2% da população da capital. Em 2001 o percentual subiu a 18,4%; em 2002 a crise financeira mergulhou na pobreza a 23,5% dos montevideanos e em 2004 quase um terço (31,8%) da população da capital era de pobres. Em 2007 mais da quarta parte (26,5%) da população da capital está abaixo da linha da pobreza. Em termos de pobreza hoje se está um 10% pior que em 1999. (12)

A redução da pobreza alcançada durante o atual governo se limitou a setores sociais de pobreza recente que, havendo descido à pobreza como conseqüência da crise de 2002, se foram recuperando no marco da reativação econômica. Ao mesmo tempo se mantém um núcleo duro de pobreza que nem os planos do MIDES nem a relativa recuperação salarial conseguiram abater.

É importante saber que mais de 15% dos assalariados urbanos do país e 35% dos trabalhadores informais estão abaixo da linha da pobreza. Existindo bolsões de pobreza maior entre os trabalhadores da agricultura e pecuária, da pesca, da construção e da exploração de minas. Quando se combina a ocupação com a idade temos resultados ainda piores: entre os menores de 25 anos que estão no trabalho doméstico a pobreza alcança 40%.

Descontentamento

No primeiro trimestre de 2008, a quantidade de horas de greve aumentou 41%. 64% da agitação do trimestre se deveu a greves no setor privado. Em particular na construção pelo crescimento dos acidentes de trabalho. O ponto mais alto da agitação no setor público foi por conta dos trabalhadores da Prefeitura Municipal de Montevidéu e pelas mobilizações dos professores primários. Também os professores do secundário e os funcionários da Universidade da República realizaram greves. Os trabalhadores do ensino reclamam melhoras a incorporar na Rendição de Contas. Os funcionários das instituições públicas realizaram uma greve de 24 horas e outra série de medidas.

“As reivindicações vão continuar enquanto os avanços sejam insuficientes. Não nos importa se esta luta poe em perigo um novo triunfo da Frente Ampla.” Esta é a opinião de Joselo López da Confederação dos Funcionários do Estado (13).

Na reunião dos 400 delegados aos Conselhos de Salários com o executivo do PIT-CNT se definiram algumas pautas para a negociação com as patronais que indicam um descontentamento com o obtido pelo movimento sindical até agora em termos de aumento salarial.

Em primeiro lugar começa a ficar claro que a recuperação salarial partiu do nível baixíssimo de ingressos que impôs a crise econômica de 2002. O salário real médio diminuiu 23,3% entre 2000 e 2005. Muitos sindicalistas são conscientes que nos convênios coletivos apenas se recuperou 50% do salário perdido (14).

Em 2006 e 2007 a produção nacional cresceu 6,6% e 7% no primeiro trimestre de 2008. o PBI foi 10,9% superior a igual trimestre de 2007. O certo é que os aumentos salariais obtidos não acompanham o crescimento da economia e do PBI.

Por isso, enquanto o governo propõe aumentar o salário mínimo a $4.150 e a proposta do PIT-CNT era de $6.800, os representantes nos conselhos de salários elevaram sua demanda de um salário mínimo de $8.500.

Exigiram também relacionar o aumento salarial a uma maior distribuição da riqueza, tomando como referência o crescimento da economia e da produtividade de trabalho.

A pauta do governo para os conselhos anteriores de salários era aprovar convênios com prazos de vigência superior ao ano e ampliar o tanto possível o prazo dos ajustes relacionados com a inflação. Em sua reunião com o executivo do PIT-CNT os representantes decidiram reduzir a periodicidade das correções por aumento do IPC.

É necessário levar em conta que a atual inflação está concentrada no preço dos alimentos. No primeiro quadrimestre de 2008 o setor alimentos aumentou em 5% e o acumulado dos últimos 12 meses supera os 20%. Mas se nos concentrarmos nos alimentos prioritários na dieta dos uruguaios veremos que o crescimento dos preços é muito superior ao do setor alimentos e bebidas em geral, onde os bombons, o whisky e os vinhos se promediam com o arroz, o azeite, a carne, o pão e o leite. A variação anual em porcentagens a maio de 2008 de alimentos e bebidas (15) revela algumas cifras escandalosas. Desde a cebola cujo preço aumentou em 118,7%, passando pela uva com uns 75%, o pêssego com 64,5%, os queijos que aumentaram entre uns 35% e uns 54,6%, o arroz 52,5%, o óleo de girassol 53,7%, o pão baguete 28,9%, o assado 22,3%, o pescado 18,8% e o leite 17,15%. O aumento dos alimentos afeta em forma inversa a pirâmide social: quanto maior é o nível de pobreza maior é a porcentagem de salário destinado a alimentação e, portanto, se trata de uma inflação perversa que golpeia em maior medida a pobreza e a indigência.

Outra reivindicação importante do mandato aos representantes aos conselhos de salários é a redução da jornada de trabalho em todos os setores da atividade privada. Mas não se trata de uma campanha na que o PIT-CN T ponha todos seus esforços de maneira centralizada: se deixa a cada setor a forma de implementar esta medida tanto em horas como em dias.

Continua a concentração da riqueza

Enquanto os pós-comunistas e social-democratas liberais disputam sobre quem administra melhor o capitalismo, a embaixada dos EUA elogia o ministro da economia e finanças Danilo Astori pela aplicação de uma política “macroeconômica ortodoxa”, ou seja, neoliberal e de acordo com as receitas do FMI e Banco Mundial. No mesmo informe a embaixada do império celebra o tratamento preferencial ao capital estrangeiro que outorga o governo de “centro esquerda” de Tabaré Vázquez (16).

O certo é que, enquanto o governo realiza reuniões ministeriais para dar informes triunfais sobre as relativas e exíguas melhoras sociais, alguns economistas começam a difundir as cifras da continuidade de uma distribuição regressiva da riqueza no período de 2005 – 2007.

Os resultados da arrecadação da DGI em 2007 demonstram que a Reforma Tributária aprovada pelo atual governo favorece a acumulação de capital esgotando os trabalhadores. Os 90% da arrecadação corresponde a aportes dos trabalhadores e só em 10% afeta ao capital. A “redistribuição da renda” que realizaria o IRPF estava centrada em tirar dos trabalhadores que ganham mais para aumentar a renda dos que ganham menos, sem afetar as ganâncias do capital. O discurso do governo enfrentava aos aposentados da miséria com os aposentados que não alcançavam a receber uma cesta básica, a população mais pobre com os assalariados com maiores rendas e a classe média. Um discurso perverso para dividir os setores populares, mantendo um modelo da prioridade a ganância das empresas e transnacionais.

Vejamos como foi a distribuição da riqueza em 2007. O PIB é o índice que utiliza o capital para medir a geração anual de riqueza. “Em 2007 o PIB superou os 22.000 milhões de dólares, num processo que confirma a tendência de crescimento dos últimos três anos. Do total, quase uns 30% (6.600 milhões de dólares) corresponde ao que foi às mãos dos trabalhadores (salários e aposentadorias); uns 20% (4.400 milhões de dólares) deriva ao Estado (deduzidas as transferências por aposentadorias); o restante (11.000 milhões de dólares) corresponde a rendas de capital. No período 2005-2007 se verificou uma queda de 33% da participação da massa salarial em relação ao produto bruto por habitante. Há uma perda da participação dos salários e os ingressos no PIB de amplíssimos setores da população; o pronunciado aumento da riqueza gerada no país ignorou a imensa maioria” (17).

Desde a analise de outro índice de distribuição da riqueza o economista liberal Jorge Notaro confirma as conclusões anteriores.

Enquanto o PIB mede o que se gera no país anualmente, a Renda Nacional Bruta Disponível (YNBD) são os ingressos que ficam no país cada ano. O YNBD é menor que o PIB porque as transferências de renda ao exterior superam as que se recebem.

“A participação da massa salarial no YNBD passou de 31% no triênio de 1998 – 2000 a 17,5% em 2004. Em 2005 a massa salarial aumentou uns 3,5%” (18). No triênio 2005-2007, se mantém a política salarial sem mudanças, a massa salarial no YNBD se situaria uns 10% por debaixo do nível do triênio 1998-2000. Isto significa que, cada ano, aproximadamente 1.700 milhões de dólares que antes recebiam os assalariados e suas famílias agora são apropriados pelo capital. “O novo governo sobrecumpriu as metas acordadas com o FMI de crescimento, resultados fiscais, conta corrente e redução da divida”. Sua política econômica “é a instrumentação própria da ortodoxia fundomonetarista” (19).

O aumento do preço internacional dos commodities (alimentos transformados em mercadorias da economia globalizada) está impulsionando uma inflação centrada nos produtos alimentícios. Mas para a economia capitalista uruguaia existe uma grande oportunidade de lucro. O Uruguai é o sétimo exportador de arroz do mundo e o primeiro da América Latina; é também o primeiro exportador de laticínios no continente; e um tradicional exportador de carnes de qualidade. A imprensa chegou a dizer que se pode alcançar os 10.000 milhões de dólares em exportações em 2008 (29). Em um cenário incomparável para derivar riqueza até os trabalhadores, a continuidade da política do governo nos promete uma grande acumulação de capital.

Pós-comunistas e social-democratas liberais voltaram a demonstrar que o capital é acumulativo e não distributivo.

(1) Evolução da pobreza e desigualdade de renda no Uruguai entre 2001 e 2006 Instituto Nacional de Estatística - INE.

(2) Gustavo de Armas, sociólogo, responsável de Políticas Sociais e Educação da UNICEF no Uruguai,O País Suplemento da ECONOMIA E MERCADO 04 12 2006.

(3) Agustina Navarro, O País, 20 03 2008.

(4) Pesquisa de Lares Ampliada do Instituto Nacional de Estatísticas-INE.

(5) Segundo o informe publicado em maio de 2008 pelo Sistema de Informação de Tendências Educativas na América Latina (SITEAL) apoiado pela UNESCO e a Organização de estados Iberoamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) semanário Busca 29 05 2008.

(6) Ibid.

(7) O setor rural participa pela primeira vez neste tipo de instâncias.

(8) Relações Laborais e Modelo de Desenvolvimento – Programa de Modernização das Relações Laborais da Universidade Católica (UCUDAL)

(9) Instituto Nacional de Estatística - INE.

(10) Plano de Emergência e Plano de Equidade do Ministério de Desenvolvimento Social – Mides.

(11) Fabiana Espíndola e Gustavo Leal, Observatório de Montevidéu de Inclusão Social, O País, 12 09 2007.

(12) Instituto Nacional de Estatística – INE.

(13) O Observador 03 05 2008.

(14) Instituto Cuesta Duarte.

(15) Instituto Nacional de Estatística – INE. Componentes do IPC do setor alimentos e bebidas. Taxa de variação de prexos de junho 2007 a mio de 2008.

(16) Os dados que apontam a concentração de riqueza, Semanário Brecha, 07 03 2008.

(17) Joaquín Etchevers, A distribuição de renda no período de 2005 – 2007 com referência a tendências de maior prazo. Semanário Brecha, 07 03 2008.

(18) Jorge Notaro, Investigador do Instituto de Economia do Uruguai (IECON) da Faculdade de Ciências Econômicas e de Administração (FCCEE). Revista Caras e Caretas 11 05 2007.

(19) Ibid.

(20) A República 08 06 2008

Versão em português: Vanessa Bortucan e Verônica Loss.
Um balanço do Fórum de Mídia Livre





Altamiro Borges

O 1º Fórum de Mídia Livre, realizado neste final de semana no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, superou as expectativas mais otimistas. Apesar da frágil divulgação e da débil estrutura, reuniu cerca de 500 ativistas de vários estados, o que confirma a crescente rejeição à ditadura midiática e a existência de inúmeras e ricas experiências independentes e alternativas por todo o país. Lançado em março, num encontro em São Paulo com 42 jornalistas, docentes e comunicadores sociais, o fórum já mostrou a sua força e tem tudo para ser um ator importante na luta pela democratização dos meios de comunicação e pelo fortalecimento da mídia livre.

Além do aspecto quantitativo, que garantiu a sua representatividade, o fórum teve uma qualidade que deve ser preservada e valorizada: a sua pluralidade. Durante os dois dias do evento na UFRJ, houve a convivência madura e franca entre distintas concepções e variadas experiências. Desde os que priorizam as iniciativas atomizadas e autonomistas, até os que encaram esta batalha como eminentemente política, na qual a pressão sobre o Estado é decisiva. O fórum teve a presença de jornalistas da "mídia grande" – embora poucos – e de ativistas que realizam, de forma heróica e criativa, experiências em rádios e TVs comunitárias, sites, blogs, revistas e jornais.

Nesta unidade na diversidade, surgiram várias propostas para o fortalecimento da mídia livre no país, como a da construção de uma rede colaborativa, um tipo de portal, que crie maior sinergia entre as várias experiências; a campanha pela democratização das verbas publicitárias; a luta pela realização da Conferência Nacional de Comunicação com critérios democráticos de participação; a exigência de que os Correios distribuam impressos alternativos, superando o atual monopólio do setor; a campanha pela inclusão digital e pela difusão do software livre; construção de pontos de mídia livre, seguindo a rica experiência dos pontos de cultura, entre outras idéias.

Os participantes também aprovaram os próximos passos organizativos e políticos do Fórum de Mídia Livre, o que consolida o movimento e indica que ele veio para jogar papel na sociedade. A próxima fase, no segundo semestre deste ano, será a da constituição dos núcleos nos estados, que terão autonomia para organizar fóruns estaduais representativos; em janeiro próximo, durante o Fórum Social Mundial em Belém, ocorrerá um encontro de caráter mundial ou latino-americano dos "midialivristas" e o segundo fórum brasileiro foi marcado para 2009. Também foi composto um novo grupo de trabalho executivo nacional (GTE) para encaminhar as decisões da UFRJ.

No que se refere à ação política, ficou acertada a ampla difusão do manifesto do movimento, que será alvo de debates com os movimentos sociais e as forças políticas. Já os núcleos municipais e estaduais agendarão encontros com representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como serão marcadas audiências com os presidentes da República, do Congresso e do STF. A idéia é promover nesta data um ato político em Brasília. A partir do belo evento da UFRJ, o Fórum de Mídia Livre (FML) agora adquire nova dinâmica, e seu êxito dependerá do engajamento de todos os que encaram esta luta como indispensável à ampliação da democracia no Brasil.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PC do B e autor do livro recém-lançado "Sindicalismo, resistência e alternativas" (Editora Anita Garibaldi).


Um dos aspectos mais significativos do ato público contra o governo Yeda Crusius (PSDB), realizado na manhã desta quinta-feira (19), em frente ao Palácio Piratini, foi a unidade entre forças da esquerda gaúcha que há muito tempo não se juntavam. Uma unidade pontual, sem dúvida, mas uma unidade. Lá estavam representantes do MST, da Via Campesina, do Movimento dos Atingidos por Barragens, do Movimento dos Sem-Teto, da União Estadual dos Estudantes, da União Nacional dos Estudantes, da CUT, da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), do PT, do P-Sol, do PSTU, do PcdoB, entre outras organizações. Todas unidas em torno de um ponto em comum: o repúdio ao governo tucano no Rio Grande do Sul. Representantes de movimentos sociais, sindicatos, estudantes e partidos prometeram manter e intensificar essa unidade em torno de uma bandeira: o Fora Yeda!


Cerca de 60 policiais fizeram a segurança na frente do Palácio. Nas proximidades da sede do governo, podia-se ver também integrantes da força de choque da Brigada Militar. Não houve nenhum incidente, apesar dos esforços do comandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes, em provocar os manifestantes. Em um determinado momento do protesto, ele desfilou em frente ao Piratini e chegou a fazer gestos com as mãos para alguns manifestantes, que gritaram: “Fascista, fascista”. Os gritos e discursos mais indignados com a atuação de Mendes partiram dos representantes dos movimentos sociais. O vice-governador Paulo Feijó (DEM) também foi objeto de muitas críticas. Uma das palavras de ordem mais usadas, o “Fora Yeda!”, ganhou o acréscimo de “Fora Feijó!”, com a defesa da realização de novas eleições no Estado.


Fotos: Daniel Cassol
MegaPost Curtas Charles Chaplin


Charles Chaplin - The Pilgrim (Pastor de Almas - 1923)

Créditos: F.A.R.R.A. - Eudes Honorato



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Tamanho: 163 Mb
Duração: 45 Min aprox.
Host: Rapidshare
Idioma: Nenhum
Formato: RMVB


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Sinopse: Carlitos é um fugitivo da prisão, e para se disfarçar, veste roupas de um pastor e foge em um trem. Desconfiado que estão suspeitando, desce na primeira estação. Por coincidência, estão esperando um pastor chegar, e acabam fazendo a maior festa com sua presença. Todos, muito curiosos e felizes com a presença do novo pastor, levam-no a igreja para que ele possa fazer seu sermão. Ele, como não conhece muito da bíblia, acaba interpretando a história de Davi e Golias.
O pastor vagabundo é levado para uma festa, onde tem uma criança insuportável. É reconhecido por um antigo colega de cela, que invade a festa e decide roubar a casa. O vagabundo então, decide ir em busca do ladrão e recuperar tudo.
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Kitty Bradbury, Mack Swain, Tom Murray, Charles Riesner, Loyal Underwood, Dinky Dean, May Wells, Syd Chaplin, Monta Bell.
Direção: Charles Chaplin
Lançamento: Fevereiro de 1923.


Fonte: http://br.geocities.com/mydearchaplin/index.htm

Links:
The Pilgrim - Parte 01
The Pilgrim - Parte 02

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Charles Chaplin - A Dog's Life (Vida de Cachorro - 1918)



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Tamanho: 129 Mb
Duração: 35 Min aprox.
Host: Rapidshare
Idioma: Nenhum
Formato: RMVB


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Sinopse: Um pequeno vagabundo vive na rua, dormindo, roubando e comendo como um cão; a polícia o coloca para fora das calçadas, enxota-o e ele sai em busca de abrigo. Para sobreviver, ele busca algum emprego. O cão, por sua vez, também luta para sobreviver. É essa situação que faz com que os dois se identifiquem: o vagabundo e o cão. O vagabundo decide ficar em companhia do único que o compreende.
Os dois vão a um clube, onde presenciam uma cantora ser maltratada pelo público. Agora eles são três, e vão tentar iniciar uma nova vida.
Filme de estrutura simples, porém com cenas que ficarão na história do cinema. Comparar o vagabundo com um caozinho, por si só já é motivo para deixar o espectador triste. Chaplin desenvolveu mais ainda, neste filme, a capacidade de fazer-nos rir e chorar. A cena em que Carlitos joga cartas com dois ladrões pode ser considerada uma das mais completas de toda a história do cinema.
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Tom Wilson, Sydney Chaplin, Albert Austin, Henry Bergman, Charles Riesner.
Direção: Charles Chaplin
Lançamento: Abril de 1918.

Fonte: http://br.geocities.com/mydearchaplin/index.htm


Links:
A Dog's Life - Parte 01
A Dog's Life - Parte 02

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Charles Chaplin - A Night Out (1915)




Info:
Tamanho: 219 Mb
Duração: 33 Min aprox.
Host: Rapidshare
Idioma: Nenhum
Formato: RMVB


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Sinopse: Carlitos e seu amigo estão bêbados e provocam a maior confusão nos hotéis onde se hospedam.
Elenco: Charles Chaplin, Ben Turpin, Leo White, Bud Jamison, Edna Purviance.
Direção: Charles Chaplin
Lançamento: Fevereiro de 1915.

Fonte: http://br.geocities.com/mydearchaplin/index.htm


Links:
A Night Out - Parte 01
A Night Out - Parte 02
A Night Out - Parte 03

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Charles Chaplin - A Woman (1915)



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Tamanho: 134 Mb
Duração: 19 Min aprox.
Host: Rapidshare
Idioma: Nenhum
Formato: RMVB


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Sinopse:Mais uma vez o vagabundo passeia em um parque, paquerando mulheres, sem se importar se elas são casadas ou não. Surge um rival (Billy) e eles começam a brigar. O vagabundo acaba conhecendo uma garota (Edna), que o convida para ir em sua casa. Lá há o reencontro com o rival: ele é o pai de Edna. Para escapar do pai, Chaplin acaba vestindo-se com as roupas dela, mas o pai logo o corteja, pensando tratar-se de uma garota.
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Charles Inslee, Marta Golden, Margie Reiger, Billy Armstrong, Leo White.
Direção: Charles Chaplin
Lançamento:Julho de 1915.
Fonte: http://br.geocities.com/mydearchaplin/index.htm

Links:
A Woman - Parte 01
A Woman - Parte 02

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Charles Chaplin - Behind the Screen (1916)


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Tamanho: 154 Mb
Duração: 23 Min aprox.
Host: Rapidshare
Idioma: Nenhum
Formato: RMVB


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Sinopse: Empregado de um estúdio, seu chefe o trata muito mal, até que Carlitos é promovido a ator. Depois de levar muitas tortas na cara, ele se revolta com o papel e começa a atirar tortas verdadeiramente. O resultado é que a cena de pastelão acaba entrando no estúdio vizinho, onde estava sendo filmado uma tragédia.
Elenco: Charles Chaplin, Edna Purviance, Eric Campbell, Frank J. Coleman, James T. Kelly, Albert Austin, John Rand, Leo White, Henry Bergman.
Direção: Charles Chaplin
Lançamento:Novembro de 1916


Links:
Behind the Screen - Parte 01
Behind the Screen - Parte 02

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Charles Chaplin - By the Sea (1915)


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Tamanho: 53 Mb
Duração: 9 Min aprox.
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Idioma: Nenhum
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Sinopse: Na praia, o vagabundo flerta com mulheres casadas, causando muita confusão.
Elenco:Charles Chaplin, Edna Purviance, Billy Armstrong, Bud Jamison, Ben Turpin, Margie Reiger, Charles Insley, Leo White e Paddy McGuire.
Direção: Charles Chaplin
Lançamento:Abril de 1915


Links:
By the Sea

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Charles Chaplin - Dough and Dynamite (1914)



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Tamanho: 189 Mb
Duração: 28 Min aprox.
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Sinopse:Carlitos é um ajudante de padeiro que disputa tudo com um outro ajudante (Chester Conklin). Com tantas discussões, quem sempre leva a pior parece ser mesmo o chefe.
Elenco: Charles Chaplin, Chester Conklin, Fritz Schade, Phyllis Allen, Norma Nichols, Charley Chase, Slim Summerville, Cecile Arnold, Wallace MacDonald.
Direção: Charles Chaplin
Lançamento:Setembro de 1914.
Fonte: http://br.geocities.com/mydearchaplin/index.htm

Links:
Dough and Dynamite - Parte 01
Dough and Dynamite - Parte 02

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ney Matogrosso - Inclassificáveis (2008)




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CHE Guevara: Mensagem de aniversário



Por Frei Betto. Desenho, Amanda Troya - 9 anos.

Em 14 de junho Che Guevara cumpriria oitenta anos. Seu militância entre nós terminou aos trinta e nove. Mas não conseguiram o matar. Hoje está mais vivo que em suas quatro décadas de existência real. Aliás, são raros os revolucionários que como Mao e o próprio Fidel, envelhecem.

Muitos derramaram cedo seu sangue para contribuir ao projeto de um mundo de liberdade, justiça e paz: Jesús, com 33 anos; Martí, 42; Sandino, 38; Zapata, 39; Farabundo Martí, 38; só para citar uns poucos exemplos.

O inimigo deve estar arrancando os cabelos ao constatar que, hoje, Che se encontra mais presente que na época em que eles criam poder assassinar as idéias. Fizeram de todo para condená-lo ao esquecimento; cortaram seu corpo e esconderam seus membros em diferentes lugares; inventaram sobre ele toda sorte de mentiras; proibiram que sua literatura circulasse em muitos países.

Qual Ave Fênix obstinada, Che renasce em fotos, música, espetáculos teatrais, filmes, poemas, novelas, esculturas e textos acadêmicos. Até uma cerveja foi batizada com seu nome, a Unique Garden, a imagem de seu rosto conforme a famosa foto de Korda, ocupa o centro das salas das moradias.

Ao constatar que as cadeias não aprisionam os símbolos, nem as balas matam os exemplos, inventaram falsas biografias para tentar difamá-lo. Em vão.

Até nos jogos de futebol os aficionados levantam cartazes com seu rosto. E vejam que não se gasta um centavo nessa propagação de sua imagem. Ela sozinha tem importância por refletir as idéias que fizeram dele um revolucionário. Nada disso é fruto do marketing. São gestos espontâneos dos que querem enfatizar que a utopia permanece viva.

Hoje, ao resumir o legado do Che e celebrar seus oitenta anos exige-nos manter o coração e os olhos voltados para a preocupante situação de nosso planeta, onde impera a hegemonia do neoliberalismo. Multidões, sobretudo jovens, são atraídas ao individualismo e não ao espírito comunitário; à competitividade e não à solidariedade; à ambição desmedida e não à luta em pró da erradicação da miséria.

Fala-se tanto da falência do socialismo no Leste europeu e quase nunca da falha inevitável do capitalismo para os dois terços da humanidade, dos quatro bilhões de pessoas que vivem sob a linha de pobreza.

Angustia-nos também a degradação ambiental. Se os líderes mundiais tivessem ouvido o alerta de Fidel na Cúpula de 92 no Rio de Janeiro talvez a devastação não tivesse chegado ao extremo de provocar freqüentes tsunamis, tornados, tufões e furacões jamais vistos, sem falar do esquentamento global, do degelo dos casquetes polares e a desertificação dos bosques. A devastação da Amazônia é alarmante.

O barril de petróleo, que custa dez dólares na boca do poço, já custa mais de cento vinte dólares no mercado. É triste constatar que grandes áreas agrícolas para a alimentação são reservadas para a produção de etanol destinado a nutrir os 800 milhões de veículos automotores que circulam em todo o planeta e não aos 824 milhões de bocas famintas ameaçadas pela morte precoce.

Perante esse mundo em que a especulação financeira suplantou a produção de bens e serviços, em que a carteira de valores serve de termômetro da suposta felicidade do homem, que fazer?

Bolívar deve estar feliz com a primavera democrática em América do Sul. Após os ciclos de ditaduras militares e governos neoliberais, agora o povo elege governos que recusam a ALCA, aprovam a ALBA e reforçam o MERCOSUL e repudiam a invasão do Iraque e o bloqueio a Cuba por parte do governo dos Estados Unidos.

Qual é a melhor maneira de comemorar os oitenta anos de Che? Acho que o melhor presente seria ver às novas gerações crendo e lutando por outro mundo possível, onde a solidariedade seja hábito, não virtude; a prática da justiça uma exigência ética; o socialismo o nome político do amor. Construir um mundo sem degradação ambiental, fome e desigualdade social!

Em vésperas do aniversário 50 da Revolução cubana, todos devemos a encarar a cada vez mais, não como um fato do passado e si como um projeto de futuro.

Kayser


A coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) no Rio Grande do Sul divulgou nota oficial, nesta quarta-feira, denunciando as recentes ações da Brigada Militar e os argumentos utilizados pelo Ministério Público gaúcho para a execução do despejo de dois acampamentos no interior do Estado. Segundo a nota, “os métodos e argumentos do Ministério Público e da Brigada Militar ressuscitam a ditadura militar no RS”. “Há um nefasto projeto político em curso no Rio Grande do Sul, envolvendo a proteção dos interesses de empresas estrangeiras, que são também grandes financiadoras de campanha, a supressão de direitos civis e a repressão policial”, denuncia o MST. A íntegra da nota:

"No dia de ontem (17/06), centenas de famílias de trabalhadores sem-terras foram despejadas de dois acampamentos pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul no município de Coqueiros do Sul. As duas áreas pertencem a pequenos proprietários e estavam cedidas para a instalação das famílias. Os barracos e plantações foram destruídos, além das criações de animais, que foram espalhados, para que as famílias não pudessem levá-los. Cumprindo ordens do Poder Judiciário, as famílias foram jogadas à beira da estrada em Sarandi no final da tarde. É preciso lembrar que este acampamento à beira da estrada para onde foram levadas, é o mesmo local de onde foram despejadas há um ano. Até quando estes trabalhadores vão permanecer lá? Quanto tempo levará até o próximo despejo?

O despejo de ontem não se trata apenas de mais um ato de violência e intransigência da Governadora Yeda Crusius e da Brigada Militar. Há um nefasto projeto político em curso no Rio Grande do Sul, envolvendo a proteção dos interesses de empresas estrangeiras, que são também grandes financiadoras de campanha, a supressão de direitos civis e a repressão policial. A ação faz parte de uma estratégia elaborada pelo Ministério Público Estadual para impedir que qualquer movimento social possa se organizar ou manifestar-se. Juntos, o Ministério Público Estadual e a Brigada Militar ressuscitam os métodos e práticas da ditadura militar, ameaçando qualquer direito de reunião, de organização ou de manifestação.

Na ação civil que determinou o despejo ontem, os promotores deixam claro sua inspiração pelo golpe militar de 1964, ao lembrarem que o golpe que restringiu as liberdades civis no Brasil, “ pacificou o campo”. O despejo de uma área cedida, a ameaça de multa a seus proprietários se voltarem a apoiar o MST e as promessas de que novos despejos ocorrerão nos acampamentos em São Gabriel (num pré-assentamento), em Nova Santa Rita e em Pedro Osório (ambos em áreas de assentamentos) são decisões autoritárias que ameaçam não apenas o Movimento Sem Terra, mas estabelecem uma política de repressão para todo e qualquer movimento social.

Ao mesmo tempo em que os movimentos sociais são perseguidos e criminalizados, não se vê nada para recuperar os R$ 44 milhões roubados dos cofres públicos para o financiamento eleitoral no esquema do DETRAN. Da mesma forma, quando grandes empresas estrangeiras criam empresas-laranja e adquirem terras ilegalmente no Rio Grande do Sul, que somente agora foram indeferidas pelo executivo, não se vê nenhuma ação do Ministério Público, judiciário ou do executivo estadual.

No ano passado, após a Marcha à Fazenda Guerra, o Ministério Público propôs um termo de ajuste onde o Poder executivo federal assumia o compromisso em assentar mil famílias até o mês de abril deste ano. Nos causa estranheza que não haja mais cobranças do Ministério Público para o cumprimento do acordo, que este mesmo poder propôs. E ainda, que agora decrete o despejo das famílias, que poderiam estar assentadas e produzindo alimentos, caso o mesmo acordo tivesse sido respeitado. Há interesses que ainda se encontram ocultos nas ações desta semana e nas medidas que o MPE anuncia. O certo é que a volta dos regimes autoritários e repressivos, a serviço de interesses obscuros, ameaça a todo o povo gaúcho".


Veja, abaixo, vídeo do MST (produzido pelo Coletivo Catarse) sobre o acampamento de Coqueiros: