quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Descriminalização da interrupção da gravidez

O Senado do Uruguai aprovou a descriminalização do aborto até ás 12 semanas de gravidez, confirmando uma decisão anteriormente tomada pela Câmara dos Deputados, embora o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, tenha prometido vetar a medida. E os bispos uruguaios avisaram que todos os deputados que votassem a favor seriam automaticamente excomungados.

Uruguai: Senado aprova descriminalização do aborto

Descriminalização da interrupção da gravidez

O Senado do Uruguai aprovou a descriminalização do aborto até ás 12 semanas de gravidez, confirmando uma decisão anteriormente tomada pela Câmara dos Deputados, embora o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, tenha prometido vetar a medida. E os bispos uruguaios avisaram que todos os deputados que votassem a favor seriam automaticamente excomungados.


A Lei de Saúde Reprodutiva e Sexual foi aprovada por 17 dos 30 senadores uruguaios. Na Câmara dos Deputados, o texto tinha passado á tangente, por 49 a 48. Com a nova lei, as mulheres podem abortar até às 12 semanas, alegando dificuldades económicas, motivos familiares ou de idade.

"Esta lei é um grande avanço e permite saldar uma dívida com as mulheres uruguaias em matéria de direitos sexuais", explicou uma das senadoras à France Press

No entanto, o presidente Tabaré Vázquez, que também é médico, anunciou que vai vetar a medida porque não concorda com o aborto "nem filosoficamente, nem biologicamente". No caso de se confirmar o veto, será necessária uma maioria de três quintos para aprovar a medida.

A Igreja empenhou-se fortemente numa campanha contra a Lei da Saúde Reprodutiva e Sexual. Num comunicado emitido no passado sábado, os bispos uruguaios afirmavam que todos os parlamentares que apoiassem a medida seriam automaticamente excomungados

Vários estudos revelam que perto de 33 mil abortos são realizados no país anualmente, a um custo de perto de 800 dólares cada. Três médicos uruguaios foram presos este ano por realizarem abortos.

A maioria dos países da América Latina permite o aborto apenas em casos de violação, quando a mãe corre risco de morte ou nos casos de mal-formação do feto. Apenas Cuba e Guiana permitem o aborto sem restrições. Na Cidade do México o aborto sem limitações foi aprovado no primeiro trimestre, porém é proibido no resto do país.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vade retro Bush, chefão do terrorismo






Altamiro Borges *Adital


A consagradora vitória de Barack Obama atesta que os estadunidenses não agüentavam mais o presidente-terrorista George W. Bush. De todo-poderoso, bajulado pela mídia venal, ele agora sai escorraçado da Casa Branca, como um dos presidentes mais odiados da história dos EUA. Nem o candidato do seu partido, o republicano John McCain, aceitou sua presença. Nos últimos dias, ele sofreu da solidão do poder, parecia um natimorto. Nem sequer foi às urnas para votar; depositou o seu voto nos correios. Triste fim de um tirano sanguinário. Para exorcizar de vez este satanás, reproduzo uma série de artigos publicados no início de 2007. Vade retro, Bush.

Bush, o chefão de terrorismo internacional

Logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, em que três aviões derrubaram as "torres gêmeas" do World Trade Center, símbolo da ostentação capitalista, e atingiram as laterais do Pentágono, símbolo do poder do império, George W. Bush declarou: "Sou um presidente em guerra", um war president. Já o seu vice, Dick Cheney, vinculado à indústria petrolífera, foi ainda mais assustador: "É diferente da guerra do Golfo [no governo de Bush-pai] no sentido de que ela pode não terminar nunca, pelo menos não no nosso tempo de vida". Aqueles episódios trágicos mudariam os rumos da história e fariam a política terrorista-imperialista dos EUA atingir o seu ápice, colocando em risco a própria sobrevivência da humanidade.

Na sua história expansionista, os EUA já organizaram, financiaram e participaram de inúmeras guerras. A própria formação do país está manchada de sangue, com o extermínio de povos indígenas e a anexação de terras mexicanas. Para manter sua hegemonia no "quintal" latino-americano, os EUA também realizaram várias intervenções armadas em nações soberanas e bancaram golpes militares, ditaduras cruéis, atentados terroristas e assassinatos de líderes populares e nacionalistas. Já para ampliar a sua hegemonia planetária, lançaram as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, apoiaram genocídios na Ásia e na África, deram proteção a ditadores sanguinários e tornaram-se os recordistas mundiais no tráfico de armas.

"Tirando partido da tragédia"

A ação terrorista-imperialista dos EUA ainda será condenada pelo tribunal da história. O julgamento será ainda mais duro após a chegada de George W. Bush à presidência dos EUA, em janeiro de 2001. A maior potência do mundo é hoje dirigida por um homem que se considera "um enviado de Deus" e que mantém promiscuas relações com o poderoso "complexo militar-industrial", que reúne fábricas de armamentos, corporações do petróleo e grandes bancos. Os suspeitos atentados de 11 de setembro serviram para retirar um desgastado Bush, eleito de forma fraudulenta, do seu isolamento e para justificar suas ações terroristas no Afeganistão e Iraque visando ampliar, numa escala sem precedentes, a hegemonia mundial dos EUA.

Segundo Richard Clark, assessor militar do Conselho de Segurança Nacional, os ataques foram utilizados para concluir o que Bush-pai deixara inconcluso. Tendo servido a quatro presidentes, Clark foi acionando quando dos episódios e lamenta. "Depois percebi com dor aguda, quase física, que estavam tentando tirar partido daquela tragédia nacional para promover a agenda deles no Iraque". Paul O’Neill, ex-secretário do Tesouro, também registra em seu livro que o Iraque era uma obsessão de Bush antes dos atentados. Nas reuniões ministeriais, "ele era como um cego numa sala cheia de pessoas surdas". A ocupação terrorista inclusive já estava detalhada, com os mapas das áreas potenciais de exploração do petróleo iraquiano.

A estratégia da Pax Americana

O plano para a expansão imperialista dos EUA, para a construção da chamada Pax Americana, já estava delineado desde o desmoronamento do bloco soviético. Com o fim da chamada "guerra fria" e da temida "ameaça comunista", muitos iludidos apostaram em seus efeitos positivos com o fim da bilionária corrida armamentista - entre 1949/1991, os EUA gastaram US$ 7,1 trilhões na "defesa nacional". Mas este nunca fora o projeto do poderoso "complexo militar-industrial" que domina a política ianque. Após a débâcle do bloco soviético, uma nova doutrina fascista emergiu deste grupo, a de estender o domínio anterior, num mundo bipolar, para a dominação completa do planeta, com a construção de uma potência unipolar.

Esta passou a ser a ambição das empresas que fizeram fortuna como fornecedoras de armas ao Pentágono durante a "guerra fria" e das corporações do petróleo, sequiosas pelas reservas do Oriente Médio. Nele estavam envolvidas empresas que ascenderam ao poder com a eleição de George H. W. Bush, o Bush-pai, como a Chevron, que batizou um petroleiro de 130 mil toneladas com o nome de Condoleezza Rice, ex-integrante do seu conselho de direção, e a Halliberton, que foi presidida pelo próprio Dick Cheney. Em 1992, na campanha por sua reeleição, este projeto já havia sido traçado pelos ideólogos ultradireitistas do Partido Republicano, os neocons, e pelos fanáticos religiosos que rodeavam a família Bush, os theocons.

Em março de 1992, o New York Times vazou um documento interno do Pentágono (DPG) que continha os detalhes desta estratégia para substituir a política da "guerra fria". Ele já pregava a Pax Americana, com a existência de uma única superpotência mundial, com direito à ação unilateral, à guerra preventiva e ao uso de força, inclusive contra históricos aliados que se atravessem a reforçar seu poderio militar. Ele já tratava a região asiática - o Iraque, em especial - como estratégica neste projeto geopolítico. Mas seu vazamento gerou forte reação dos aliados e desgastou a imagem de Bush, contribuindo para as duas derrotas seguidas dos republicanos. O plano foi parcialmente "suavizado" durante os oito anos do "democrata" Bill Clinton.

"Identificar e destruir"

Em janeiro de 2001, porém, os neocons e os theocons finalmente retornaram ao poder, desta feita através da figura caricata de George W. Bush, o baby-Bush, o 43º presidente dos EUA. Estavam sendo criadas as condições para desarquivar a controvertida Orientação da Política de Defesa (DPG), elaborada em 1992 - depois atualizada, em 1997, com o nome de Projeto Novo Século Americano (PNAC), e que teve nova redação, em setembro de 2000, com o relatório Reconstruindo as Defesas da América (RAD). Como se observa, o projeto terrorista dos EUA, rebatizado de Estratégia de Segurança Nacional (NSS) e divulgado com pompa por baby-Bush em setembro de 2002, já estava pronto há quase uma década!

A versão original não deixava margem à dúvida sobre a agressividade imperialista. Já falava abertamente em promover "ações unilaterais", sem qualquer consulta aos organismos internacionais, para promover os "valores americanos" da democracia liberal e do "livre mercado". De forma grosseira, a DPG alegava que "sem a União Soviética, somos a única superpotência e o nosso objetivo número um deve ser o de manter as coisas assim". Num outro ponto, esbravejava: "Não admitimos dividir nossa posição com ninguém". O texto já antecipava a idéia das "guerras preventivas" e relativiza o conceito da soberania das nações.

Já o documento Estratégia de Segurança Nacional (NSS) só fez confirmar esta política belicosa. Nas suas 33 páginas, o texto escrito sob a direção de Condoleezza Rice era altamente agressivo. "Defenderemos os EUA, o povo americano e nossos interesses em casa e no exterior, identificando e destruindo as ameaças antes que elas cheguem às nossas fronteiras. Ao mesmo tempo em que os EUA tentarão recrutar o apoio da comunidade internacional, não hesitaremos em agir sozinhos, se necessário, para exercer nosso direito de autodefesa, agindo de maneira preventiva". A NSS já previa a instalação de "bases americanas dentro e além da Europa Ocidental e do Nordeste Asiático" e o aumento do gasto militar anual de US$ 350 bilhões para mais de US$ 500 bilhões - fora os US$ 40 bilhões por ano para manter 150 mil soldados no Iraque.

Falso "combate ao terrorismo"

Lendo estes documentos, fica patente que os atentados de 11 de setembro serviram somente de pretexto para colocar em prática esta visão terrorista-imperialista. Sem as suspeitas ações comandadas por Osama bin Laden, por acaso um antigo aliado dos EUA na luta contra os soviéticos no Afeganistão, seria difícil emplacar nos EUA e na comunidade internacional um projeto tão belicista e belicoso. No passado, para justificar a histeria da "guerra fria", a Doutrina Truman criou a imagem do "perigo comunista". Agora, os atentados ajudaram a criar o clima do "perigo terrorista" e do "choque de civilizações". O primeiro alvo desta estratégia imperial foi o Afeganistão, um país mais frágil e isolado no tabuleiro mundial.

Mesmo após o governo afegão, sob o controle dos antigos aliados do Talibã, ter proposto entregar Osama Bin Laden a um país neutro e ter concordado com seu julgamento, mas sob as leis islâmicas, os EUA iniciaram o covarde bombardeio ao país em 7 de outubro de 2001. Uma semana após o início dos ataques aéreos, a proposta de paz foi reiterada, mas a resposta de Bush foi reveladora: "Não há necessidade de se negociar. Não temos que discutir se ele [Bin Laden] é inocente ou culpado. Sabemos que é culpado". Na verdade, a captura do suspeito terrorista não era a prioridade dos EUA, que poderiam tê-la conseguido por meios pacíficos. Sua extradição, reiterada pelo Talibã, faria desaparecer o real motivo da guerra!

700 mil mortos no Iraque

A invasão do Afeganistão fazia parte de um plano maior; visava criar o clima para a ocupação do Iraque e o domínio daquela região estratégica. As cruéis sanções impostas ao Iraque pelo Conselho de Segurança da ONU, que causaram a morte de meio milhão de crianças e de um milhão de adultos, segundo cálculos da própria Unicef, nunca sensibilizaram os falcões republicanos. Diferentemente da secretária de Estado Madeleine Albright, proponente das sanções durante o governo do "democrata" Bill Clinton, que declarou que a morte de meio milhão de crianças "foi um preço que valeu a pena", os neocons e os theocons nunca se contentaram apenas com as sanções. Desde Bush-pai, sempre sonharam em ocupar militarmente o país.

O saldo do terrorismo de Estado dos EUA é que desde o início desta brutal guerra de ocupação, em março de 2003, já morreram cerca de 700 mil iraquianos e mais de 3 mil soldados ianques - além de milhares de "mercenários modernos" contratados pelo governo Bush e pelas corporações que hoje exploram o país. O custo desta empreitada insana e genocida, segundo estimativa recente de Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia, já supera os US$ 2,2 trilhões - para a alegria do "complexo militar-industrial" dos EUA. Não é para menos que George W. Bush, chefão do terrorismo internacional, recebeu as maiores contribuições financeiras desta "indústria da morte" na campanha para a sua reeleição em 2004.

Leia os outros artigos da série em:

http://www.adital.com.br/Altamiro%20Borges_sobre_Bush%202_a_4.doc

http://www.adital.com.br/AltamiroBorges_%20sobre_Bush_5_a%20_7.doc


* Jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB - Partido Comunista do Brasil

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Atahualpa Yupanqui

María Dolores Pradera - Tú que puedes vuélvete



VIRGINIA RODRIGUES

1999 Sol Negro

1. Verônica
3. Negrume da noite
4. Lua lua lua lua
5. Adeus batucada
6. Nobreza
7. Sol negro
8. Terra seca
9. Manhã de carnaval
10. I wanna be ready
11. Querubim
12. Israfel

Download aqui

2000 Nós

1. Canto para Exu
2. Uma história de Ifá
3. Salvador não inerte
4. Afrekêtê
5. Jeito faceiro
6. Depois que o Ilê passar/ Ilê é ímpar
7. Ojú Obá
8. Raça negra
9. Deus do fogo e da justiça/ Deusa do ébano
10. Malê de Balê
11. Mimar você
12. Reino de Daomé

Download aqui

2003 Mares Profundos

1. Canto de pedra-preta
2. Tristeza e solidão
3. Bocoche
4. Tempo de amor
5. Canto de Iemanjá
6. Labareda
7. Canto de Xangô
8. Canto de Ossanha
9. Lapinha
10. Consololação
11. Berimbau
12. Lamento de Exu

Bloqueio israelense mergulha Gaza na escuridão


Milhares de moradores da faixa de Gaza ficaram sem eletricidade depois que Israel cortou o fornecimento de combustível à única termoelétrica do território, controlado pelo Hamas. A central parou no domingo (9), depois que Israel se recusou a retomar o abastecimento, apesar de advertido de que as reservas estavam quase no fim.


Menino da Gaza: combustível está no fim

Sherine Tadros, correspondente da TV Al Jazira na cidade de Gaza, disse que o apagão no território era quase completo. Além disso, os suprimentos de combustível da população estavam se esgotando rapidamente.


O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, mandou fechar os postos de fronteira na semana passada, depois que combatentes palestinos dispararam foguetes contra o sul de Israel. Barak decidiu-se pelo bloqueio "depois de consultas com funcionários da segurança e em vista do constante fogo de foguetes", conforme alega um comunicado nesta segunda-feira (10).


Temores pelo hospital


Afora os problemas gerais causados pelo apagão, Tadros destaca dois sérios problemas que ele causa. "O corte de energia elétrica afeta as bombas d'água que operam o sistema de esgoto daqui, e a eletricidade é necessária ao funcionamento dos hospitais", reporta. "Alguns dos hospitais menores começarão a ficar sem combustível para seus geradores nas próximas 36 horas, o que causa imediata preocupação".


No entanto, Israel insistiu que a faixa estava recebendo energia elétrica das redes de distribuição israelenses e egípcias em quantidade suficiente para cobrir 75% da demanda.


O Ministério do Exterior acusou o Hamas de explorar a situação com fins políticos. "A cínica exploração da população de Gaza pelo Hamas é desprezível", diz um comunicado do Ministério.


A Comissão Européia, que financia o abastecimento da única central elétrica de Gaza, disse ter sido informada de que Israel pode autorizar o fornecimento na terça-feira. "O escritório de ligação de Israel com os territórios palestinos disse-nos que o abastecimento da central pode reiniciar amanhã", disse um porta-voz da União Européia. Mas fontes israelenses que pediram anonimato, segundo a Al Jazira, disseram que o fornecimento só será retomado caso cesse o disparo de foguetes contra o sul de Israel.


"Punição coletiva"


Kanan Obeid, funcionário da área de energia de Gaza, criticou a atitude como um exemplo da "política israelense de punição coletiva".


A central termoelétrica responde por cerca de um quarto da eletricidade de Gaza e o Egito fornece um pequeno volume. O restante provém basicamente de Israel. A maior parte do suprimento de combustíveis e gás requerido por Gaza passa pelo terminal de Nahal Oz, eque fica entre a faixa e o território de Israel.


Uma rede de túneis que liga Gaza ao Egito é usada pela população local para driblar o bloqueio israelense contra o território e trazer para ali produtos, inclusive combustível. Outro jornalista da Al Jazira em Gaza, Ayman Mohyeldin, diz que embora o fluxo subterrâneo permita que algumas pessoas se arranjem, não pode abastecer "a crítica infraestrutura de Gaza". Ele cita duas razôes: "a qualidade do petróleo egípcio não permite que ele seja usado no gerador; e ao mesmo tempo o gerador é monitorado por observadores da UE e eles não permitem que se use combustível contrabandeado para gerar eletricidade".


O coordenador das atividades de Israel nos territórios palestinos, Peter Lerner, disse: "Recebemos uma solicitação [dos palestinos] de entrega de combustível e encaminhamos a solicitação ao Ministério da Defesa em Tel Aviv".


"Liberdade de imprensa violada"


O fechamento da fronteira também impede há cinco dias que jornalistas entrem na faixa de Gaza. O fato provocou protestos da Foreign Press Association (FPA, Associação da Imprensa Estrangeira), sediada em Tel Aviv. A entidade, que representa correspondentes estrangeiros em Israel e nos territórios palestinos, condenou a restrição imposta por Tel Aviv como "uma grave violação da liberdade de imprensa".


Israel freqüentemente fecha os pontos de acesso a Gaza, depauperando a economia local e mantendo os cidadãos do território sob pressão, em represália ao disparo de foguetes por parte de combatentes palestinos.


Mesmo antes do fechamento, havia uma renovação dos apelos por uma retomada do estagnado processo de paz palestino-israelense. O Quarteto do Oriente Médio – agrupando UE, Rússia, ONU e Estados Unidos – reuniu-se no Egito domingo e fer um chamamento pelo avanço das conversações de paz.

Créditos: Vermelho
Fonte: Al Jazira

O festival de besteira que assola a imprensa brasileira (FEBEAIB)
Emir Sader

O prêmio desta semana para a maior besteira da imprensa mercantil brasileira e sua ditadura midiática vai dividido para O Globo e a FSP (Força Serra Presidente) pelas matérias sobre os gastos do governo. Ambos escancaram a manchete do domingo passado, para protestar que os gastos com o funcionalismo superam os do pagamento da dívida pública. Relatam que o primeiro item de gastos do governo é o da previdência, o segundo agora é com o funcionalismo, deixando para terceiro o pagamento da dívida pública.
Protestam, a partir de sua visão – derrotada espetacularmente na atual crise mundial, sem que se dêem conta, com sua obtusa visão mercantil e anti-estatal – do Estado mínimo, da diminuição sistemática da tributação, buscando fomentar nos leitores o sentimento de que estão tomando dinheiro para pagar impostos do seu bolso para alimentar funcionários públicos.
O raciocínio é o do egoísmo consumista: para que pagar impostos para que o governo contrate professores, médicos, enfermeiras – que constituem o grosso do funcionalismo publico, o pessoal de educação e saúde publica. Ainda mais para gente como os jornalistas e donos da midia privada que – como a elite brasileira – usa escolas privadas, planos de saúde privados, segurança privada, correios privados, transporte privado, bancos privados, etc. etc.. Não precisam dos serviços públicos, porque pertencem aos 5% mais ricos, que fazem do Brasil ainda o país mais injusto da América Latina, que por sua vez é o continente mais desigual do mundo.
Incentivam o egoísmo de pagar menos impostos, de sonegar – a profissão melhor remunerada em direito é a de advogado tributarista, que busca formas das empresas contornarem os impostos. Isto em um país em que a estrutura tributária é sumamente injusta, em que as grandes empresas – principalmente os bancos – praticamente não pagam impostos, enquanto os trabalhadores sim o fazem, em que a grande maioria da arrecadação tributaria procede dos impostos indiretos e não dos diretos, fazendo com que todos paguem os mesmos impostos, ricos e pobres, quando uma estrutura tributária socialmente justa é aquela em que os que recebem mais, devem pagar mais.
Quando dizem que o Estado deve arrecadar menos, gastar menos com funcionários, querem menos serviços públicos – menos professores, menos enfermeiras e médicos -, com menos qualificação. Que se dane o povo, que segue sendo atendido por esses serviços, que se dane a escola pública, que segue atendendo à grande maioria das crianças e jovens.
Quando querem menos Estado, querem mais mercado – exatamente aquilo que levou à crise global atual. Mas eles não aprendem nada, porque pensam com o bolso, com os lucros, com os olhos postos nos grandes clientes privados – a começar pelos bancos, que publicam aqueles longos relatórios periódicos nos jornais, além das reiteradas publicidades que inundam os espaços publicitários da mídia mercantil, a sustentam e tem assim o seu apoio.
Sob a aparência de defender os cidadãos contra a volúpia arrecadatória do Estado, o que fazem é defender seus grandes clientes, é tentar ganhar adeptos para seu candidato – Serra -, que terá, como teve em São Paulo, sem colocar em pratica, a promessa de campanha de diminuir os impostos.
O Globo e a FSP (Força Serra Presidente) fazem jus assim a ganhar o primeiro prêmio semanal do Festival de Besteira que Assola a Imprensa Brasileira (FEBEAIB), legítimo continuador do Festival de Besteira que Assola o País (FEBEAPÁ), do grande cronista da época da ditadura militar, Stanislaw Ponte Preta.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Aqui no RS, a midia de esgoto se manifesta...

Crise da humanidade



Por Leonardo Boff


A crise econômico-financeira, presivísvel e inevitável, remete a uma crise mais profunda. Trata-se de uma crise de humanidade. Faltaram traços de humanidade minimos no projeto neoberal e na economia de mercado, sem os quais nenhuma instituição, a médio e longo prazo, se agüenta de pé: a confiança e a verdade. A economia presupõe a confiança de que os impulsos eletrônicos que movem os papéis e os contratos tenham lastro e não sejam mera matéria virtual, portanto, fictícia. Pressupõe outrossim a verdade de que os procedimentos se façam segundo regras observadas por todos. Ocorre que no neoliberalismo e nos mercados, especialmente a partir da era Thatcher e Reagan, predominiou a financeirização dos capitais. O capital financeiro-especulativo é da ordem de 167 trilhões de dólares, enquanto o capital real, empregado nos processos produtivos (por volta de 48 trilhões de dólares anuais). Aquele delirava na especulação das bolsas, dinheiro fazendo dinheiro, sem controle, apenas regido pela voracidade do mercado. Por sua natureza, a especulação comporta sempre alto risco e vem submetida a desvios sistêmicos: à ganância de mais e mais ganhar, por todos os meios possíveis.

Os gigantes de Wall-Street eram tão poderosos que impediam qualquer controle, seguindo apenas suas próprias regulações. Eles contavam com as informação antecipadas (Insider Information), manipulavam-nas, divulgavam boatos nos mercados, induziam-nos a falsas apostas e tiravam dai grandes lucros. Basta ler o livro do mega-especulador George Soros A crise do capitalismo para constatá-lo, pois ai conta em detalhes estas manobras que destroem a confiança e a verdade. Ambas eram sacrificadas sistematicamente em função do ganância dos especuladores. Tal sistema tinha que um dia ruir, por ser falso e perverso, o que de fato ocorreu.

A estratégia inicial norte-americana era injetar tanto dinheiro nos “ganhadores”(winner) para que a lógica continuasse a funcionar sem pagar nada por seus erros. Seria prolongar a agonia. Os europeus, recordando-se dos resquícios do humanismo das Luzes que ainda sobraram, tiveram mais sabedoria. Denunciaram a falsidade, puseram a campo o Estado como instância salvadora e reguladora e, em geral, como ator econômico direto na construção na infra-estutura e nos campos sensíveis da economia. Agora não se trata de refundar o neoliberalismo mas de inaugurar outra arquitetura econômica sobre bases não fictícias. Isto quer dizer, a economia deve ser capítulo da política (a tese clássica de Marx), não a serviço da especulação mas da produção e da adequada acumulação. E a política se regerá por critérios éticos de transparência, de equidade, de justa media, de controle democrático e com especial cuidado para com as condições ecológicas que permitem a continuidade do projeto planetário humano.

Por que a crise atual é crise de humanidade? Porque nela subjaz um conceito empobrecido de ser humano que só considera um lado dele, seu lado de ego. O ser humano é habitado por duas forças cósmicas: uma de auto-afirmação sem a qual ele desaparece. Aqui predomina o ego e a competição. A outra é de integração num todo maior sem o qual também desaparece. Aqui prevalece o nós e a cooperação A vida só se desenvolve saudavelmente na medida em que se equilibram o ego com o nós, a competição com a cooperação. Dando rédeas só à competição do ego, anulando a cooperação, nascem as distorções que assistimos, levando à crise atual. Contrariamente, dando espaço apenas ao nós sem o ego, gerou-se o socialismo despersonalizante e a ruína que provocou. Erros desta gravidade, nas condições atuais de interdepedência de todos com todos, nos podem liquidar. Como nunca antes temos que nos orientar por um conceito adequado e integrador do ser humano, por um lado individual-pessoal com direitos e por outro social-comunitário com limites e deveres. Caso contrário, nos atolaremos sempre nas crises que serão menos econômico-financeiras e mais crises de humanidade.

sábado, 8 de novembro de 2008


A Casa Branca não tem leito de rosas
A histórica eleição do primeiro afro-americano à presidência dos Estados Unidos foi refletida, em diferentes nuanças, por três dos principais atores desse drama.Barack Obama, em seu discurso de aceitação, adotou um modelo tradicional. Elogiou o sistema político norte-americano e proclamou que "a mudança chegou à América (Estados Unidos)". Continuou parabenizando McCain e Sarah Palin; o vice-presidente eleito, Joseph Biden; sua família, com recordação especial para sua recém-falecida avó materna; reconheceu sua equipe de campanha e, sobretudo, os dois principais integrantes: David Plouffe e David Axelrod. Agradeceu o voto do cidadão comum e instou a assumir "um novo espírito de sacrifício... de trabalho duro e a preocupar-nos não só por nós, mas por todos os outros". Concluiu anunciando "um novo amanhecer para a liderança norte-americana" e proclamou a vigência do que considerou os "ideais" dos Estados Unidos: democracia, liberdade, oportunidade e esperança, embora sem definir nenhum deles.McCain reconheceu seu derrota perante uma congregação de seguidores em Phoenix, Arizona. Mostrou seu racismo oculto, enfatizando, a respeito da vitória, "o significado que tem para os afro-americanos e o orgulho especial que eles sentem nesta noite".O presidente Bush foi condescendente ao chamar Obama para felicitá-lo em nome de sua esposa Laura e no seu próprio; disse-lhe que tinha sido "uma noite assombrosa para o senhor, sua família e aqueles que o apóiam", e exortou-o a "desfrutá-la".A vitória pode ser analisada de vários pontos de vista, especialmente a dos resultados da eleição presidencial e do Congresso.A estratégia eleitoral aplicada por Obama na eleição presidencial, teve resultados ótimos. Ganhou a eleição em todos e cada um dos estados em que venceu o democrata John Kerry em 2004 e arrebatou a vitória aos republicanos em nove estados que Bush ganhou nessa mesma eleição: Virgínia (desde 1964, sempre elegeu o candidato republicano); Carolina do Norte (desde 1980, sempre elegeu o republicano); Indiana (sempre o republicano desde 1968); Colorado (igual, desde 1996), Iowa, Nevada, Ohio e a Flórida (elegeram Bush em 2000 e em 2004); e Novo México (ganho por Bush por estreita margem em 2004). Os nove deram 112 votos eleitorais a Obama. Ainda, na quinta-feira, a votação em Missouri não estava decidida, mas inclinava-se para McCain. Em Nebraska está ainda por decidir o voto eleitoral dum distrito. Com estes dados, Obama foi eleito por 364 votos eleitorais sobre os 173 obtidos por McCain (adjudicando-lhe os onze de Missouri), uma ampla margem, mas coloca Obama no oitavo lugar das votações mais altas obtidas pelos presidentes eleitos nas 12 eleições realizadas desde 1964.No chamado voto popular em nível nacional, com 120.884.874 votos escrutados, Obama obteve 52,5% (64.248.825 votos) e McCain 46,2% (56.635.874), dentro dos prognósticos feitos numa eleição deste tipo.De acordo com as pesquisas realizadas aos eleitores à saída das urnas, Obama ganhou pelo voto das mulheres (13% a mais que McCain, embora 7% menos entre as mulheres brancas), dos hispano-americanos, dos negros e dos jovens, obtendo, nessa ordem, 66%, 95% e 66% dos votos. Chama também a atenção que os 75% dos judeus votaram em Obama e que o voto dos católicos brancos foi igual nos dois candidatos, enquanto a direita religiosa evangélica favoreceu novamente o candidato republicano, embora Obama obtivesse 4% a mais de votos deste setor que os ganhos por Kerry em 2004.Ainda que Obama perdesse para McCain no voto da população branca, seu desempenho nesse setor foi semelhante ao de Al Gore em 2000 e ao de Kerry em 2004, o que indica que o fator étnico não prejudicou Obama e até pode tê-lo favorecido, devido à ampla maioria de afro-americanos e hispano-americanos que o apoiaram.Enquanto os eleitores foram identificados nas pesquisas como conservadores, moderados e liberais em percentagens similares às das eleições de 2004, houve mudanças na afiliação política, pois incrementou-se a de democratas para 40%, sendo a de republicanos de 32%. Em 2004, houve a mesma percentagem de democratas e republicanos.Em resumo, Obama ganhou, graças ao apoio esmagador da tradicional base democrata e de grande parte do eleitorado que se qualifica como "independente". Os comentaristas destacam o consenso sobre o ambiente das eleições, que num artigo do The New York Times é qualificado de "catarse nacional", resultado da profunda impopularidade do presidente Bush, do repúdio a suas políticas econômicas e externas, do descontentamento com as guerras no Iraque e no Afeganistão, da eclosão da crise financeira e da aceitação do apelo de Obama a uma mudança da direção em que o país está encaminhado.As eleições do Congresso federal foram da maneira esperada. Os democratas conseguiram ampliar o número de senadores e representantes, consolidando o controle de ambas as câmaras atingido em 2006. Contudo, fracassaram na difícil tarefa de alcançar os 60 senadores, e na Câmara dos Representantes também não chegarão ao objetivo máximo (mais 30 vagas). Por enquanto, elegeram 19 novos legisladores, quando ainda estão contabilizando-se os votos em dez disputas.O Partido Democrata terá a maioria de, pelo menos, 56 senadores, ao derrotar os republicanos John Sununu, de New Hampshire, e Elizabeth Dole, de Carolina do Norte e ganhar as disputas abertas da Virgínia, Colorado e Novo México. Ainda há quatro eleições de senadores por resolver no Alasca, Oregon, Minnesota e Geórgia; os democratas parecem ter alguma possibilidade de vitória em Oregon e Minessota. Para frear as tácticas parlamentares de "fraude", com as quais os opositores republicanos e conservadores pretendem bloquear a agenda legislativa de Obama, será necessário o apoio de alguns senadores republicanos, fato que obrigaria o novo presidente a fazer concessões em seu programa de governo.Na Câmara dos Representantes, a situação aponta igualmente para a necessidade de trabalhar por consenso, já que muitos dos novos eleitos pelo Partido Democrata são de tendência conservadora e alguns dos republicanos derrotados eram de inclinação moderada. Portanto, os conservadores verão suas fileiras reforçadas, acima de diferenças partidárias.Obama terá que governar um país mergulhado numa crise econômica somente comparável à Grande Depressão que começou em 1929, mas agora com uma econmia globalizada; com dois impopulares guerras em curso; com uma gigantesca burocracia federal, estadual e municipal; com o país endividado tanto no contexto governamental quanto no familiar; com recursos financeiros insuficientes para cumprir suas promessas eleitorais de melhoras à saúde, à educação e à previdência social.Estas questões precisam de sua atenção desde o mesmo momento em que foi eleito e não podem ser adiadas durante as sete semanas do chamado período de "transição", quando se efetua a entrega de poder da administração Bush à administração Obama. Entre os assuntos governamentais que Obama não pode deixar de lado, está a elaboração, proposta e aprovação pelo atual Congresso federal de um novo plano de estímulo à economia, que segundo estimativas será de US$100 bilhões, o qual precisará da atenção imediata e prioritária de Obama. Também deverá atender a conclusão das negociações dum acordo com o Iraque que defina o papel, a duração da presença e as condições em que atuarão as tropas de ocupação norte-americanas. E, com certeza, não poderá estar à margem das negociações sobre a situação econômica mundial do Grupo dos 20, convocado por Bush em Washington para o próximo 15 de novembro.Nestas circunstâncias, a equipe de campanha eleitoral será substituída pela "equipe de transição". Segundo informações disponíveis, já Obama nomeou uma "troika" para dirigir esse processo. É composta por John Podesta, ex-chefe da equipe da Casa Branca de Bill Clinton, que projetou em 2000 o procedimento de transição atualmente vigente; Valerie Jarrett, assessora muito próxima de Obama; e Pete Rouse, o atual chefe do Gabinete do Senado de Obama em Washington.Como complemento do processo de "transição", soube-se que Obama nomeou chefe de Equipe da Casa Branca o congressista por Illinois e amigo próximo, Emanuel Rahn.O maior desafio que Obama enfrenta agora e deverá enfrentar nos meses próximos é estabelecer suas prioridades; consolidar a colaboração com os líderes democratas do Congresso; conseguir o apoio, a suas principais medidas, dos republicanos e conservadores do Congresso; atender e satisfazer ao máximo as promessas eleitorais que mobilizaram diferentes setores e grupos da população em seu apoio. E, sobretudo, mostrar que para governar conta com a mesma inteligência, capacidade, habilidade e destreza que lhe deu a vitória nas eleições de 4 de novembro. Caso contrário, sua passagem pela presidência poderia ser efêmera e descumprir a expectativa de mudança que prometeu e com cuja bandeira chegou à Casa Branca. Obama sabe disso. Na Casa Branca não há leito de rosas.
* O autor é especialista em Relações Internacionais e foi chefe da Repartição Consular de Cuba nos Estados Unidos de setembro de 1977 a abril de 1989.
Fonte: Granma

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A maior piada do mundo

A maior piada do mundo foi dita ontem durante reportagem do 'brother' Pedro Bial, veiculada ao longo da excitada cobertura do Jornal Nacional. Pra ele, os EUA seriam a maior democracia do mundo. Curioso conceito de democracia... No mesmo texto o "jornalista" entrevista uma cubana raivosa, que quase cospe a dentadura ao esbravejar que esperaria quantas horas fossem necessárias para exercer seu divino direito ao voto, já que de onde ela vem não teria esse direito. A TV Globo é mesmo incrível. Consegue sustentar duas gigantestas mentiras ao mesmo tempo: que em Cuba não existem eleições e que nos EUA quem decide é o povo. O que a empresa da família Marinho esconde, assim como as demais corporações de mídia, é que as eleições nos EUA do século XXI ainda são INDIRETAS. Pouco importa se a palavra grega "democracia" seja a junção dos termos "demos" (povo) e "krátos" (governo, poder). Nos EUA quem decide mesmo é o Colégio Eleitoral. O vencedor será aquele que conquistar 270 delegados ou mais. Foi assim que Bush venceu em 2000 e em 2004, além de ter fraudado as urnas na Flórida - com o assentimento do Partido Democrata. "A maior democracia do mundo" comemora o índice recorde de 66% de comparecimento às urnas, lembrando que lá o voto não é obrigatório. Mas o fato de em Cuba esse índice ser de 98% não chama a atenção dessa mídia, apesar de também não ser obrigatório sair de casa no dia da votação.A noção da Globo de democracia, traduzindo para o português, é a seguinte: "um sistema é democrático enquanto servir para quem está inserido na sociedade de consumo. Continua sendo democrático mesmo se houver excluídos. Continua sendo democrático mesmo se esses excluídos passarem fome, morrerem de doenças curáveis, serem analfabetos ou não terem onde morar. Além disso, pouco importam os genocídios e a existência de campos de tortura espalhados pelo mundo, como Abuh Graib e Guantánamo". Por isso chamam os EUA de "a maior democracia do mundo".PS: Outra mentira divulgada com naturalidade pelas corporações de mídia é a noção de que os estadunidenses são "americanos". Está na boca de qualquer telejornal ou radiojornal e nas vinhetas várias dos jornais e revistas. Ao aceitar com servilidade a imposição de Washington, as corporações de mídia reforçam a dominação cultural do império, que atua com base na velha máxima da Doutrina Monroe: "América para os americanos", que na verdade pode ser traduzida para "América para os estadunidenses", já que americano é quem nasce em qualquer lugar do continente americano e não consta que um mexicano pobre, por exemplo, tenha o mesmo acesso ao território e às riquezas do continente que um canadense rico. Quando aceitamos a usurpação do termo, estamos de alguma forma aceitando a idéia de que os EUA têm o direito de controlar todo o continente americano. Ao mesmo tempo, toda a raiva que sentem dos EUA mundo afora acaba respingando nos americanos não-estadunidenses, que por serem americanos responderão pelas agressões da América.