sexta-feira, 20 de julho de 2007

Fanatismo - gravado por Fagner



Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !
Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !
E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."


Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa no Alentejo, Portugal. Era filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, que morreu com apenas 36 anos. Registada como filha de pai incógnito, foi educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca. Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, o Curso dos Liceus.

Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos. Os vários casamentos, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afetivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu vitimada por edema pulmonar.

A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza. Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina.
Copiado de :AmigosDoFreud

Ira! - Psicoacústica



Ira - Psicoacústica


Psicoacústica é o título do segundo disco de carreira do Ira!, o grupo paulistano, ícone do rock nacional dos anos 80. Lançado originalmente em 88, o trabalho traz oito faixas, incluindo "Advogado do Diabo" e "Manhãs de Domingo", alguns dos destaques. Não deixe de conferir!
1. Rubro Zorro
2. Manhãs De Domingo
3. Poder, Sorriso, Fama
4. Receita Para Se Fazer Um Herói
5. Pegue Essa Arma
6. Farto Do Rdock´N Roll
7. Advogado Do Diabo
8. Mesmo Distante

RENATO E SEUS BLUE CAPS (1972)

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Raulzito e os Panteras(1968)

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CSC quer central sindical plural, democrática e combativa


Por Carla Santos
Com o tema “Perspectivas do Sindicalismo Classista” 150 lideranças das 50 principais entidades sindicais de mais de 30 cidades paulistas se reuniram na quarta-feira (18) no Sindicato dos Marceneiros, em São Paulo, para debater os rumos da Corrente Sindical Classista (CSC) no estado. Mais de 40 pessoas falaram no encontro e nenhuma delas, a exemplo do encontro realizado anteriormente pela CSC-BA, se opôs à construção de uma central sindical como alternativa plural, democrática e combativa aos trabalhadores.

Para as lideranças, após a reeleição do presidente Lula ocorreu um realinhamento de posições no movimento sindical gerando um novo cenário marcado pela “concentração e dispersão” das correntes que atuam no movimento. “Durante os governos de FHC, tínhamos uma polarização entre a Força Sindical e a CUT. Depois, com o governo Lula, essa polarização foi diminuindo e hoje vemos as duas centrais assumindo posições bem próximas em várias pautas do movimento sindical”, disse o servidor público e vereador de Registro, Otávio Dias da Rosa Shimoda (PCdoB).


“Essa nova realidade repercutiu no movimento sindical — e o que está acontecendo agora é uma dispersão entre as centrais. Hoje nosso país conta com mais de dez entidades nacionais. A mais recente é a União Geral dos Trabalhadores (UGT), mas nenhuma delas apresenta o socialismo como alternativa clara aos trabalhadores, podemos ajudar a construir isso”, concluiu.

Críticas

Os sindicalistas também rebateram notícias e opiniões que estão sendo veiculadas em alguns meios de comunicação sobre a decisão. Eles afirmam que a iniciativa não está ligada à medida provisória do governo que regulamentará as centrais, nem a estratégias eleitorais do PCdoB.


“Foi a CSC que propôs esse debate ao PCdoB — partido do qual ela guarda autonomia”, disse João Batista Lemos, coordenador nacional da CSC. “Até porque a base da corrente é bastante diversa, contando, inclusive, com companheiros e companheiras filiados a outros partidos e centrais sindicais que não são a CUT.”


Batista esclarece que a decisão em favor de uma nova central está ligada a outros fatores. “A dificuldade que passamos a ter de dialogar com a Articulação Sindical (Artisind-PT) na CUT, a exigência de uma ação mais combativa dos trabalhadores neste segundo governo Lula e a grande quantidade de sindicatos não-filiados a nenhuma central que passaram a nos procurar nos motivou a repensar nosso papel na construção da unidade dos trabalhadores”.


A iniciativa de sair da CUT e construir uma central “não é oportunista nem divisionista”, segundo o coordenador da CSC. “Essa decisão está sendo fruto de um amadurecido debate e de uma necessidade histórica”, afirma, contrapondo-se ao recente artigo do ex-presidente do PT José Dirceu, que foi criticado no encontro.

CSC e CUT

Os motivos que levam a CSC a construir uma alternativa às centrais existentes também foi tema de algumas falas no encontro. Um dos sindicalistas presentes chegou a interpretar que a decisão significaria uma ruptura com a CUT.


“Não estamos rompendo”, esclareceu Batista. “Reconhecemos que ela é a maior central sindical do Brasil e um patrimônio dos trabalhadores também por nós construído. A central que construiremos deverá contar com a CUT em inúmeros momentos, e acreditamos que ela será uma de nossas principais aliadas — senão a principal — em várias batalhas”, agregou.


Ele afirmou que a atuação da base da corrente poderá se dar com a participação em várias centrais. “Em muitos locais, os trabalhadores poderão decidir permanecer filiados à CUT, assim como também a outras centrais, e não vamos nos abster de participar desses sindicatos e de qualquer luta no movimento em função desta decisão.”


Os sindicalistas destacaram que reuniões ocorreram com as principais lideranças da Artisind no sentido de manter a CSC na CUT. Porém, as reivindicações por mais transparência nas finanças da entidade, o método de proporcionalidade qualificada para a composição das direções, e um maior diálogo entre as diferentes posições sobre o governo e o movimento, entre outras questões, não foram ouvidas pelos petistas.


Somado a isso, a CSC diz ter sido procurada por entidades importantes de vários estados do país – que não se enquadravam em nenhuma das centrais existentes – enquanto que a saída de outras correntes importantes da CUT – como a que hoje deu origem ao movimento da Intersindical, ligado ao PSOL – ocorreram. Diante destes e outros fatores, o encontro apontou que a unidade dos trabalhadores não passa mais necessariamente pela CUT, o que abre possibilidades para um novo caminho na busca desta unidade.

Possibilidades

Batista afirmou que a CSC está aberta para o debate com todas correntes do movimento, inclusive a Artisind. “Esse é um momento muito novo e estamos abertos para conversar com todos, seja com a Artisind sobre a CUT, seja com outras lideranças sobre as centrais que existem.”


Entretanto, o coordenador da CSC acha muito difícil que haja um recuo na decisão que está sendo debatida na corrente. Seria necessário uma grande reviravolta no comportamento do PT com relação a CUT para que um recuo se desse, o que dificilmente se dará, segundo a avaliação das lideranças.



Outra possibilidade que surgiu durante as discussões foi a de integrar alguma das centrais já existentes, “mas isso dependeria de um programa mais claro em direção ao socialismo e a perspectiva de luta classista a que a corrente está ligada”, afirmou. “O que não quer dizer que faremos uma central para caber só a CSC”, conclui.

A nova central

Algumas pistas do que poderá ser a nova central apareceram no encontro. “Queremos uma central ampla, com as mais diversas correntes do movimento sindical, mas amparada num programa político combativo e classista”, disse Marcelo Cardia, coordenador da CSC-SP.


A central que está por vir também abrigaria secretarias de juventude, negros e mulheres – entre outras – e, se possível, destinará recursos próprios para o trabalho destas secretarias.


A proporcionalidade qualificada é outro ponto já fechado entre as lideranças da CSC. “O método de composição da nova central deve aproveitar experiências positivas que existem nas entidades dos movimentos sociais. A proporcionalidade qualificada que é aplicada na UNE (União Nacional dos Estudantes) é um dos exemplos a serem seguidos na nova central”, completou Cardia.


O nome que a nova central terá ainda não está definido. “Estamos conversando com todas as correntes e entidades que querem conosco construir esta alternativa e vamos, democraticamente, definir com elas como poderá ser chamada à nova central”, informou.


Os próximos passos da corrente incluem uma agenda de encontro nos estados, o lançamento de um movimento pela nova central e, finalmente, um encontro nacional da corrente ainda neste ano. O encontro, que tem características de um congresso, deverá selar a construção da nova central.


Entre outros objetivos da CSC está à construção de um espaço nacional, inspirado nas experiências dos Conclat (Congresso da Classe Trabalhadora), que reúna todo o movimento sindical para debater ações conjuntas. Os sindicalistas reafirmaram que um 1º de Maio unitário entre todas as centrais poderia ser resultado de um espaço deste tipo.

Histórico

Fundada em 28 de agosto de 1.983, a Central Única dos Trabalhadores não nasceu com o apoio imediato dos sindicalistas ligados ao PCdoB. No período, o partido avaliou como divisionista a ação dos sindicalistas ligados ao PT de fundar a Central. O caminho apontado era pelo fortalecimento da unidade através do Congresso da Classe Trabalhadora, que havia recém realizado seu primeiro encontro em 1.981, e que depois fundaria em 1.986 a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT).


Porém, no calor das lutas pela Constituinte de 1.988, a CGT foi sendo tomada pelo sindicalismo de direita e a Corrente Sindical Classista, em um expressivo congresso no ano de 1.990, decide sair da CGT e ingressar na CUT. Desde então, passou a integrar as lideranças que constituíram a Central.


Para Mário Odereti, da Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA), que acompanhou o encontro da CSC, “a realidade nos nossos países [Brasil e Argentina] nos coloca a necessidade de termos uma central inspirada nos ideais classistas para ajudar a construir a unidade dos trabalhadores na América Latina”. Na sua avaliação a nova central poderá ser um instrumento importante neste sentido.


Fonte: Vermelho

SUPERTRAMP - 5 Álbuns

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quinta-feira, 19 de julho de 2007

Missão em Moscou - O filme!!


Mission_To_Moscow.wmv

Projeto Sevilla-Palestina, da Universidade de Sevilla(em espanhol)

Aumento na cesta básica familiar leva donas de casa às ruas

Em noite de Pato, Inter vence e afunda Corinthians




O Corinthians amargou mais uma derrota na noite desta quarta-feira e aumentou o jejum de vitórias para seis rodadas no Campeonato Brasileiro. Em noite inspirada de Alexandre Pato, que reassumiu sua vaga na equipe titular, o Internacional deu seqüência à sua reação no Nacional e venceu o Timão por 3 a 0, no Beira-Rio.

Os gols foram marcados no segundo tempo, sendo os dois primeiros anotados por Pato. No primeiro, o atacante converteu cobrança de pênalti. O segundo foi marcado pelo atleta depois de vacilo da defesa corintiana. Já Adriano, que substituiu Iarley no decorrer do jogo, fechou o placar, depois de jogada de Pato.

Com a derrota, o Corinthians se manteve estagnado com 14 pontos e caiu para a 16ª posição, apenas uma acima da zona de rebaixamento. Já o Colorado deu seqüência à reação no campeonato, subiu para 17 pontos e se distanciou da parte de baixo da tabela.

O time gaúcho tem novo compromisso no sábado, quando enfrenta o Juventude, no Alfredo Jaconi. Já o Corinthians buscará a reação no dia seguinte, em duelo no Morumbi com o Náutico. O Timão, por sinal, acumula agora seis rodadas sem triunfos no Brasileirão, sendo três empates (Paraná, Fluminense e São Paulo) e três derrotas (Palmeiras, Sport e Inter).

Antes do início da partida desta quarta, os atletas fizeram um minuto de silêncio em memória das vítimas do acidente de um avião em São Paulo, ocorrido na terça-feira. O ex-presidente do Internacional, Paulo Rogério Amoretty, que vinha trabalhando como advogado do Corinthians, foi uma das vítimas da tragédia.

Em campo, o técnico Alexandre Gallo apostou em uma equipe ofensiva para tentar surpreender o Corinthians. Para promover a volta de Alexandre Pato, o treinador recuou Christian e manteve também Iarley na equipe. Em alguns momentos, a equipe contava então com três atacantes na frente.

Desta forma, antes mesmo de o relógio completar o primeiro minuto de jogo, o Colorado ameaçou os visitantes. Pato fez o cruzamento da esquerda e Christian cabeceou com perigo, mas Felipe se esticou para efetuar grande defesa e salvar o Timão.

No lance seguinte, Pato driblou Fábio Ferreira na esquerda, mas chutou completamente errado e desperdiçou a oportunidade. Já o Corinthians respondeu em bobeada da defesa gaúcha. Clemer tocou errado na saída de bola e Everton Santos recebeu de presente. O atacante, então, invadiu a área e bateu forte, mas o goleiro defendeu. Willian, por sua vez, não conseguiu aproveitar o rebote.

Do outro lado, Iarley arriscou da intermediária e quase surpreendeu Felipe, que espalmou com dificuldade. O Internacional tentava concentrar o volume de jogo em seu sistema ofensivo, mas o Timão respondia em contragolpes. Aos 18, Finazzi recebeu cruzamento da direita e cabeceou para a pequena área, onde estava Marcelo Oliveira, livre. O volante, porém, concluiu por cima do travessão.

Em nova descida do Inter, Magal invadiu a área e caiu, com a torcida pedindo pênalti, mas o árbitro mandou o jogo seguir. Instantes depois, em outra tentativa aérea do Colorado, Christian subiu mais que a zaga e mandou de cabeça para fora.

No último lance da etapa, Willian passou por Magal na esquerda e bateu cruzado. Clemer espalmou pela linha de fundo, mas o árbitro anotou tiro de meta, considerando que o goleiro tocou na bola quando ela já estava fora de campo.

As duas equipes voltaram para a segunda etapa sem alterações em suas escalações, mas o ritmo do jogo diminuiu momentaneamente. No entanto, no primeiro lance de perigo do Colorado na etapa, o clube local conseguiu inaugurar a contagem. Aos 17, o árbitro Luís Antônio Silva Santos anotou pênalti de Zelão sobre Iarley. Alexandre Pato fez a cobrança e colocou o Inter na frente no placar.

Depois de sofrer o revés, o Timão quase igualou o placar. Willian cobrou escanteio e Clemer deixou a bola escapar, mas se recuperou e evitou o gol. Instantes depois, o arqueiro do time gaúcho não segurou outro escanteio, e Marcão afastou o perigo.

Aos 34, o Colorado ampliou a vantagem. A defesa corintiana não conseguiu segurar Alexandre Pato, que avançou e bateu forte para superar o goleiro Felipe. Nos minutos finais, Pato ainda mostrou inspiração para ajeitar para Adriano, que finalizou da entrada da área e deu números finais ao placar.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL 3 X 0 CORINTHIANS

Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre
Data: 18 de julho de 2007, quarta-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Luis Antônio Silva Santos (RJ)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés e Jorge Campos Luis Roxo (RJ)
Cartões amarelos: Edinho, Sidnei, Iarley e Diego (Internacional); Betão ( Corinthians)
GOLS: INTERNACIONAL: Alexandre Pato, aos 17 e aos 34, e Adriano, aos 44 minutos do segundo tempo

INTERNACIONAL: Clemer; Magal (Diego), Índio, Sidnei e Marcão; Edinho, Ji-Paraná, Pinga e Iarley (Adriano), Alexandre Pato e Christian (Roger)
Técnico: Alexandre Gallo

CORINTHIANS: Felipe; Edson (Dentinho), Fábio Ferreira, Zelão e Betão; Bruno Octávio, Marcelo Oliveira, Rosinei e Willian (Dinelson); Everton Santos (Clodoaldo) e Finazzi
Técnico: Paulo César Carpegiani

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Tragédia Brasil

Laerte Braga


Quaisquer que venham a ser as conclusões sobre o acidente com o Airbus da TAM na noite de 17 de julho, vários aspectos têm que ser levados em conta sobre a aviação e o Brasil. A crise que explodiu com a queda do avião da GOL, em outubro do ano passado, abre um cenário trágico, deplorável, e transforma em vítimas pessoas inocentes, ao largo desse processo de transformação do Brasil numa imensa Roça de Cana.

O primeiro ponto a ser considerado é que todas as debilidades de infra-estrutura no País, crônicas, agravaram-se a partir do governo FHC. O Brasil foi deixado de lado na sanha privatista do governo tucano, na corrupção desmedida do governo tucano. Não foram só os aeroportos em todo o seu conjunto, mas também as rodovias, tudo.

O segundo é a absoluta incapacidade do presidente Lula de sair da camisa de força em que se colocou nesse amontoado de alianças que implicou em figuras como Carlos Wilson na presidência da INFRAERO. Estende-se a todo o governo e o episódio do mensalão foi apenas a grita de Roberto Jefferson que não se conformou em perder um cargo chave no controle dos "negócios", no caso uma diretoria de FURNAS.

Ou seja, por qualquer ângulo que se veja, por quantos pontos se levante, o modelo político e econômico está falido e não existe remédio capaz de dar jeito.

Fala-se muito nas vaias ao presidente Lula no Rio de Janeiro. Foram, evidente, armadas e orquestradas no esquema César Maia. Mas estenderam-se e pouco a mídia falou nisso, às delegações da Bolívia e da Venezuela. Excluo as vaias aos norte-americanos (acontecem em qualquer parte do mundo).

Um avião não derrapa no dia anterior ao desse grande acidente de terça-feira e outro cruza uma avenida de mais ou menos 40 metros e se espatifa/explode contra prédios comerciais e da própria companhia, a TAM, se algo não estiver errado.

A princípio as reformas das pistas não foram concluídas e a pressão da crise no setor fez com que a INFRAERO as liberasse sem os devidos cuidados.

O que isso tem a ver com Renan Calheiros, por exemplo? Com FHC? Com Lula? Com a falência do modelo?

Renan foi ministro da Justiça de FHC, votou a favor de todas as privatizações. FHC largou o Brasil como casa abandonada e vendeu o patrimônio público e Lula, malgrado um ou outro esforço aqui e ali, não faz nada que não seja o assistencialismo. O neoliberalismo populista.

Empresas como a INFRAERO foram e são tratadas como moeda de troca no jogo político. É por aí o pulo do gato. O negócio não é funcionar, é garantir o futuro.

As vaias às delegações da Bolívia e da Venezuela? A disputa pelos destroços do Estado brasileiro, onde as vítimas não se circunscrevem aos passageiros do avião da TAM, mas a todos os brasileiros no processo crescente de banalização e transformação do ser/cidadão/pessoa em mercadoria, foi montada, pacientemente pela GLOBO e grande mídia, exatamente porque Bolívia e Venezuela contrariam interesses de gente como Renan, como FHC, como Lula, porque presidentes como Evo Morales e Chávez cuidam dos interesses de seus países.

GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, tucanos, democratas, não são diferentes de nada que transforma o Estado brasileiro num grande e trágico acidente. São porta-vozes dos principais acionistas.

Vai ser um feito e tanto se Lula sair inteiro desse massacre. O que existe é briga por um botim e o acidente com o avião da TAM vai ser usado nessa briga. O loteamento de cargos como a INFRAERO, onde as denúncias de corrupção se estendem para todos os lados.

A tragédia é no Brasil inteiro. As chamas estão crepitando em todo o País. Os prédios estão desabando por todos os lados.


Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.

Ilustração: Táia Rocha

Sabujos e subservientes

Bourdoukan


Eis que os pilantras da mídia ameaçam colocar a cabeça fora do vaso sanitário para absorver os aromas expelidos pelos seus patrões em busca de inspiração. Odeiam a humanidade e desprezam a verdade. Adoram uma sabujice e não vivem sem a subserviência.

São tão preconceituosos esses pilantras que sequer informam que Pelé estará jogando amanhã na África do Sul em homenagem a Nelson Mandela.O craque em campo e eles cultivando um silêncio absoluto.

Também pudera, um negro eles podem suportar, mas dois? E ainda por cima que se recusam a reconhecer o lugar deles? Se já não bastassem Hugo Chávez e Evo Morales, dois mestiços que não sabem se comportar, dois mestiços que em outros tempos estariam na senzala!

Pobres pilantras midiáticos que vivem driblando as descargas para garantir o pão de cada dia!
A que nível chegou a mídia, a que nível...




O governador José Serra esteve ontem no local do acidente aéreo do avião da TAM e deu uma entrevista. Seu discurso do ponto de vista formal tinha um tom comedido. Mas o conteúdo foi deplorável. Ele fez de tudo para jogar a tragédia de ontem no colo do governo federal.

Disse, entre outras tantas patacoadas, que havia uma suspeita de que a pista de Congonhas tinha problemas e que isso precisava ser apurado. E que ali no local um promotor público já o acompanhava e que iria organizar uma investigação “independente” para o governo paulista. Também disse que o aeroporto só seria liberado depois que ele tivesse certeza de sua segurança.

Foi necessário que o seu secretário da Justiça entrasse em cena para fazer uma correção e jogar a culpa pelo mal-entendido na imprensa. “Como o aeroporto é administrado pelo governo Federal, o governo do Estado não pode decidir nada em relação a ele. E Serra não disse isso porque sabe que vivemos num sistema federativo”, disse Marrey. Por isso que é bom ter sempre um bom advogado por perto.

Uma parte da mídia já estava seguindo essa linha precipitada de acusação (e não de investigação) de que o acidente tinha relação com o que se convencionou chamar de “apagão aéreo”. Serra só fez reforçar esse tom editorial. Isso é uma demonstração de como não se deve proceder num momento como esses.

Aliás, Serra deveria ser um pouco mais comedido porque sabe bem o que é viver uma tragédia nas barbas do seu governo. Aliás, governador, só por curiosidade, como estão as investigações em relação à cratera do Metrô? Vossa excelência já poderia nos responder sobre qual a responsabilidade do Consórcio que fez as obras? Vossa excelência poderia nos dizer como andam as investigações sobre o tema na Assembléia Legislativa? Está instalada uma CPI para tratar do caso? Vossa excelência já pediu uma investigação “independente”, por exemplo, para a Polícia Federal ou pretende nomear o mesmo promotor que vai tratar do caso de Congonhas?

Pois então, é disso que se trata. Ontem à noite escrevi neste blog que o governo federal tem sua cota-parte de responsabilidade no acidente. E mantenho minha posição. Acho que de fato há um descalabro no setor e que é preciso fazer algo para que isso mude. A crise maior não está na administração do espaço aéreo ou ainda na situação dos aeroportos, que a bem da verdade melhoraram muito nos últimos anos, mas no que tange a atividade comercial em si. As duas maiores empresas que atuam na área têm feito o que bem entendem. E daqui da minha ignorância acho que elas podem estar colocando em risco a segurança dos seus clientes em nome de mais lucros e um maior mercado. É uma sensação de quem lê jornais e vê que a as aeronaves que antes faziam seis pontes-aéreas por dia, hoje fazem nove. E de quem olha para alguns comandantes de vôo e fica impressionado com a juventude que eles têm. Aliás, repito, muitos de nossos pilotos mais experientes estão indo trabalhar na China, na Índia, na África do Sul e em outras partes. Buscam salários justos e melhores condições de trabalho. Ou seja, para bom entendedor...

Acho que o governo federal e a Anac (aliás, que bela invenção essa história de agências reguladoras, hein Serra?, hein, FHC?) têm obrigação de impedir que isso continue acontecendo. Por isso, repito, não considero que o governo federal não tenha nada a ver com essa história. Tem sim e deve agir rapidamente para que o sistema de transportes aéreo no Brasil funcione de forma responsável e segura.

Agora, daí a querer responsabilizá-lo pela tragédia é algo podre. É esse nível de política que faz com que as pessoas sintam nojo dela. Aliás, transformar a política em algo nojento é o que certos setores sempre tentaram fazer. Quanto mais nojenta ela parecer, mais esses setores se locupletam fazendo política para si e para os seus.



PS1: No momento que atualizo o site com este post, leio que o MP paulista pede a interdição de Congonhas. Ou seja, está fazendo o que Serra disse que tentaria fazer na noite de ontem e que Marrey tentou dizer que ele não disse. E só comprova a minha linha de raciocínio, de que há uma exploração política do caso.

PS2: Um leitor também acaba de me enviar texto de um colunista tucano. Ele faz graça com a frase infeliz de Marta Suplicy. A piada do colunista é: “como esse governo, relaxa e morre”. É esse o nível da turma.
Copiado de: BlogDoRovai
Um crack no cérebro

A dependência física da 'pedra' acontece, não raro, na primeira "pipada" e pode levar à morte por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central

O efeito do crack dura, em média, cinco minutos. Mas o resultado é devastador, pois os pulmões absorvem quase 100% da droga inalada. As primeiras reações do crack são uma euforia plena, que some repentinamente depois que o “barato” da droga passa, seguida por depressão, inquietação e ansiedade. Por isso, “as pessoas sentem um desejo incontrolável de usá-la novamente, para manter o organismo em ritmo acelerado, prolongar o prazer e afastar os sinais desconfortáveis da abstinência. Tudo isso, no entanto, favorece uma rápida dependência física”, explica Hamer Nastasy Palhares Alves, responsável pelo Ambulatório de Crack e Cocaína da Unidade de Dependência de Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“O grande desafio do tratamento é manter o paciente motivado em permanecer abstêmio, e para isso ele deve evitar o álcool — que é um freqüente gatilho para o consumo do crack — e mudar o seu estilo de vida”, esclarece o especialista.

O que é?
O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada. Pode também ser obtido a partir da pasta de cocaína. A droga se apresenta na forma de pequeninas pedras e é até cinco vezes mais potente do que esta última. É mais barato do que ela e, por isso, se difundiu tão rapidamente em todo o mundo.

Como é consumido?
A principal forma é pela inalação da fumaça produzida pela queima da pedra. Para fumar, é necessário o auxílio de algum objeto como um cachimbo — mas muitos usuários, na ausência deste, usam latas, garrafas plásticas, canudos ou canetas.

RECONHEÇA OS SINAIS DE DEPENDÊNCIA
• Lábios, língua e garganta ressecados. Tosse, congestão nasal (nariz entupido), expectoração de muco escuro e danos aos pulmões.
• Na primeira fase de uso, o usuário apresenta hiperatividade, disposição, insônia, desnutrição e perda brusca de peso.
• O uso constante provoca cansaço intenso, tremores, depressão, desinteresse sexual, apatia...Em alguns casos, alucinações, delírios e sintomas paranóicos (sensação de estar sendo vigiado ou perseguido).
• Comportamento violento e muitas vezes inadequado.
• Muitos abandonam hábitos de higiene e cuidados pessoais.
• A “fissura” para fumar novamente e adquirir mais e mais droga pode arrasar o indivíduo financeiramente.
• Contrações no peito, seguidas de convulsões e coma. Arritmias, derrame cerebral e aumento da pressão arterial, fator que pode aumentar o risco de um ataque cardíaco.

ONDE PROCURAR AJUDA
• Unidade de Tratamento e Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): www.uniad.org.br
• Programa Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein: www.einstein.br/alcooledrogas
• Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP): www.abpbrasil.rog.br
• Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad): www.senad.gov.br



Fonte: Viva Saúde - UOL

ENEM 2007 - Material de Apoio Para Estudos



Montado com vários materiais e provas do Enem com Gabarito que será muito util para aqueles que vão fazer o ENEM deste ano de 2007, além disso tem algumas explicações sobre as provas a redação...

Estilo: Cursos / Ebooks
Fabricante: N/A
Tamanho: 34 Mb
Formato: Rar
Idioma: Português

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terça-feira, 17 de julho de 2007

Economia solidária pode ser porta de saída da exclusão, para educador

Daniel Merli

A economia solidária pode ser a porta de saída da exclusão para vários setores sociais, na opinião do educador popular Cláudio Nascimento. Para isso a Secretaria Nacional de Economia Solidária tem trabalho em parceria com programas sociais de vários ministérios. Pescadores, mineradores, ex-internos de hospitais psiquiátricos e pessoas atendidas pelo Bolsa Família.

Nesta segunda parte da entrevista com o coordenador de Estudos e Divulgação da secretaria, ele fala também da formação de redes, que tem sido a principal estratégia dos empreendimentos de economia solidária para enfrentar a concorrência com as grandes empresas.

REVISTA FÓRUM - A Secretaria Nacional de Economia Solidária trabalha com orçamento e equipe reduzidas para dar conta de um setor que já responde por 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Que estratégias vocês têm usado para dar conta desse desafio?

CLÁUDIO NASCIMENTO - Nós temos de inserir a questão da economia solidária na máquina do Estado. Montamos um curso na Escola Nacional de Administração Pública (Enap) para colocar o tema para as pessoas que trabalham nos outros ministérios. Descobrimos que há umas 10 pastas em que há atuação com práticas de economia solidária. O Ministério de Desenvolvimento Agrário, por exemplo. Lá na ponta, as pessoas atendidas pelo ministério, são da agricultura familiar, que é uma forma de economia solidária.

Minas e Energia também tem, já que trabalha com garimpos. Pode não dar esse nome formal, mas é cooperativismo e tem de ser atendido assim. O Ministério de Desenvolvimento Social tem um programa que atende iniciativas de autogestão de pessoas que são atendidas pelo Bolsa Família e montam um pequeno empreendimento para escapar do desemprego.

Fomos ver que, na Secretaria de Aqüilcultura e Pesca, também há um monte de iniciativas atendidas que são de autogestão, como fábricas de gelo e cooperativas de pescadores. Na Cultura, havia um programa de resgate da cultura dos trabalhadores. E fomos ver que a maioria das obras tratava de iniciativas de autogestão.

A partir disso, cria-se uma sinergia de vários ministérios. E começamos a trabalhar em conjunto com as iniciativas que já existiam. E também apresentar o cooperativismo como uma porta de saída para problemas que eram enfrentados por outros ministérios.

Por exemplo, o trabalho escravo. O Ministério do Trabalho vai lá e liberta 40 pessoas, por exemplo. Se elas não tiverem uma alternativa de sobrevivência, vão voltar ao trabalho escravo. Então vamos fazer um diagnóstico da região e descobrir que tipo de empreendimento eles podem criar. No Ministério da Saúde, em que está colocada a luta antimanicomial. Após sair do hospital psiquiátrico, para onde esse sujeito vai? começamos a criar centros de produção artística. No Ministério do Turismo, já há iniciativas importantes de Turismo Solidário no Piauí e Maranhão.

REVISTA FÓRUM - Uma coisa interessante da economia solidária é que ela surge em locais onde menos se espera, como estratégia de sobrevivência, como você está mostrando. Mas elas não têm escala de produção para concorrer em pé de igualdade com outras empresas, dentro de um mercado capitalista. Como vocês tentam superar isso?

CLÁUDIO NASCIMENTO - Essa é uma dificuldade que temos. Uma das coisas que incentivamos para enfrentar esse problema são as Feiras de Economia Solidária. No Rio Grande do Sul, fizemos várias, inclusive trazendo empreendimentos de outros países do Mercosul. Outra coisa que investimos é na comunicação. A secretaria fez várias vinhetas de rádios, TV, para difundir a existência desses empreendimentos.

Outra coisa importante é a formação de redes. Elas já existem, mas agora começamos um programa em parceria com o Instituto Paulo Freire para sistematizar as experiências. Como é trabalhar em rede? Como é feita a comercialização entre eles e com o mercado? Temos de descobrir como são formadas essas redes. Inclusive porque a economia solidária tem uma diversidade imensa. Cada empreendimento é muito diferente do outro.

Mas já há iniciativas até de redes internacionais. Ano passado, houve um encontro internacional na Venezuela de empresas recuperadas por trabalhadores. A partir daí foi criada uma rede de produção de algodão, entre cooperativas brasileiras e venezuelanas.

Também temos investido na questão do comércio justo, que está ganhando força na Europa. Então temos feitos pesquisas para saber como explorar esse mercado.

TV Globo enquadra o governo Lula



Altamiro Borges

As poderosas emissoras de TV do Brasil, que manipulam as informações e deformam o comportamento, acabam de obter mais uma vitória diante do governo Lula. Após um intenso bombardeio, que contou com vários artistas globais – tendo a frente o “anarquista-tucano” Jô Soares –, com milionários anúncios e com uma cobertura parcial e agressiva da própria mídia hegemônica, o Ministério da Justiça anunciou na semana passada alterações na portaria que normatiza a classificação indicativa para os programas de TV. O projeto inicial, editado pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, previa mecanismos de classificação da programação das emissoras – e não de censura, como elas alardearam de maneira terrorista e maldosa.

No final da contenda, o governo Lula é que acabou novamente sendo enquadrado pelos “donos da mídia”. Na portaria anterior (264), a exemplo do que ocorre na maioria dos países, caberia ao ministério a análise prévia para a classificação indicativa de um determinado programa. Já na nova (1.220), esse papel caberá exclusivamente às redes privadas, que deverão realizar uma pretensa “autoclassificação” e terão o prazo de 60 dias – no qual o programa já poderá ser exibido com todas as suas deformações – para que a Justiça “monitore” o seu conteúdo. Na prática, as TVs privadas, que usam gratuitamente uma concessão pública, é que definirão arbitrariamente a programação – com todos os seus valores mercantis apodrecidos.

Recuo não sacia o apetite

Apesar desta “estrondosa vitória”, conforme noticiado pela imprensa, as emissoras de televisão ainda não estão satisfeitas com este inexplicável recuo do governo Lula e querem mais. O jornal O Globo publicou quatro artigos, em duas páginas, para criticar a nova portaria: “Classificação: governo continua com poder de veto”, “Nova classificação não convence os artistas”, “Pela Constituição não pode haver censura” e “Portaria exclui noticiário jornalístico”. Numa manipulação grosseira, a famiglia Marinho insiste na tese de que a última palavra na classificação ainda caberá ao governo, o que é uma escancarada mentira. A TV Globo, na sua arrogância imperial, não aceita nem sequer a fiscalização do Poder Judiciário.

Pela portaria, as emissoras ficarão livres de qualquer sanção, caso não respeitem uma eventual revisão da classificação, e qualquer reavaliação só poderá ser feita pelo Ministério Público e pela Justiça. O governo, responsável pela concessão pública, foi totalmente alijado. Nem sequer a portaria anterior, mais afinada com o Estado de Direito, impunha alguma forma de censura. De maneira explícita, ela determinava que a classificação seria apenas indicativa, e não impositiva, e que as TVs que a desrespeitassem só poderiam ser punidas pela Justiça. Mesmo assim, as poderosas emissoras, com o apoio mesquinho e individualista de alguns artistas, carimbaram no governo a pecha de autoritário, responsável pelo “retorno da censura”.

O jogo pesado das emissoras

A batalha da classificação indicativa foi dura e o povo nem teve chance de conhecer a sua real dimensão, já que ficou exposto à execrável manipulação da mídia. Até Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, reconheceu “o jogo pesado adotado pelas empresas de TV, capitaneadas pela Globo. Anúncios de página inteira nos principais jornais reproduzindo o manifestado assinado por astros e estrelas das telinhas contra a classificação que existe em todos os países mostra que as concessionárias de radiodifusão estão somente interessadas em servir aos seus próprios interesses, e não ao interesse público. Esta orquestração serviu para escancarar a imperiosa necessidade do debate sobre a concentração da mídia no país. Se adotássemos aqui as normas vigentes nos EUA, a cruzada contra a classificação teria sido menos autoritária”.

Já o professor Laurindo Lalo Leal Filho, um incansável lutador pela democratização da mídia, avalia que a pressão das empresas para barrar a classificação indicativa na TV aberta é uma demonstração do poder da mídia no país. “As emissoras de televisão no Brasil, concessionárias de um serviço público (é sempre bom lembrar), não admitem qualquer tipo de regras ao seu funcionamento. Trabalham no vácuo legal e pretendem continuar assim”. Para ele, a nova portaria permitirá que, mesmo a programação classificada como imprópria para crianças e adolescentes, possa ir ao ar no horário livre – antes das 20 horas. “É inadmissível que algo tão delicado, como é a exposição de crianças e jovens a cenas incompatíveis com os respectivos desenvolvimentos físico e mental, fique a critério exclusivo dos empresários da mídia”.

Abert emplaca 18 exigências

O próprio secretário nacional de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, confessou que foram atendidas 18 das 24 reivindicações da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), que congrega a máfia da mídia. Entre outras imposições, a Abert rechaçou a expressão “terminantemente vedada”, que constava da portaria anterior ao se referir à programação por faixa etária e horário. Segundo a colunista Mônica Bergamo, “pressionado pelas TVs, o governo Lula decidiu ‘limpar’ partes do texto da lei da classificação indicativa... Assessores do ministro Tarso Genro se esforçaram para que ele mantivesse no texto ao menos a indicação de horários para os programas apropriados às crianças”, o que não vingou.

O jogo de pressão da mídia foi violento. A mesma Mônica Bergamo, sempre bem informada, revelou que “diretores da TV Globo se empenharam pessoalmente na coleta de assinaturas de artistas para o manifesto publicado nos jornais contra o que definiram como ‘classificação impositiva’... O artista plástico Siron Franco foi procurado pela equipe de Luis Erlanger (porta-voz da Globo). Erlanger diz que participou do ‘mutirão’ de coleta, que envolveu cineastas e atores de teatro. A atriz Fernanda Torres diz que não foi procurada, mas que provavelmente ‘não assinaria’ o manifesto. Diz não ser a favor do ‘vale-tudo’ na TV, mas afirma que leu pareceres que diziam que a proposta abria brechas para o governo ‘punir as TVs’”.

Manipulação vergonhosa

Neste processo vergonhoso de manipulação, que cooptou vários artistas, as emissoras ouviram somente o lado contrário à portaria 264, que determinava a análise prévia do conteúdo dos programas. Elas inclusive apresentaram a medida como autoritária, elaborada de forma arbitrária pelo governo. Não informaram aos telespectadores que o Ministério da Justiça promoveu audiências públicas nas principais capitais, que uma consulta pública recebeu mais de 11 mil sugestões, que ocorreu um seminário internacional em Brasília, que um livro foi publicado e que a Agência Nacional dos Direitos da Infância foi contratada para realizar um estudo comparativo sobre a legislação de vários países, incluindo os EUA e a Europa.

“A cobertura da grande imprensa escondeu o fato de que a portaria do Ministério da Justiça foi precedida por muitos estudos e amplo debate. Infelizmente, quem se recusou a participar do debate foi a Abert. Sem contar com um noticiário isento, a população foi levada a acreditar que o Brasil estava próximo de adotar uma política totalitária, desconhecendo que quase toda a União Européia já usa critérios de classificação etária. A cobertura da imprensa também não informou que a classificação não incide sobre a TV paga, os tele-jornais e documentários, sobre a propaganda e os programas ao vivo e esportivos. E, tampouco, ela mencionou que há anos convivemos com a classificação etária nas salas de cinema, sem que nenhum produtor, diretor ou ator tenha reclamado”, denuncia Gustavo Gindre, integrante do Coletivo Intervozes.

Num atentado à democracia e ao próprio jornalismo, as TVs só entrevistaram artistas e diretores famosos, a maior parte da Rede Globo, que compararam a classificação à censura. “Segundo essa posição, o Estado não tem o direito de cobrar que um concessionário de serviço público tenha preocupação com a formação de nossa infância e adolescência. Por essa versão, alterar a exibição de um programa de televisão, baseado na quantidade das cenas de sexo e violência, seria censura”, contesta Gindre. Ele também critica alguns “artistas famosos”, que assinaram o manifesto contra a censura, mas nunca lutaram contra “a censura que já existe nos meios de comunicação privados (tanto no jornalismo quanto na dramaturgia). Onde estavam quando a TV Globo escondeu das telas os comícios das Diretas Já ou quando, mais recentemente, a Vênus Prateada determinou que o casal de lésbicas da nova ‘Torre de Babel’ morresse numa explosão?”.

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Raul Seixas - Discografia 1967-89





1970 Raulzito e os Panteras
1971 - Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10
1973 - Krig-Ha, Bandolo!
1973 - Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock
1974 - O Rebu
1974 - Gita
1975 - Novo Aeon
1976 - Há Dez Mil Anos Atrás
1977 - Raul Rock Seixas
1977 - O Dia Em Que a Terra Parou
1978 - Mata Virgem
1979 - Por Quem Os Sinos Dobram
1980 - Abre-Te Sésamo
1983 - Raul Seixas
1984 - Ao Vivo - Único e Exclusivo
1984 - Metrô Linha 743
1985 - Let Me Sing My Rock And Roll
1986 - Raul Rock Volume 2
1988 - A Pedra do Gênesis
1989 - A Panela do Diabo
Kreing-Ha Bandolo

Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock

O Rebu

Gita

Novo Aeon

Raul Rock Seixas

O Dia Em Que a Terra Parou

Os Grandes Sucessos de Raul

Ao Vivo, Único e Exclusivo

Let Me Sing My Rock n Roll

Raul Rock Volume II

Uah Bap Lu Bap Lah Bein Bum

A Pedra do Genesis

Metamorfose Ambulante

IRA - Invisível DJ [2007]


FAIXAS


1. Invisível Dj

2. Sem Saber Pra Onde Ir

3. Eu Vou Tentar

4. Mariana Foi Pro Mar

5. Não Basta o Perdão

6. Culto de Amor

7. Feito Gente

8. Tudo de Mim

9. No Universo dos seus Olhos

10. A Saga

11. O Candidato

12. La Luna Llena

Copiado de:BrasilMidia


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Se o Caso é chorar (1972)

1 Happy end
(Antônio Pádua - Tom Zé)
2 Frevo
(Tom Zé - Tuzé de Abreu)
3 A babá
(Tom Zé)
4 Menina, amanhã de manhã (O sonho voltou)
(Perna - Tom Zé)
5 Dor e dor
(Tom Zé)
6 Senhor cidadão
(Poema "Cidade", de Augusto de Campos - Tom Zé)
7 A briga do edifício Itália com o Hilton Hotel
(Tom Zé)
8 O anfitrião
(Tom Zé)
9 O abacaxi de Irará
(Perna - Ribeiro - Tom Zé)
10 O sândalo
(Tom Zé)
11 Se o caso é chorar
(Perna - Tom Zé)
12 Sonho colorido de um pintor
(Talismã)



Fidel compara Cuba e EUA, desafia Bush e acusa hipocrisia


O presidente de Cuba, Fidel Castro, zombou dos esforços do governo Bush para diminuir os problemas sociais na América Latina, destacando que seu pequeno país pode superar os Estados Unidos na ajuda em saúde e educação. Em editorial publicado neste domingo (15) pelo jornal Juventud Rebelde, Fidel também declarou que o governo americano tem capacidade para evitar qualquer atentado em seu território — a menos que seja de seu interesse político deixá-lo acontecer.


Fidel: 27 artigos desde 29 de março

“Bush vai descobrir que o sistema econômico e político do império não pode competir na área de serviços vitais como educação e saúde com Cuba, atacada e bloqueada por quase 50 anos”, escreveu o líder cubano. "Todo mundo sabe que a especialidade dos Estados Unidos na área de educação é roubar cérebros", sustentou Fidel, citando um relatório da Organização Mundial do Trabalho.

Esse documento revelou que 47% dos estudantes estrangeiros que conquistam o título de Ph.D. nos Estados Unidos permanecem no país. A administração Bush recebeu 150 delegações da América Latina e 90 organizações dos Estados Unidos esta semana para discutir o trabalho social do país na região e promover esforços corporativos.

A Conferência da Casa Branca sobre as Américas, convocada por George W. Bush em março, contou com a presença de Bush, sua esposa, Laura, e cinco membros de seu gabinete como parte de um esforço para conter o uso dos programas de educação e saúde de Cuba e Venezuela para a América do Sul.

“Por episódios”

Fidel ridicularizou o giro de quatro meses pela região do navio-hospital Comfort dos Estados Unidos. A embarcação, com mais de 800 pessoas a bordo — entre pessoal médico e tripulação —, cumpre até setembro uma rota de assistência humanitária por países das Américas Central e do Sul e Caribe

"Você não pode efetuar programas médicos por episódios", escreveu Fidel, comparando a próxima parada do navio no Haiti com o trabalho de centenas de médicos cubanos em quase uma década no local, além do treinamento de haitianos em Cuba.

"Em Cuba, onde a saúde não é mercadoria, é possível fazer coisas que Bush sequer imagina”, registra o editorial. “Os países do Terceiro Mundo não dispõem de recursos para criar centros de pesquisa científica, mas Cuba conseguiu criá-los, apesar de seus próprios profissionais muitas vezes serem exortados e incentivados a desertar.".

Foi nesse sentido que Fidel lembrou os milhares de bolsistas da América Latina e do Caribe que se formam médicos em Cuba gratuitamente. Entre eles, há até jovens norte-americanos.

A “reflexão” de Fidel, sob o título "Bush, a saúde e a educação", foi sua 27ª desde 29 de março. O líder de 80 anos tem escrito textos de opinião enquanto se recupera de uma série de cirurgias no intestino. O irmão de Fidel, Raul Castro, de 76 anos, governa temporariamente o país.

Ataques tolerados

Em resposta ao secretário de Segurança Interna americano, Michael Chertoff, Fidel ainda comentou: “Qualquer ataque contra sua população ele pode evitar, exceto se tiver necessidade do estardalhaço para prosseguir e justificar a brutal guerra que decretou contra a cultura, a religião, a economia e a independência de outros povos”.

Na terça-feira, em entrevista divulgada pelo Chicago Tribune, Chertoff declarou que tinha "a intuição" de que os Estados Unidos estão enfrentando neste verão um alto risco de atentados terroristas. Para Fidel, no entanto, Washington "vê e escuta tudo, com ou sem autorização legal, e pode obter a informação de segurança que precisa sem seqüestrar, torturar ou assassinar em prisões secretas".

Evo anuncia nacionalização das ferrovias bolivianas


O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou neste domingo (15) que começará a nacionalizar as ferrovias do país, atualmente sob o controle de investidores chilenos e americanos. O anúncio foi feito na localidade de Guaqui, às margens do lago Titicaca.


O chefe de Estado foi ao local de trem desde a cidade pré-colombiana de Tiahuanaco. Durante seu discurso para inaugurar o circuito turístico entre as duas localidades, Evo questionou a privatização parcial da Empresa Nacional de Ferrovias (Enfe) realizada em 1996, segundo a Agência Boliviana de Informação.

"O povo que nos falava de capitalização que nos diga agora onde estão os frutos desse processo. Nunca houve capitalização, mas descapitalização do povo boliviano e de nossas empresas”, disse Evo. “Por isso, agora vamos iniciar a nacionalização da Enfe."

A estatal foi privatizada parcialmente — processo que na Bolívia se conhece como capitalização. Os investidores do Chile ficaram com o controle da rede ferroviária andina, enquanto os dos Estados Unidos com as rotas orientais.

A Empresa Ferroviária Andina tem como principal sócia a companhia Inversores Bolivian Railways SA, que possui um pacote acionário de 50%, composto por capitais chilenos. A sócia da Empresa Ferroviária Oriental é a firma Trens Continentais, filial da americana Genesee Wyoming, que também tem participação de 50%.

Em ambos os casos, outros 49% pertencem teoricamente à população boliviana, que delegou sua administração a duas empresas que gerenciam previdência privada — uma do grupo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e outra do suíço Grupo Zurique Financial Service.

Fonte: Vermelho

Meditação


O homem, para se evadir dos seus conflitos, tem inventado muitas formas de "meditação". Estas têm por base o desejo, a vontade e a ânsia de conseguir algo, o que implica conflito e uma luta para chegar. Este esforço consciente, deliberado, realiza-se sempre dentro dos limites de uma mente condicionada, e nesta não existe liberdade. Todo o esforço para meditar é contrário à meditação.
A meditação vem com o cessar do pensamento. E só então se revela uma dimensão diferente, que está além do tempo.
J. Krishnamurti

domingo, 15 de julho de 2007

Bush corrige a pontaria (3): o Iraque





Luiz Eça


Estimular os conflitos entre xiitas e sunitas, apoiando os grupos sunitas, mesmo sendo terroristas. É a nova estratégia americana no Oriente Médio, a redirection, revelada pelo repórter investigativo Seymour Hersh, da New Yorker. Irã, Síria e xiitas seriam os principais inimigos dos Estados Unidos e os alvos de suas baterias.

No Iraque, a aplicação da redirection parece complicada. Afinal, nesse país, são os sunitas que atacam os americanos, enquanto a maioria dos xiitas, aboletada no poder, admite a ocupação. Mas Bush sabe que esses amigos de hoje serão os inimigos de amanhã. Logo que, após a saída das tropas americanas, os políticos xiitas assumirem de fato o país, eles provavelmente passariam para o lado do também xiita Irã, com quem, além da afinidade religiosa, mantêm firmes laços de amizade. Isso para os interesses americanos seria o desastre, pois inviabilizaria totalmente os grandes objetivos da invasão: o controle do petróleo e a criação de um novo Iraque, democrático, pacífico e... submetido à hegemonia ianque. 500 bilhões de dólares (o custo atual da aventura iraquiana) teriam sido jogados fora.

A resposta do governo Bush a esse desafio é sempre que houver interesses comuns, fornecer armas aos sunitas. Isso já está acontecendo. Em algumas regiões, a insurgência sunita rompeu com a Al Qaeda e a está combatendo, ao lado dos americanos.

A briga com a Al Qaeda foi causada pelos ataques dos comandados de Bin Laden contra a população civil, que atingiram até mesmo guerrilheiros e clérigos de facções sunitas. “Não queremos matar sunitas nem xiitas inocentes e o que a Al Qaeda está fazendo é contrariar o Islã” foi a justificação de Abu Marwan, líder do Exército Mujahedin, sunita.

Com esse lance, os americanos não só isolam a Al Qaeda, dividindo e enfraquecendo a insurgência, mas também turbinam o poder de fogo sunita - o que ameaça o governo xiita.

Sua dependência dos americanos irá fatalmente aumentar, forçando-o, por uma questão de sobrevivência, a um comprometimento ainda maior do que o existente. O resultado é que, para os xiitas que governam o país, a perspectiva de retirada em curto prazo do exército dos Estados Unidos é assustadora.

E essa retirada, o pull out, parece próxima. A opinião pública americana apóia maciçamente: mais de 70% da população, segundo pesquisa do USA Today. A questão já começou a ser discutida no Senado. Bush antecipou seu veto. No entanto, como cinco senadores republicanos pularam fora e se juntaram aos senadores democratas, o pull out tem quase o número de votos necessário para a rejeição do veto presidencial.

Sentindo o peso da barra, Bush lançou mão de sua tradicional manobra: o uso político do medo.

O ministro das relações exteriores do Iraque e o embaixador dos Estados Unidos advertiram o povo americano que a partida das tropas causaria o aumento da violência, a morte de milhares de pessoas e um conflito regional.

A Casa Branca divulgou notícias alarmantes de que a Al Qaeda estaria para desfechar um terrível atentado nos Estados Unidos. Funcionários da inteligência informaram à rede ABC que uma célula da Al Qaeda estaria a caminho.

E Bush apelou aos senadores para que adiem sua decisão até setembro, quando o comandante das forças americanas no Iraque apresentará os resultados da nova ofensiva contra os insurgentes. Os senadores teriam, então, um quadro exato da situação para decidir de forma melhor.

Ele espera que, até lá, a lei do petróleo seja aprovada pelo parlamento iraquiano. Afinal, foi para isso que os americanos conquistaram o país, sacrificando, até agora, 3.700 soldados. Essa lei assegura aos Estados Unidos as fontes de energia barata e abundante de que necessita e às petrolíferas lucros estratosféricos. O Iraque, com suas reservas de 112 bilhões de barris – a segunda maior do mundo -, oferece isso.

Pela nova lei, os campos petrolíferos seriam explorados pelas multinacionais, através dos contratos PSA (Production Sharing Agreements), dividindo os lucros com o estado. O PSA é tão desvantajoso que nenhum país petrolífero do Oriente Médio o aceita. No caso iraquiano, será particularmente ruim, pois deixaria o país amarrado aos contratos por até 35 anos.

As coisas não estão correndo bem para Bush. Apresentada ao governo iraquiano em fins do ano passado, a lei foi rapidamente aprovada. No Parlamento surgiram reações contrárias de sunitas, xiitas e até dos aliados curdos. O governo amenizou algumas cláusulas. Mas a oposição continua, inclusive dos sindicatos petrolíferos. Faleh Umara, seu presidente, explica: “a lei permite às companhias internacionais, especialmente americanas, explorarem os campos de petróleo sem nenhum controle. E elas ficam com cerca de 50% da produção, o que é um roubo do petróleo iraquiano”.

Seis vencedores do Nobel da Paz, Betty Williams, Mairead Maguire, Rigoberta Menchu, Jody Williams, Shirin Ebadi e Wangari Maathai juntaram-se aos protestos: “a lei do petróleo iraquiano irá beneficiar as petrolíferas estrangeiras às custas do povo do Iraque, negar ao povo segurança econômica, criar maior instabilidade e colocar o país mais longe da paz”.

Indiferente ao clamor da opinião pública, o governo americano vem pressionando os legisladores iraquianos. Fixou o fim de junho como prazo final para a aprovação da lei. Nada feito. Adiou, então, para setembro, para quando ele conta postergar o início da discussão do pull out.
Com a lei aprovada, Bush teria moral para conseguir da oposição mais tempo para os contratos de exploração das zonas petrolíferas serem firmados.
É provável que seja atendido, pois os congressistas já manifestaram ansiedade pela aprovação dessa lei. Isto posto, Bush poderá propor seu “plano B”, no qual o pull out aconteceria logo. No entanto, parte do exército, talvez 10 a 15 mil homens, permaneceria nas bases em vez de ocupar o país. Não mais exercendo funções policiais, mas apenas como assessores do governo iraquiano, para garantir a democracia e a integridade territorial. Claro, sua missão principal seria garantir os contratos petrolíferos, o fluxo de petróleo para os Estados Unidos e impedir eventuais iniciativas atrevidas do governo em favor do Irã ou dos guerrilheiros muçulmanos.
Pode dar certo. Desde que os movimentos sunitas e xiitas, os parlamentares e o governo iraquianos, mais os senadores e deputados americanos, ajam do jeito que o governo Bush prevê.

Façam suas apostas.


Luiz Eça é jornalista.