Neste
domigo de eleições, quem acordou cedo para votar ou para justificar o
voto, como eu, pôde desfrutar de uma bela visão: as ruas cheias de colas
de candidatos jogadas ao chão.
Já não bastasse os carros-de-som terem atormentado nossos ouvidos durante os últimos meses, hoje, no dia das eleições a classe política de Bagé dá seu golpe de misericórdia, espalhando seu material de campanha que sobrou pelas ruas em uma festa da hipocrisia sanitária.
Já não bastasse os carros-de-som terem atormentado nossos ouvidos durante os últimos meses, hoje, no dia das eleições a classe política de Bagé dá seu golpe de misericórdia, espalhando seu material de campanha que sobrou pelas ruas em uma festa da hipocrisia sanitária.
A
democracia pregada por todos os candidatos é a democracia que leva
impressos gráficos aos montes para os bueiros, contribuindo para o
acúmulo de lixo que leva as enxentes e transbordamento de esgotos. Sorte
irônica das vilas que não têm saneamento básico, pois os panfletos
jogados nas suas ruas de areia não vão para o esgoto, vão para a vala
aberta mesmo.
Da burrice onisciente dos cidadãos bageenses e sua corja política
atual, nem um candidato sobrou no meio do lixo, podemos ver todos no
chão e assim escolhermos o que menos fora pisoteado para votar!
Destaques ao Lara no seu cavalo, simbolizado no mito do gaúcho ( algo
como aquela pedância antropológica que a nova novela Araguaia da rede
Globo faz com os gaúchos ) e para um panfleto sem assinatura que coloca
Pimenta e Mainardi como agentes do mensalão, onde Mainardi seria um
traficante de influência da tosca e mafiosa URCAMP.
Um espetáculo de passeio pelo centro de Bagé pude fazer, avistando
latifundiários travestidos de gaúchos testosterônicos, parando com suas
Hylux e Rangers na frente do Clube Comercial, antes de votar, e um bispo
católico fazendo sua cerimônia de recepção democrático-abraâmica da
CNBB do anti-pró-aborto em frente ao Colégio Auxiliadora, maior
"lobista" da UNIPAMPA, alugando suas salas por preços extraordinários. O
mão pesada do clero e dos "senhores do engenho" demonstrando sua
civilidade em público.
Os trabalhadores mal-remunerados da Secretaria de Atividades Urbanas do
município estão desde cedo fazendo a limpeza estética das ruas do
centro, porém dúvido que cheguem as ruelas do Ivo Ferronato e do Bairro
Ivone, já que aquele lixo marginalizado não interessa aos poderosos
esconder.
Por fim, uma imagem conhecida nos dias de chuva em Bagé, a ponte baixa dos cabeças pequenas, da cidade ridícula chamada Bagé, tão carente de uma reforma urbana:
Por fim, uma imagem conhecida nos dias de chuva em Bagé, a ponte baixa dos cabeças pequenas, da cidade ridícula chamada Bagé, tão carente de uma reforma urbana:
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