Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
terça-feira, 26 de junho de 2007
WinAvi Software AIO
O sujeito do consumo e os laços afetivos
O consumismo cria necessidades artificiais com tal força e apelo que há o esvaziamento, ou uma perversão do senso crítico, a ponto de que ao se possuir um objeto que não seja o último lançamento, mesmo cumprindo sua finalidade, pode se enfrentar constrangimentos.
Segundo Boltanski, a mídia é a grande divulgadora do consumo, investindo no público feminino, através de revistas que são lidas pelas mulheres das classes superiores, médias e populares, difundindo o comportamento e a necessidade da classe alta, aumentando o consumo de roupas, produto de beleza, bronzeadores, emagrecedores, etc. As necessidades virtuais são impostas como normas e padrões de consumo próprios das classes superiores, sob a ótica das classes dominantes. O autor cita as revistas francesas Elle e Marie-Claire, com versões em português para o Brasil, que visam as mulheres porque socialmente elas são detentoras da função de consumo. Elas prestam mais atenção ao corpo e exteriorizam mais seus gostos.
Tendo em vista que o índice de analfabetismo é alto no Brasil e o poder aquisitivo bem mais restrito que o francês, há que se pensar que as novelas, principalmente as da “emissora do plim, plim”, têm cumprido esse papel de manipulador e que vem massificando as escolhas. Para o mesmo autor, perder peso, fazer plástica e lipo aspiração são os cânones de beleza das classes superiores e o mal estar, a vergonha de não usufruir desses valores é a “vergonha de classe”.
O apelo ao consumo universaliza metaforicamente a finitude humana. As relações de afeto interpessoais e intrafamiliares são fragilizadas e inconsistentes nos programas e nas propagandas televisivas, que bombardeiam a qualquer hora, sem distinção da faixa etária que deve ser atingida. A exemplo dos objetos que se compra, utiliza por algum tempo e logo se despreza, o sujeito não cria vínculos estáveis com sua família nuclear, mas submete-se à tirania de ter mais e cada vez mais. É a alienação do poder econômico, gerando a alienação do consumismo, que por sua vez, gera a alienação das relações parentais. Essa deve ser uma das razões porque filhos abastados ou drogaditos têm sido notícia por terem assassinado seus genitores. Eles representavam uma lei ultrapassada, uma lei que devia permanecer, e por isso, eram um obstáculo ao vício do consumo.
A sociedade coletivamente não se deita no divã, mas o indivíduo ao deitar-se a traz consigo na sua formação, na sua subjetividade, na sua história, na sua cultura, nas suas relações sociais. O sintoma fala do sujeito singular e o habitus, segundo Bourdieu, fala do sujeito da cultura, analisado coletivamente. A sociedade é a grande família, as instituições sociais, funcionam como a grande lei que interdita. O desejo de consumo não existe apenas entre os que detêm o poder de adquiri-los. O apelo da mídia desperta necessidades de consumo em todas as camadas sociais. O consumismo desenfreado que parece nivelar a todos na pseudo democratização do desejo, tem sua face discriminatória e exclui o acesso. Muitos são chamados e pouco são os escolhidos. Muitos são seduzidos e poucos são os que podem se satisfazer.
Alguns burlam ou sublimam sua frustração aderindo às alternativas, aos similares, aos genéricos. Para Boltanski, quem tem dinheiro compra uma roupa de couro e quem não tem usa napa; quem pode, usa jóia e quem não pode, enfeita-se de bijuterias. Constata-se que há poder aquisitivo para o Mac Donald, para o Habibs e para os vendedores de lanche ambulantes. Há produção de objetos personalizados, caros, de produção restrita, com o nome e ao gosto do freguês para o primeiro grupo. Para o segundo, há uma produção em massa, indiferenciada, homogenizadora.
Existe o terceiro grupo que é maior em quantidade e não tem poder aquisitivo algum. É uma grande parcela da população que é hipnotizada pela mídia, tem o convite universal ao consumo, mas são todos excluídos, por não terem poder de compra. Essa frustração renovada é uma das causas da violência urbana, que banaliza a vida do ser humano, a ponto de valer menos do que um tênis, entre os rebeldes, aqueles mobilizam a força policial nos grandes centros, principalmente, nas grandes festas de consumo, tais como Natal e Carnaval. A frustração também causa a “doença dos nervos” que se manifesta nos corpos e no psiquismo dos enquadrados, dos que se resignam.
Exagerados ou sensíveis ao desenrolar dos acontecimentos, os diretores e roteiristas da sétima arte focalizam o outro lado da moeda. Estão anunciando que o homem, a sua realidade e sentimentos não passam de uma grande construção: tão frágil, quanto virtual. Anunciam que há o tempo de caçar e há o tempo de ser caçado. Sugerem que pode ocorrer a inversão e o grande consumidor pode ser consumido. É possível que nessa leitura cinematográfica, que questiona e ameaça o domínio e o direito do homem sobre sua vida e atos nas sociedades modernas, esteja a paranóia do criador que na sua ambivalência admira e teme o que criou...”
Dalva de Andrade Monteiro, Médica homeopata, psicanalista
A morte de um mestre | | | |
Mário Maestri | |
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Na madrugada desta sexta-feira, 22 de junho, faleceu, em Pernambuco, Manuel Correia de Andrade, aos 84 anos. O destacado geógrafo, historiador e cidadão brasileiro nasceu, em Pernambuco, em 3 de agosto de 1922, no engenho Jundiá, de sua família, no mesmo ano da fundação do Partido Comunista Brasileiro. Desde menino, foi sensível à realidade social, com a qual se deparou na própria propriedade rural familiar. No início dos anos 1940, ao completar os estudos secundários, decidiu-se tornar-se sociólogo. Em 1933 e 1936, o também pernambucano Gilberto Freyre obtivera consagração nacional e mundial com Casa-grande & senzala e Sobrados e mucambos.
Obrigado por dificuldades econômicas familiares a estudar em Pernambuco, Manuel Correia de Andrade ingressou na Escola de Direito de Recife e, três anos mais tarde, na Faculdade Particular de Geografia e História, fundada pelos jesuítas, hoje Universidade Católica de Pernambuco. Após formar-se, em Direito, em 1945, e Geografia e História, em 1947, dedicou-se a advogar, sobretudo para sindicatos operários, e à docência, nas disciplinas história e geografia, no ensino médio e superior, em Recife. Em 1952, optou pela dedicação exclusiva ao ensino e pesquisa, atividades que abraçou, por toda a vida, com singular brilhantismo.
Em entrevista publicada, em julho-setembro de 2000, na Revista Teoria e Debate, de São Paulo, com o seu bom humor proverbial, Manuel Correia de Andrade lembrou que foi introduzido ao marxismo pela mão de professor integralista, que apreciava a crítica social de Marx, apesar de impugnar suas propostas sociais. Na ocasião, destacou a importância que tiveram igualmente em sua formação Engels, Kautsky, Rosa Luxemburgo e Lenin.
Lembrou também que encerrou seus rápidos meses de militância comunista, após a queda da ditadura getulista, por lhe exigirem que interrompesse a leitura de Minha vida, de León Trotksy, pensador pelo qual teve, nesses anos de formação, “verdadeiro embevecimento”. Porém, as obras do marxista russo chegaram-lhes às mãos por caminhos menos exóticos, ao lhe serem entregues pelo primo Mário Pedrosa, o celebre intelectual e militante trotskista, também pernambucano.
Entre os pensadores nacionais que mais o influenciaram, Manuel Correia de Andrade destacava Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, Manoel Bomfim, Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior, Nelson Werneck, Sodré Josué de Castro. A Gilberto Freyre, agradeceu sempre pela indicação da leitura de A interpretação econômica da história, do historiador estadunidense Seligmann, professor do sociólogo na Universidade da Colúmbia.
Manuel Correia de Andrade destacou sempre a importância em sua formação do livro Evolução política do Brasil, do historiador marxista Caio Prado Júnior, de 1933, a quem era muito grato por lhe ter encomendado, prefaciado e publicado, na Editora Brasiliense, de sua propriedade, seu mais conhecido livro, A terra e o homem no Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste, mal-aceito nos meios acadêmicos da época pelo seu sentido social. Não sem maldade, lembrava que, se “tivesse publicado o livro em Pernambuco, ninguém teria tomado conhecimento”! Esse texto célebre seria proibido e apreendido, após 1964, por ordem da alta oficialidade do Exército.
Apesar de ter sido preso, quando jovem, duas vezes, por atividades políticas, Manuel Correia de Andrade jamais se envolveu sistematicamente na militância partidária, destacando-se sobretudo pela vida acadêmica e científica, longa, profícua e de profundo sentido social, na qual manteve, irredutível, as visões sociais de mundo que abraçara na juventude. Mesmo formando-se décadas antes do surgimento dos primeiros programas de Pós-graduação no Brasil, destacou-se na direção de trabalhos de pós-graduação e na fundação e direção do mestrado em Economia [1970-75] e de Geografia [1975-79] e como professor dos programas de Sociologia e de Desenvolvimento Urbano, todos em Pernambuco.
Conhecido sobretudo como geógrafo, Manuel Correia de Andrade era historiador criativo e perspicaz. Na interpretação do passado de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil, teve sempre presente a enorme e permanente importância da questão escravista. Seu estudo A guerra dos Cabanos, de 1964, é um clássico da história da luta de cativos e brancos-pobres em Alagoas e Pernambuco, no período regencial. Ao igual que Celso Furtado, preocupou-se muito com o processo de constituição tardio, desigual e inconcluso da unidade nacional brasileira. Em 1999, publicou As raízes do separatismo no Brasil, de cintilante atualidade.
Nesses tempos bicudos de homens públicos minúsculos, que o Nordeste também tem brindado o Brasil em número pra lá de avultado, são singulares a coerência e a elegância que o mestre Manuel Correia de Andrade imprimiu a todos os atos de sua vida, sempre socialmente produtiva. Ao morrer, julgava-se um homem rico: possuía biblioteca de uns quarenta mil títulos e escrevera, ao todo, mais de cem livros e 250 artigos acadêmicos.
Mário Maestri, 58, é historiador e professor do PPGH em História da UPF. E-mail: maestri@via-rs.net |
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Pegada ecológica e social
Para cada pessoa viver, é necessário uma pegada ecológica média geral (2,8 hectares). Mas Europa, EUA, Japão, Índia e China vivem muito acima daquilo que lhes é permitido por seus recursos ecológicos, com uma pegada que chega a 600%. O Planeta suportará?
Leonardo Boff
Quanto aguenta a Terra em sua generosidade ao nos forncecer todas ascondições para que possamos viver, nos reproduzir e coevoluir? Não só nósmas toda a comunidade de vida que vai das bactérias aos vegetais e animais?
Ela é um planeta pequeno, finito em seus recursos e já velho. Temos queviver dentro das capacidades de fornecimento e de reposição, próprios daTerra e não ao nosso bel prazer. A espécie homo sapiens/demens ocupou 83% do planeta e consumiu excessivamente a ponto de a Terra já ter ultrapassado em 25% sua capacidade de recarga. A seguir esta lógica, o planeta quebra como qualquer empresa que gasta mais do que ganha.
Como todos extraem da Terra seus recursos para viver, quanto de chão cada um precisa para garantir sua sobrevivência? Quanto de terra produtiva, áre aflorestal, energia, habitação, água, mar, urbanização e capacidade de absorção dos dejetos cada pessoa necessita? A esse conjunto de fatores ecológicos e sociais se chama de pegada ecológica e social, expressão cunhada por Martin Rees e Mathis Wackernagel ao fazerem um estudo sobre o tema para o Conselho da Terra em 1977. Eles tomaram como referência de cálculo o número de hectares necessários para que cada um, cada cidade e cada pais possam viver de forma minimamente decente. O planeta dispõe de 10,8 bilhões de hectares produtivos que é menos que 25% de sua superfície.
Para cada pessoa viver fazem-se necessários pelo menos 2,8 hectares. Esta seria a pegada ecológica média geral.
Como 18% da humanidade consome 80% dos recursos vitais e os hábitos de consumo variam consoante as regiões e as culturas, varia também aporcentagem de hectares per capita usados. Assim a Europa, os EstadosUnidos, o Japão, a Índia e a China vivem muito acima daquilo que lhes épermitido por seus recursos ecológicos, com uma pegada que vai de 200% até 600% (é o caso do Japão) de sua biocapacidade nacional. Isto significa que se uma região se apropria de mais hectares para manter seu alto nível de consumo (Norte), a outra deverá forçosamente ocupar menos (Sul). Em outras palavras, o consumo alto de um pais ou região comporta um subconsumo baixo no outro. Por aí se entende a profunda falta de equidade na repartição dos bens e o caráter desigual de todo o processo de produção e consumo mundial.
A biocapacidade total do território brasileiro é de 18.615.000 pontos. Apegada ecológico-social brasileira é de 2,6 hectares. Nossa biocapacidadeexcede tanto a nossa demanda que o Brasil poderia ser a mesa posta para as fomes e as sedes do mundo inteiro. Mas nos paises notam-se profundasdiferenças. Enquanto um habitante de Bengladesh possui uma pegada de 0,5 hectares, a de uma norte-americano é de 9,6. Em outras palavras, se todos os habitantes da Terra tivessem o nível de consumo norte-americano,precisaríamos de três Terras semelhantes a nossa para garantirmos osrecursos energéticos e materiais suficientes. Vivemos, pois, sem nenhuma
humanidade e solidariedade. Por isso esse modo de viver é totalmenteinsustentável e pode levar ecologicamente a Terra a um colapso.
O ideal que a Carta da Terra propõe para todos é um "modo sustentável deviver": produzir em consonância com os sistemas vivos, contendo nossavoracidade e dando tempo para que a Terra se regenere e continue a oferecer a nós e à comunidade de vida tudo o que todos precisam.
Leonardo Boff é teólogo e escritor.
domingo, 24 de junho de 2007
DEPOIS DE TRÊS ANOS INTER PERDE GRE-NAL | ||
Depois de ficar três anos sem perder um clássico Gre-Nal, o Internacional foi derrotado pelo Grêmio por 2 a 0 na noite deste domingo no Beira-Rio em partida válida pela sétima rodada do Brasileirão. Agora, o time parte para o enfrentamento diante do Atlético Mineiro no próximo sábado. O atual campeão do mundo Fifa e da Tríplice Coroa entrou com duas novidades em relação à equipe que havia empatado com o Flamengo na última rodada, no Maracanã. O lateral Marcão começou uma partida pela primeira vez na defesa enquanto o atacante Adriano atuou ao lado de Iarley na frente.
Já o atual vice da Copa Libertadores da América fez algumas mudanças em relação à equipe que perdeu para o Boca Juniors na última quarta-feira. A principal novidade foi a escalação de Lúcio no meio-campo, enquanto Bruno Telles ficou na lateral-esquerda. Outras modificações foram as entradas de Ramon no meio e de Schiavi na defesa.
Os dois times entraram em campo com uma camisa branca pedindo paz aos torcedores. Nas arquibancadas, a torcida colorada fazia uma bonita festa, como é tradicional nos jogos do Beira-Rio. Antes do jogo, cantou o Hino Rio-Grandense demonstrando orgulho. O Inter começou tentando marcar pressão a saída de bola do rival, que, por sua vez, se postava com nove jogadores atrás e apenas Amoroso à frente. O time colorado buscava os avanços pelos lados com Marcão e Alex, pela esquerda, e Wellington Monteiro e Ceará, pela direita.Aos 5min10seg, Ceará chutou forte de fora da área e o goleiro Saja defendeu.
Em alguns momentos, o Grêmio pressionava a saída de bola também e dificultava a saída de jogo. Em uma dessas pressões, aos 7min, Lúcio roubou a bola na intermediária, driblou dois jogadores, entrou na área e chutou no canto de Clemer: Grêmio 1 a 0. Aos 13min20seg, saiu Amoroso e entrou Everton no time gremista. Aos 14min, Adriano ganhou na velocidade de Schiavi e foi derrubado quase na meia-lua da área. Na cobrança, aos 15min50seg, Pinga chutou por cima. Aos 19min, Sandro Goiano cobrou falta para a área e William cabeceou ao lado. A partir dos 20min, o Inter passou a dominar o jogo buscando o gol de empate com troca de passes para furar o bloqueio adversário. Aos 29min30seg, Iarley recebeu passe na área, driblou Saja e fez o gol, mas o juiz anulou o lance por impedimento e ainda deu cartão para o atacante colorado.
Aos 33min20seg, a melhor chance de gol do Inter na primeira etapa. Iarley recebeu grande passe na área e chutou, mas o zagueiro Schiavi se jogou na bola e salvou de carrinho. Na sobra, Ceará concluiu por cima. Aos 34min55seg, Diego Souza cobrou falta da intermediária e Clemer defendeu. Depois disso, pouca coisa ocorreu de importante até o final da primeira etapa. No intervalo, entrou o centroavante Christian e saiu o zagueiro Sidnei no Inter para buscar a virada. Com a modificação, Edinho passou para a defesa, enquanto o time colorado ficou com três atacantes: Iarley, Adriano e Christian.
A modificação tentou fazer com que o Inter tentasse as jogadas de cruzamentos para o centroavante Christian. Aos 7min40seg, Iarley recebeu na área, avançou até a pequena área e chutou, mas Gavilán salvou de carrinho. O Grêmio respondeu aos 9min25seg em uma cobrança de falta de Diego Souza, que Clemer defendeu. O Inter tentou pressionar, mas concedeu espaços para os contra-ataques. Aos 15min, a bola foi cruzada na área e Schiavi cortou com a mão a bola, mas o juiz Wilson Seneme não marcou o pênalti. Aos 20min, em uma jogada de contra-golpe, Diego Souza recebeu passe de Everton e chutou forte na entrada da área para fazer o segundo gol.
Aos 24min30seg, Wellington Monteiro tentou arrematar de fora da área, a bola desviou na zaga e passou ao lado do gol. Aos 26min, entrou Rubens Cardoso e Mossoró no Inter e saíram Pinga e Marcão. Aos 29min40seg, Alex tocou para Christian cabecear ao lado do gol. Aos 36min, Rubens Cardoso se lesionou e teve que sair. Como já havia feito as três substituições, o Inter teve que atuar os últimos minutos com 10 atletas.Aos 46min50seg, Everton recebeu na área e chutou ao lado do gol. Foi o último lance do jogo. “Nosso time brigou e batalhou até o final para a buscar um bom resultado. Fomos um time guerreiro. O Iarley teve duas chances de gol, mas infelizmente saímos derrotados”, avaliou o goleiro Clemer. Internacional (0): Clemer; Ceará, Índio, Sidnei (Christian, intervalo) e Marcão (Rubens Cardoso, 26min2ºt); Edinho, Wellington Monteiro, Alex e Pinga (Mossoró, 26min2ºt); Iarley e Adriano. Técnico: Alexandre Gallo. Grêmio (2): Saja; Patrício, Schiavi, William e Bruno Telles; Gavilán, Sandro Goiano, Diego Souza, Lúcio e Ramon (Edmílson); Amoroso (Everton). Técnico: Mano Menezes. Gols: Lúcio (G), aos 7min do primeiro tempo, Diego Souza (G), 20min do segundo tempo. Cartões amarelos: Schiavi, Saja, Bruno Teles, Sandro Goiano (I), Alex, Mossoró, Pinga, Sidnei, Iarley (I). Renda: R$ 511.398,00. Público: 33.478 (30.372 pagantes). Arbitragem: Wilson Luiz Seneme/SP (Fifa), auxiliado por Carlos Augusto Nogueira Júnior/SP e Evandro Luis Silveira/SP. Local: Estádio Beira-Rio. Fotos: Alexandre LopsFonte: Internacional | ||
RAUL SEIXAS - Discografia
Com pouco mais de 20 anos de carreira, tendo composto e gravado dezenas de músicas que se tornaram hinos do rock nacional, Raul Seixas mantém uma imensa legião de fãs e é considerado o símbolo de toda uma geração, um dos artistas mais queridos e cultuados do Brasil até hoje, aproximadamente 18 anos após sua morte.Nascido em Salvador, Bahia, em 1945, foi influenciado desde a sua adolescência por norte-americanos como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis e pela música baiana de Luís Gonzaga. Essa mistura cultural poderia ser facilmente percebida mais tarde, em toda a extensão de sua obra.Criou, no início da década de 60, a sua primeira banda, Raulzito e os Panteras, que apesar de ter sido a banda de rock mais popular da Bahia na época, resultou em um grande fracasso de vendas.Decepcionado, começou a trabalhar na CBS (atual Sony) do Rio de Janeiro, onde seria o produtor dos grandes artistas da jovem guarda como Jerry Adriani, mas foi demitido quando descobriram que, sem permissão, havia gravado o álbum “Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das Dez”, utilizando os estúdios da empresa.Desempregado, decidiu tentar a sorte novamente como cantor e participou do FIC, Festival internacional da Canção, evento realizado pela Rede Globo, em 1972. A música “Let Me Sing Let Me Sing”, chegou até as finais e toda essa exposição na mídia, valeu-lhe a gravação do compacto “Ouro de Tolo” pela Philips, que lançaria, no ano seguinte, o seu álbum de estréia.Intitulado “Krig-Ha Bandolo!”, esse disco trazia letras em parceria com o esotérico Paulo Coelho e, após fundarem o movimento da Sociedade Alternativa, foram exilados para os Estados Unidos por serem considerados subversivos pelo regime militar.Em 1974, após o lançamento do clássico “Gita”, retornou ao Brasil e acompanhou a excelente repercussão do trabalho, além de receber disco de ouro. Durante os anos 70, ainda gravou vários ‘hits’, entre eles “Carimbador Maluco”, “Há Dez Mil Anos Atrás” e “O Dia em que a Terra Parou”, mas os problemas ainda estavam por vir.Na década de 80, Raul começou a apresentar sérios problemas de saúde, relacionados principalmente ao consumo excessivo de álcool, o que começou a prejudicar visivelmente a sua carreira. Mesmo assim, continuou gravando faixas inesquecíveis como “Metamorfose Ambulante”, “Al Capone”, “Mosca na Sopa”, “Maluco Beleza”, “Rock das Aranha”, “Plunct Plact Zum”, “Metrô Linha 743”, “Cowboy Fora da Lei”, entre outras de suma importância para a música brasileira. Em 1988, iniciou uma parceria com Marcelo Nova, resultando no que seria o último álbum inédito do Maluco Beleza, intitulado “A Panela do Diabo”, lançado em 1989. Nesse mesmo ano, porém, Raul teve sérias complicações de saúde e veio a falecer, em 21 de agosto, devido a uma pancreatite aguda, causada pelo álcool.Mas o fenômeno Raul Seixas não morreu: quando hoje nos deparamos com os inúmeros fã clubes, artistas covers, regravações de suas músicas por músicos consagrados, o lançamento constante de coletâneas e o de cerca de 13 livros a respeito de sua vida e sua obra, temos a certeza de que a mensagem foi passada, a certeza da missão cumprida.Em 2003, comemorando 30 anos do primeiro lançamento solo de Raul, chegou às lojas “Anarkilópolis”. O álbum é, na verdade, uma compilação de faixas em que grandes nomes da música tiveram participação especial como Sérgio Dias, Pepeu Gomes, Marcelo Nova e Frejat. O destaque, no entanto, ficou com a inédita “Anarkilópolis”, composta e gravada em 1984 e que é considerada a primeira versão de “Cowboy Fora da Lei”.
DISCOGRAFIA
Raul Seixas - 1968 - Rauzito e os Panteras
01. Brincadeira02. Por Quê? Prá Quê?03. Um minuto Mais ( I Will)04. Vera Verinha05. Você Ainda Pode Sonhar (Lucy In The Sky With Dimonds)06. Menina de Amaralina07. Triste Mundo08. Dá-Me Tua Mão09. Alice Maria10. Me Deixa Em Paz11. Trem 10312. O Dorminhoco
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Raul Seixas - 1971 - Sessão das Dez
01. Êta Vida02. Sessão das Dez03. Eu Vou Botar Pra Ferver04. Eu Acho Graça05. Chorinho Inconsequente06. Quero Ir07. Soul Tabarôa08. Todo Mundo Está Feliz09. Aos Trancos E Barrancos10. Eu Não Quero Dizer Nada11. Dr. Paxeco
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Raul Seixas - 1973 - Krig-Ha, Bandolo!
Introdução ( Raul aos 9 anos)01. Mosca na Sopa02. Metamorfose Ambulante03. Dentadura Postiça04. As Minas do Rei Salomão05. A Hora do Trem Passar06. Al Capone07. How Could I Know08. Rockixe09. Cachorro Urubu10. Ouro de Tolo
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Raul Seixas - 1973 - Os 24 Maiores Sucessos Da Era Do Rock
01. Rock Around the Clock02. Blue Suede Shoes03. Tutti Frutti04. Long Tall Sally05. Rua Augusta06. O Bom07. Poor Little Fool08. Bernardine09. Estúpido Cupido (Stupid Cupid)10. Banho de Lua (Tinterella di Luna)11. Lacinhos Cor-de-Rosa (Pink Shoes Laces)12. The Great Pretender13. Diana14. Little Darling15. Oh! Carol16. Runaway17. Marcianita18. É Proibido Fumar19. Pega Ladrão20. Jambalaya21. Shake, Rattle and Roll22. Bop-A-Lena23. Only You24. Vem Quente Que Eu Estou Fervendo
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Raul Seixas - 1974 - Gita
01. Super Heróis02. Medo da Chuva03. As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor04. Água Viva05. Moleque Maravilhoso06. Sessão das 1007. Sociedade Alternativa08. O Trem das Sete09. S O S10. Prelúdio11. Loteria de Babilônia12. Gita
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Raul Seixas - 1975 - Novo Aeon
01. Tente Outra Vez02. Rock do Diabo03. A Maçã04. Eu Sou Egoísta05. Caminhos I06. Tú És o MDC Da Minha Vida07. A Verdade Sobre A Nostalgia08. Para Nóia09. Peixuxa (O Amiguinhos dos Peixes)10. É Fim do Mês11. Sunseed12. Caminhos II13. Novo Aeon
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Raul Seixas - 1976 - Há Dez Mil Anos Atrás
01. Canto Para a Minha Morte02. Meu Amigo Pedro03. Ave Maria da Rua04. Quando Voce Crescer05. O Dia da Saudade06. Eu Também Vou Reclamar07. As Minas do Rei Salomão08. As Minas do Rei Salomão09. O Homem10. Os Números11. Cantiga de Ninar12. Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás
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Raul Seixas - 1977 - O Dia Em Que A Terra Parou
01. Tapanacara02. Maluco Beleza03. O Dia em que a Terra Parou04. No Fundo do Quintal da Escola05. Eu Quero Mesmo06. Sapato 3607. Você08. Sim09. Que Luz É Essa10. De Cabeça pra Baixo
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Raul Seixas - 1977 - Raul Rock Seixas
01. My Way02. Trouble03. The Diary04. My Baby Left Me05. Thirty Days06. Rip It Up07. All I Have To Do Is Dream08. Put Your Head On My Shoulder09. Dear Someone10. Do You Know What It Means To Miss New Orleans11. Lucille12. Corrine Corrina13. Ready Teddy14. Hard Headed Woman15. Baby I Don´t Care16. Just Because17. Bye Bye Love18. Be Bop A Lula19.Love Letters in the Sand20. Hello Mary Lou21. Blue Moon of Kentucky22. Asa Branca
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Raul Seixas - 1978 - Mata Virgem
01. Judas02. As Profecias03. Tá Na Hora04. Planos de Papel05. Conserve Seu Medo06. Negócio É07. Mata Virgem08. Pagando Brabo09. Magia de Amor10. Todo Mundo Explica
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Raul Seixas - 1979 - Por Quem Os Sinos Dobram
01. Ide A Mim Dada02. Diamante de Mendigo03. A Ilha da Fantasia04. Na Rodoviária05. Por Quem os Sinos Dobram06. O Segredo do Universo07. Dá-lhe Que Dá08. Movido a Álcool09. Réquiem para uma Flor
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Raul Seixas - 1980 - Abre-te Sésamo
01. Abre-te Sésamo02. Aluga-se03. Anos 8004. Angela05. Conversa prá Boi Dormir06. Minha Viola07. Rock das "Aranha"08. O Conto do Sábio Chinês09. Só prá Variar10. Baby11. E Meu Pai12. A Beira do Pantanal
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Raul Seixas - 1983 - Raul Seixas
01. DDI (Discagem Direta Interestelar)02. Coisas do Coração03. Coração Noturno04. Não Fosse o Cabral05. Quero Mais06. Lua Cheia07. O Carimbador Maluco08. Segredo da Luz09. Aquela Coisa10. Eu Sou Eu, Nicuri É o Diabo11. Capim Guiné12. Babilina13. So Glad You're Mine
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Raul Seixas - 1983 - Vivo
01. Rock Do Diabo02. So Glad You're Mine03. My Baby Left Me04. Ain't She Sweet05. Do You Know What Means To Miss New Orleans06. Barefoot Ballad07. Blue Moon Of Kentucky-Asa Branca08. Roll Over Beethoven09. Blue Suede Shoes10. Be-Bop-A-Lula11. Rock Das Aranhas12. Maluco Beleza13. Sociedade Alternativa14. Rockixe15. Metamorfose Ambulante16. Trem Das Sete17. Prelúdio18. Medley (Gita-Ouro de Tolo-Eu Nasci Há 10.000)
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Raul Seixas - 1984 - Metrô Linha 743
01. Metrô Linha 74302. O Messias Indeciso03. Meu Piano04. Quero Ser o Homem eu Sou (Dizendo a Verdade)05. Canção do Vento06. Mamãe Eu Não Queria07. Mas I Love You (Prá Ser Feliz)08. Eu Sou Egoísta09. Trem das Sete10. Geração da Luz
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Raul Seixas - 1985 - Let Me Sing My Rock And Roll
01. Introdução (Raul no Estúdio Free/Dez 1979) 02. Let Me Sing, Let Me Sing03. Teddy Boy, Rock e Brilhantina04. Eterno Carnaval05. Caroço de Manga06. Loteria da Babilônia07. Não Pare na Pista08. Como Vovó Já Dizia09. Um Som para Laio10. Rua Augusta11. O Bom12. Canto para Minha Morte13. Love is Magick14. Blue Moon of Kentucky15. Asa Branca16. 2ª parte da introdução
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Raul Seixas - 1986 - Raul Rock Seixas Vol. 2
01. As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor 02. Não Pare na Pista03. Tu És o MDC da Minha Vida04. A Verdade Sobre a Nostalgia05. Teddy Boy, Rock e Brilhantina06. Loteria da Babilônia07. Como Vovó Já Dizia08. Al Capone09. Ave Maria da Rua10. Um Som para Laio11. Rockixe12. S.O.S.
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Raul Seixas - 1987 - Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
01. Abertura02. Quando Acabar o Maluco Sou Eu03. Cowboy Fora da Lei04. Para Nóia II05. I Am (Gita)06. Cambalache07. Loba08. Canceriano Sem Lar (Clínica Tobias Blues)09. Gente10. Cantar
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Raul Seixas - 1988 - A pedra do Gênesis
01. A Pedra do Gênesis02. A Lei03. Check Up04. Fazendo o que o Diabo Gosta05. Cavalos Calados06. Não Quero Mais Andar na Contra-Mão07. I Don´t Really Need You Anymore08. Lua Bonita09. Senhora Dona Persona10. Areia na Ampulheta
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Raul Seixas - 1989 - A Panela do Diabo
01. Be Bop A Lula02. Rock'n'Roll03. Carpinteiro do Universo04. Quando Eu Morri05. Banquete de Lixo06. Pastor João e a Igreja Invisível07. Século XXI08. Nuit09. Best Seller10. Você Roubou Meu Videocassete11. Cãimbra no Pé
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Raul Seixas - 1992 - O Baú do Raul
01. Medley: Apres. Tv: Be Bop a Lula/ Jailhouse Rock02. Nanny03. How Could I Know04. Let Me Sing, Let Me Sing05. Eu Sou Eu, Nicuri é o Diabo06. Metamorfose Ambulante07. Ouro de Tolo08. Todo Mundo Explica09. Can´t Help Falling in Love10. Wee Wee Hours11. Keeps on a Raining12. Kansas City13. Honey Don´t14. I´ll Cry Instead15. Sou o que Sou
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Raul Seixas - 1995 - Se O Rádio Não Toca
01. Medley/Al Capone/Rockie/Prelúdio02. Se O Rádio Não Toca03. Loteria De Babilônia04. Água Viva05. Lua Bonita06. Monólogo07. Sessão Das Dez08. Gita09. Como Vovó Já Dizia10. As Aventuras De Raul Seixas Na Cidade11. S.O.S.12. Metamorfose Ambulante13. O Trem Das Sete14. Não Pare Na Pista15. Sociedade Alternativa16. Rock Around The Clock
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Raul Seixas - 1998 - Documento
01. Love is Magick02. Morning Train (O Trem das Sete)03. Faça, Fuce, Force04. Blue Moon of Kentucky05. Orange Juice (S.O.S.)06. Check Up07. How Could I Know08. Rockixe09. White Wings (Asa Branca)10. Fool's Gold (Ouro de Tolo)11. Let Me Sing, Let Me Sing12. Se o Rádio Não Toca13. É Fim de Mês
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Raul Seixas - 1998 - MPB No JT Ao Vivo
01. Rock Das Aranhas02. Maluco Beleza03. Sociedade Alternativa04. Metamorfose Ambulante05. Medley=Gita-Ouro de Tolo-Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás06. Medley=Al Capone-Rockixe-Prelúdio-Como Você07. S.O.S.08. O Trem Das Sete09. Não Pare Na Pista10. Rock Around The Clock11. Carimbador Maluco12. Capim-Guiné
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Os Filhos - Gibran Kahlil Gibran
E ele falou:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Copiado de:AmigosdoFreud
Gibran Kahlil Gibran
Emigra para os Estados Unidos em 1894, com a mãe, o irmão Pedro e as duas irmãs Mariana e Sultane. Foram morar em Boston mas o pai permaneceu em Bsharri.
Voltou ao Líbano para completar seus estudos árabes. Matriculando-se no Colégio da Sabedoria, em Beirute. Ao diretor, que procurava acalmar sua ambição impaciente, dizendo-lhe que uma escada deve ser galgada degrau por degrau, Gibran respondeu: "Mas as águias não usam escadas!"
Sua mãe e seu irmão morrem em 1903. Nesta época, Gibran começou a escrever poemas e meditações para Al-Muhajer (O Emigrante), um jornal árabe publicado em Boston. Seu estilo novo, cheio de música, imagens e símbolos, atraiu a atenção do Mundo Árabe. Além de escrever ele desenhava e pintava. Uma exposição de seus primeiros quadros despertou o interesse de uma diretora de escola americana, Mary Haskell, que lhe ofereceu custear seus estudos artísticos em Paris. Em Paris, estudou na Académie Julien trabalhando freneticamente. Em 1910, volta para Boston e, no mesmo ano, muda-se para Nova York, onde permaneceu até o fim da vida. Morava só num apartamento sóbrio que ele e seus amigos chamam As-Saumaa (O Eremitério).
Ao mesmo tempo em que escrevia, Gibran se dedicava a desenhar e pintar. Sua arte, inspirada pelo mesmo idealismo que lhe inspirou os livros, distingue-se pela beleza e a pureza das formas. Todos os seus livros em inglês foram por ele ilustrados com desenhos evocativos e místicos, de interpretação às vezes difícil, mas de profunda inspiração. Seus quadros foram expostos várias vezes com êxito em Boston e Nova York. Seus desenhos de personalidades históricas são também célebres.
Copiado de: AmigosDoFreud