quinta-feira, 6 de março de 2008

Colômbia: Israel sul-americano?


por jpereira — BrasilDeFato

Contribuidores: Beto Almeida

Para os EUA, seria uma “ducha fria” um abandono da escalada militarista e uma opção negociada, conforme sustentam VEN, EQU, BRA, ARG, SUI, CUB e FRA
Para os EUA, seria uma “ducha fria” um abandono da escalada militarista e uma opção negociada, conforme sustentam VEN, EQU, BRA, ARG, SUI, CUB e FRA


Beto Almeida


Muitas conclusões podem ser extraídas a partir da violação da soberania nacional do Equador pelo Exército da Colômbia, interrompendo de modo sangrento os entendimentos com as Farcs para a liberação de outros detidos, entre eles a ex-candidata presidencial Ingrid Bettancourt. Como se trata de uma cidadã franco-colombiana e há especial interesse do governo da França em sua libertação, a ação cirúrgica militar colombiana – que matou 17 guerrilheiros das Farc, entre eles o Comandante Raul Reyes, conhecido por sua característica de exímio negociador político – também deve ser entendida como um alerta ao governo de Sarkosy para que não se meta em negociações que contrariem a linha estadunidense de militarização da região amazônica.


Também deve ser considerado que os mísseis estavam apontados para eliminar a perspectiva de abrir um caminho de negociação para este conflito, especialmente pela representatividade e interlocução que Raul Reyes possuía no mundo político internacional. Se compararmos com o que ocorreu na África do Sul, com Mandela saindo da prisão e conduzindo o movimento que liderava, o CNA, da luta armada para a vitória eleitoral; ou no da OLP, em que Arafat saiu do exílio e da semi-clandestinidade para eleger-se como Autoridade Nacional Palestina (ainda que a questão palestina não tenha sido plenamente resolvida), revela-se que há uma pressão estadunidense sobre o governo de Uribe para não transigir na linha militarista. Para os EUA, que recentemente aprovaram o novo Orçamento nacional destinando quase metade dos recursos (1,5 trilhão de dólares) para a indústria militar, seria uma “ducha fria” qualquer abandono da escalada militarista e uma opção negociada, conforme vem sendo sustentada por governos como da Venezuela, Equador, Brasil, Argentina, Suíça, Cuba e França.


Ou seja, a ação procura sepultar a linha de distensão política, que é uma das bandeiras carregadas na caravana da Integração Latino-americana. A indústria bélica aplaude, calcula seus lucros e a humanidade, seus cadáveres. Para uma economia estadunidense em crise, um dólar em decadência acelerada e o barril do petróleo superando 104 dólares, nada melhor para o império que encontrar outro pretexto para novos desembarque de tropas, sobretudo numa Amazônia rica em petróleo, nióbio,silício, urânio, biodiversidade, água, ouro, bauxita etc.


Um maior envolvimento militar estadunidense, expandindo o Plano Colômbia, revela o realismo e a objetividade que cercam muitos dos documentos estratégicos dos militares brasileiros, nos quais realçam a vulnerabilidade da Amazônia Brasileira, destacam a perigosa obsolescência dos equipamentos da Defesa Brasileira e, de quebra, lembram que todos os orçamentos militares de todos os países do mundo, somados, não alcançam o orçamento do Pentágono.


Aliás, muitos dos políticos brasileiros que foram responsáveis pela destruição neoliberal dos equipamentos de defesa, como parte da demolição do estado, agora querem ver no presidente Chávez o protagonista de uma suposta “carreira armamentista”, quando os números apontam a Colômbia e o Chile como os dois países mais bem armados da América do Sul. Destaque-se afirmação das autoridades da Marinha do Brasil de que as plataformas marítimas da Petrobrás estão vulneráveis a ataques terroristas e do Comando da Aeronáutica revelando que 63 por de suas aeronaves não voam.


A visita de uma alta patente militar do Comando Sul dos EUA à Bogotá às vésperas da operação militar em território equatoriano, bem como a existência de uma base militar estadunidense no solo da Colômbia a cerca de 900 km do ataque – de onde pode ter partido a operação – também chamam poderosamente a atenção pelas características da ação. Uma operação muito semelhante àquelas utilizadas por israelenses para a eliminação de lideranças palestinas, provavelmente contando também com o uso de satélites, serve de advertência para uma linha de acontecimentos encadeados que apontam para a transformação da Colômbia num Israel da América do Sul, travando a integração econômico-social, a cooperação regional, e desviando energia político-social e recursos humanos do combate à miséria e ao subdesenvolvimento para a esfera militar. Onde estão situadas as principais indústrias militares no mundo?


Beto Almeida é jornalista e membro do Conselho Editorial do jornal Brasil de Fato

quarta-feira, 5 de março de 2008

Gil canta Soy Loco Por Ti América, no show Eletroacústico.

Billy Cobham - The Best Of (1975)

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Brigada Militar Gaúcha age de forma truculenta com agricultoras

Em ação em área ilegal da Stora Enso, no Rio Grande do Sul, Brigada Militar prende e agride militantes. Ainda não se sabe a quantidade de mulheres feridas. Cerca de 250 crianças foram separadas de suas mães e deitadas no chão com as mãos na cabeça

Em ação em área ilegal da Stora Enso, no Rio Grande do Sul, Brigada Militar prende e agride militantes. Ainda não se sabe a quantidade de mulheres feridas. Cerca de 250 crianças foram separadas de suas mães e deitadas no chão com as mãos na cabeça
Mayrá Lima de Brasília (DF)


O acampamento das mulheres da Via Campesina na Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul (RS), foi invadido de forma violenta por um contingente da Brigada Militar por volta das 17h desta terça-feira (4). As primeiras informações da área registram que há centenas de agriculturas feridas sendo impedidas pelos policiais de receber atendimento médico. As cerca de 250 crianças que estavam no acampamento foram separadas das mães e colocadas deitadas com as mãos na cabeça. Ferramentas de trabalho foram apreendidas e barracos destruídos.

Pela manhã, cerca de 900 mulheres da Via Campesina ocuparam a fazenda Tarumã, de 2,1 mil hectares, em Rosário do Sul, a aproximadamente 400 km de Porto Alegre. Elas chegaram na área por volta das 6 horas da manhã e imediatamente iniciaram o corte de eucaliptos e o plantio de árvores nativas. Em nota distribuída à imprensa as mulheres declaram que a “ação é legítima. A Stora Enso é que é ilegal. Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma Pampa e contra a soberania alimentar de nosso Estado que está cada vez mais sem terra para produzir alimentos. Estamos arrancando o que é ruim e plantando o que é bom para o meio-ambiente e para o povo gaúcho”.

Durante o dia, a Brigada Militar já havia agredido um grupo menor de camponesas na entrada da fazenda e coagido os jornalistas que estavam na área cobrindo o episódio. Um cinegrafista foi detido por mais de uma hora e a sua fita com o registro da agressão apreendido.

Essa também não foi a primeira ação violenta promovida pela governadora Yeda Crusius (PSDB). A Via Campesina condena a ação e denuncia que a tucana coloca o aparato policial do Estado a serviço de uma de suas maiores financiadoras de campanha, a transnacional Stora Enso.

“As empresas de celulose prometem gerar emprego e desenvolvimento. Mas onde elas se instalam só aumenta o êxodo rural e a pobreza. Os trabalhos que geram são temporários, sem direitos trabalhistas, em condições precárias. Um exemplo é a Fazenda Tarumã em Rosário do Sul que gera somente dois empregos permanentes e alguns empregos temporários. Se essa área fosse destinada para a reforma agrária poderiam ser assentadas 100 famílias, gerando no mínimo 300 empregos diretos permanentes. Portanto, a reforma agrária e a agricultura camponesa é que são a melhor alternativa para preservar a biodiversidade, gerar trabalho e renda para a população do campo e alimentos saudáveis e mais baratos para quem mora nas cidades”, explicam, na nota, as mulheres da Via Campesina.


Ilegalidades no Brasil

A Stora Enso é uma companhia sueco-finlandesa e pela legislação brasileira (lei nº 6.634 de 1979; e o artigo 20, parágrafo 2, da Constituição Federal) estrangeiros não pode adquirir terras em uma faixa de 150 km da fronteira do Brasil. Mas essa transnacional vem comprando dezenas de áreas no Rio Grande do Sul próximo à divisa com o Uruguai, país onde a empresa também tem plantios. A meta é formar uma base florestal de mais de 100 mil hectares e implantar fábricas na região.

Inicialmente a Stora Enso adquiriu as terras em nome da empresa Derflin, que é o braço da transnacional para produzir matéria-prima. Como a Derflin também é estrangeira, não conseguiu legalizar as áreas. Por isso, a Stora Enso criou uma empresa laranja: a agropecuária Azenglever, de propriedade de dois brasileiros: João Fernando Borges e Otávio Pontes (diretor florestal e vice-presidente da Stora Enso para a América Latina, respectivamente). Eles são atualmente os maiores latifundiários do Rio Grande do Sul.

Cerca de 50 fazendas, totalizando mais de 45 mil hectares já foram registradas em nome da Agropecuária Azenglever. Entre essas áreas está a Tarumã, ocupada pelas mulheres. Há um inquérito na Polícia Federal responsável para investigar o crime, mas a empresa continua agindo livremente.


Reivindicações

As mulheres da Via Campesina pedem anulação das compras de terra feitas ilegalmente pela Stora Enso na faixa de fronteira e expropriação dessas áreas para a reforma agrária. Somente nos 45 mil hectares que estão em nome da Azenglever daria para assentar 2.250 famílias, gerando 6.750 empregos diretos. Atualmente 2,5 mil famílias estão acampadas no Rio Grande do Sul e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) alega não ter terras para fazer assentamento.

Além disso, as militantes reivindicam a retirada dos projetos no Senado e na Câmara Federal que propõem a redução da faixa de fronteira. Na avaliação das mulheres, essa medida só beneficia empresas estrangeiras.

A ação desta terça-feira marca o início da Jornada Nacional de Luta das Mulheres da Via Campesina contra o Agronegócio e Por Soberania Alimentar.
(Leia mais: Redução da faixa de fronteira avança no Senado; Stora Enso beneficiada).


Manifesto das Mulheres da Via Campesina


Nós mulheres da Via Campesina do Rio Grande do Sul estamos mais uma vez mobilizadas, nesta semana do 8 de março, para intensificar nossa luta contra o agronegócio e em defesa da soberania alimentar da população brasileira.


A soberania alimentar é o direito dos povos de produzir sua comida respeitando a biodiversidade e os hábitos culturais de cada região. Hoje em nosso país as riquezas naturais estão sob domínio das empresas multinacionais do agronegócio e a população tem cada vez menos acesso à terra, à água e aos alimentos.

Nós mulheres somos as primeiras a serem expulsas das atividades agrícolas nas áreas onde avança o agronegócio. Nosso trabalho é importante em uma agricultura camponesa porque sabemos produzir alimentos. Mas as empresas do agronegócio não estão preocupadas em produzir comida, só em produzir lucro transformando o campo em desertos verdes (de eucalipto, de soja, de cana). Um dos desertos que mais cresce em nosso Estado é o de eucalipto para celulose.

As empresas de celulose estão fechando fábricas nos Estados Unidos e na Europa e vindo para a América Latina. Aqui encontram muita terra, água, clima favorável e governos dispostos a atender seus interesses. Mais de 90% da produção de celulose do Brasil é para exportação. Assim, reduzimos a produção de comida, destruímos a biodiversidade, aumentamos a pobreza e a desigualdade para atender a demanda de lucro das empresas e um estilo de vida consumista nos países ricos. Esse é o papel horroroso que o Brasil cumpre hoje no mundo.

Uma das empresas responsáveis pelo avanço do deserto verde no Rio Grande do Sul é a Stora Enso, multinacional sueco-finlandesa. Pela lei brasileira estrangeiros não podem ter terra em uma faixa de 150 km da fronteira do Brasil com outros países. Acontece que a Stora Enso já tem milhares de hectares plantados no Uruguai e é exatamente próximo da fronteira gaúcha com este país que essa gigante do ramo de papel e celulose quer formar uma base florestal de mais de 100 mil hectares.

Inicialmente a Stora Enso tentou comprar as terras em nome da empresa Derflin, o braço da multinacional para produção de matéria prima, que por ser estrangeira não conseguiu legalizar as áreas.

Para viabilizar sua implantação a multinacional criou uma empresa laranja que está comprando as terras em seu nome: a agropecuária Azenglever Ltda, cujos donos são dois importantes funcionários da Stora Enso. Eles se tornaram os maiores latifundiários do estado, sendo “proprietários” de mais de 45 mil hectares. Essa operação ilegal é de conhecimento dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, do Incra, da Polícia Federal, mas nada de concreto foi feito para impedir o avanço do deserto verde. Decidimos então romper o silêncio que paira sobre esse crime.

Nossa ação é legítima. A Stora Enso é que é ilegal. Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma pampa e contra a soberania alimentar de nosso estado que está cada vez mais sem terras para produzir alimentos. Estamos arrancando o que é ruim e plantando o que é bom para o meio ambiente e para o povo gaúcho.

Alguns parlamentares gaúchos ao invés de combaterem a invasão dos estrangeiros estão propondo reduzir a Faixa de Fronteira para legalizar o crime. Usam o argumento de que a faixa de 150 km impede o desenvolvimento econômico dos municípios. Mas isso é uma grande mentira. Todos sabem que a Metade Sul não se desenvolve por causa do latifúndio e das monoculturas. Tanto que a faixa de fronteira também vigora na metade norte do estado e nessa região a economia é dinâmica.

As empresas de celulose prometem gerar emprego e desenvolvimento. Mas onde elas se instalam só aumenta o êxodo rural e a pobreza. Os trabalhos que geram são temporários, sem direitos trabalhistas, em condições precárias. Um exemplo é a Fazenda Tarumã em Rosário do Sul, de 2,1 mil hectares onde a Stora Enso gera somente dois empregos permanentes e alguns empregos temporários.

Se essa área for destinada para a reforma agrária podem ser assentadas 100 famílias gerando no mínimo 300 empregos diretos permanentes. Portanto, a Reforma Agrária e a Agricultura Camponesa é que são a melhor alternativa para preservar a biodiversidade, gerar trabalho e renda para a população do campo e alimentos saudáveis e mais baratos para quem mora nas cidades.

O projeto que tramita no Senado propondo reduzir a Faixa de Fronteira brasileira não inclui a Amazônia porque entende que isso seria uma ameaça para a floresta. Ou seja, admite que a redução da Faixa de Fronteira irá aumentar a destruição ambiental. Para nós todos os biomas brasileiros são importantes e entendemos que o Cerrado e o Pampa também precisam ser preservados.

Nós mulheres da Via Campesina reivindicamos das autoridades brasileiras:

- Anulação das compras de terra feitas ilegalmente pela Stora Enso na faixa de fronteira e expropriação dessas áreas para a reforma agrária. Somente nos 45 mil hectares que estão em nome da empresa laranja, a Agropecuária Azenglever daria para assentar cerca de 2 mil famílias, gerando 6 mil empregos diretos. Atualmente 2.500 famílias estão acampadas no Rio Grande do Sul e o Incra alega não ter terras para fazer assentamento.

- Retirada dos projetos no Senado e na Câmara Federal que propõem a redução da Faixa de Fronteira. Essa medida só vai beneficiar empresas como a Stora Enso que querem se apropriar das terras para transformá-las em deserto verde, destruir nossas riquezas naturais como o aqüífero guarani e o bioma Pampa. Para o povo gaúcho essa redução da faixa de fronteira só vai provocar aumento do êxodo rural, do desemprego, da destruição ambiental e o fim soberania alimentar pois vai faltar terra para produzir alimentos.

Sabemos que por lutar contra o deserto verde podemos sofrer a repressão do governo gaúcho. É prática desse governo tratar os movimentos sociais como criminosos e proteger empresas que cometem crimes contra a sociedade. Vamos resistir. Nossa luta é em defesa da vida das pessoas e do meio ambiente. Estamos aqui em 900 mulheres, mas carregamos conosco a energia e a coragem das milhares de camponesas que em todo o mundo lutam contra a mercantilização das riquezas naturais e da vida. Como dizia a companheira sem terra Roseli Nunes, assassinada covardemente em março de 1987 aqui no Rio Grande do Sul, “preferimos morrer lutando do que morrer de fome!”.


Mulheres da Via Campesina do Rio Grande do Sul

Não em nosso nome!!!

Nós que assinamos esse manifesto, cidadãos de origem judaica residentes noBrasil, pretendemos dar um grito de alerta.

Os inaceitáveis ataques do Estado de Israel sobre o Líbano, e a persistência da opressão sobre o povo palestino são uma agressão contra toda a humanidade.

A bola de neve de violência propagada por Israel, atenta contra a paz e contra a fraternidade entre os povos.

Os povos libanês e palestino não são nossos inimigos, e logo não podemos ficar impassíveis às imagens de mulheres, velhos e crianças sendo despedaçados, vendo centenas de milhares fugindo de suas casas, vagando como refugiados.

Não aceitamos que a própria população israelense se torne refém de uma implacável máquina de guerra dirigida pelos senhores Olmert e Peretz, com o sempre pernicioso aval de George Bush e do governo norte-americano, que esperam que Israel complete no Líbano e na Palestina o trabalho sujo que eles começaram no Iraque.

Aceitamos menos ainda que essa guerra se faça em nome da luta contra o anti-semitismo, que esta guerra se faça em defesa das populações judias de todo o mundo.
Muito pelo contrário, o genocídio perpetrado por Israel serve como combustível para a volta das mais reacionárias formas de anti-semitismo.

A guerra que se faz fraudulentamente em nome do povo judeu, na verdade atenta contra o povo judeu.

Não em nosso nome!!

Nós que nos posicionamos pela paz, pela democracia, e pela autodeterminação dos povos não aceitamos a chantagem que nos é proposta. Somos contra todos aqueles que em nome do anti-sionismo, propagam o ódio indiscriminado aos judeus.

Somos contra os métodos do Hizbollah e do Hamas - e de qualquer outra organização que atente contra civis - que colocam a fé islâmica como programa político. Mas não podemos deixar de constatar que Israel tem sido o maior opressor, que Israel vem praticando atos terroristas de Estado.

Somos contra "judaizar", como somos contra "islamizar" a Palestina.

Somos a favor da mais ampla liberdade religiosa,
somos pelo fim de toda e qualquer perseguição de caráter nacional,
somos pelo convívio amistoso fraterno e civilizado que respeite as culturas de todos os povos do Oriente Médio,
somos pela total separação entre Estado e Religião, conquista da humanidade desde a Revolução Francesa.

Por isso tudo, nos somamos a todos aqueles que protestam contra estes massacres, contra essa guerra hedionda, exigindo o fim dos ataques e a retirada de Israel do Líbano e dos territórios ocupados, independentemente das resoluções dúbias ou omissas da ONU.

Bombardear vilas de civis no Sul do Líbano é um crime contra a humanidade como foi o bombardeio do Gueto de Varsóvia.

Atirar em crianças palestinas é um crime contra a humanidade como foram os progroms da Rússia, odioso assim como a estigmatização sofrida pelos judeus ao longo de séculos.

Paz- Salam-Shalom

Assinam:Daniel Feldmann, professor
Fernando Kleiman, economista
Luciana Worms, professora
Tali Feld Gleiser, professora e tradutora
Alberto Bentzion
Natan Cohen
Novas adesões: dafeldbr@yahoo.com.br
União sul-americana já

Locução da apresentadora do Jornal da Globo Christiane Pelajo na última segunda-feira, durante a apresentação das imagens do dia, comentava que a Colômbia invadiu território equatoriano, mas, em seguida, engatou uma pergunta: o que o telespectador faria se um ladrão invadisse sua casa e corresse para o quintal do vizinho?

Foi dessa forma que a apresentadora e seu companheiro Willian Waack começaram a dar as últimas notícias do dia sobre a crise protagonizada pelos presidentes da Colômbia, Alvaro Uribe, do Equador, Rafael Correa, e da Venezuela, Hugo Chávez.

A cobertura do telejornal foi toda marcada pela aceitação tácita das acusações do presidente Uribe de que Correa e Chávez seriam aliados das Farc.

O interessante nessa forma de fazer jornalismo é que ela dispensa fundamentos para tomadas de posição por quem a pratica. Pode-se influir na opinião do consumidor desse tipo jornalismo sem se preocupar em ter certeza se o que se está fazendo é informar ou desinformar.

Em seguida, aparece Arnaldo Jabor, com seus cabelos de cientista maluco, gesticulando, ocupado com suas facécias, obviamente dando conotação ideológica à notícia:

"O problema todo é a herança sagrada de Lenin. O Mao Tsé-Tung matou milhões, Stalin mais ainda, mas ainda há uma pretensa "santidade" nos socialistas.(...) Querem que o Paquistão seja aqui. Marx, quem diria, acabou como bandeira do tráfico de cocaína."
Para o telespectador alheio ao fato de que os meios de comunicação brasileiros deformam as notícias de acordo com suas convicções, não resta dúvida: a Colômbia invadiu o Equador e reagiu como o cidadão que é assaltado dentro de casa e persegue o criminoso até o quintal do vizinho, com o agravante de que o vizinho é cúmplice do assaltante. Vejam só. E, como se não bastasse, ainda fica sabendo que Hugo Chávez e Rafael Correa são traficantes de drogas.
O Jornal Nacional, no dia seguinte, faz extensa reportagem em que as acusações da Colômbia a Hugo Chávez e a Rafael Correa predominam, mas, de forma geral, apresenta todas as versões sobre o conflito. No entanto, esconde, deliberadamente, o isolamento da Colômbia na América do Sul, onde Brasil, Argentina, Bolívia, Chile e outros condenaram a invasão colombiana. Em vez disso, o telejornal opta por dar grande destaque ao apoio dos EUA àquela invasão.
A ação colombiana é daqueles crimes que não há como suavizar. É o crime do ladrão ou do estuprador que deixam suas marcas indeléveis no local do crime ou no corpo da vítima.
O próprio conceito de nação fundamenta-se na premissa de inviolabilidade territorial. A diplomacia, os tratados internacionais, os organismos multilaterais, tudo que se refere ao conceito de Estados Nacionais está baseado na soberania dos povos sobre seus territórios.
A mídia brasileira, embriagada pela ideologia, trata de relativizar o que é pétreo, imutável entre a comunidade das nações. Difunde, assim, a ignorância, a burrice, gerando mentalidades como a daquele leitor que disse, em comentário aqui neste blog, que "não vê nada demais" num país invadir outro e cometer assassinato em massa.
Como o lado agressor afirma isto ou aquilo sobre o lado agredido para se justificar, o jornalismo brasileiro diz que bastam essas acusações para justificar a agressão, sem investigação, sem fatos, só com base em suposições, testando hipóteses.
Os EUA, acostumados a ignorar tratados e convenções internacionais e, ao arrepio até da ONU, invadirem nações, massacrarem inocentes e roubarem suas riquezas, apóiam a Colômbia contra praticamente toda América do Sul, que já condenou a Colômbia.
Está se agravando a guerrilha ideológica armada pelos Estados Unidos na América Latina. E como se sabe que a potência hegemônica não titubeia ante o que for necessário para impor seus interesses, Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Venezuela, Peru, Uruguai, Paraguai, todos precisam se unir e condenar publicamente a Colômbia e os EUA num documento único. Do contrário, a invasão do Equador terá sido só o começo.



terça-feira, 4 de março de 2008

Deu na Newsweek

Uribe entre os 100 aliados do traficante Pablo Escobar



Vejam o que diz a revista Newsweek estadunidense (portanto, não é do PT nem comunista, certo?) sobre o atual presidente da Colombia, Álvaro Uribe, o novo queridinho da direita internacional....

Para quem não entende inglês:
"DA LISTA NEGRA PARA A LISTA A"
Outrora rotulado de vilão, Uribe é agora um aliado de primeira (dos EUA)

A matéria cita Uribe entre os 100 mais importantes capangas, assassinos, traficantes e advogados obscuros que trabalham para o traficante Pablo Escobar. A lista é do Departamento de Defesa dos EUA...

BLACKLIST TO THE A LIST
ONCE DEEMED A BAD GUY, URIBE IS NOW A TOP ALLY

By JOSEPH CONTRERAS AND STEVEN AMBRUS - NEWSWEEK

Clique aqui para ler a matéria original em inglês.
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A Árvore dos Tamancos - (L’Albero Degli Zoccoli)


Obra-prima de Ermanno Olmi, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1978.
É um filme surpreendentemente belo que reconstrói de modo contemplativo e minimalista a vida dos camponeses da Provincia di Bergamo (norte da Itália) no final do séc. XIX. Aspectos de uma Itália ainda feudal, onde as relações de trabalho são pautadas pela servidão ao senhor das terras, chegam ao espectador através do olhar poético-biográfico do cineasta que nasceu nesta região.
Legenda: M C L

Créditos: Makingoff - Cris_bsb
Gênero:
Drama
Diretor: Ermanno Olmi
Duração: 178 minutos
Ano de Lançamento: 1978
País de Origem: Itália / França
Idioma do Áudio: Italiano
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0077138/

Qualidade de Vídeo:
DVD Rip
Vídeo Codec: DivX
Vídeo Bitrate: 118 Kbps
Áudio Codec: MPEG Layer
Áudio Bitrate: 160
Frame Rate: 25.000 FPS
Tamanho: 1,20 Gb
Legendas: No torrent

14 prêmios

- Palma de Ouro em Cannes

Além do roteiro e direção, o cineasta-autor também assinou a direção de fotografia e montagem.

A preferência de Olmi pela verdade na representação utilizando como atores os próprios habitantes da região, assim como as locações do lugar, a sua luz natural, etc, é a força dramática da obra.

É um filme-manifesto de rememoração e legitimação da cultura campesina milenar e porta consigo as suas belezas plásticas e humanas contrastantes, feitas de dor e de cor, de sangue e perfume.

Olmi se aproxima um pouco de Pasolini (...), ambos são cineastas de origem campesina que buscaram, em muitas de suas obras, religarem-se às tradições ou valores simbólicos provenientes do campo tais como a pureza de caráter, a humanidade e a sacralidade como condição primordial de suas personagens, o respeito pela natureza e a ingenuidade e beleza no viver dos humildes. E claro, no papel de militantes de esquerda, ambos os cineastas são fortemente atrelados ao conceito de cinema político e suas obras exibem a intercepção do discurso estético com o de crítica às relações sociais baseadas nas relações de poder entre o patrão e o camponês/operário. fonte


Downloads abaixo:

Arquivo anexado lalbero.degli.zoccoli_ITA.1978_DvdRip_eng.it.pt_br.torrent ( 12.82KB ) filme
Arquivo anexado lalbero.degli.zoccoli_pt_br.rar ( 38.41KB ) legendas



''A mentira se revela'' e Equador rompe relações com Colômbia


O governo do Equador anunciou nesta segunda-feira o rompimento de relações diplomáticas com a Colômbia, ''depois de descobrir a realidade dos fatos que ocorreram na província de Sucumbíos'', vítima de uma incursão do exército da Colômbia para matar o porta-voz das Farc, Raúl Reyes, e mais 16 guerrilheiros, no que o presidente equatoriano, rafael Correa, descreveu como ''massacre''. Correa anunciou que falaria ao seu país esta noite, em cadeia nacional de TV.


Correa na coletiva: ''Tudo falso''

''Esta decisão foi adotada diante da evidente violação da soberania nacional e integridade territorial do Equador'', diz a nota de rompimento. Durante a verificação dos fatos ocorridos na madrugada de sábado, tropas do exército equatoriano encontraram uma patrulha militar da Colômbia – a mesma que supostamente teria sido cercada por 200 guerrilheiros das Farc, descreveu Correa.


''Era uma patrulha que participara do massacre''


''Dei imediatamente a ordem para que se protegesse por todos os meios essa patrulha, se é que ocorria um ataque das Farc. 'Protejam a vida dos soldados colombianos'. Mas depois verificamos que era tudo falso, que era uma patrulha que participara do massacre e que estava ganhando tempo para poder regressar ao seu país'', narrou Correa, indignado. ''Inclusive foram interceptadas comunicações neste sentido; eles perguntavam 'Por que não vêm nos resgatar?'''.


''Quando nossos soldados chegaram ao lugar dos acontecimentos, nos demos conta de que tinha sido quase 2 quilômetros adentro do território equatoriano, e não é um local onde haja um paralelo, uma linha geodésica, há um acidente geográfico como o Rio Putumayo, que fica em nosso território. Quer dizer, sabiam claramente que era nosso território. Tampouco foi algo imprevisto, pois seguiam Reyes há dias, através do telefone por satélite, de formas que sabiam perfeitamente que este era território equatoriano'', prosseguiu o presidente.


Correa disse que, ''apesar de todas as coisas que aconteceram anteriormente'', tratava de manter uma boa relação com a Colômbia e falara com Álvaro Uribe por telefone na sexta-feira. ''Hoje, quando a mentira se revela, tratam de nos envolver com as Farc, supostamente a partir de documentos, não assinados, que encontraram em três computadores que capturaram no acampamento e permaneceram intactos'', disse ainda Correa.


A íntegra da nota do rompimento


Veja a íntegra do comunicado do Ministério das Relações Exteriores equatoriano:


''O Ministério das Relações Exteriores, Comércio e Integração informou que, por indicação do presidente da República, convocou no dia de hoje o senhor Héctor Arenas Neira, ministro conselheiro da Embaixada da Colômbia no Equador, para entregar-lhe a comunicação pela qual se notifica, em conformidade com o estabelecido na Comissão de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961, que o governo do Equador decidiu romper relações diplomáticas com o governo da Colômbia, a partir desta data.


Esta decisão foi adotada diante da evidente violação da soberania nacional e integridade territorial do Equador, e das gravíssimas acusações contidas no Comunicado difundido nesta data pela Presidência da Colômbia – que insinua acordos entre as Farc e o governo do Equador – assim como as asseverações cínicas e temerárias do general Oscar Naranjo, diretor da Polícia Nacional da Colômbia.
Estas infundadas acusações constituem um ato inamistoso e uma deliberada tentativa de desviar a atenção do fato da violação da soberania nacional equatoriana, reconhecido pelo próprio governo colombiano em comunicados e notas diplomáticas.


O Ministério das Relações Exteriores decidiu o retorno a Quito dos funcionários diplomáticos da Embaixada do Equador em Bogotá. Conforme os acordos internacionais quanto ao tema, o Consulado Geral do Equador em Bogotá assumirá a proteção dos interesses da República do Equador, assim como dos interesses de seus conterrâneos nesse país.


Ministério das Relações Exteriores
Segunda-feira, 3 de março de 2008.''

Fonte:www.vermelho.org.br
"O mandato de sangue de Uribe"


A libertação dos quatro parlamentares colombianos confirma qual é a via da pacificação da Colômbia: a negociação política, com a participação de mediadores internacionais. O sucesso do presidente venezuelano Hugo Chávez e da senadora colombiana Piedad Córdoba é a única tentativa de sucesso de abrir canais para levar a paz à Colômbia.


Por Emir Sader



A posição dos quatro parlamentares, além do reconhecimento do papel de Hugo Chávez e de Piedad, é a de acusar o presidente da Colômbia Alvaro Uribe de ser o obstáculo hoje para a troca pacífica de prisioneiros, ao insistir em não aceitar a liberação temporária de um território para que se efetuem as trocas. Um deles pergunta a Uribe se lhe parece que sua política de pacificação tenha tanto sucesso como ele anuncia, se não consegue ceder por um tempo determinado um território para salvar vidas humanas? Pergunta também se vidas humanas não valem mais do que uma cessão temporária de territórios.


Os familiares dos que ainda permanecem prisioneiros insistem nessa direção, reiterando que ofensivas militares só levam a colocar em risco aos reféns, além de não haver solução militar, só solução política para a Colômbia.


Existe a proposta da formação de um Grupos de Amigos da Colômbia, para tentar intermediar a troca humanitária dos reféns pelos presos que tem o governo colombiano, de que participariam governos como os do Brasil, da Argentina, da Nicarágua, da França, entre outros.


O presidente colombiano demonstra toda sua inflexibilidade e reitera sua linha de ação militar – a mesma da “guerra infinita “ de Bush -, recusando os termos da negociação e retomando ofensivas militares. Numa delas foi morto o segundo dirigente das Farc, Raul Reyes, que atuava também como porta-voz da organização. O temor é que as Farc tomem represálias e aí o processo possível de negociações para a troca de prisioneiros se torne completamente inviável.


É a linha dura de Uribe, que precisa dos enfrentamentos militares para manter sua popularidade interna e conseguir reformar de novo a Constituição e poder obter um terceiro mandato. Ele perdeu as eleições municipais internas nas principais cidades do país, como Bogotá, Medellin, Cali, por isso precisa desviar a atenção dos colombianos para que não avaliem seu governo, mas se mantenham sob a chantagem da guerra, com ele supostamente representando a paz. Quando na realidade Uribe representa e precisa da continuidade da guerra.


Esse o jogo de Uribe, o de produzir mais sangue, como combustível para um terceiro mandato, às custas da paz e da solução política para a já tão sofrida Colômbia. Resta que os governos dos países preocupados com a paz e próprio povo colombiano, na manifestação convocada pelo fim de todo tipo de violência, atuem para obrigar o governo colombiano a parar com as ações militares e aceitar os únicos termos possíveis para que a Colômbia possa voltar a viver em paz.


Fonte: Blog do Emir, hospedado na Agência Carta Maior