Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 21 de agosto de 2010
IPEA desmonta farsa do jornal "O Globo"
O IPEA está entalado na garganta das
organizações Globo desde setembro de 2007, quando a diretoria comandada
por Marcio Pochmann tomou posse. A partir daquela data, o Instituto
aprofundou seu caráter público, realizou um grande concurso para a
contratação de mais de uma centena de pesquisadores, editou dezenas
livros e abriu seu raio de ação para vários setores da sociedade, em
todas as regiões do país. O jornal O Globo enviou esta semana uma série
de perguntas ao IPEA para, supostamente, esclarecer irregularidades na
instituição. Temendo manipulação, a direção do instituto decidiu
divulgar as perguntas e as respostas à toda sociedade.
Redação - Carta Maior
O jornal ‘O Globo’ procurou a diretoria do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), nesta semana, para
supostamente esclarecer irregularidades na conduta da instituição.
Trata-se de manobra pré eleitoral.
Sem a menor noção de como levar a disputa presidencial para um segundo turno, as Organizações Globo tentam o tapetão da calúnia contra qualquer área do governo. Se colar, colou.
O IPEA está entalado na garganta dos Marinho desde setembro de 2007, quando a diretoria comandada por Marcio Pochmann tomou posse. A partir daquela data, o Instituto aprofundou seu caráter público, realizou um grande concurso para a contratação de mais de uma centena de pesquisadores, editou dezenas livros e abriu seu raio de ação para vários setores da sociedade, em todas as regiões do país. O IPEA é hoje uma usina de idéias sobre as várias faces do desenvolvimento.
‘O Globo’ e a grande imprensa não perdoaram a ousadia. Deflagraram uma campanha orquestrada, acusando a nova gestão de perseguir pesquisadores e de estimular trabalhos favoráveis ao governo. Uma grossa mentira.
O Globo deve publicar a tal “matéria”, repleta de “denúncias” neste domingo. O questionário abaixo foi remetido para a diretoria do IPEA. Sabendo das previsíveis manobras do jornal da família Marinho, o instituto decidiu responder na íntegra às perguntas, diretamente em seu site. Se a “reportagem” do jornal quiser, acessa www.ipea.gov.br e pega lá as respostas. Aqui vão elas na íntegra para Carta Maior.
O Ipea responde à sociedade
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Há 46 anos, suas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros.
O Ipea tem como missão "Produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro."
Dessa forma, o Instituto torna públicos à sociedade esclarecimentos decorrentes de questionamentos feitos pelo jornal O Globo entre 19 e 20 de agosto.
Este comunicado tem como objetivo preservar a reputação desta Instituição e de seus servidores e colaboradores, que por meio dos questionamentos do diário, estão sendo vítimas de ilações, inclusive de caráter pessoal.
Dado o teor desses questionamentos, o Instituto sente-se na obrigação de publicar perguntas e respostas, na íntegra e antecipadamente, para se resguardar.
E coloca-se à disposição para dirimir quaisquer dúvidas posteriores.
Assessoria de Imprensa e Comunicação
O GLOBO: Sobre o aumento de gastos com viagens/diárias/passagens na atual gestão: Segundo levantamento feito no Portal da Transparência do governo federal, os gastos com diárias subiram 339,7%, entre 2007 e 2009, chegando no ano passado a R$ 588,3 mil. Este ano já foram gastos mais R$ 419 mil com diárias, 71% do total de 2009. Os gastos com passagens subiram 272,6% entre 2007 e 2009, chegando no ano passado a R$ 1,2 milhão. Qual a justificativa para aumentos tão expressivos?
IPEA: A justificativa é o incremento das atividades do Ipea e de seus focos de análise, instituídos pelo planejamento estratégico iniciado em 2008, que estabeleceu sete eixos voltados para a construção de uma agenda de desenvolvimento para o país. Para atender a esses objetivos foram incorporados 117 novos servidores, mediante concurso público realizado em 2008. O Plano de Trabalho para o exercício de 2009 contemplou 444 metas – publicadas no Diário Oficial da União. O cumprimento dessas metas condicionou a participação dos servidores da casa em seminários , congressos, oficinas e treinamentos, bem como em reuniões de trabalho. Além disso, o Ipea passou a realizar inúmeras atividades, como cursos de formação em regiões anteriormente pouco assistidas do ponto vista técnico-científico.
O GLOBO: Além disso, o Ipea tem gastos expressivos com a contratação da Líder Taxi Aéreo: entre 2007 e 2010, foi pago R$ 1,9 milhão à empresa pelo Ipea. Como são usados exatamente os serviços da Líder? Só em viagens no Brasil ou também no exterior?
IPEA: O Ipea nunca utilizou os serviços de táxi aéreo de qualquer empresa, sejam em voos nacionais ou internacionais. Os deslocamentos dos servidores – inclusive presidente e diretores – são efetuados em vôos de carreira. As despesas constantes no Portal Transparência se referem à locação de salas de um imóvel do qual a empresa é proprietária e onde localiza-se a unidade do Ipea no Rio de Janeiro, desde 1980. Tal despesa é estabelecida por meio do Contrato 06/2009, firmado nos termos da Lei 8.666/93.
O GLOBO: O Ipea inaugurou este ano escritórios em Caracas e Luanda. Qual a função desses escritórios?
IPEA: São representações para apoiar a articulação de projetos de cooperação entre o Ipea e países em desenvolvimento. No caso de Caracas, os grandes temas envolvidos são macroeconomia e financiamento de investimento, acompanhamento e monitoramento de políticas públicas.
No caso de Luanda, os objetivos da missão são auxiliar na avaliação dos investimentos em infraestrutura, no processo de acompanhamento e monitoramento de políticas públicas, com destaque para as políticas sociais.
O objetivo dessas missões é de prestar apoio técnico a instituições e/ou organismos governamentais de outros países. Esses projetos fazem parte de um processo amplo do Ipea de fomentar a cooperação internacional. Foram firmados acordos de cooperação técnica com diferentes instituições e países, como Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual), OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), Federal Reserve Bank of Atlanta (Estados Unidos) e outras instituições na Suécia, Argentina, Burundi, Angola, Venezuela, Cuba etc.
O GLOBO: Quantos funcionários tem cada um? Qual é o gasto com essas bases no exterior?
IPEA: Cada país terá apenas um representante, que deverá promover a articulação/coordenação dos diferentes projetos. Os gastos se resumem aos salários correntes dos representantes, enquanto servidores do Ipea.
O GLOBO: Existem planos para montar outras?
IPEA: Há negociações ainda em fases iniciais.
O GLOBO: Onde ficam localizadas (endereços)? Temos a informação de que o escritório de Caracas funciona nas dependências da PDVSA. Procede?
IPEA: Sim. Nos acordos de cooperação estabelecidos, os países receptores devem fornecer escritório e moradia aos representantes do Ipea. No caso de Caracas, o governo venezuelano indicou a instalação da missão em edifício da estatal – que está cedendo apenas o espaço físico. No caso de Luanda, o governo angolano sinalizou a instalação da missão em edifício de um ministério. Não nos cabe questionar que ferramentas institucionais cada país utiliza para o cumprimento desse apoio à instalação das representações.
O GLOBO: Qual a relação direta entre os escritórios e a missão do Ipea?
IPEA: A realização de missão no exterior se fundamenta na competência do Ipea que lhe foi atribuída pelo presidente da República (art. 3º, anexo I do Decreto n.º 7.142, de 29 de março de 2010) de “promover e realizar pesquisas destinadas ao conhecimento dos processos econômicos, sociais e de gestão pública brasileira”. Além disso, a cooperação entre países conforma estratégia para a inserção internacional e passa a figurar dentre os princípios que regem as relações internacionais brasileiras, nos termos do artigo 4º da Constituição Federal, que estabelece que o Brasil recorrerá à “cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”.
O GLOBO: Qual a justificativa para tantas viagens da diretoria a Caracas e Cuba, por exemplo? O DO registra pelo menos 15 viagens entre 2009 e 2010.
IPEA: As viagens estão relacionadas à consolidação de acordos de cooperação que o Ipea realiza visando ao avanço socioeconômico dos países em desenvolvimento. As viagens não ocorrem apenas para estes países, mas também para instituições dos países desenvolvidos (OCDE, Federal Reserve de Atlanta) e das Nações Unidas (UNCTAD, CEPAL), como os Estados Unidos e França, que, até o momento, nunca foram objeto de questionamentos ou justificativas.
O GLOBO: Os gastos com bolsistas também cresceram substancialmente nos últimos anos. Entre 2005 e 2009, o aumento desses gastos chega a 600%. Essa modalidade de contratação consumiu, entre 2008 e 2010, R$ 14,2 milhões do Orçamento do Ipea. Qual a justificativa para um aumento tão grande no número de bolsistas, só estudantes mais de 300?
IPEA: O Ipea aprimorou e ampliou seu programa de bolsas, incrementando seu relacionamento técnico com diversas instituições de estudos e pesquisas. Destaca-se o ProRedes, que organizou 11 redes de pesquisa entre 35 instituições em todo Brasil. Da mesma forma, por meio desse programa, foi lançado, em 2008, o Cátedras Ipea, com o objetivo de incentivar o debate sobre o pensamento econômico-social brasileiro.
A partir deste ano, este programa conta com a parceria e recursos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os bolsistas são selecionados por meio de chamadas públicas e desde o início do programa há participação de aprovados de todas as regiões do País. O crescimento no número de bolsas concedidas expressa a ampliação dos temas estudados no Instituto. Desde sua instituição, o Ipea atua na formação de quadros para as atividades de planejamento de políticas públicas.
O GLOBO: Entre os pesquisadores bolsistas aparece o nome de (*)1, que mantém um relacionamento com o diretor (*)1. Ela recebeu R$ 100 mil entre 2009 e 2010, por meio dessas bolsas de pesquisa, ao mesmo tempo em que ocupa um cargo de secretária na prefeitura de Foz de Iguaçu. Como o Ipea justifica a contratação?
IPEA: O nome referido não consta em nossa lista de bolsistas. A referida pesquisadora não foi contratada pelo Instituto nesta gestão. O desembolso citado – R$ 95 mil – trata-se de apoio a evento técnico-científico: 13º Congresso Internacional da “Basic Income Earth Network” (BIEN - Rede Mundial de Renda Básica). A liberação dos recursos foi efetuada em conta institucional-pesquisador, sujeita à prestação de contas dos recursos utilizados.
A seleção do referido evento, conforme chamada pública, foi realizada por comitê de avaliação, composto por pesquisadores, que considera as propostas de acordo com critérios pré-estabelecidos. Os diretores do Ipea não têm qualquer influência sobre as recomendações deste comitê.
O lançamento e resultados da seleção são divulgados no Diário Oficial da União e estão disponíveis no sítio do Instituto. Destaca-se ainda que tal sistemática é a mesma adotada em instituições como CNPq, Capes, FAPESP e todas as agências de fomento.
As chamadas são abertas à participação de pesquisadores vinculados a instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos, de reconhecido interesse público, que desenvolvam atividades de planejamento, pesquisa socioeconômica e ambiental e/ou que gerenciem estatísticas.
Vale ressaltar que o referido evento contou ainda com patrocínio de instituições como Fundação Ford, FAPESP, Corecon SP e RJ, Petrobras, Caixa, BNDES, Fundação Friedrich Ebert, e a Capes.
O GLOBO: Os gastos com comunicação social também tiveram aumento substancial. No Orçamento de 2010 estão previstos R$ 2,3 milhões para esse fim (rubrica 131). No ano passado não apareciam despesas nessa rubrica. No momento, o Ipea tem contratos com empresas de comunicação e marketing que somam R$ 4,5 milhões. Qual a justificativa para gastos tão elevados?
IPEA: Os contratos com ‘empresas de comunicação e marketing’ se referem a trabalhos de editoração digital e gráfica (revisão, diagramação e impressão) do trabalho produzido na casa (livros, boletins, revistas etc.) e de seu respectivo material de apoio (cartazes, fôlderes, banners, hot sites etc.). O Ipea não faz uso de inserções publicitárias de qualquer tipo. O orçamento previsto, portanto, contempla o crescimento substancial da produção intelectual do Instituto – de 102 títulos, em 2007, para 219, em 2009, num total de 14,6 mil páginas (dados c onstantes no Relatório de Atividades Executivo 2009 e disponíveis no sítio do Ipea na internet) –, além do cumprimento de um dos termos de sua missão: disseminar conhecimento. Razão para ‘justificativas’ haveria se, mesmo com a entrada de 117 novos servidores em 2009, o Instituto não vivenciasse crescimento de sua produção.
O GLOBO: Tenho um levantamento que mostra que atualmente existem 33 pessoas lotadas na Ascom do Ipea. Solicito indicar quantos jornalistas/assessores de imprensa e quais as outras funções.
IPEA: A Assessoria de Imprensa e Comunicação do Instituto possui oito jornalistas/assessores de imprensa. Os demais são pessoal de apoio para as atividades que estão sob jurisdição da Ascom: Editorial, Livraria, Eventos e Multimídia, em Brasília e no Rio de Janeiro.
O GLOBO: Sobre as obras da nova sede do Ipea, apuramos que já foram gastos mais de R$ 1 milhão no projeto e existe no orçamento de 2010 uma dotação de R$ 15 milhões para a obra, mas o Ipea ainda não tem a posse legal do terreno onde será construída a nova sede. Qual a justificativa para os gastos sem garantia do terreno? Gostaria também de esclarecimentos sobre a forma de contratação do escritório de arquitetura que elaborou o projeto.
IPEA: Os gastos do projeto de planejamento e construção de uma nova sede para o Ipea, em Brasília, foram realizados conforme planejamento autorizado em lei no Plano Plurianual 2008-2011. Todas as contratações obedecem rigorosamente aos preceitos da Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, bem como aos princípios constitucionais previstos no caput do art. 37 da Carta Magna: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Quanto ao terreno, órgãos do governo do Distrito Federal asseguram-no como de destinação exclusiva à construção da sede do Ipea.
O GLOBO: O enquadramento de onze técnicos de Planejamento e Pesquisa, com mais de uma década de serviços prestados ao Ipea, no Quadro Suplementar do Plano de Carreira, o que praticamente congela a situação funcional dessas técnicos, com prejuízos financeiros e na carreira. Considerando que a base jurídica está sendo questionada internamente e já é objeto de ações na Justiça, solicito a justificativa do Ipea para a decisão. Como são técnicos remanescentes da administração anterior, questiono se não se caracteriza, no caso, algum tipo de perseguição política ou tentativa de esvaziamento do grupo de pesquisadores não alinhado com a nova linha do Ipea.
IPEA: Não há ‘perseguição’ de qualquer natureza, em absoluto. A atual administração age com base no estrito cumprimento da Lei 11.890/2008, que criou o Plano de Carreira e Cargos para a Instituição, com a inserção do cargo de Planejamento e Pesquisa na Carreira de Planejamento e Pesquisa, representando um marco na história da Instituição.
A referida lei determinou o enquadramento dos servidores na carreira, processo que foi realizado individualmente, resgatando-se o histórico funcional de cada um dos servidores. Isso permitiu o enquadramento de 277 (95,5%) dos 290 TPPs ativos. No que diz respeito aos servidores inativos, todos os 282 foram posicionados na Tabela de Subsídio. No total foram enquadrados 97,7% do total.
Os servidores que atenderam aos pré-requisitos estabelecidos na lei – e referenciados no Parecer da Procuradoria Federal do Ipea – para inserção na Carreira de Planejamento e Pesquisa ou posicionamento na tabela de subsídio foram imediatamente enquadrados ou posicionados na tabela remuneratória pertinente.
A atual direção, buscando esgotar as possibilidades de análise de viabilidade quanto ao enquadramento dos servidores que não cumpriram os referidos requisitos constantes na lei, encaminhou os seus processos para análise da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que corroborou, com posicionamento de sua Consultoria Jurídica, pelo enquadramento em Quadro Suplementar dos referidos servidores.
(1) Os nomes foram omitidos pelo Ipea para preservar as pessoas citadas.
Trata-se de manobra pré eleitoral.
Sem a menor noção de como levar a disputa presidencial para um segundo turno, as Organizações Globo tentam o tapetão da calúnia contra qualquer área do governo. Se colar, colou.
O IPEA está entalado na garganta dos Marinho desde setembro de 2007, quando a diretoria comandada por Marcio Pochmann tomou posse. A partir daquela data, o Instituto aprofundou seu caráter público, realizou um grande concurso para a contratação de mais de uma centena de pesquisadores, editou dezenas livros e abriu seu raio de ação para vários setores da sociedade, em todas as regiões do país. O IPEA é hoje uma usina de idéias sobre as várias faces do desenvolvimento.
‘O Globo’ e a grande imprensa não perdoaram a ousadia. Deflagraram uma campanha orquestrada, acusando a nova gestão de perseguir pesquisadores e de estimular trabalhos favoráveis ao governo. Uma grossa mentira.
O Globo deve publicar a tal “matéria”, repleta de “denúncias” neste domingo. O questionário abaixo foi remetido para a diretoria do IPEA. Sabendo das previsíveis manobras do jornal da família Marinho, o instituto decidiu responder na íntegra às perguntas, diretamente em seu site. Se a “reportagem” do jornal quiser, acessa www.ipea.gov.br e pega lá as respostas. Aqui vão elas na íntegra para Carta Maior.
O Ipea responde à sociedade
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Há 46 anos, suas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros.
O Ipea tem como missão "Produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro."
Dessa forma, o Instituto torna públicos à sociedade esclarecimentos decorrentes de questionamentos feitos pelo jornal O Globo entre 19 e 20 de agosto.
Este comunicado tem como objetivo preservar a reputação desta Instituição e de seus servidores e colaboradores, que por meio dos questionamentos do diário, estão sendo vítimas de ilações, inclusive de caráter pessoal.
Dado o teor desses questionamentos, o Instituto sente-se na obrigação de publicar perguntas e respostas, na íntegra e antecipadamente, para se resguardar.
E coloca-se à disposição para dirimir quaisquer dúvidas posteriores.
Assessoria de Imprensa e Comunicação
O GLOBO: Sobre o aumento de gastos com viagens/diárias/passagens na atual gestão: Segundo levantamento feito no Portal da Transparência do governo federal, os gastos com diárias subiram 339,7%, entre 2007 e 2009, chegando no ano passado a R$ 588,3 mil. Este ano já foram gastos mais R$ 419 mil com diárias, 71% do total de 2009. Os gastos com passagens subiram 272,6% entre 2007 e 2009, chegando no ano passado a R$ 1,2 milhão. Qual a justificativa para aumentos tão expressivos?
IPEA: A justificativa é o incremento das atividades do Ipea e de seus focos de análise, instituídos pelo planejamento estratégico iniciado em 2008, que estabeleceu sete eixos voltados para a construção de uma agenda de desenvolvimento para o país. Para atender a esses objetivos foram incorporados 117 novos servidores, mediante concurso público realizado em 2008. O Plano de Trabalho para o exercício de 2009 contemplou 444 metas – publicadas no Diário Oficial da União. O cumprimento dessas metas condicionou a participação dos servidores da casa em seminários , congressos, oficinas e treinamentos, bem como em reuniões de trabalho. Além disso, o Ipea passou a realizar inúmeras atividades, como cursos de formação em regiões anteriormente pouco assistidas do ponto vista técnico-científico.
O GLOBO: Além disso, o Ipea tem gastos expressivos com a contratação da Líder Taxi Aéreo: entre 2007 e 2010, foi pago R$ 1,9 milhão à empresa pelo Ipea. Como são usados exatamente os serviços da Líder? Só em viagens no Brasil ou também no exterior?
IPEA: O Ipea nunca utilizou os serviços de táxi aéreo de qualquer empresa, sejam em voos nacionais ou internacionais. Os deslocamentos dos servidores – inclusive presidente e diretores – são efetuados em vôos de carreira. As despesas constantes no Portal Transparência se referem à locação de salas de um imóvel do qual a empresa é proprietária e onde localiza-se a unidade do Ipea no Rio de Janeiro, desde 1980. Tal despesa é estabelecida por meio do Contrato 06/2009, firmado nos termos da Lei 8.666/93.
O GLOBO: O Ipea inaugurou este ano escritórios em Caracas e Luanda. Qual a função desses escritórios?
IPEA: São representações para apoiar a articulação de projetos de cooperação entre o Ipea e países em desenvolvimento. No caso de Caracas, os grandes temas envolvidos são macroeconomia e financiamento de investimento, acompanhamento e monitoramento de políticas públicas.
No caso de Luanda, os objetivos da missão são auxiliar na avaliação dos investimentos em infraestrutura, no processo de acompanhamento e monitoramento de políticas públicas, com destaque para as políticas sociais.
O objetivo dessas missões é de prestar apoio técnico a instituições e/ou organismos governamentais de outros países. Esses projetos fazem parte de um processo amplo do Ipea de fomentar a cooperação internacional. Foram firmados acordos de cooperação técnica com diferentes instituições e países, como Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), OMPI (Organização Mundial de Propriedade Intelectual), OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), Federal Reserve Bank of Atlanta (Estados Unidos) e outras instituições na Suécia, Argentina, Burundi, Angola, Venezuela, Cuba etc.
O GLOBO: Quantos funcionários tem cada um? Qual é o gasto com essas bases no exterior?
IPEA: Cada país terá apenas um representante, que deverá promover a articulação/coordenação dos diferentes projetos. Os gastos se resumem aos salários correntes dos representantes, enquanto servidores do Ipea.
O GLOBO: Existem planos para montar outras?
IPEA: Há negociações ainda em fases iniciais.
O GLOBO: Onde ficam localizadas (endereços)? Temos a informação de que o escritório de Caracas funciona nas dependências da PDVSA. Procede?
IPEA: Sim. Nos acordos de cooperação estabelecidos, os países receptores devem fornecer escritório e moradia aos representantes do Ipea. No caso de Caracas, o governo venezuelano indicou a instalação da missão em edifício da estatal – que está cedendo apenas o espaço físico. No caso de Luanda, o governo angolano sinalizou a instalação da missão em edifício de um ministério. Não nos cabe questionar que ferramentas institucionais cada país utiliza para o cumprimento desse apoio à instalação das representações.
O GLOBO: Qual a relação direta entre os escritórios e a missão do Ipea?
IPEA: A realização de missão no exterior se fundamenta na competência do Ipea que lhe foi atribuída pelo presidente da República (art. 3º, anexo I do Decreto n.º 7.142, de 29 de março de 2010) de “promover e realizar pesquisas destinadas ao conhecimento dos processos econômicos, sociais e de gestão pública brasileira”. Além disso, a cooperação entre países conforma estratégia para a inserção internacional e passa a figurar dentre os princípios que regem as relações internacionais brasileiras, nos termos do artigo 4º da Constituição Federal, que estabelece que o Brasil recorrerá à “cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”.
O GLOBO: Qual a justificativa para tantas viagens da diretoria a Caracas e Cuba, por exemplo? O DO registra pelo menos 15 viagens entre 2009 e 2010.
IPEA: As viagens estão relacionadas à consolidação de acordos de cooperação que o Ipea realiza visando ao avanço socioeconômico dos países em desenvolvimento. As viagens não ocorrem apenas para estes países, mas também para instituições dos países desenvolvidos (OCDE, Federal Reserve de Atlanta) e das Nações Unidas (UNCTAD, CEPAL), como os Estados Unidos e França, que, até o momento, nunca foram objeto de questionamentos ou justificativas.
O GLOBO: Os gastos com bolsistas também cresceram substancialmente nos últimos anos. Entre 2005 e 2009, o aumento desses gastos chega a 600%. Essa modalidade de contratação consumiu, entre 2008 e 2010, R$ 14,2 milhões do Orçamento do Ipea. Qual a justificativa para um aumento tão grande no número de bolsistas, só estudantes mais de 300?
IPEA: O Ipea aprimorou e ampliou seu programa de bolsas, incrementando seu relacionamento técnico com diversas instituições de estudos e pesquisas. Destaca-se o ProRedes, que organizou 11 redes de pesquisa entre 35 instituições em todo Brasil. Da mesma forma, por meio desse programa, foi lançado, em 2008, o Cátedras Ipea, com o objetivo de incentivar o debate sobre o pensamento econômico-social brasileiro.
A partir deste ano, este programa conta com a parceria e recursos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Os bolsistas são selecionados por meio de chamadas públicas e desde o início do programa há participação de aprovados de todas as regiões do País. O crescimento no número de bolsas concedidas expressa a ampliação dos temas estudados no Instituto. Desde sua instituição, o Ipea atua na formação de quadros para as atividades de planejamento de políticas públicas.
O GLOBO: Entre os pesquisadores bolsistas aparece o nome de (*)1, que mantém um relacionamento com o diretor (*)1. Ela recebeu R$ 100 mil entre 2009 e 2010, por meio dessas bolsas de pesquisa, ao mesmo tempo em que ocupa um cargo de secretária na prefeitura de Foz de Iguaçu. Como o Ipea justifica a contratação?
IPEA: O nome referido não consta em nossa lista de bolsistas. A referida pesquisadora não foi contratada pelo Instituto nesta gestão. O desembolso citado – R$ 95 mil – trata-se de apoio a evento técnico-científico: 13º Congresso Internacional da “Basic Income Earth Network” (BIEN - Rede Mundial de Renda Básica). A liberação dos recursos foi efetuada em conta institucional-pesquisador, sujeita à prestação de contas dos recursos utilizados.
A seleção do referido evento, conforme chamada pública, foi realizada por comitê de avaliação, composto por pesquisadores, que considera as propostas de acordo com critérios pré-estabelecidos. Os diretores do Ipea não têm qualquer influência sobre as recomendações deste comitê.
O lançamento e resultados da seleção são divulgados no Diário Oficial da União e estão disponíveis no sítio do Instituto. Destaca-se ainda que tal sistemática é a mesma adotada em instituições como CNPq, Capes, FAPESP e todas as agências de fomento.
As chamadas são abertas à participação de pesquisadores vinculados a instituições públicas ou privadas sem fins lucrativos, de reconhecido interesse público, que desenvolvam atividades de planejamento, pesquisa socioeconômica e ambiental e/ou que gerenciem estatísticas.
Vale ressaltar que o referido evento contou ainda com patrocínio de instituições como Fundação Ford, FAPESP, Corecon SP e RJ, Petrobras, Caixa, BNDES, Fundação Friedrich Ebert, e a Capes.
O GLOBO: Os gastos com comunicação social também tiveram aumento substancial. No Orçamento de 2010 estão previstos R$ 2,3 milhões para esse fim (rubrica 131). No ano passado não apareciam despesas nessa rubrica. No momento, o Ipea tem contratos com empresas de comunicação e marketing que somam R$ 4,5 milhões. Qual a justificativa para gastos tão elevados?
IPEA: Os contratos com ‘empresas de comunicação e marketing’ se referem a trabalhos de editoração digital e gráfica (revisão, diagramação e impressão) do trabalho produzido na casa (livros, boletins, revistas etc.) e de seu respectivo material de apoio (cartazes, fôlderes, banners, hot sites etc.). O Ipea não faz uso de inserções publicitárias de qualquer tipo. O orçamento previsto, portanto, contempla o crescimento substancial da produção intelectual do Instituto – de 102 títulos, em 2007, para 219, em 2009, num total de 14,6 mil páginas (dados c onstantes no Relatório de Atividades Executivo 2009 e disponíveis no sítio do Ipea na internet) –, além do cumprimento de um dos termos de sua missão: disseminar conhecimento. Razão para ‘justificativas’ haveria se, mesmo com a entrada de 117 novos servidores em 2009, o Instituto não vivenciasse crescimento de sua produção.
O GLOBO: Tenho um levantamento que mostra que atualmente existem 33 pessoas lotadas na Ascom do Ipea. Solicito indicar quantos jornalistas/assessores de imprensa e quais as outras funções.
IPEA: A Assessoria de Imprensa e Comunicação do Instituto possui oito jornalistas/assessores de imprensa. Os demais são pessoal de apoio para as atividades que estão sob jurisdição da Ascom: Editorial, Livraria, Eventos e Multimídia, em Brasília e no Rio de Janeiro.
O GLOBO: Sobre as obras da nova sede do Ipea, apuramos que já foram gastos mais de R$ 1 milhão no projeto e existe no orçamento de 2010 uma dotação de R$ 15 milhões para a obra, mas o Ipea ainda não tem a posse legal do terreno onde será construída a nova sede. Qual a justificativa para os gastos sem garantia do terreno? Gostaria também de esclarecimentos sobre a forma de contratação do escritório de arquitetura que elaborou o projeto.
IPEA: Os gastos do projeto de planejamento e construção de uma nova sede para o Ipea, em Brasília, foram realizados conforme planejamento autorizado em lei no Plano Plurianual 2008-2011. Todas as contratações obedecem rigorosamente aos preceitos da Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 8.666 de 21 de junho de 1993, bem como aos princípios constitucionais previstos no caput do art. 37 da Carta Magna: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Quanto ao terreno, órgãos do governo do Distrito Federal asseguram-no como de destinação exclusiva à construção da sede do Ipea.
O GLOBO: O enquadramento de onze técnicos de Planejamento e Pesquisa, com mais de uma década de serviços prestados ao Ipea, no Quadro Suplementar do Plano de Carreira, o que praticamente congela a situação funcional dessas técnicos, com prejuízos financeiros e na carreira. Considerando que a base jurídica está sendo questionada internamente e já é objeto de ações na Justiça, solicito a justificativa do Ipea para a decisão. Como são técnicos remanescentes da administração anterior, questiono se não se caracteriza, no caso, algum tipo de perseguição política ou tentativa de esvaziamento do grupo de pesquisadores não alinhado com a nova linha do Ipea.
IPEA: Não há ‘perseguição’ de qualquer natureza, em absoluto. A atual administração age com base no estrito cumprimento da Lei 11.890/2008, que criou o Plano de Carreira e Cargos para a Instituição, com a inserção do cargo de Planejamento e Pesquisa na Carreira de Planejamento e Pesquisa, representando um marco na história da Instituição.
A referida lei determinou o enquadramento dos servidores na carreira, processo que foi realizado individualmente, resgatando-se o histórico funcional de cada um dos servidores. Isso permitiu o enquadramento de 277 (95,5%) dos 290 TPPs ativos. No que diz respeito aos servidores inativos, todos os 282 foram posicionados na Tabela de Subsídio. No total foram enquadrados 97,7% do total.
Os servidores que atenderam aos pré-requisitos estabelecidos na lei – e referenciados no Parecer da Procuradoria Federal do Ipea – para inserção na Carreira de Planejamento e Pesquisa ou posicionamento na tabela de subsídio foram imediatamente enquadrados ou posicionados na tabela remuneratória pertinente.
A atual direção, buscando esgotar as possibilidades de análise de viabilidade quanto ao enquadramento dos servidores que não cumpriram os referidos requisitos constantes na lei, encaminhou os seus processos para análise da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que corroborou, com posicionamento de sua Consultoria Jurídica, pelo enquadramento em Quadro Suplementar dos referidos servidores.
(1) Os nomes foram omitidos pelo Ipea para preservar as pessoas citadas.
Rádios comunitárias fecham Band/Campinas
Altamiro Borges, no seu blog, reproduz matéria publicada pelo blog "Pimentus ardidus":
Nesta
quinta feira (dia 19), a TV Bandeirantes de Campinas foi alvo de
protesto pelo movimento das rádios comunitárias e de quem as apóia. Não é
de hoje que sabemos que o grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão se
posta acima da lei e traz pra si o papel de julgar o movimento de rádios
comunitárias como criminoso. Além de descumprir a legislação
trabalhista, desrespeitando o trabalhador, a mesma deixa de cumprir a
legislação que rege o próprio setor de radiodifusão.
Nesta quinta feira, no período da tarde, diversos movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores e entidades ligadas a democratização do meios de comunicação deram um basta às mentiras que o grupo Bandeirantes propagandeia através de suas emissoras, criminalizando um movimento legítimo que é o das rádios comunitárias.
O principal argumento utilizado pela direção da emissora é de que diversas emissoras de rádios comunitárias não tem outorga do Ministério das Comunicações para funcionar. E olha que coisa, por ironia do destino; a TV Bandeirantes de Campinas está com sua outorga vencida. E nem por isso a Polícia Militar e Civil, presentes no ato, a pedido da emissora, fizeram alguma coisa para prender os diretores ou fechar a própria emissora que estava funcionando ilegalmente.
Os portões da frente da emissora ficaram fechados e ninguém podia entrar ou sair por ali. O trânsito teve que sofrer um desvio, mas como o movimento era pacífico e a pedido da polícia militar, foi liberado a pista para que o tráfego pudesse fluir. Mas a questão principal continuou de pé: a polícia iria ou não efetuar a prisão dos diretores da emissora ou fechar a emissora e lacrar seus transmissores?
É óbvio que não aconteceu nada nesse sentido. Após um prazo de duas horas, cumpridas ali na frente da emissora, a Polícia Civil não apareceu com a resposta, obrigando uma comissão presente dos representantes dos movimentos sociais ir até a DIG de Campinas e fazer a denúncia contra as emissoras do Grupo Bandeirantes que estavam com a outorga vencida. Segundo a alegação do delegado, a denúncia deveria ser feita no 5º DP, mas era ele quem mandava fazer diligências para fechar emissoras comunitárias. Era ele quem aparecia na mídia falando a respeito das diligências efetuadas contra as emissoras de rádio comunitária e seus radiodifusores.
No 5º DP ficou constatado aquilo que já acreditavam, não era lá. Estabelecido então um documento, de que a TV Bandeirantes não apresentou documento nenhum, a luta continuará também em outras esferas. A postura do delegado da DIG de Campinas é que não ficou clara. Era a equipe dele, da DIG de Campinas, a mando dele quem cometia as infrações da lei. Quem é então que cometia essa irreguaridade? Os radio-difusores comunitários ou a DIG de Campinas fazendo papel da Polícia Federal? Estranho. Muito estranho essa situação. Para fechar rádio comunitáriasem outorga pode, mas para emissoras como a TV Bandeirantes de Campinas não?
O movimento também foi orientado a fazer uma denúncia na Corregedoria da Polícia, por prevaricação e abuso de autoridade frente ao movimento das rádios comunitárias. E a irem também na Secretaria dos Direitos Humanos de Brasília, para que a mesma tome providências, já que a Polícia Civil e Militar estão cometendo um crime ao prender os radiodifusores comunitários, sem um mandato da Justiça e por prender e danificar equipamentos, que estão a serviço do movimento das rádios comunitárias.
Nesta quinta feira, no período da tarde, diversos movimentos sociais, sindicatos de trabalhadores e entidades ligadas a democratização do meios de comunicação deram um basta às mentiras que o grupo Bandeirantes propagandeia através de suas emissoras, criminalizando um movimento legítimo que é o das rádios comunitárias.
O principal argumento utilizado pela direção da emissora é de que diversas emissoras de rádios comunitárias não tem outorga do Ministério das Comunicações para funcionar. E olha que coisa, por ironia do destino; a TV Bandeirantes de Campinas está com sua outorga vencida. E nem por isso a Polícia Militar e Civil, presentes no ato, a pedido da emissora, fizeram alguma coisa para prender os diretores ou fechar a própria emissora que estava funcionando ilegalmente.
Os portões da frente da emissora ficaram fechados e ninguém podia entrar ou sair por ali. O trânsito teve que sofrer um desvio, mas como o movimento era pacífico e a pedido da polícia militar, foi liberado a pista para que o tráfego pudesse fluir. Mas a questão principal continuou de pé: a polícia iria ou não efetuar a prisão dos diretores da emissora ou fechar a emissora e lacrar seus transmissores?
É óbvio que não aconteceu nada nesse sentido. Após um prazo de duas horas, cumpridas ali na frente da emissora, a Polícia Civil não apareceu com a resposta, obrigando uma comissão presente dos representantes dos movimentos sociais ir até a DIG de Campinas e fazer a denúncia contra as emissoras do Grupo Bandeirantes que estavam com a outorga vencida. Segundo a alegação do delegado, a denúncia deveria ser feita no 5º DP, mas era ele quem mandava fazer diligências para fechar emissoras comunitárias. Era ele quem aparecia na mídia falando a respeito das diligências efetuadas contra as emissoras de rádio comunitária e seus radiodifusores.
No 5º DP ficou constatado aquilo que já acreditavam, não era lá. Estabelecido então um documento, de que a TV Bandeirantes não apresentou documento nenhum, a luta continuará também em outras esferas. A postura do delegado da DIG de Campinas é que não ficou clara. Era a equipe dele, da DIG de Campinas, a mando dele quem cometia as infrações da lei. Quem é então que cometia essa irreguaridade? Os radio-difusores comunitários ou a DIG de Campinas fazendo papel da Polícia Federal? Estranho. Muito estranho essa situação. Para fechar rádio comunitáriasem outorga pode, mas para emissoras como a TV Bandeirantes de Campinas não?
O movimento também foi orientado a fazer uma denúncia na Corregedoria da Polícia, por prevaricação e abuso de autoridade frente ao movimento das rádios comunitárias. E a irem também na Secretaria dos Direitos Humanos de Brasília, para que a mesma tome providências, já que a Polícia Civil e Militar estão cometendo um crime ao prender os radiodifusores comunitários, sem um mandato da Justiça e por prender e danificar equipamentos, que estão a serviço do movimento das rádios comunitárias.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Leon Trotsky: presente!
Artigo de Eduardo Mancuso homenageia León Trotsky no 70º aniversário de
sua morte. Trotsky pagou com a vida pela coragem de defender suas
posições socialistas marxistas, sem medo do isolamento e levando adiante
combate que organizou toda a sua vida. Suas virtudes heroicas
contribuíram para a vitória da primeira revolução socialista da
história, que ele tentou defender com todas as armas que tinha.
Eduardo Mancuso
Lev Davidovitch Bronstein nasce na Ucrânia, em 1879, filho de um
proprietário de terras judeu. Aos 18 anos, juntamente com sua esposa
Alexandra e um pequeno grupo de militantes, funda a União dos
Trabalhadores do Sul da Rússia. Preso pela polícia czarista foi
condenado a quatro anos de deportação na Sibéria. Em 1902, após adotar o
pseudônimo que o identificará por toda a vida (tirado do sobrenome de
um de seus carcereiros), Trotsky foge da prisão e vai encontrar-se com
Lenin em Londres, onde era editado o jornal "Iskra" (Centelha), órgão do
Partido Operário Social-Democrata Russo.
No famoso II Congresso do Partido em 1903, ocorre a divisão entre os
bolcheviques (maioria) de Lenin e os mencheviques (minoria), que
defendiam a liderança da burguesia liberal na revolução
democrático-burguesa contra a monarquia czarista. Trotsky divergia
radicalmente da estratégia reformista menchevique, mas vota contra os
bolcheviques na questão da organização partidária e faz duras críticas
às concepções leninistas, que considera centralizadoras e autoritárias.
Às portas da revolução de 1917, quando adere ao bolchevismo, Trotsky faz
autocrítica das posições que havia adotado durante e após o histórico
congresso sobre concepção partidária e de sua insistência em buscar a
conciliação entre mencheviques e bolcheviques.
A revolução russa de 1905 teve a destacada participação de Trotsky,
que assume a presidência do primeiro soviete (conselho) da história em
São Petersburgo (Petrogrado). Após a derrota do movimento, ele escreve
seu relato. Primeira revolução do século XX, iniciada a partir da crise
do regime czarista provocada pelas greves dos trabalhadores e pela
derrota militar frente ao Japão, teve como marco o “domingo sangrento”
em que milhares de manifestantes foram fuzilados pelas tropas diante do
palácio do czar. A revolução de 1905 marca o surgimento dos sovietes e
da greve geral de massas como criações políticas revolucionárias da luta
de classes, exercendo forte impacto nas concepções teóricas de Trotsky,
Lenin e Rosa Luxemburgo.
Assim, em 1906, Trotsky publica um pequeno livro que se mostra profético, Balanço e Perspectivas,
onde antecipa a estratégia vitoriosa da Revolução Russa de 1917. Nessa
obra ele resgata o conceito de revolução permanente de Marx, sustentando
o caráter socialista e internacional da revolução na Rússia, sob a
direção política da classe operária em aliança com o campesinato – ao
contrário dos bolcheviques, que defendiam o caráter democrático burguês
da revolução, mesmo sob um governo dos trabalhadores. Uma década depois,
Lenin se aproxima das posições estratégicas de Trotsky, e este se
aproxima das concepções de partido de Lenin.
Em 1914 explode a I Guerra Mundial com a capitulação da
social-democracia frente à guerra imperialista e seus 10 milhões de
mortos, marcando a traição histórica da Segunda Internacional ao
socialismo. Em 1915, a esquerda internacionalista contrária à guerra se
encontra na Conferência de Zimmerwald, na Suíça, e as posições de Lenin e
Trotsky se reaproximam. Com a fome e a mortandade provocada pela
guerra, explode a revolução de fevereiro de 1917 na Rússia, que derruba o
czarismo e implanta o governo provisório. Trotsky embarca de volta à
Rússia e chega a Petrogrado (antiga São Petersburgo) um mês depois de
Lenin ter desembarcado na famosa Estação Finlândia e haver reorientado
os rumos do partido bolchevique na oposição ao governo provisório
(formado por burgueses liberais e monarquistas constitucionalistas
inicialmente, mas depois conta com a participação de
socialistas-revolucionários e mencheviques), que mantinha a Rússia na
guerra, barrava a reforma agrária e reprimia os trabalhadores e
camponeses. “Todo o poder aos sovietes” é a palavra de ordem que Lenin
lança às massas radicalizadas contra a guerra e a fome, abrindo caminho
para a revolução de outubro. Em julho, Trotsky ingressa no partido e no
comitê central bolchevique, juntamente com a organização Interdistrital
que contava com três mil militantes. Em setembro, é eleito novamente
presidente do Soviete de Petrogrado, e em outubro, coordenador do Comitê
Militar Revolucionário, órgão responsável pela organização da tomada do
poder. Em novembro (outubro pelo antigo calendário russo), a primeira
revolução socialista da história tem lugar, sob a direção dos
bolcheviques e com o lema “paz, pão e terra”.
Porém, há a guerra com a Alemanha, o bloqueio e a intervenção militar
das potências ocidentais contra a Rússia. Trotsky torna-se Comissário
do Povo para as Relações Exteriores, chefia as negociações com o alto
comando alemão e desenvolve, nesse período, uma intensa agitação
dirigida ao proletariado europeu, denunciando as chantagens
imperialistas. Porém, no início de 1918, a jovem república soviética é
finalmente obrigada a assinar a Paz de Brest-Litovsk, imposta pela
superioridade militar alemã. No plano interno, o caos com a guerra civil
e os exércitos brancos da contra-revolução atacando em três frentes,
além da oposição interna de mencheviques e de
socialistas-revolucionários, e a terrível crise econômica com o colapso
da produção agrícola, industrial e dos transportes. A revolução está em
perigo.
Trotsky torna-se Comissário do Povo para Assuntos Militares e organiza o Exército Vermelho. Depois de passar dois anos atravessando a Rússia num trem blindado comandando o Exército Vermelho durante a guerra civil, Trotsky conquista a vitória sobre os exércitos brancos em 1920. Mas em março de 1921, o X Congresso do Partido Bolchevique defronta-se com a revolta dos marinheiros do Kronstadt e com as revoltas camponesas, ambas sob influência anarquista e esmagadas pelo poder soviético. Nesse contexto, o Congresso bolchevique suspende, em caráter extraordinário, o direito de tendências no partido, e Lenin lança a Nova Política Econômica (NEP, na sigla em russo), que substitui a fase do comunismo de guerra. Após as derrotas das revoluções na Alemanha, na Finlândia e na Hungria, o isolamento da Rússia soviética era total.
Trotsky torna-se Comissário do Povo para Assuntos Militares e organiza o Exército Vermelho. Depois de passar dois anos atravessando a Rússia num trem blindado comandando o Exército Vermelho durante a guerra civil, Trotsky conquista a vitória sobre os exércitos brancos em 1920. Mas em março de 1921, o X Congresso do Partido Bolchevique defronta-se com a revolta dos marinheiros do Kronstadt e com as revoltas camponesas, ambas sob influência anarquista e esmagadas pelo poder soviético. Nesse contexto, o Congresso bolchevique suspende, em caráter extraordinário, o direito de tendências no partido, e Lenin lança a Nova Política Econômica (NEP, na sigla em russo), que substitui a fase do comunismo de guerra. Após as derrotas das revoluções na Alemanha, na Finlândia e na Hungria, o isolamento da Rússia soviética era total.
Em 1919 Lenin convoca o congresso de fundação da Internacional
Comunista e Trotsky redige seu Manifesto (ele escreveria também o
Manifesto do II Congresso e as Teses do III Congresso). Em 1923, Lenin e
Trotsky compõem uma aliança contra Stalin (que detinha a
secretaria-geral do partido), a fim de combater a nascente
burocratização da revolução.
Trotsky organiza a Oposição de Esquerda, mas em janeiro de 1924,
Lenin morre. Stalin lança uma campanha de filiação partidária de massas,
ironicamente chamada de “recrutamento Lenin” e apresenta sua teoria
antimarxista do “socialismo em um só país”.
Entre 1925 e 1927, Trotsky foi afastado das suas funções no governo e
na direção do partido, até sua expulsão da União Soviética, em 1929.
Nesse período, Trotsky escreve algumas de suas obras mais importantes: Literatura e Revolução, em defesa de uma arte e cultura socialista; A Internacional Comunista depois de Lenin, em que faz um balanço devastador da política internacional do stalinismo; A Revolução Desfigurada,
em que responde às calúnias e falsificações históricas sobre o seu
papel na revolução e defende a luta política da oposição contra a
burocracia stalinista; Minha Vida, sua autobiografia; e A Revolução Permanente, em que retoma e desenvolve suas teses formuladas 25 anos antes.
Trotsky vive exilado na Turquia até 1933, onde escreve os três volumes da sua magistral História da Revolução Russa e os Escritos sobre a Alemanha (editado no Brasil por Mário Pedrosa, sob o título Revolução e contra-revolução na Alemanha),
duas obras-primas do marxismo. Depois de passar pela França e pela
Noruega, sofrendo pressões diplomáticas e ameaças constantes à sua vida,
Trotsky finalmente encontra abrigo no México, graças ao presidente
nacionalista Lázaro Cárdenas.
No exílio mexicano, hospedado com a sua segunda esposa Natália
Sedova, inicialmente na casa de seu amigo, o grande muralista Diego
Rivera e da artista plástica Frida Khalo, a atividade de Trotsky
continua sendo o combate incansável contra a burocracia stalinista. Ele
denuncia a traição histórica do partido comunista e da social-democracia
ao movimento operário alemão por se recusarem a cerrar fileiras em uma
frente única e permitirem a chegada do nazismo ao poder, sem luta;
denuncia a traição da revolução espanhola pelo stalinismo e os abjetos
Processos de Moscou (nos quais Stalin elimina fisicamente toda a “velha
guarda” bolchevique). Em 1936, Trotsky escreve A Revolução Traída,
em que caracteriza a União Soviética como um “Estado operário
burocraticamente degenerado” e defende a derrubada da ditadura
burocrática pelos trabalhadores, através de uma “revolução política” que
retomasse a democracia socialista e o poder dos sovietes. “Um rio de
sangue separa o stalinismo do bolchevismo”. Tempos terríveis e
contra-revolucionários: stalinismo, fascismo e a Grande Depressão
capitalista. “Era meia-noite no século”, afirmou o companheiro de
oposição e biógrafo de Trotsky, Victor Serge. A II Guerra Mundial já
apontava no horizonte.
Trotsky passa seus últimos anos de vida no México organizando a
Quarta Internacional – fundada em Paris, em 1938, sem a sua presença –
para a qual escreve o "Programa de Transição", com o objetivo de formar
uma nova geração de marxistas revolucionários (ele não denominava seu
movimento “trotskista”) que dessem continuidade a herança
“bolchevique-leninista” de Outubro e da Oposição de Esquerda. Após
sobreviver ao atentado organizado por artistas mexicanos do Partido
Comunista armados de metralhadoras, finalmente o braço assassino de
Stalin alcança Trotsky. Em 20 de agosto de 1940 o agente stalinista
Ramón Mercader, após conseguir infiltrar-se na casa-fortaleza de
Coyoacan, ataca-o pelas costas em seu escritório, furando o seu cérebro
com uma picareta. Na mesa de trabalho de Leon Trotsky, os seus últimos
escritos sobre a polícia secreta e os métodos criminosos de Stalin
restaram manchados de sangue.
* Eduardo Mancuso é assessor de cooperação internacional da
Prefeitura de Canoas/RS, integra o comitê internacional do Fórum Social
Mundial e é membro da equipe editorial do Jornal Democracia
Socialista/Em Tempo.
Os “nanicos” da política e do povo
Waldemar Rossi no Correio da Cidadania | |
As eleições deste ano, especialmente a presidencial, vão ganhando corpo
e, sem mais nem menos, entrando nos lares através da invasiva e
desrespeitosa televisão. Muda a rotina dos lares como se fosse a dona
absoluta de todos e todas nós. Somos forçados a suportar horas e horas
de desfilantes, candidatos/as aos cargos eletivos (deputados estaduais e
federais, senadores, governadores e presidente da República), cada um
trazendo a sua "mensagem de felicidade" para o povo. Todos e todas têm a
receita para a felicidade do povo em geral e, portanto, o povo não será
feliz se não quiser.
Mas o que mais chama a atenção é o fato de a imensa maioria não se
indignar com essa quebra da privacidade dos lares, essa indevida
invasão. Não falo aqui dos programados debates, com dia e hora marcados.
Falo da propaganda gratuita que nos força a engolir sapos (barbudos ou
não) a cada momento – através das pequenas entradas – e durante
intermináveis minutos do "direito" a que os partidos dispõem por força
de lei. Aliás, lei criada pelos parlamentares que dela se beneficiam.
E, assim, o sistema dominante vai nos impondo suas escolhas feitas anos
antes, porém, colocadas como se fossem a vontade soberana dos cidadãos e
cidadãs que pagam pesados impostos durante os 365 dias (mais seis
horas) do ano. E vamos engolindo essa escolha como se fosse realmente a
nossa. Como já nos prevenia Pe. Alfredo Gonçalves, em um dos seus belos
artigos: "vamos escolher quem vai nos trair futuramente" (referindo-se
ao controle que o poder econômico exerce sobre as estruturas políticas
do país e sobre a maioria dos políticos).
Há, ainda, uma agravante que não vem sendo analisada pelos eleitores e
que a mídia tenta esconder. A tal lei da propaganda eleitoral gratuita,
que foi feita e é mantida pelos políticos de plantão, cria verdadeiro
monstrengo em termos de justiça e democracia. Essa lei privilegia os
grandes partidos que vêm sendo mantidos no poder com vultuosas verbas
fornecidas pelas grandes empresas nacionais e multinacionais.
Assim, cada partido tem "direito" a encher a paciência dos
telespectadores conforme o número de parlamentares que tiver conseguido
eleger. Com isto, impede que novos partidos possam de fato se apresentar
ao eleitorado. É o que a burguesia – e seus meios de comunicação -
sacanamente chama de partidos "nanicos", uma expressão depreciativa, que
leva o povo a ignorá-los, e por isso a não terem a mínima chance de se
apresentarem ao eleitorado como alternativa de poder. E assim vão sendo
mantidos perpetuamente nanicos pelo poder explorador. Porém, com um
discurso bem concatenado, fazendo-nos engolir que este sistema é
realmente democrático.
Da mesma forma como o fazem com mais de 70 milhões de brasileiros e
brasileiras, que vêm sendo excluídos da vida econômica, social e
cultural do país. São milhões de seres humanos, com direitos iguais
segundo a lei, mas que vêm sendo colocados e mantidos à margem de um
padrão de vida segundo as exigências legais e da própria dignidade
humana. Partidos e povo vão se tornando cada vez mais "nanicos", cada
vez mais marginalizados, segundo a lógica desse sistema burguês de
dominação e exploração total.
Alguém poderá discordar do que vai acima escrito apelando para um
exemplo de ruptura com tal lógica: o nascimento, crescimento e afirmação
nacional do PT (Partido dos Trabalhadores). Isto é fato. Mas há que
analisar que este PT que está no poder nasceu do momento histórico
possivelmente de maior crescimento do movimento social que o país viveu,
tendo como base a ascensão das lutas operárias. O PT foi fruto de um
amplo movimento social ativo e consciente do seu protagonismo.
Mas o PT de hoje não é mais o PT da época de sua fundação. Sua direção e
corrente majoritária foram cooptadas pelo poder neoliberal. Passou a
ser um dos grandes, mas a custa da renúncia à missão para a qual foi
criado e atuando contrariamente aos seus discursos históricos. Sua
política é a mesma dos tradicionais "currais eleitorais" criados e
mantidos pelos famigerados "coronéis" do nosso interior.
As chances de que os partidos e o povo "nanicos" deixem de sê-lo
dependem exclusivamente do desenvolvimento da consciência crítica, da
politização, organização da ação coletiva de todos e todas nós. E isto
só irá acontecer na medida em que sobretudo as gerações jovens se
apropriarem do conhecimento e assumirem o seu protagonismo.
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
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Relato de um psicólogo norte-americano que esteve em Cuba recentemente.
Certo
dia de 1962, quando eu tinha uns dez anos, estava brincando no quintal
de um amigo da vizinhança em Tulsa, Oklahoma. Meu amigo teve uma rusga
com sua mãe e me deixou surpreso quando gritou para ela: "Vou te mandar
para Cuba!". Como regra, tinha-se a crença de que Cuba era o pior lugar
do mundo e gritar uma coisa dessas para a mãe, poderia ser interpretado
como uma das piores coisas imagináveis de se dizer.
Quarenta e oito
anos depois eu fui a Cuba para ver por mim mesmo. Eu fiz parte de uma
delegação de profissionais de saúde que visitou a Ilha, de 08 a 18
Janeiro de 2010, para estudar o serviço de saúde cubano. A delegação foi
organizada pela agência de viagens Marazul, uma das poucas licenciadas
pelo EUA, para facilitar as viagens de cidadãos norte-americanos a Cuba.
Depois de quase 50
anos, ainda são proibidas de viagens cidadãos dos EUA para a ilha. Cuba é
o único país no mundo que os cidadãos norte-americanos não podem viajar
livremente.
E Cuba, como muito bem me expressou uma mulher cubana, "não é o céu, mas tampouco é o inferno".
A nossa delegação,
composta pelas organizações Witnesses for Peace (Testemunha para a Paz) e
o Grupo de Trabalho para a América Latina, na qualidade de consultores,
visitou muitos centros de saúde em Havana, e alguns centros de saúde
rurais em Puerto Esperanza. Muitas de nossas reuniões tiveram lugar no
Centro Martin Luther King Jr., em Havana. Ao lado deste Centro
encontra-se a Igreja Batista Ebenezer.
Participamos dos
cultos da igreja, que foram muito gratificantes. As pessoas são
amigáveis. O sermão centrou-se na libertação da opressão. As pessoas
presentes estavam muito emocionadas e nos abraçamos e unimos nossas
mãos, durante o serviço. Expressava-se um verdadeiro sentido de
solidariedade com os seres humanos que lutam por uma vida melhor.
Muito tem sido
escrito sobre o governo cubano restringir os serviços religiosos, mas
não vi nada parecido. Visitamos várias igrejas católicas, a Igreja
Batista e uma igreja pentecostal. Em Cuba, a atenção à saúde é
considerada um direito da mesma forma que consideram a educação como um
direito. Os cuidados de saúde e educação são fornecidos a todos os
cidadãos, sem nenhum custo. Eu estava impressionado com o amor e o
cuidado de saúde onde estávamos. Eu não vi longas filas nos
ambulatórios, apesar do fato de que a assistência médica é pró-ativa e
vão para os bairros para ajudar os pacientes carentes. Acredite ou não,
há médicos de família com visitas regulares às casas em cada bairro.
Eles enfatizam a prevenção como tratamento.
Visitamos também a
famosa Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), perto de Havana, onde
os alunos recebem formação para se tornarem médicos, sem custo para os
estudantes e suas famílias. Há alunos dos EUA e nos reunimos com eles.
Os cubanos exigem para sejam aceitos com alunos, na ELAM, que ao
retornar às suas comunidades, após a graduação, sirvam as populações
carentes, ou seja, os pobres e as minorias. Anteriormente, no edifício
da ELAM funcionava uma academia naval, que por decisão do governo
tornou-se uma escola de Medicina.
Os cubanos enviaram
cerca de 135.000 profissionais de saúde a mais de 100 países do mundo.
Países como Venezuela e Haiti, e muitos países da América do Sul e
África são os destinatários dos médicos formados em Cuba. Cuba mantém um
programa de intercâmbio com a Venezuela, em troca de petróleo
venezuelano, o que tem sido benéfico para ambos os países.
Os cubanos também
tendem a dar grande ênfase à cultura e história. O Palácio Presidencial
que foi ocupado pelo ditador Fulgêncio Batista, foi transformado em um
museu. Uma das mansões do Batista é agora um estúdio de dança. Os
edifícios que cercam a casa de Batista, que antes eram quartéis, agora
são escolas.
A criminalidade é
praticamente inexistente e é seguro andar pelas ruas de Havana, em todos
os momentos do dia. As pessoas são muito simpáticas e prestativas e
pareciam genuinamente interessadas em falar com os norte-americanos. Eu
conheci um idoso afro-cubano que tinha vivido nos EUA durante 26 anos e
decidiu voltar para Cuba para se aposentar. Nós nos encontramos com duas
mulheres norte-americanas que decidiu se mudar para Cuba, onde vivem
com seus maridos cubanos.
Atualmente existe
uma legislação no Congresso americano destinada a levantar a proibição
de viagens a Cuba. A versão da Câmara é a HR 874 e a versão do Senado é a
S 428. Este é o momento para as pessoas contactar os seus deputados
para expressar a sua opinião sobre esta questão.
Parece irônico que
nos Estados Unidos, uma nação que se orgulha de ser "livre", os seus
cidadãos não pode viajar para este belo país, há apenas 90 milhas de
nossas costas.
....
James Thompson, Ph.D. é psicólogo, em Houston.
contato: pthompson1959@comcast.net
Fonte: CUBA DEBATE
Tradução: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Carta dos Blogueiros Progressistas
Esta é a redação inicial do documento final do 1º Encontro
Nacional de Blogueiros Progressistas. Se tiver sugestões, envie e-mail
para contato@baraodeitarare.org.br
“A liberdade da internet é ainda maior que a liberdade de imprensa,
na medida em que a imprensa compreensiva do rádio e da televisão se
define como serviço público sob regime de concessão ou permissão, ao
passo que a internet se define como instância de comunicação
inteiramente privada”
MinistroAyres Britto, do STF
Em 21 e 22 de agosto de 2010, homens e mulheres de várias partes do
país se reuniram em São Paulo, no Sindicato dos Engenheiros, com a
finalidade de materializarem uma entidade, inicialmente abstrata, dita
Blogosfera, a qual vem ganhando importância no transcurso desta década
devido à influência progressiva que passou a exercer na comunicação e
nos grandes debates públicos.
A Blogosfera é produto dos esforços de pessoas independentes das
corporações de mídia, os blogueiros progressistas, designação que alude
àqueles que, além de seus ideais humanistas, ousaram produzir o que já
se tornou o primeiro meio de comunicação de massas autônomo. Contudo,
produzir um blog independente, no Brasil, ainda é um ato de heroísmo
porque não existem meios sólidos de financiamento para exercer a
atividade profissionalmente, ou seja, obtendo remuneração.
Em busca de soluções para as dificuldades que persistem para que a
Blogosfera Progressista siga crescendo e ganhando influencia em uma
comunicação de massas dominada por um oligopólio poderoso, influente e,
muitas vezes, antidemocrático, os blogueiros progressistas se unem para
formularem aspirações e propostas de políticas públicas e pelo
estabelecimento de um marco legal regulatório que contemple as
transformações pelas quais a comunicação está passando no Brasil e no
mundo.
Com base nesse espírito que permeou o 1º Encontro Nacional de
Blogueiros Progressistas, os participantes deliberaram em favor dos
seguintes pontos:
I – Apoiamos o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), de iniciativa
do governo federal, como forma de inclusão digital de expressiva
parcela do povo brasileiro extemporaneamente alijada de um meio de
comunicação de massas como a internet no limiar da segunda década do
século XXI, o que é inaceitável e incompatível com os direitos
fundamentais do homem à comunicação em um momento histórico em que os
avanços tecnológicos nessa área já são acessíveis a qualquer cidadão de
qualquer classe social nos países em estágio civilizatório mais
avançado.
Apesar do apoio ao PNBL, os Blogueiros Progressistas declaram que,
mesmo entendendo a iniciativa governamental como positiva, julgam que
precisa de aprimoramento, pois da forma como está ainda oferece pouco
para que a internet possa ser explorada em todas as suas
potencialidades. A velocidade de processamento a ser oferecida à
sociedade sem cobrança dos custos exorbitantes da iniciativa privada,
por exemplo, precisa ser ampliada ou não realizará aquilo a que se
propõe.
2 – Defendemos a regulamentação dos Artigos 220, 221 e 223da
Constituição Federal, que legislam sobre a comunicação no Brasil e,
entre outras coisas, proíbem a concentração abusiva dos meios de
comunicação de massa e que dispõem sobre os sistemas público, estatal e
privado.
Por omissão dos Poderes Executivo e Legislativo na regulamentação da
matéria e sob sugestão do eminente professor Fabio Konder Comparato,
os Blogueiros Progressistas decidem mover na Justiça brasileira uma
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) com vistas à regulamentação
das leis que determinam profundas alterações na realidade da
comunicação no Brasil supra descrita e que vêm sendo solenemente
ignoradas.
3 – Combatemos iniciativas que tramitam no Poder Legislativo tais
como o Projeto de Lei de autoria do senador mineiro Eduardo Azeredo,
iniciativa que se notabilizou pela alcunha de “AI-5 digital” e que
pretende impor restrições policialescas à liberdade de expressão na
rede mundial de computadores, bem como as especulações sobre o que se
convencionou chamar de “pedágio na rede”, ou seja, a possibilidade de
os grandes grupos de mídia poderem veicular seus conteúdos na internet
com vantagens tecnológicas como capacidade e velocidade de
processamento em detrimento do que for produzido pelos cidadãos comuns e
pelas pequenas empresas de comunicação.
4 – Reivindicamos a elaboração de políticas públicas que incentivem a
veiculação de publicidade privada e oficial remuneradas nos blogs, bem
como outras formas de financiamento que efetivamente viabilizem essa
forma de comunicação representada pela Blogosfera Progressista, de
maneira que possa ser produzida por qualquer cidadão que disponha de
competência para explorar seu potencial econômico e comercial,
exatamente como fazem os meios de comunicação de massas tradicionais com
amplo apoio do Estado por meio de fartas verbas públicas que, com
freqüência, são repassadas sob critérios meramente políticos e que
ignoram a orientação constitucional que determina pluralidade na
comunicação do país.
5 – Cobramos dos Poderes Executivo e Legislativo que examinem com
seriedade deliberações da 1ª Conferência Nacional de Comunicação
(Confecom) como a da criação do imprescindível Conselho Nacional de
Comunicação.
6 – Deliberamos pela instituição de um Encontro Anual dos Blogueiros
progressistas, que deve ocorrer, sempre que possível, em diferentes
capitais para que um número maior de unidades da Federação tenha contato
com esse evento e, em algum momento, com o universo da blogosfera.
7 – Lutaremos para instituir núcleos de Apoio Jurídico aos
Blogueiros Progressistas, no âmbito das tentativas de censura que vêm
sofrendo sobretudo por parte da classe política e de grandes meios de
comunicação de massas.
São Paulo, 22 de agosto de 2010
Altamiro Borges
Conceição Lemes
Conceição Oliveira
Diego Casaes
Eduardo Guimarães
Luis Nassif
Luiz Carlos Azenha
Paulo Henrique Amorim
Renato Rovai
Rodrigo Vianna
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Mulheres, Irã e esquerda
Rui Martins*
Berna (Suiça) - O episódio envolvendo a
mulher iraniana, Sakineh, ameaçada de morte por apedrejamento, o
presidente iraniano Ahmadinejad e o nosso presidente Lula, tem o grande
mérito de esclarecer certas tomadas de posição da esquerda brasileira.
Embora eu tenha lido que a embaixada
iraniana no Brasil vai fazer uma campanha de esclarecimento, ja há
coisas bastante claras. Mas vamos começar do princípio – um postulado
básico do posicionamento da esquerda e mesmo objetivo de sua luta
política é o respeito a um princípio não negociável, os direitos
humanos.
A longa trajetória da esquerda tem sido
marcada por campanhas que foram contra a escravidão, como a memorável
luta dos escravos comandados por Spartacus; pela liberdade do
pensamento, na qual Erasmo, Guttenberg, Lutero tiveram relevância; pela
ação de pacifistas em favor do respeito da dignidade humana e contra o
imperialismo, como Cristo e Gandhi; pelas mulheres que, ainda
recentemente, conquistaram o reconhecimento de serem iguais aos homens,
como Simone de Beauvoir, a ex-ministra francesa Simone Weil, a advogada
francotunisiana Gisele Halimi, por terem conquistado o direito legal de
abortar e outros tantos homens e mulheres que, aqui na Europa e nas
Américas, acabaram com os casamentos arranjados e forçados, e chegam
mesmo a reconhecer o direito da mulher vender o prazer sexual se a isso
não for obrigada.
Esta luta das mulheres,cujos resultados
têm sido colhidos nos nossos dias, têm sido uma das mais difíceis,
porque mesmo entre esquerdistas notórios, revolucionários e militantes
pelos operários, o reconhecimento da igualdade entre homens e mulheres
não foi automático. Por absurdo que possa parecer, as mulheres
militantes na Revolução Espanhola, na Revolução de Outubro tinham
escalão inferior, clima que existia também entre muitos marxistas.
Ora, na marcha da História, onde existem
recaídas e retrocessos, o reconhecimento da dignidade das mulheres, do
seu direito à liberdade para viver, casar e divorciar, ter ou não ter
filhos, ser ou não fiel ao amante ou marido, é assegurado num número
reduzido de países. E no próprio Brasil ainda não é de todo reconhecido.
Faz pouco anos, todos os autores de
crimes passionais eram absolvidos. O caso mais flagrante da justiça
machista brasileira é o do ex-diretor do jornal O Estado de São Paulo,
Pimenta das Neves que matou pelas costas sua ex-amante, a jornalista
Sandra Gomide, por ter sido por ela preterido e, embora condenado, vive
em liberdade aguardando uma decisão do STF que, pelo jeito, nunca virá.
No Brasil, não se apedreja Sakineh ou Sandra, mata-se a faca ou a tiros,
e fica por isso mesmo, porque a justiça e a sociedade fazem vista
grossa.
Ora, onde eu quero chegar ? O
posicionamento de esquerda não deve e não pode permitir o caucionamento
de regimes e governos ainda na idade da pedra e dos apedrejamentos em
questões de direitos humanos que incluem, é óbvio, as mulheres. Mesmo
quando se trata de manobra tática política, o contrapeso é
excessivamente pesado.
Apoiar regimes que lapidam mulheres,
obrigadas a serem fiéis a maridos que lhes foram impostos, ou
simplesmente vítimas de suspeitas ou de tramas familiares é um
contrasenso e não ajudará esses países a promover as reformas
necessárias em favor das mulheres, livrando-as do jugo de religiosos
retrógrados.
Apoiar regimes que cortam mãos, pés e
cortam o nariz e orelhas da mulher que declara querer se divorciar, é
ser conivente e cúmplice. Isso não quer dizer que o imperialista Bush
podia invadir e ocupar países do Oriente Médio. Cada país tem direito à
sua autodeterminação e a evoluir. A Europa queimava hereges na fogueira,
caçava bruxas e punia as adúlteras, isso ainda há trezentos anos. O
Afganistão e a milenar Pérsia vão evoluir sem precisar de soldados
ocidentais, ao contrário a ocupação americanoeuropéia só vai atrasar
essa evolução.
Outra coisa, não é porque Israel tem
governo de extrema-direita, aplica uma indecente política de colonização
e humilha os palestinos que o Hamas se transforma no movimento
revolucionário exemplar e que a Palestina governada pelo Hamas será o
paraíso. Ninguém é obrigado a ser por Israel ou pelo Hamas, é muito mais
coerente e correto sem contra os dois. Não é porque não aceito o
prepotente Natanyaou, que vou justificar o Hamas religioso, que vem
acabando com o laicismo do Fatha e com as conquistas das mulheres
palestinas da época de Arafat.
Sakineh, a mulher iraniana ameaçada de
morrer apedrejada não é a primeira e nem vai ser a última. Já houve
mobilizações mundiais em favor de mulheres condenadas ao apedrejamento
em países islamitas africanos.
Quem viu o filme baseado no romance de
Khaled Osseini, sobre o Afganistão de antes da invasão soviética (não se
deve esquecer) até a atual ocupação ocidental, lembra-se da cena da
mulher lapidada. Ainda há uns cinco anos, um professor em Genebra,
justificava no jornal Le Monde o apedrejamento de mulheres adúlteras até
a morte. Era Hani Ramadan, filho do criador do movimento islamita
fundamentalistas Irmãos Muçulmanos e irmão do líder islamita na Europa,
Tarik Ramadan, que até hoje não deixou claro se apoia ou não esse tipo
de punição ditada pela chariá do Corão.
O caso da mulher iraniana ameaçada de ter
seu rosto e cabeça destruídos por pedras lançadas por homens não é
apenas a resposta iraniana maleducada ao nosso presidente Lula, por ter
oferecido refúgio à iraniana.
É muito mais que isso – é a existência no
nosso planeta de regiões e religiões que consideram as mulheres seres
inferiores, que as escondem sob o manto escuro da burca e as matam a
pedradas. Não vejo como poderia apoiar ou justificar, mesmo como tática
política, tais países. Só com condenações e denúncias (não guerras ou
invasões) poderão evoluir. A destruição do Iraque, país laico, pelos
americanos favoreceu o islamismo ortodoxo iraniano. E hoje, em lugar dos
não religiosos Nasser, Arafat e Sadam Hussein, o líder da região é
Ahmadinejad apoiado por molás e imãs, como na nossa Idade Média de reis e
imperadores apoiados pelo Vaticano.
Jornalista,
escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura, é líder
emigrante, ex-membro eleito no primeiro conselho de emigrantes junto ao
Itamaraty. Criou os movimentos Brasileirinhos Apátridas e Estado dos
Emigrantes, vive em Berna, na Suíça. Escreve para o Expresso, de Lisboa,
Correio do Brasil e agência BrPress.Como é bom ser Colorado!
Centenário, Campeão do Mundo – FIFA, da Libertadores, da
Sul-americana, da Recopa, da Suruga, da Copa do Brasil, Tricampeão
Brasileiro, Multicampeão Gaúcho, e por aí vai... O que mais te falta
Colorado, depois de ganhar TUDO?
Pois é, mas hoje tem mais, começará TUDO DE NOVO! Tu não perdoas, Colorado! Tu com tantos... Mas é assim, tu gostas mesmo é de sempre ser o primeiro.
O Mundo te respeita, a imprensa te reconhece, teus adversários te temem, teus guerreiros lutam por ti, tua torcida te ama!
Aliás, que mística é esta que apaixona e faz chorar um Gaúcho dos quatro costados? Que magia é esta? Sabemos todos, é a tua história. Da Rua Arlindo para o Mundo, os Irmãos Poppe não tinham a noção de que este Clube se tornasse tão grande e tão conquistador, a tal ponto de ter todos os troféus do Mundo aos seus pés.
De onde vem esta força, este poder? Indagam todos!
A resposta é simples: os que fizeram o Colorado um Clube desta grandeza foram aqueles que assistiam no alambrado da Rua Arlindo; aqueles que construíram cada pedaço dos Eucaliptos, do pavilhão de madeira à arquibancada de concreto; aqueles que construíram pedaço a pedaço do maior templo do futebol no Sul do País, o Gigante da Beira-Rio, aqueles que vibram e se emocionam quando a camisa vermelha está na disputa.
És tu mesmo, torcedor colorado, mesmo que não estejas mais aqui, mas a tua força está; tu que irás ao Beira-Rio ou ficarás na torcida. Tu és o protagonista da história vencedora do S. C. Internacional. É a paixão por este Clube de Futebol que o faz gigante.
Torcedor: quarta-feira é o teu dia!
Colorado, teu povo estará junto contigo, para continuar a festa!
Pois é, mas hoje tem mais, começará TUDO DE NOVO! Tu não perdoas, Colorado! Tu com tantos... Mas é assim, tu gostas mesmo é de sempre ser o primeiro.
O Mundo te respeita, a imprensa te reconhece, teus adversários te temem, teus guerreiros lutam por ti, tua torcida te ama!
Aliás, que mística é esta que apaixona e faz chorar um Gaúcho dos quatro costados? Que magia é esta? Sabemos todos, é a tua história. Da Rua Arlindo para o Mundo, os Irmãos Poppe não tinham a noção de que este Clube se tornasse tão grande e tão conquistador, a tal ponto de ter todos os troféus do Mundo aos seus pés.
De onde vem esta força, este poder? Indagam todos!
A resposta é simples: os que fizeram o Colorado um Clube desta grandeza foram aqueles que assistiam no alambrado da Rua Arlindo; aqueles que construíram cada pedaço dos Eucaliptos, do pavilhão de madeira à arquibancada de concreto; aqueles que construíram pedaço a pedaço do maior templo do futebol no Sul do País, o Gigante da Beira-Rio, aqueles que vibram e se emocionam quando a camisa vermelha está na disputa.
És tu mesmo, torcedor colorado, mesmo que não estejas mais aqui, mas a tua força está; tu que irás ao Beira-Rio ou ficarás na torcida. Tu és o protagonista da história vencedora do S. C. Internacional. É a paixão por este Clube de Futebol que o faz gigante.
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Colorado, teu povo estará junto contigo, para continuar a festa!
Samanta Cardoso Bertei,
Presidente da Confraria Tambores de Yokohama.
Email: presidente@tamboresdeyokohama. com.br
"TAMBORES": DE YOKOHAMA A ABU DHABI 2010!
Presidente da Confraria Tambores de Yokohama.
Email: presidente@tamboresdeyokohama.
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