sábado, 4 de setembro de 2010

A preservação das tartarugas na Costa Rica


Este vídeo sensacional é o melhor antídoto para neutralizar o veneno contido na insuportável arribada — ou chegada em massa — de e-mails mentirosos sobre o falso roubo de ovos de tartarugas nas praias da Costa Rica ou na margem esquerda do rio Solimões por membros do MST.
Você vai ver o esforço das fêmeas durante a desova na praia de Ostional, o engajamento dos habitantes locais na preservação dos ninhos e a luta dos filhotes para alcançar o mar. Apesar do perigo sempre iminente de ataque das aves de rapina e outros predadores, este filme tem um final feliz.
Preservação de tartarugas na Costa Rica
Realizado pela produtora costarriquenha Oliva Films e dirigido por Roy Prendas, o documentário conta a história de uma pequenina tartaruga oliva e nos recorda que “a conservação não é um ato de caridade com a Natureza, mas acima de tudo um ato de responsabilidade com a nossa própria sobrevivência”.
O audiovisual chegou a causar “comoção” quando foi apresentado pela primeira vez no 29º Simpósio de Biologia e Conservação das Tartarugas Marinhas, realizado em Brisbane, Austrália, de acordo com relato de membros do WWF, o Fundo Mundial para a Vida Selvagem e a Natureza.
Embora narrado em espanhol, sua compreensão é muito fácil para nós, brasileiros. Foi disponibilizado em junho no YouTube, em imagens espetaculares de alta definição.
Desova de tartarugas marinhas em praia da Costa Rica
Procure se informar corretamente sobre essa manipulação grosseira e não faça papel de bobo repassando o hoax. Seguem abaixo alguns links de utilidade para ajudar na sua pesquisa.
Na Matéria Incógnita:
A GRANDE MENTIRA: MST ROUBA OVOS DE TARTARUGAS NO RIO SOLIMÕES
Na Cachaça Araci:
A VERDADE SOBRE O MASSACRE DAS TARTARUGAS NA COSTA RICA
DEPUTADO AJUDA A ESPALHAR BOATO SOBRE ROUBO DE OVOS DE TARTARUGAS NA MARGEM ESQUERDA DO RIO SOLIMÕES

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ahmadinejad propõe a palestinos continuar resistência frente a Israel

Escrito por Erica Soares  no Prensa Latina 
Imagen activa O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, urgiu hoje ao povo palestino manter sua luta de resistência frente a Israel e convocou todo o mundo muçulmano a unir-se no Dia Internacional por Jerusalém (Al-Quds).

  Ahmadinejad falou a iranianos congregados na Universidade de Teerã e em marchas nas ruas, em ocasião da jornada solidaria com os palestinos lançada em 1979 na República Islâmica por seu fundador, o já falecido Ayatolah Ruhollah Khomeini.

"O tema palestino não pode ser resolvido mediante conversas com os inimigos da nação palestina. A resistência é a única forma de salvar os palestinos", destacou o presidente persa em alusão às negociações diretas sustentadas ontem em Washington.

Convocados pelo mandatário estadunidense, Barack Obama, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o premiê de Israel, Benjamín Netanyahu, falaram ontem cara a cara em Washington, sem conseguir avanços substanciais.

"Como podem essas conversas ser exitosas, quando os mediadores são aqueles que criaram este conflito?", se perguntou o governante iraniano ao recriminar a visão otimista que tentaram dar da reunião Obama e sua secretária de Estado, Hillary Clinton.

A respeito, Ahmadinejad chamou os líderes regionais no Oriente Médio a unirem-se contra Israel e foi duramente crítico com alguns estadistas muçulmanos por não outorgar pleno respaldo aos palestinos em seu confronto contra "a entidade sionista" (Israel).

Assinalou que a celebração do Dia Internacional da Al-Quds no Oriente Médio facilita o caminho para o colapso de Israel, um Estado -remarcou- criado pelo Ocidente para promover seu esquema colonialista através de uma agenda materialista no novo mundo.

Outros dirigentes árabes e muçulmanos da região também minimizaram a importância do encontro Abbas-Netanyahu, cujo único ponto inovador foi o compromisso de voltar a se reunir nos dias 14 e 15 de setembro próximo e -provavelmente- a cada duas semanas.

Enquanto isso, centenas de milhares de iraniano saíram às ruas nesta sexta-feira, o último do mês de jejum islâmico do Ramadã, para exigir a retirada israelense dos territórios palestinos ocupados, particularmente de Jerusalém, cidade santa para todos os muçulmanos.

Tanto nesta capital como em Isfahan, Shiraz e Mashhad, os manifestantes reclamaram o fim da ocupação israelense e prognosticaram o fracasso do novo processo negociador palestino-israelense, caso não se freie totalmente a construção de assentamentos judeus.

Israel defende estender essas colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Leste, pese serem consideradas ilegais pela ONU e por várias instâncias mundiais, e se nega a reconhecer o direito de regresso dos refugiados palestinos expulsos de suas terras desde 1948.







Assine! Plebiscito Popular! Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra...




O Brasil é o segundo país no mundo que mais concentra terras, perde apenas para o Paraguai.As pequenas propriedades de Terra representam menos de 3% da área ocupada pelos estabelecimentos rurais, enquanto as grandes propriedades concentram mais de 43% da área.
Ao mesmo tempo as pequenas propriedades são responsáveis por mais de 70% da produção de alimentos no país.
O país também aparece no cenário Latino Americano com o terceiro pior índice de desigualdade social em toda a região, de acordo com os dados divulgados, em julho deste ano, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)


Limite de propriedade das terras brasileiras

  Waldemar Rossi no Correio da Cidadania  
 
Pelo direito à terra e à soberania alimentar!
 
Nada menos que 44 entidades nacionais convocam o povo brasileiro para mais um Plebiscito Popular. E o tema é candente: "Limite de propriedade da terra". Entre as entidades signatárias estão o CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs) e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
 
Trata-se de um tema quente, polêmico, por ser uma das mais antigas e justas lutas do povo brasileiro. É também a exigência, um clamor universal que se promova, ainda que tardiamente, a Reforma Agrária no país com a maior extensão de terras cultiváveis do planeta.
 
Algumas informações necessárias
 
Foi lançado um documento popular de esclarecimento que apresenta 10 (dez) respostas à pergunta: "Por que o limite das terras no Brasil?".
 
1 – Porque a concentração de terras é a grande responsável pela miséria e fome em nosso país;
2 – Porque não há lei que limite a propriedade das terras e isto permite que alguém ou alguma empresa, inclusive estrangeira, se torne dono de todas as terras disponíveis;
3 – Porque o latifúndio e o agronegócio já expulsaram mais de 50 milhões de trabalhadores do campo, seja pelo poder do dinheiro seja pelo poder das armas dos seus jagunços, inchando as cidades e gerando milhares de favelas e cortiços, onde milhões "moram" em condições desumanas;
4 - Porque milhões de famílias poderiam ter acesso à terra e fazer aumentar a alimentação básica e de qualidade para o povo brasileiro;
5 – Porque as pequenas propriedades produzem alimentos sem os agrotóxicos que os latifúndios empregam e que prejudicam a saúde do povo;
6 – Porque a agricultura familiar e camponesa dá trabalho para 15 pessoas em cada 100 hectares, enquanto que o agronegócio emprega apenas duas (*);
7 – Porque o agronegócio é o responsável pela grande violência no campo e pela cruel exploração de trabalho escravo de milhares de seres humanos;
8 – Porque banqueiros, grandes empresas nacionais e internacionais se tornaram donos de grandes latifúndios; entretanto, seus donos nunca plantaram sequer um pé de cebola ou batata; vivem da exploração e da especulação das terras.
9 – Porque apenas alguns grandes proprietários, donos de milhares de hectares, ocupam 44% das terras, enquanto metade das propriedades com menos de 10 hectares ocupam menos de 3% das terras;
10 – Porque países econômica e socialmente mais desenvolvidos que o Brasil (Itália, Japão e a Coréia do Sul, por exemplo) já estabeleceram limites máximos para suas terras rurais.
 
O folheto encerra suas informações registrando: "AGORA É A NOSSA VEZ! NÃO SERÁ FÁCIL!".
 
Sabemos muito bem que o grande capital travará uma batalha sem limites para combater o Plebiscito Popular e seu resultado. Afinal, o capital só existe porque explora os povos, caso contrário desaparecerá. Como sua finalidade é sempre ter lucros e mais lucros, riquezas e mais riquezas concentradas, poder e mais poderes em suas mãos, evidentemente desencadeará uma luta titânica para que seus interesses sem limites não sejam interrompidos.
 
Mas é exatamente porque eles vêm travando essa e outras lutas contra os interesses do povo que este precisa se levantar e dar um sonoro "Basta!" à exploração. Por isso você está sendo convocado: vamos à luta!
 
Preparação
 
Se é correta a observação de que este Plebiscito não teve o mesmo tempo de preparação que os três anteriores, também é verdade que a luta pela Reforma Agrária é bem mais antiga, já tem raízes na população e nossos militantes já têm experiências acumuladas, o que facilitará nossa tarefa.
 
O que é preciso fazer? Reunir militantes o quanto antes; buscar no site http://www.limitedaterra.org.br/ as informações necessárias, buscar nos locais de distribuição o material necessário: cédulas, listas dos assinantes, atas de votação e de apuração; organizar a coleta de votos em todos os locais possíveis, como comunidades, associações de bairro, escolas, ruas etc.; distribuir bem as tarefas, pois, quanto às urnas, como já sabem, nós as fazemos de pequenas caixas de papelão.
 
Quando?
 
Também como nas vezes anteriores, o Plebiscito se dará durante a Semana Da Pátria e o Grito dos Excluídos. Embora esteja programado para os dias 1º a 7 de setembro, a coleta se estenderá até o dia 12, segundo domingo do mês.
 
Você que vota a cada dois anos para eleger vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e presidente, está convidado a exercer mais este direito: dar seu voto no Plebiscito Popular em defesa de limites da propriedade das terras, para que todos os que nelas queiram trabalhar tenham a chance de fazê-lo.
 
Afinal, como nos pergunta o 16º Grito dos Excluídos: "Onde estão nossos diretos?".
 
(*) Cada hectare de terra corresponde ao tamanho de um campo de futebol. Imaginemos o quanto uma família de três ou quatro pessoas terá que trabalhar para cultivar 20 hectares, por exemplo. Ou seja, uma área correspondente a aproximadamente 20 campos de futebol!
 
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
 

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Apóie a nova Representação do MSM à Justiça Eleitoral...



Tem início, neste post, a nova campanha do Movimento dos Sem Mídia por adesões à Representação que a ONG fará à Justiça Eleitoral brasileira contra o desafio da lei que regula as eleições no país, desafio esse representado pela prática ILEGAL de concessões públicas de rádio e tevê manifestarem opinião favorável a pelo menos um candidato no processo eleitoral de 2010.

Querem cassar a candidatura de Dilma Roussef

Por Marcelo Salles no blog o escrevinhador



A coligação de José Serra acionou o Tribunal Superior Eleitoral, nesta quarta-feira (01/9), pedindo a cassação da candidatura de Dilma Rousseff. O motivo seria a quebra do sigilo fiscal, pela Receita Federal, de pessoas ligadas ao PSDB, incluindo a filha de Serra, Verônica Serra.
Vamos desde o começo.
O Brasil é um dos países mais ricos do mundo. Petróleo, ouro, nióbio, solo fértil, as florestas, os mares, dimensões continentais, 200 milhões de habitantes, parque industrial diversificado e etc. O mundo inteiro cobiça as nossas riquezas.
É fundamental que isto seja dito, porque existe algo além de saúde, educação e segurança pública – sem falar nos temas menos votados – em jogo nessas eleições gerais. Não que saúde, educação e segurança pública sejam coisa pouca. Não é isso. Só estou dizendo que existe algo mais. Algo que, inclusive, é necessário para a administração de tudo o mais.
Quando o Brasil foi invadido em 1500, Portugal queria extrair o máximo de riquezas possível, mesmo porque precisava de recursos para se reposicionar frente ao surgimento de novas potências européias.
Nos séculos seguintes, o país foi marcado a ferro e fogo pelo instituto da escravidão. Entre 5 e 8 milhões de negros foram saqueados da África para o trabalho forçado nas Américas. Durante muito tempo era direito matá-los e torturá-los. Isso cria marcas profundas, cria racismo, que é desigualdade de oportunidade. Foram quase quatro séculos em que a mão de obra escrava era a força motriz da economia brasileira.
Com Getúlio Vargas a história começou a mudar. O gaúcho jogou água na política do café-com-leite, e a “revolução constitucionalista” de 1932 está aí para provar o ódio da elite paulista pelo Brasil. Em São Paulo não há nenhuma avenida com o nome de Getúlio Vargas, como nas principais capitais do país.
O período foi marcado por intensa mobilização popular, que culminou com o povo nas ruas diante do suicídio do presidente, em 1954. O golpe que vinha sendo gestado foi aadiado por 10 anos. Nesses anos, o país vivia um grande período de conscientização popular. Organizações de classe, uniões estudantis, todos tinham no topo de suas reivindicações um país melhor.
Até que veio o golpe, e a ditadura civil-militar iniciada em 1964.
Prisões, torturas, execuções extra-judiciais, ocultação de cadáver. A imposição do medo. Hoje o Brasil é um pouco filho desse medo. Conheço muita gente que foi criada assim. Eu mesmo ouvi muito dos meus pais: “Não escreva isso, meu filho, alguém pode te prejudicar. Não se exponha assim”. Na época deles, quem manifestasse opinião contrária ao status quo podia pagar com a própria vida. O medo causa paralisia social, em contraposição à mobilização popular.
O resultado de duas décadas de ditadura foi a desmobilização do povo. O interesse público, comum, coletivo, os grandes projetos para o país, a discussão sobre o que fazer com nossas riquezas, isso tudo foi posto de lado.
A ditadura desestruturou o ensino público, disciplinas que estimulam o pensamento como filosofia, sociologia e psicologia foram suprimidas dos currículos. Paralelamente, foi erguido um sistema de comunicação voltado para o emburrecimento do povo. A receita “novela + notícias controladas” funciona até hoje. Tudo o que se pretende é desviar a atenção dos assuntos realmente importantes.
A história não é feita de pílulas. Trata-se de uma construção, com início, meio e fim. Uma das maiores estultices é esse a frase “eleição não se decide pelo retrovisor”. Esse papo é má fé ou ignorância.
Imediatamente após a ditadura começaram a pensar no desmonte do Estado brasileiro, que o jornalista Aloysio Biondi mostra com rara precisão no livro “O Brasil privatizado”. Se a década de 1980 foi a década perdida, a década de 1990 foi a achada. Achada por tubarões capitalistas, que se fartaram com a privataria. Época em que uma Vale do Rio Doce era vendida pela metade do valor do lucro anual, em que mapas com estudos da Petrobrás sumiam da biblioteca da empresa, e logo depois poços com alta probabilidade de retorno eram leiloados por uns trocados. Uma época que ficou imortalizada pela frase: “Estamos agindo no limite da irresponsabilidade”.
Essa a invasão tão sonhada pelas multinacionais. A guerra sem sangue que faz sangrar o nosso povo em lágrimas de fome.
Essa época foi conduzida por Fernando Henrique Cardoso, que teve José Serra no corpo ministerial. O hoje candidato à presidência tem como principal parceiro o DEM, que até pouco tempo atrás era PFL, e antes ARENA, principal partido de sustentação da ditadura de 1964.
É esse o grupo político que pede a cassação da candidatura de Dilma.
A candidata do PT tem pelo menos três grandes trunfos, que vão ajudá-la a manter a dianteira nas pesquisas, que já indicam sua vitória em primeiro turno: o primeiro é a avaliação positiva do governo que representa, que beira 80%. Isso inclui percepções positivas sobre aumento do emprego e redução da miséria/pobreza, mas também a retomada da centralidade do Estado para o desenvolvimento do país. O segundo trunfo é o maior tempo de rádio e TV, com uma média de dez minutos contra sete de Serra. Por fim, Dilma e o PT contam com o apoio da maioria dos prefeitos.
Talvez o grupo do Serra já tenha perdido as esperanças de vencer nas urnas, e agora passe a tentar a vitória através da judicialização das eleições. O fato em si pouco importa. Tecnicamente seria um absurdo inominável cassar uma candidatura porque um funcionário da Receita Federal teria quebrado o sigilo bancário de alguém, ainda mais tendo o fato ocorrido em setembro de 2009, quando as eleições nem haviam começado. Isso não prova nada.
No entanto, está criado o fato político, que conta com ampla repercussão das corporações de mídia. As construções midiáticas camuflam a falta de estofo da coligação PSDB-DEM, conforme ficou muito claro nas palavras do senador tucano Álvaro Dias: “A lógica, o clima, tudo leva a crer…”. Ou a falta de coerência do próprio Serra, que comparou o caso em questão com o que fez Collor com Lula em 1989. Dilma não é Collor e Verônica não é Lurian. Uma coisa foi o Collor usar o depoimento da mãe da Lurian dizendo que Lula teria pedido pra que ela abortasse. Outra completamente diferente é a suposta quebra de sigilo fiscal pela Receita Federal da filha de Serra, fato ainda sob investigação. Uma imprensa minimamente comprometida com o fazer jornalístico teria desmascarado o factóide imediatamente.
Mas as corporações de mídia foram além em seu esforço para desenhar o quadro perfeito. O próprio presidente Lula foi instado a se posicionar, desde Foz do Iguaçu, onde cumpre agenda oficial – entre outras coisas uma aula inaugural na Universidade Federal da Integração Latino-Americana e um seminário sobre acolhimento familiar. Mas os meios de comunicação de massa simplesmente ignoraram os compromissos do presidente, usando a sua fala tão somente para a composição do “escândalo”.
Este não é apenas mais um ato covarde da direita brasileira. Trata-se de um significativo capítulo da nossa história em que ela tenta tudo para recuperar o poder perdido. É provável que até o dia da votação, 3 de outubro, outros episódios como esse apareçam. Confio na razoabilidade dos juízes do Tribunal Superior Eleitoral, mas, sobretudo, confio na capacidade do povo brasileiro em defender as suas riquezas, seu sentimento e seu voto.

Marcelo Salles, jornalista, é colaborador do jornal Fazendo Media e da revista Caros Amigos, da qual foi correspondente em La Paz entre 2008 e 2009. No twitter, é @MarceloSallesJ

Corvos pregam golpe - como sempre

Emir Sader no Carta Maior

A direita sempre foi derrotada por Getúlio. Em 1930, pelo movimento popular que deu inicio ao Brasil moderno. Em 1945, o candidato de Getúlio derrotou o brigadeiro Eduardo Gomes, o próprio Getúlio o derrotou em 1950 e JK, com o mesmo bloco de forças de Getúlio, depois da sua morte, derrotou o general Juarez Távora.

Significativamente a direita sempre apelou para militares. Era o seu espaço de oposição – o Clube Militar, os quartéis. E sempre perdeu. Ia perder de novo em 1960, de novo com um militar de origem, Juracy Magalhães – que foi o primeiro ministro de relações exteriores da ditadura, autor da frase “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, avô de dirigente tucano baiano -, mas apelou para um aventureiro, de fora dos seus quadros – Jânio. Ganhou, com o símbolo da vassoura e o lema do “Tostão contra o milhão”, mas não levou , como se sabe.

Sempre que perdeu, a direita – que tinha no corvo-mor, Carlos Lacerda, seu principal expoente – apela para conclamar os militares para o golpe. A famosa afirmação de Lacerda: “Juscelino não pode ser candidato. Se for, não pode ganhar. Se ganhar, não pode tomar posse. Se tomar posse, deve ser derrubado.”, expressa, em estado puro o golpismo da direita dos corvos.

Hoje os militares não se prestam para isso e os corvos contemporâneos apelam para o Judiciário, na busca desesperada de impugnar a candidatura vitoriosa da Dilma. E a Marina se soma a esse coro. (Ninguém mais que se julgue de esquerda, progressista, democrático, pode continuar a apoiar a Marina, quando ela se revela abertamente de direita, golpista.)

Nada de surpreendente. Uma direita dirigida por jornais corvos só poderia desembocar no golpismo. Tentar ganhar no tapetão ou tentar desqualificar o processo eleitoral – ultimo apelo da tucanalhada. Perderão como perderam sempre contra o Getúlio, contra o JK e contra o Lula. Fim melancólico de um partido que se pretendia social democrata, implantou o neoliberalismo no Brasil e terminou como corvo golpista.

Ilustração: Maringoni

A comunidade cigana: mais um alvo fácil de Sarkozy

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Mobilização no Chile em defesa do povo mapuche

Imagen activa
(Prensa Latina) Organizações sociais chilenas participarão hoje em uma mobilização nacional em defesa das lutas do povo mapuche por seus direitos ancestrais e na contramão da aplicação da lei antiterrorista na Araucanía.

  Os manifestantes marcharão também em solidariedade com os mapuches encarcerados que permanecem em greve de fome desde o passado 12 de julho e cujo estado de saúde é considerado em extremo crítico, sublinharam os organizadores do protesto.

A aplicação da lei antiterrorista a um grupo de nossa sociedade, particularmente de nossos povos originários, parece-nos um ato discriminatório e arbitrário que não se justifica juridicamente, destacou ontem o presidente do Senado chileno, Jorge Pizarro.

Transcendeu ademais a assinatura de uma declaração consensualizada pelos presidentes dos principais partidos da oposição no país, quem instaram ao governo à criação de uma mesa de diálogo para a solução do prolongado jejum.

Os líderes opositores coincidiram também na necessidade de derogar ou modificar profundamente a lei antiterrorista.

Em um evidente cruzamento de espadas com espadachins de administrações anteriores, o ministro do Interior de Chile, Rodrigo Hinzpeter, afirmou que não foi o atual governo o que marcou determinadas condutas como delitos terroristas.

Em declarações formuladas ao jornal La Segunda, Hinzpeter não eludiu, no entanto, uma possível revisão do ordenamento jurídico chileno.

Enquanto, 32 réus mapuches completam hoje 52 dias de jejum em cárceres de Concepção, Lebu, Angol, Temuco e Valdivia, no sul de Chile, em demanda de um processo judicial justo e em rejeição da impugnada norma legislativa.

Seus familiares assinalaram não celebrarão o Bicentenário da Independência pois consideram que os indígenas chilenos têm vivido 200 anos de opressão.

O “Plano Cohen”, a “Carta Brandi” e o dossiê do Serra. A perna da mentira ficou mais curta

Na foto, Fernando Henrique (D) tenta salvar o jenio (E)

O Conversa Afiada tem o prazer de publicar(e nós de reproduzir) os principais trechos de excelente artigo do amigo navegante Rogério Mattos Costa:

Receita Federal afirma que Verônica Serra autorizou abertura de seu sigilo fiscal. E a FOLHA é desmascarada. Mais uma vez.

Rogério Mattos Costa, Madrid, 01.09.2010

A Receita Federal afirmou ontem ter um documento, uma procuração da filha de Serra, com assinatura reconhecida em Cartório, autorizando a abertura de seu sigilo fiscal em 2008.

Mas a FOLHA, transformada em panfleto de campanha tucana, não disse nada sobre isso em sua matéria apócrifa de hoje, que não vem assinada por nenhum jornalista.

Algo que foi noticiado ontem até pelo próprio ESTADÃO no corpo de matéria publicada hoje.

É claro que, na manchete do combalido jornal dos Mesquita aparece apenas a denuncia de que “O sigilo da filha de Serra foi violado”, sem esclarecer que existiu o pedido da própria contribuinte, o que aparecerá apenas para os leitores que acessarem o corpo da matéria.

O Estadão faz uso de uma velha técnica de desinformação, retirada do manual do jornalismo de esgoto, que diz


“Se for impossível mentir, omita a verdade na manchete e mostre-a só no corpo da matéria. O efeito é quase o mesmo, pois grande parte do público, apesar de só ler a manchete, sai contando por você a mentira que você queria contar”.


Basta comparar a matéria da FOLHA aqui que coloca a filha de Serra e o próprio candidato como “vítimas”, com a matéria do ESTADAO, aqui para ver a má-fé de ambos, mas em especial, da FOLHA.

Segundo a Receita, a abertura foi feita a pedido de um homem, portando a autorização assinada, com firma reconhecida.


Falsificação: velha prática da direita e da sua imprensa.


Muito antes de Getúlio Vargas, os partidos de direita e famílias como os Marinho,  os Frias, os Mesquita e outros donos dos maiores meios de comunicação, acostumaram-se a fabricar “cartas” e “dôssies” para justificar golpes militares e enganar a população.

Especialmente, nas vésperas das eleições.

A novidade é apenas o tempo que leva para a mentira ser descoberta.

Foi assim com a célebre “Carta Brandi”, uma montagem de Carlos Lacerda, um jornalista que iniciou a carreira cobrindo crimes sanguinolentos e que no dia das eleições de 3 de outubro de 1955,que elegeram o presidente Juscelino, leu pela televisão uma carta de um deputado provincial argentino que dava detalhes de uma pretensa revolta para implantar a “república sindicalista do Brasil”.

Segundo Lacerda, que mais tarde virou governador da Guanabara, a carta havia sido escrita por um deputado argentino aos seus comparsas no Brasil e provava que a “sangrenta revolução”seria executada através de um levante de operários, realizado com armas contrabandeadas do país vizinho.

Mas tudo fora uma armação da UDN ( como se chamava o DEM naquela época) e do Carlos Lacerda,

A tal Carta do deputado peronista Antonio Brandi era falsa, como ficou comprovado em um Inquérito Policial Militar realizado pelo Ministério do Exército, presidido pelo General Emilio Maurell Filho, como descreve Edmar Morel em “Confissões de Um Repórter”.

Um depoimento do próprio deputado Antonio Brandi, um picareta que confessou ter ganho dois mil pesos para escrever a tal carta, mostrou que foi o próprio Lacerda que foi lá no interior da Argentina, numa cidadezinha chamada Goya, na fronteira do Brasil com a Argentina e  o Paraguai, produzir a tal carta com fotos e tudo.

Já na época, os golpistas e o “experto” Lacerda foram traídos por um pequeno detalhe: a máquina de escrever em que havia sido batida a tal “carta” tinha o “til” em separado, para usar sobre o “a” e sobre o “o”, como ocorre no português e no Brasil.

Ora, na Argentina e nos países de fala castelhana, só existe o “til” sobre o “n”, que é o “ñ” ( “enhe”)…

Lacerda havia levado uma máquina daqui do Brasil para escrever a carta na Argentina…e se deu mal nessa. O golpe não colou e JK foi eleito.

Os golpistas haviam superestimado o alcance da TV naquele tempo e deixado para “divulgar o plano dos sindicalistas” no dia das eleições. E afinal, nem todo mundo é bobo, como a direita sempre pensa.

Além do mais, essa não havia sido a única vez que golpistas tinham recorrido a “cartas secretas” e “dossiês” falsificados. O povo estava acostumado, como agora, com essas maluquices e pirotecnias da direita e seus jornais.

Já em 1921, duas cartas falsificadas, que teriam sido manuscritas, haviam sido publicada poucos dias antes das eleições pelo jornal “Correio da Manhã”, com grande destaque.

Elas continham pretensos insultos de Arthur Bernardes, então candidato, ao ex-presidente Marechal Hermes da Fonseca, presidente e aos militares, e ao candidato do governo, Nilo Peçanha, para prejudicar seu partido e indispô-lo com o Exército.

Mas Bernardes contratou peritos e provou na Justiça, que as cartas haviam sido falsificadas.

Outra vez um detalhe derrubou a tese do jornal e dos golpistas: os peritos mostraram que elas haviam sido escritas não por um, mas por dois falsários, chamados Jacinto Guimarães e Oldemar Lacerda e Bernardes era só um…

Em 1937, em outra empulhação, o Plano Cohen”, um pretenso plano criminoso para os comunistas tomarem o poder, escrito na verdade pelo general Olímpio Mourão Filho, do serviço secreto do Exército, havia sido usada para justificar o golpe que criou a ditadura do Estado Novo.

No dia 30 de setembro, o general Goes Monteiro, chefe do estado maior, leu, na Voz do Brasil, no dia 30 de setembro de 1937, a denuncia sobre o “plano tenebroso” em que estudantes, operários e presos políticos libertados iriam seqüestrar e fuzilar imediatamente os ministros militares e civis, os presidentes da câmara e do senado, para implantar a “republica comunista” no Brasil, justificando uma ;época de repressão, censura, torturas e morte de opositores.

A fraude só foi descoberta oito anos mais tarde, em 1945, o próprio Goes Monteiro, reconheceu a fraude e pôs a culpa em Mourão Filho, que confessou ter escrito o documento a pedido do líder nazista brasileiro Plínio Salgado, apenas como uma simulação de como poderia ser um golpe comunista e ficou tudo por isso mesmo, nada tendo sofrido os falsários e impostores que tanto mal causaram ao Brasil.

O pior é que em 1964, o tal Mourão Filho foi um dos articuladores e executores do golpe militar de abril, que nos levou a 21 anos de ditadura, não só com censura, prisões, torturas e mortes, mas à dependência extrema, para tudo, do governo dos Estados Unidos da América. ,

Afinal, o golpista e falsário, em vez de ser punido e expulso das forças armadas como manda o regulamento, havia sido promovido a general e nomeado pelo próprio Jango  comandante do IV Exército em Minas Gerais…

O fabricante de histórias Frias, José Serra, derrotado pela internet e por você.

Serra é um impostor, a começar pelo próprio diploma de economista, que ele nunca apresentou ao público, mas ostenta em seu currículo no TRE.

Tal como Lacerda e os demais golpistas, Serra acredita firmemente que o povo é burro.

Foi assim também com o “Diploma que Serra recebeu na sede da ONU” de “melhor ministro  da saúde do mundo”, concedido por uma ONG corrupta sediada a poucos passos da sede do DEM em Curitiba.

Foi assim com o caso da Lunus, contra Roseana Sarney quando ela queria ser a anti-Lula em 2002, no lugar de Serra.

Foi assim com “o dossiê contra os gastos do cartão de FHC e da Dona Ruth”, vazado por um funcionário do gabinete do ex-governador tucano Álvaro Dias.

Foi assim no “dossiê dos aloprados”.

A especialidade de Serra agora é a de fabricar dossiês contra ele mesmo, para, com sua divulgação, fazer-se de vítima, como no caso do dossiê do sigilo.

Mas as coisas estão mudando, graças à internet e aos blogs, uma ferramenta ágil e acessível, que acabou com o monopólio dos jornalões.

Se você não sabia nada sobre o Plano Cohen, a Carta Brandi e as Cartas Falsas de Arthur Bernardes, agradeça às famílias Frias, Marinho, Mesquita e Civita, pois “eles” nunca falam nada sobre seus próprios crimes…

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