Comentário extraído de uma manchete do UOL com a trepidante informação de que o caseiro não conhecia o contador, mas sabia que o jardineiro passava em frente à casa do padeiro, às 03h57 da manhã:
O
Serra, tenho que ir dormir, trabalho de madrugada. Só dei uma
passadinha aqui pra dizer ao Senhor que acabei de vê-lo na televisão.
Era uma reportagem de outubro de 2009. Dizia que o sigilo do Senhor, de
sua família, do Lula e família também, havia sido violado. É que tá
parecendo que o senhor anda mentindo descaradamente agora, não é não???
Fica mais grave ainda aquela coisa de correr qualquer risco e usar qq
arma para ganhar uma eleição, até usar a filha. Eu vou de Dilma, a vovó
do ano!!!!
O Alexandre se refere a esse vídeo devastador, com a reportagem do SBT sobre o vazamento de 17 milhões de contas na Receita. Veja aí que o Zé Baixaria (José Serra) acha absolutamente normal que, numa esquina da capital do Estado que ele governa, se vendam disquetes com o sigilo dele e da filha. Normal.
(Outra coisa, amigo navegante: por que será que, entre milhões de violações, o vazador — quem será? — só vaze nomes de tucanos amigos do jenio? Que coincidência, não?)
O Conversa Afiada está convencido de que o sigilo é mais um problema do PiG (*) do que do Zé da Baixaria. O Zé, que já foi Pedágio e Alagão, o Zé Baixaria já sabe que o sigilo da filha não ganha a eleição.
Mas, o PiG (*) tem que tentar até o último traque. Dificilmente o PiG (*) resiste a outros quatro anos de governo trabalhista. A Globo, O Globo, a Veja e a Folha (**), nessa ordem, devem estar na linha de tiro do próximo governo.
É óbvio que o próximo governo vai ter que rever a Lei da Radiodifusão, de 1963! É obvio que a não revisão só ajudou a Globo. E a revisão prejudicará a Globo.
Quando Lula assumiu, a Globo, com 50% da audiência, engolia 90% da verba publicitária oficial. Ou seja, o Farol de Alexandria (Fernando Henrique Cardoso) subsidiava a Globo: a Globo levava 90% e entregava 50%. Pode?
Isso já mudou e vai mudar mais. Hoje, com 44% da audiência, a Globo leva 48% da verba oficial. Qualquer redução do market share e a Globo não aguenta manter a programação que tem hoje no ar. Não aguenta comprar filmes. Fazer novelas tão caras. Comprar o Brasileirão e a Copa do Mundo. Fazer o aero-jornalismo para espinafrar o Brasil. A grana não alcança. E a Globo perdeu a capacidade de dialogar com os governos trabalhistas.
A Lei vai mudar e o ambiente comercial também. A Folha (**) só pode estar jurada na boca do sapo. O que a Folha (**) já fez com a Dilma foi inaceitável, num regime democrático. A começar pela ficha policial falsa.
A Veja, a última flor do Fáscio, tem o destino escrito nas estrelas. Será vendida como a Newsweek ou vai virar um produto de finalidade desconhecida, como a Time. Se morrer com honra, ficará no lucro.
Mino Carta acha que a “mídia nativa” será o último bloco de resistência ao governo Dilma. É provável. Que morra na trincheira. Por isso, esse frenesi com o filho do porteiro que foi ao cinema com a irmã do contador e encontrou o pedreiro da agência da Receita em Mauá.
(*) Em nenhuma democracia séria do
mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até
sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que
têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG,
Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque
publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista
Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da
investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC
com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um
filho; que avacalha o presidente Lula por causa de um comercial de TV;
que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é,
porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.