Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 23 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
"A tomografia da fita crepe": desabafo de um eleitor tucano envergonhado
Saul Leblon no Carta Maior
NÃO SEI SE alguém se surpreendeu com as
últimas pesquisas, que parecem consolidar a caminhada de Dilma rumo ao
Palácio do Planalto.
Eu não.
A campanha de Serra é repulsiva, e acabou por afugentar do PSDB gente que, como eu, tradicionalmente opta pelo partido.
O episódio de ontem no Rio é apenas mais um de uma lista de pequenas trapaças de Serras. Ele é provavelmente a primeira pessoa no mundo a fazer tomografia por receber uma fita crepe na cabeça. O médico que o atendeu disse, constrangido, que o exame acusara o que todo mundo já sabia. Não havia problema nenhum.
Serra aproveitou para fazer fotos no hospital, em meio a extemporâneas e descabidas declarações de paz e amor hippie. “Não entendo política como violência”, disse ele. Serra entende política como uma forma de triturar todo mundo para chegar à presidência. O melhor quadro do PSDB para suceder FHC era Pedro Mallan, que foi sabotado de todas as formas por Serra.
Serra quer ser muito ser presidente. O problema é que os brasileiros não querem que ele seja.
Em farisaísmo, a tomografia da fita crepe equivale à célebre frase de Monica Serra segundo a qual Dilma é a favor de matar criancinhas. Não conheceríamos a capacidade de jogar baixo de Monica se um repórter não estivesse presente para registrar a ação maldosa da candidata a primeira-dama.
Dilma deve ganhar menos pelos seus méritos e até menos pelo apoio do Lula do que pelos vícios da campanha vale-tudo de Serra.
Ele tem que sair de cena para que o PSDB se renove.
É possível que ele arraste Aécio na queda, agora que repousam sobre o mineiro as esperanças de operar uma reviravolta. Dilma bateu Serra no primeiro turno, e Aécio disse que vai mudar isso. Faz alguns mandatos já que quem ganha em Minas leva a presidência, e por isso as esperanças se reabriram.
Só falta Aécio combinar com os mineiros.
A última pesquisa mostra que a distância de Dilma sobre Serra em Minas se ampliou em vez de diminuir.
Serra talvez possa culpar Aécio se a virada não aparecer, eassim prosseguir, como um interminável Galvão da política, mais alguns anos em sua louca cavalgada rumo à presidência, num titânico duelo de vontades contra os brasileiros.
Eu não.
A campanha de Serra é repulsiva, e acabou por afugentar do PSDB gente que, como eu, tradicionalmente opta pelo partido.
O episódio de ontem no Rio é apenas mais um de uma lista de pequenas trapaças de Serras. Ele é provavelmente a primeira pessoa no mundo a fazer tomografia por receber uma fita crepe na cabeça. O médico que o atendeu disse, constrangido, que o exame acusara o que todo mundo já sabia. Não havia problema nenhum.
Serra aproveitou para fazer fotos no hospital, em meio a extemporâneas e descabidas declarações de paz e amor hippie. “Não entendo política como violência”, disse ele. Serra entende política como uma forma de triturar todo mundo para chegar à presidência. O melhor quadro do PSDB para suceder FHC era Pedro Mallan, que foi sabotado de todas as formas por Serra.
Serra quer ser muito ser presidente. O problema é que os brasileiros não querem que ele seja.
Em farisaísmo, a tomografia da fita crepe equivale à célebre frase de Monica Serra segundo a qual Dilma é a favor de matar criancinhas. Não conheceríamos a capacidade de jogar baixo de Monica se um repórter não estivesse presente para registrar a ação maldosa da candidata a primeira-dama.
Dilma deve ganhar menos pelos seus méritos e até menos pelo apoio do Lula do que pelos vícios da campanha vale-tudo de Serra.
Ele tem que sair de cena para que o PSDB se renove.
É possível que ele arraste Aécio na queda, agora que repousam sobre o mineiro as esperanças de operar uma reviravolta. Dilma bateu Serra no primeiro turno, e Aécio disse que vai mudar isso. Faz alguns mandatos já que quem ganha em Minas leva a presidência, e por isso as esperanças se reabriram.
Só falta Aécio combinar com os mineiros.
A última pesquisa mostra que a distância de Dilma sobre Serra em Minas se ampliou em vez de diminuir.
Serra talvez possa culpar Aécio se a virada não aparecer, eassim prosseguir, como um interminável Galvão da política, mais alguns anos em sua louca cavalgada rumo à presidência, num titânico duelo de vontades contra os brasileiros.
A tarefa histórica e o rídiculo das bolinhas
Brizola Neto no TIJOLACO
Acho
que a farsa montada por Serra para se fingir de vítima de uma suposta
agressão está definitivamente desmascarada, embora ele e parte da mídia
ainda tentarão sustentar artificialmente a questão. Mas maior que a
falsidade do candidato tucano é o empobrecimento que ele traz para o que
é o mais importante momento político na vida do país.
Ao ver os intermináveis 7 minutos (em televisão isso é uma
eternidade) que o Jornal Nacional dedicou ao suposto objeto que teria
atingido Serra, e que o professor da Universidade Federal de Santa Maria
(veja o post anterior)
provou não ser absolutamente nada, lastimei o desperdício a que se
dedicou o principal noticiário da TV brasileira, que deveria contribuir
para trazer mais informações para a população brasileira.
Sei que não se pode esperar nada disso de Serra e nem da TV Globo,
mas é triste ver que ao fim da primeira década do século 21 a política
ainda é feita como no século 19. Qual a relevância de um candidato ter
levado uma bolinha de papel ou qualquer outro objeto na cabeça?
Políticos sempre foram alvo de agressões, que não se justificam, mas
jamais isso virou tema de campanha. Quantos políticos já foram atingidos
por ovos e outros objetos durante processos eleitorais e seguiram em
frente, sem fazer do episódio um circo?
Aliás, se a TV Globo acha o assunto importante e digno de tanto tempo
no seu principal telejornal, porque foi tão breve sobre os dois balões
cheios d’água atirados contra Dilma, no Paraná? Poderia aproveitar o seu
perito para calcular de onde partiram os balões, os seus pesos e a
força do impacto caso tivessem acertado a candidata em cheio. Mas, como
sempre nessa campanha, parece que o fato só interessa se pode servir de
elemento para empurrar de alguma forma a emperrada candidatura de Serra.
É mesmo lamentável que quando temos à nossa frente um extraordinário
horizonte de desenvolvimento social, com as possibilidades do pré-sal
que podem transformar o Brasil de uma vez por todas num grande país, a
população seja submetida a assistir uma lenga-lenga de bolinha e objetos
voadores não identificados atraídos por determinada careca.
Temos um país maior para construir. Devemos denunciar essa política atrasada e miúda, mas nossa tarefa é outra.
Certo que temos que exorcizar o Brasil das forças que promovem esta
“despolitização da política” e a manipulação da realidade através da
mídia. Mas, acima disso, temos que estar juntos para garantir a vitória
de Dilma e o prosseguimento de um grande projeto de nação. A história
esquecerá desses episódios menores, que, no máximo, poderão ser
lembrados pelo seu ridículo.
IV Fórum Social Mundial das Migrações
Desafios e Propostas
Luiz Bassegio, Luciane Udovic
Entre
os dias 08 a 12 de outubro, mais de 600 pessoas provenientes de 45
países e outras tantas, do Equador, estiverem em Quito, participando do
IV FSMM, que tinha como lema: “Derrubando o Modelo e Construindo Atores –
Povos em Movimento pela Cidadania Universal”. Os debates, mesas,
seminário e oficinas foram em torno dos eixos: crise global e migrações,
direitos humanos, diversidade, convivência e transformações
sócio-culturais e novas formas de escravidão. Além dos seminários, um
diálogo com o Fórum de Autoridades Locais – Cidades Abertas, a
Assembléia dos Movimentos Sociais e a Marcha dos Movimentos Sociais,
realizada em parceria com o Congresso da CLOC– Coordenadoria Latino
americana de Organizações Campesinas com o lema: “Soberania Alimentar,
Dignidade e Cidadania Universal”.
Constatações
Vivemos uma crise do capitalismo. Uma
crise econômica, financeira, energética, ambiental e alimentar. Uma
crise que indica o fracasso da globalização neoliberal, com graves
conseqüências sociais e ambientais para toda a humanidade. A crise põe
em perigo a vida e sua produção bem como a existência da humanidade e do
planeta.
As
mudanças climáticas, resultado da degradação ambiental provocada pelo
desenvolvimento capitalista, hoje é uma dura realidade. Carrega
consigo transformações dramáticas nos ecossistemas e na vida de milhões
de pessoas. O panorama pode ser ainda mais catastrófico. Mares que se
elevam, secas ou enchentes que serão devastadoras. Estudos já indicam
que na metade do século atual milhões de pessoas poderão estar fugindo
de desastres naturais em busca de locais mais seguros onde possam
sobreviver. Poderá ser o maior processo migratório na história.
Nas
várias etapas do ciclo econômico mundial, há uma constante e sistemática
violação de direitos humanos das pessoas migrantes, refugiados e
desplazados nos países de origem, trânsito e destino.
As
migrações internacionais apresentam grandes desafios com relação a
interculturalidade, a multiculturalidade e a construção de identidades. Não
há e nem podem existir hierarquias entre as distintas culturas, mas
pelo contrário relações de complementaridade e de solidariedade.
Com o
avanço da globalização, a abertura acelerada das economias nacionais,
desmantelamento e privatização das estruturas estatais, a indústria do
crime controla o aliciamento de pessoas e do tráfico de migrantes,
valorizando as suas atividades, produzindo novas formas de escravidão,
exploração humana e servidão nos diferentes fluxos migratórios mundiais
Encontro Cidades Abertas
Dando
continuidade a uma iniciativa do FSMM, que realizou o primeiro encontro
Cidades Abertas em Rivas-Vaciamadri, Espanha/2008, foi realizado em
quito o II Fórum de Autoridades Locais. Na
ocasião pudemos repassar e debater com os prefeitos e outras
autoridades locais de diversos países as recomendações do Fórum Social
Mundial das Migrações.
Os
participantes do Fórum demandam às autoridades políticas públicas que
garantam aos imigrantes acesso à saúde, educação, habitação, trabalho e
seguridade humana; demandam também a construção de cenários de coesão
social, favorecendo as dimensões da tolerância, integração e
interculturalidade; exigem a participação política plena, garantindo os
direitos civil e políticos que são a porta de entrada para a construção
coletiva de nossas cidades, em particular, o direito de votar e de ser
votado; processos de educação local que impeçam o medo ao diferente, que
muitas vezes consolida os preconceitos e se convertem em práticas
discriminatórias e finalmente a desburocratização dos serviços prestados
aos imigrantes e que os mesmos seja de qualidade.
Marcha dos Movimentos Sociais e dos Migrantes
Merece
destaque neste processo o fato da Marcha ter sido realizada em conjunto
com a CLOC – Coordenadoria Latinoamericana de Organizações Campesinas,
que realizou seu V Congresso, também em Quito, sob o lema: “Soberania
Alimentar, Dignidade e Cidadania Universal”. A marcha foi uma
articulação entre movimentos de campesinos e de imigrantes. A sintonia e
unidade de luta foi visível durante a Marcha. A diversidade de
movimentos sociais não impediram que as bandeiras de luta fossem
unificadas e reforçadas. Cerca de 5 mil vozes fizeram-se ouvir pelas
ruas de Quito com gritos de guerra unificados como: “Si queremos e si
nos da la gana, uma tierra unida, livre y soberana”; “ninguna persona
es ilegal”; “migrantes unidos jamás serán vencidos”; ou ainda, “no
queremos y no nos dá la gana, de ser uma colônia norte americana y si
queremos y si nos da la gana América Latina, socialista y soberana”. Enfim,
a luta era uma só: contra toda a forma de opressão. A Marcha unificada
sinaliza que a articulação dos movimentos sociais é fato e fortalece a
caminha para a construção de outro mundo possível.
Momento do Grito
Sendo o
dia 12 de outubro a data que marca as mobilizações continentais do
Grito dos Excluídos/as, pela simbologia da luta e resistência dos povos
contra o colonialismo, ao final da marcha houve uma mística preparada
pela delegação do Grito para marcar a data e se somar as inúmeras
mobilizações que estavam ocorrendo em outros países. O Grito Equatoriano
construiu um gigantesco protótipo de um avião e um barco, simbolizando
os meios de transporte utilizados hoje pelos migrantes. Uma encenação
mostrou ainda a dor de quem parte e a dor de quem fica a espera de que
um dia se reencontrem e vivam com dignidade. Foi um momento de muita
emoção e também de alegria quando os marchantes migrantes desfilaram
pela Praça São Francisco com o barco e o avião, dançando e cantando, e
gritando: “Derrumbando el modelo, nadie es ilegal, pueblos em
movimiento, por la ciudadania universal”.
Conclusões
Ao
processo do FSMM apresenta-se o desafio de construir um novo paradigma
civilizatório que garanta uma relação harmônica entre os direitos dos
seres humanos e a mãe terra.
É
necessária a construção de poderes locais, regionais, nacionais e
mundiais, que permitam gradualmente ir conquistando espaço na definição
de agendas públicas, programas e projetos.
Outro
desafio, na construção de novos atores, aponta para a incorporação de
crianças, adolescentes e jovens assegurando a incorporação de suas
propostas e a participação efetiva no processo.
É
preciso o respeito irrestrito aos direitos humanos das pessoas migrantes
e o fechamento de todos os centros de internamento e de detenção no
mundo e que sejam suprimidas as “redadas” e as deportações de
milhares de migrantes nos países de trânsito e de destino; devem ser
denunciados todos os meios de comunicação que criminalizam os migrantes e
que incitam à xenofobia e o racismo.
O FSMM deve reiterar sua solidariedade aos povos do mundo especialmente ao povo palestino, colombiano e iraquianos.
Exigir
que os países assinem, ratifiquem e ponham em prática a Convenção
Internacional sobre os Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes e de
suas Famílias.
Cabe ao
Fórum também o compromisso da contribuir na construção de um novo
modelo civilizatório que privilegie a vida, a integração dos povos, a
harmonia entre as mulheres, os homens e a natureza garantindo a
sustentabilidade da humanidade e da Madre Terra para os próximos
milênios.
Próximo Fórum
Durante
a Assembléia dos Movimentos Sociais foi oficializado que a sede da
quinta edição do FSMM será na Coréia do Sul. Ao receber a noticia, o
trabalhador migrante, representando a rede de movimentos sociais da
Coréia, sensibilizado, fez um pronunciamento. Ainda que em coreano, a
plenária se emocionou com sua reação. Uma colega também coreana,
traduzia para o inglês e um imigrante dos EUA, traduzia para o espanhol.
Porém o espírito de luta, garra e compromisso evidenciado neste
migrante coreano dispensou palavras e traduções. Nos fez ver e sentir
que a luta e o desejo de cidadania plena não tem fronteiras. A assim
segue o Forum Social Mundial das Migrações: povos em movimento,
ultrapassando fronteiras, por cidadania universal.
- Luiz Bassegio e Luciane Udovic, da Secretaria Continental do Grito dos Excluídos/as
A mais imunda campanha no período pós-redemocratização
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José Dirceu no Patria Latina
Episódios de baixaria mostram como age José Serra...
Depois
das filhas do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto - uma
contratada no gabinete de governador de José Serra e a outra num
escritório de advocacia que tem entre seus clientes empreiteiras que
trabalham com a DERSA - temos nessa questão dos panfletos (veja nota
acima) mais uma prova de como agem o tucanato e o presidenciável da
oposiçã, José Serra (PSDB-DEM-PPS). Paulo Preto é acusado de sumir com
R$ 4 milhões da campanha eleitoral dos tucanos.
Agora,
é descobrir quanto custa a impressão de 20 milhões de panfletos, como
ia ser paga e quem pagaria. Apesar do responsável pela encomenda Kelmon
Luís de Souza, da Diocese de Guarulhos (SP), afirmar que seria por
"doações pesadas de quatro ou cinco fiéis", o mais provável é que isto
fosse pago pelo Caixa Dois da campanha de José Serra.
A
propósito da apreensão dos panfletos, os bispos da Regional Sul 1 da
CNBB - São Paulo (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgaram
nota na qual antecipam que não patrocinam a impressão e a difusão de
folhetos. "A Regional Sul 1 da CNBB desaprova a instrumentalização de
suas declarações e notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a
difusão de folhetos a favor ou contra candidatos", diz a nota da CNBB
divulgada em Indaiatuba (SP) e assinada pelo bispo de Santo André (SP)
dom Nelson Westrupp.
Regional da CNBB exime-se de responsabilidade
A
nota da Regional 1 - CNBB foi divulgada após reunião de 50 bispos que a
integram, por duas horas, no sábado, quando concluíram que a entidade
cometeu um erro em texto divulgado em agosto (já retirado do site da
regional) sobre a eleição, quando fez referências ao PT e a nossa
candidata, Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados).
"O
erro foi a apresentação de siglas partidárias. Isso não poderia ter
acontecido", explicou o bispo de Limeira, d. Vilson Dias de Oliveira.
Eu
espero que as investigações policiais descubram por que o panfleto com
calúnias contra Dilma foi impresso na gráfica de uma militante do PSDB?
Quem realmente pagou a impressão? Onde seriam distribuídos os panfletos?
Onde estão os outros milhões de folhetos, se foi apreendido um milhão e
a encomenda foi para imprimir 20 milhões?
Independente
das conclusões, vivemos, assim, mais um capítulo da guerra suja travada
nessa que já é a mais imunda campanha presidencial, desde a
redemocratização do Brasil em 1985.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Tibetanos protestam por livre uso do idioma seja permitido
Pelo menos mil estudantes de origem tibetana fizeram um protesto
na última terça-feira no oeste da China contra as restrições ao uso da
sua língua nativa, segundo moradores e entidades de direitos humanos.
A manifestação ocorreu na cidade de Tongren (também conhecida como
Rebkong), sem interferência policial, de acordo com moradores ouvidos
por telefone e com o relato da entidade londrina Free Tibet.
Tongren fica na província chinesa de Qinghai, e tem forte presença
tibetana. O Dalai Lama, líder espiritual tibetano no exílio, nasceu
nessa região.
Três moradores disseram que pelo menos mil estudantes participaram da passeata, gritando slogans pela proteção da sua cultura.
– A polícia não se envolveu.(Os manifestantes) foram para casa no começo da tarde, depois que funcionários do governo vieram conversar com eles. Disse um morador, pedindo anonimato.
– A polícia não se envolveu.(Os manifestantes) foram para casa no começo da tarde, depois que funcionários do governo vieram conversar com eles. Disse um morador, pedindo anonimato.
Esse morador acrescentou que não há uma presença policial mais ostensiva na cidade depois do incidente. Procurados pela Reuters, os governos municipal e provincial não se manifestaram.
O Free Tibet afirmou, com base no relato de testemunhas, que a
passeata reuniu de 5 mil a 9 mil jovens, motivados por uma nova regra
que limita o uso do idioma tibetano nas escolas, e impõe o chinês
mandarim como língua a ser usada no ensino da maioria das disciplinas.
– Os chineses estão impondo reformas que me lembram a Revolução
Cultural –, disse, segundo relato do grupo, um ex-professor de Tongren,
não-identificado, aludindo ao período mais radical do regime comunista
chinês, entre 1966 e 76.
– Esta reforma é não só uma ameaça à nossa língua materna, mas também uma violação direta da Constituição chinesa, que deveria proteger nossos direitos. Concluiu.
– Esta reforma é não só uma ameaça à nossa língua materna, mas também uma violação direta da Constituição chinesa, que deveria proteger nossos direitos. Concluiu.
A China governa o Tibete com mão de ferro desde que o Exército de
Libertação Popular (comunista) ocupou a região, em 1950. Mas em geral o
regime dá uma liberdade muito maior a tibetanos em outras regiões, como
Qinghai.
O tibetano é idioma oficial no Tibete e em partes da China onde os
tibetanos são tradicionalmente o principal grupo étnico. O governo
chinês há décadas promove o mandarim como uma forma de unificar este
país tão diversificado, e muitos tibetanos dizem não ter opção senão
aprender o mandarim se quiserem progredir na China moderna.
Em março de 2008, pelo menos 19 pessoas morreram em protestos contra o
domínio chinês em áreas tibetanas. Grupos tibetanos no exílio dizem que
mais de 200 pessoas morreram na repressão subsequente, e protestos
esporádicos continuam ocorrendo desde então.
"Serra representa Brasil submisso aos interesses dos EUA"
Em entrevista à Carta Maior, o
historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira afirma que o processo eleitoral
brasileiro está infectado por uma intensa campanha terrorista e uma
guerra psicológica promovido pela direita e por grupos de
extrema-direita, como TFP, Opus Dei e núcleos nazistas do Sul do país.
Para Moniz Bandeira, projeto representado por José Serra é o "do Brasil
submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e
alienada aos interesses aos estrangeiros".
CM: Qual a sua avaliação sobre o
processo eleitoral brasileiro e sobre a disputa que ocorre agora no
segundo turno? Como o sr. caracterizaria os dois projetos em disputa?
Moniz Bandeira: O atual processo eleitoral está infectado por uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, como a TFP, OPUS DEI e núcleos nazistas do Sul, e sustentada por interesses estrangeiros, que financiam a campanha contra a política exterior do presidente Lula , pois não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Os dois projetos em disputam são definidos: o Brasil como potência econômica e política global, socialmente justo, militarmente forte, defendido pela candidata do PT, Dilma Roussef; o outro, representado por José Serra candidato do PSDB-DEM, é o do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros.
Evidentemente, os Estados Unidos, quaisquer que seja seu governo, não querem que o Brasil se consolide como potência econômica e política global, integrando toda a América do Sul como um espaço geopolítico com maior autonomia internacional.
CM: Falando sobre política externa, o sr. poderia detalhar um pouco mais o que, na sua visão, as duas candidaturas representam?
MB: A mudança dos rumos da política externa, como José Serra e seus mentores diplomáticos pretendem, teria profundas implicações para a estratégia de defesa e segurança nacional. Ela significaria o fim do programa de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas, a suspensão definitiva da construção do submarino nuclear e a paralisação do desenvolvimento de tecnologias sensíveis, ora em curso mediante cooperação com a França e a Alemanha, países que se dispuseram a transferir know-how para o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos. Essa mudança de rumos, defendida pelos mentores de José Serra em política externa, levaria o Brasil a aceitar a tese de que o conceito de soberania nacional desaparece num mundo globalizado e, com isto, permitir a formação de Estados supostamente indígenas, em regiões da Amazônia, como querem muitas 100 ONGs que lá atuam.
CM: E na América Latina? O Brasil aparece hoje como um fator estimulador e fortalecedor de um processo de integração ainda em curso. Que tipo de ameaça, uma eventual vitória de José Serra representaria para esse processo?
MB: José Serra já se declarou, desde a campanha de 2002, contra o Mercosul, como união aduaneira, e sua transformação em uma área de livre comércio, compatível com o projeto da ALCA, que os Estados Unidos tratavam de impor aos países da América do Sul e que o Brasil, apoiado pela Argentina, obstaculizou. Se a ALCA houvesse sido implantada, a situação do Brasil seria desastrosa, como conseqüência da profunda crise econômica e financeira dos Estados Unidos, como aconteceu com o México.
José Serra também criou recentemente problemas, fazendo declarações ofensivas à Argentina, Bolívia e Venezuela, países com os quais o Brasil tem necessariamente de manter muitos boas relações, goste ou não goste de seus governantes. Trata-se do interesse nacional e não de idiossincrasia política.
CM: Na sua avaliação, quais foram as mudanças mais significativas da política externa brasileira, que devem ser preservadas?
MB: O governo do presidente Lula, tendo o embaixador Celso Amorim como chanceler, considerado pela revista Foreign Policy, dos Estados Unidos, como o melhor do mundo, na atualidade, alargou as fronteiras diplomáticas do Brasil. Seus resultados são visíveis em números: sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, as exportações do Brasil cresceram apenas 14 bilhões, subindo de 47 bilhões de dólares em 1995 para 61 bilhões em 2002. No governo do presidente Lula, as exportações brasileiras saltaram de 73 bilhões de dólares, em 2003, para 145 bilhões em 2010: dobraram. Aumentaram 72 bilhões , cinco vezes mais, do que no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Essas cifras evidenciam o êxito da política externa brasileira, abrindo e diversificando os mercados no exterior. Mas há outro fato que vale ressaltar, para mostrar a projeção internacional que o Brasil. Em dezembro de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, as reservas brasileiras eram de apenas 38 bilhões de dólares... Sob o governo Lula, as reservas brasileiras saltaram de 49 bilhões de dólares, em 2003, para 280 bilhões de dólares em outubro de 2010. Aumentaram sete vezes mais do que no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tais números representam uma enorme redução da vulnerabilidade do Brasil.
É bom recordar que, logo após o presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurar seu segundo mandato, em apenas seis dias, entre 6 e 12 de janeiro de 1999, o Brasil perdeu mais de 2 bilhões de dólares para os especuladores e investidores, que intensificaram o câmbio de reais por dólares, aproveitando ainda a taxa elevada, e suas reservas caíram mais de 4,8 bilhões bilhões, em apenas dois dias, ou seja, de 13 para 14 de janeiro.
Os capitais, em torno de 500 milhões de dólares por dia, continuaram a fugir ante o medo de que o governo congelasse as contas bancárias e decretasse a moratória. E os bancos estrangeiros cortaram 1/3 dos US$ 60 bilhões em linhas de crédito interbancário a curto prazo, que haviam fornecido ao Brasil desde agosto de 1998. A fim de não mais perder reservas, com a intensa fuga de capitais, não restou ao governo de Fernando Henrique Cardoso alternativa senão abandonar as desvalorizações controladas do real e deixá-lo flutuar, com a implantação do câmbio livre.
CM: O sr. poderia apontar uma diferença que considera fundamental entre os governos Lula e FHC?
MB: Comparar os dois governo ocuparia muito espaço na entrevista. Porém apenas um fato mostra a diferença: o chanceler Celso Amorim esteve nos Estados Unidos inúmeras vezes e nunca tirou os sapatos, ao chegar no aeroporto, para ser vistoriado pelos policiais do serviço de controle. O professor Celso Lafer, chanceler no governo de Fernando Henrique Cardoso, submeteu-se a esse vexame, humilhando-se, degradando sua função de ministro de Estados e o próprio país, o Brasil, que representava. E é este homem que ataca a política exterior do presidente Lula e é um mentores de José Serra, cujo governo, aliás, seria muito pior do que o de Fernando Henrique Cardoso.
Moniz Bandeira: O atual processo eleitoral está infectado por uma intensa campanha terrorista, uma guerra psicológica, promovida não apenas direita, mas pela extrema-direita, como a TFP, OPUS DEI e núcleos nazistas do Sul, e sustentada por interesses estrangeiros, que financiam a campanha contra a política exterior do presidente Lula , pois não querem que o Brasil se projete mais e mais como potência política global. Os dois projetos em disputam são definidos: o Brasil como potência econômica e política global, socialmente justo, militarmente forte, defendido pela candidata do PT, Dilma Roussef; o outro, representado por José Serra candidato do PSDB-DEM, é o do Brasil submisso às diretrizes dos Estados Unidos, com sua economia privatizada e alienada aos interesses aos estrangeiros.
Evidentemente, os Estados Unidos, quaisquer que seja seu governo, não querem que o Brasil se consolide como potência econômica e política global, integrando toda a América do Sul como um espaço geopolítico com maior autonomia internacional.
CM: Falando sobre política externa, o sr. poderia detalhar um pouco mais o que, na sua visão, as duas candidaturas representam?
MB: A mudança dos rumos da política externa, como José Serra e seus mentores diplomáticos pretendem, teria profundas implicações para a estratégia de defesa e segurança nacional. Ela significaria o fim do programa de reaparelhamento e modernização das Forças Armadas, a suspensão definitiva da construção do submarino nuclear e a paralisação do desenvolvimento de tecnologias sensíveis, ora em curso mediante cooperação com a França e a Alemanha, países que se dispuseram a transferir know-how para o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos. Essa mudança de rumos, defendida pelos mentores de José Serra em política externa, levaria o Brasil a aceitar a tese de que o conceito de soberania nacional desaparece num mundo globalizado e, com isto, permitir a formação de Estados supostamente indígenas, em regiões da Amazônia, como querem muitas 100 ONGs que lá atuam.
CM: E na América Latina? O Brasil aparece hoje como um fator estimulador e fortalecedor de um processo de integração ainda em curso. Que tipo de ameaça, uma eventual vitória de José Serra representaria para esse processo?
MB: José Serra já se declarou, desde a campanha de 2002, contra o Mercosul, como união aduaneira, e sua transformação em uma área de livre comércio, compatível com o projeto da ALCA, que os Estados Unidos tratavam de impor aos países da América do Sul e que o Brasil, apoiado pela Argentina, obstaculizou. Se a ALCA houvesse sido implantada, a situação do Brasil seria desastrosa, como conseqüência da profunda crise econômica e financeira dos Estados Unidos, como aconteceu com o México.
José Serra também criou recentemente problemas, fazendo declarações ofensivas à Argentina, Bolívia e Venezuela, países com os quais o Brasil tem necessariamente de manter muitos boas relações, goste ou não goste de seus governantes. Trata-se do interesse nacional e não de idiossincrasia política.
CM: Na sua avaliação, quais foram as mudanças mais significativas da política externa brasileira, que devem ser preservadas?
MB: O governo do presidente Lula, tendo o embaixador Celso Amorim como chanceler, considerado pela revista Foreign Policy, dos Estados Unidos, como o melhor do mundo, na atualidade, alargou as fronteiras diplomáticas do Brasil. Seus resultados são visíveis em números: sob o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, as exportações do Brasil cresceram apenas 14 bilhões, subindo de 47 bilhões de dólares em 1995 para 61 bilhões em 2002. No governo do presidente Lula, as exportações brasileiras saltaram de 73 bilhões de dólares, em 2003, para 145 bilhões em 2010: dobraram. Aumentaram 72 bilhões , cinco vezes mais, do que no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Essas cifras evidenciam o êxito da política externa brasileira, abrindo e diversificando os mercados no exterior. Mas há outro fato que vale ressaltar, para mostrar a projeção internacional que o Brasil. Em dezembro de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, as reservas brasileiras eram de apenas 38 bilhões de dólares... Sob o governo Lula, as reservas brasileiras saltaram de 49 bilhões de dólares, em 2003, para 280 bilhões de dólares em outubro de 2010. Aumentaram sete vezes mais do que no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tais números representam uma enorme redução da vulnerabilidade do Brasil.
É bom recordar que, logo após o presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurar seu segundo mandato, em apenas seis dias, entre 6 e 12 de janeiro de 1999, o Brasil perdeu mais de 2 bilhões de dólares para os especuladores e investidores, que intensificaram o câmbio de reais por dólares, aproveitando ainda a taxa elevada, e suas reservas caíram mais de 4,8 bilhões bilhões, em apenas dois dias, ou seja, de 13 para 14 de janeiro.
Os capitais, em torno de 500 milhões de dólares por dia, continuaram a fugir ante o medo de que o governo congelasse as contas bancárias e decretasse a moratória. E os bancos estrangeiros cortaram 1/3 dos US$ 60 bilhões em linhas de crédito interbancário a curto prazo, que haviam fornecido ao Brasil desde agosto de 1998. A fim de não mais perder reservas, com a intensa fuga de capitais, não restou ao governo de Fernando Henrique Cardoso alternativa senão abandonar as desvalorizações controladas do real e deixá-lo flutuar, com a implantação do câmbio livre.
CM: O sr. poderia apontar uma diferença que considera fundamental entre os governos Lula e FHC?
MB: Comparar os dois governo ocuparia muito espaço na entrevista. Porém apenas um fato mostra a diferença: o chanceler Celso Amorim esteve nos Estados Unidos inúmeras vezes e nunca tirou os sapatos, ao chegar no aeroporto, para ser vistoriado pelos policiais do serviço de controle. O professor Celso Lafer, chanceler no governo de Fernando Henrique Cardoso, submeteu-se a esse vexame, humilhando-se, degradando sua função de ministro de Estados e o próprio país, o Brasil, que representava. E é este homem que ataca a política exterior do presidente Lula e é um mentores de José Serra, cujo governo, aliás, seria muito pior do que o de Fernando Henrique Cardoso.
Bloqueio dos EUA castiga em dobro cubanos com câncer
Escrito por Erica Soares no Prensa Latina | |
miércoles, 20 de octubre de 2010 | |
O bloqueio econômico, financeiro e comercial
imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde há quase meio século incide de
maneira severa sobre os que padecem de câncer, impossibilitados de
prolongar sua vida por falta de tecnologias e medicamentos. Essa pertinaz política já ocasionou à maior das Antilhas perdas valorizadas em 751 bilhões 363 milhões de dólares. Uma das entidades mais golpeada em todos estes anos é o Instituto de Oncologia e Radiobiologia. De acordo com o relatório "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos contra Cuba" que apresentará Havana no próximo dia 26 de outubro na Assembleia Geral das Nações Unidas, esse prestigioso centro científico está privado de obter vários medicamentos, equipamentos médicos e reposições. Dita entidade não tem possibilidade alguma de empregar placas de Iodo Radioativo no tratamento de crianças e adultos que padecem do tumor retinoblastoma porque apenas são vendidas nos Estádios Unidos, assinala o texto. Esta tecnologia é largamente utilizada nos menores, dado que permite tratar o tumor de retina, conservando a visão do olho afetado e a estética do rosto. Ante esta carência, a única alternativa é a extirpação de um olho e em outros casos os dois, procedimento que, ademais invasivo, acarreta sérias limitações para a vida. Cuba -assinala o documento- não tem acesso ao medicamento de Temozolomide (Temodar), citostático específico para o uso de tumores do sistema nervoso central (glioma e astrocitomas). Esta doença afeta aproximadamente 250 pacientes por ano, dos quais ao redor de 30 são crianças, indica o texto. O uso deste medicamento aumentaria significativamente a sobrevivência e qualidade de vida dos pacientes, já que o mesmo tem poucos efeitos adversos e é de relativa fácil administração em comparação com outros. |
Fundação denuncia esquema golpista patrocinado pela CIA no Brasil
Não bastasse o governador eleito do Rio Grande do Sul e
ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, denunciar “uma campanha de golpismo
político só semelhante aos eventos que ocorreram em 1964 para preparar
as ofensivas” contra o então governo estabelecido, o jornal da Strategic Culture Foundation
– a partir de sua seção norte-americana, especializada em geopolítica –
publicou, nesta semana, reflexão na qual avalia o esforço dos setores
mais conservadores dos EUA para denegrir as “imaturas” democracias da
América Latina e do Caribe.
No artigo intitulado “Elections in Brazil and the US Intelligence Community” (Eleições no Brasil e a comunidade de inteligência dos EUA),
assinado pelo analista Nil Nikandrov, a instituição lembra que “o
Brasil nunca pediu permissão para afirmar o seu direito à soberania e à
posição de independência na política internacional em causa ao longo dos
oito anos da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, e era amplamente
esperado que G. Bush acabaria por perder a paciência e tentar domar o
líder brasileiro. Nada disso aconteceu, embora, evidentemente, porque os
EUA se sentiram sobrecarregados demais com problemas com a Venezuela
para ficar trancado em um conflito adicional na América Latina”.
Leia os principais trechos do artigo:
“Falando aos diplomatas e agentes de inteligência na Embaixada dos
EUA no Brasil em março de 2010, a Secretária de Estado, Hillary Clinton
enfatizou: ‘na administração Obama, estamos tentando aprofundar e
alargar as nossas relações com um certo número de países estratégicos e o
Brasil está no topo da lista. Este é um país que realmente importa. E é
um país que está tentando muito duro para cumprir a sua promessa ao seu
povo de um futuro melhor. E assim, juntos, os Estados Unidos e o Brasil
tem que liderar o caminho para os povos deste hemisfério”.
“Vale ressaltar que H. Clinton credita ao Brasil nada menos do que o
direito de mostrar o caminho para outras nações, embora de mãos dadas
com Washington. Para este último, o caminho é o de suprimir as
iniciativas socialistas em todo o continente, de se abster de juntar
projetos de integração regional a menos que sejam patrocinados pelos
EUA, para se opor aos esforços dos populistas que visam formar um bloco
latino-americano de defesa, e para impedir a crescente expansão
econômica chinesa.
“Os EUA nomeou o ex-chefe do Departamento de Estado de Assuntos do
Hemisfério Ocidental e um passaporte diplomático, com uma reputação
dúbia Thomas A. Shannon como novo embaixador para o Brasil às vésperas
das eleições no país. Ele se esforçou para convencer o presidente do
Brasil para alinhar o país com os EUA e a adotar políticas
internacionais menos independentes. Washington ofereceu vantagens ao
Brasil como maior cooperação na produção de combustíveis renováveis,
consentiram em que estabelece uma divisão da Boeing no país, e assinou
uma série de acordos com as indústrias de defesa brasileira, incluindo a
comissão de 200 aviões Tucano para a Força Aérea dos EUA.
“O presidente Lula não aceitou. Ele teimosamente manteve a parceria
com a H. Chavez e Morales J. esteve em Havana e Teerã, condenou o golpe
pró-EUA em Honduras, e até mesmo se comprometeu a desenvolver um setor
nacional de energia nuclear. Ele propôs Dilma Rousseff – uma candidata
séria, para esperar para orientar um curso da mesma forma independente –
como seu sucessor. É alarmante para Washington, Dilma era membro do
Partido Comunista e integrou a Vanguarda Armada Revolucionária –
nomeadamente, com o pseudônimo de Joana d’Arc, na década de 1970. Ela
foi traída por um agente do governo, depois presa, torturada sob os
métodos que a CIA ensinou na Escola das Américas, e teve que passar três
anos na cadeia. Por isso, mesmo décadas depois Rousseff não é a pessoa
da qual se possa esperar que seja um grande fã dos EUA.
“A campanha de Dilma ganhou força gradualmente e as sondagens
começaram a dar-lhe um lugar na corrida à frente do candidato de
direita, José Serra. Jornalistas ‘amigos-da-américa (do norte)’ e
agentes da CIA sondaram a sua disponibilidade para forjar um acordo
secreto com Washington e então descobriu-se que o plano não teve chance
porque Rousseff firmemente prometera fidelidade ao curso do presidente
Lula. A CIA reagiu a tentativa de manchar Rousseff, e os meios de
comunicação de imediato lançaram o mito sobre o seu extremismo.
Encontraram informantes da polícia, que posaram como “testemunhas” de
seu envolvimento em assaltos a bancos para os quais pretendia pegar o
dinheiro para apoiar o terrorismo no Brasil. A mídia conservadora
travara uma guerra de classificações e elogios em coro pró-EUA, José
Serra como o incontestado favorito e Dilma – como um rival puramente
nominal. Estabilizada a situação, no entanto, Dilma Rousseff finalmente
emergiu como a líder da campanha, graças a um apoio pessoal do
presidente Lula.
“Ainda assim, a pontuação de Rousseff caiu de 3% a 4%, tirando a
chance de vencer ainda no primeiro turno das eleições. O resultado do
segundo turno dependerá em grande parte os defensores de Marina da Silva
Vaz de Lima, do Partido Verde, que ocupou o terceiro lugar nas
eleições, com 19% dos votos. A guerra entre os militantes do PV está
declarada e Shannon irá tentar de todos os meios para quebrar uma
aliança entre Serra e Silva.
“O time de Dilma visivelmente perdeu o tom triunfalista inicial – o
segundo turno é um jogo difícil, e o adversário de seu candidato está
implicitamente apoiado por um império poderoso e cheio de recursos que é
conhecido por ter impulsionado rotineiramente candidatos à esperança
para a vitória. A mídia no Brasil – O Globo, as editoras Abril, como Folha de S. Paulo e a revista Veja – estão ocupados em lavagem lavagem cerebral do eleitorado do país.
“A equipe de Shannon está enfrentando a missão de ajudar ‘novas
forças’ menos propensas a desafiar Washington e ajudar a obter um
controle sobre o poder no Brasil. A CIA emprega ex-policiais
brasileiros demitidos de seus cargos por várias razões, para fazer o
trabalho de campo como a vigilância, as invasões a apartamentos, roubos
de dados de computador, e chantagem. Na maioria dos casos, estes são os
indivíduos com tendências ultradireitistas que consideram Serra como seu
candidato. Ministérios do Brasil, comunidades de inteligência e
complexo militar-industrial estão fortemente infiltradas por agentes dos
EUA. A embaixada dos EUA e do pessoal do consulado no Brasil inclui
cerca de 40 dentre a CIA, DEA, FBI, agentes de inteligência e do
exército, e têm planos para abrir dez novos consulados nas principais
cidades do Brasil, como Manaus, na Amazônia.
“Embora o Departamento de Estado dos EUA esteja empenhado em reduzir o
tamanho da representação diplomática no mundo, em um esforço para
cortar despesas orçamentais, o Brasil continua sendo uma exceção à
regra. O país tem um potencial para se estabelecer como uma força
contrária na geopolítica para os EUA no Hemisfério Ocidental dentro dos
próximos 15 a 20 anos e as administrações dos EUA – tanto republicanos
quanto democratas – estão preocupados com a tarefa de impedi-la de
assumir o papel”.
Tradução: CdB
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