quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

As trapalhadas de Bush


Frei Betto



Joseph Stiglitz ganhou o Prêmio Nobel de Economia e foi economista-chefe do Banco Mundial. Linda Bilmes ensina finanças públicas em Harvard. Juntas, as duas cabeças calculam que Bush já gastou US$ 2,2 trilhões na guerra do Iraque. O orçamento real é 22 vezes maior que o oficialmente declarado. Isso é mais de duas vezes o PIB do Brasil, orçado hoje em R$ 1,9 trilhão.

Bush demitiu, em 2003, seu mais alto assessor econômico, Larry Lindsey, por ter ousado sugerir que o custo da guerra podia chegar a US$ 200 bilhões. A Casa Branca irritou-se na época e se desdobrou no Congresso para acalmar os parlamentares. Despachou Paul Wolfowitz (era o número 2 do Pentágono e é, hoje, presidente do Banco Mundial) para ir lá e jurar a deputados e senadores que o próprio Iraque financiaria tudo com o petróleo que jorra de seu solo...

A intervenção dos EUA no Iraque resulta de uma seqüência de mentiras. Primeiro, Bush alardeou que o governo de Saddam estaria envolvido no 11 de setembro. A acusação jamais foi comprovada. Depois, acusou-o de estocar armas de destruição em massa. Saddam abriu as portas do país e permitiu que peritos da CIA o revirassem de cabeça para baixo. Após um ano de investigações, nada foi encontrado. Os grandes jornais dos EUA chegaram a pedir desculpas aos leitores por terem acreditado no engodo. Enfim, Bush tentou justificar o atoleiro em que se meteu prometendo fazer do Iraque uma democracia capaz de disseminar-se pelo mundo árabe. Forjou eleições, dividiu a nação e aprofundou a mortandade.

Saddam Hussein foi enforcado sob acusação de matar 104 xiitas. Na época, o Iraque estava em guerra com o Irã e o ditador era um títere em mãos de Tio Sam. O apoio foi levado a Bagdá por Donald Rumsfeld, que até há pouco monitorava o Pentágono e a guerra no Iraque.

Bush está desesperado. Com a aprovação popular em míseros 27%, e as derrotas nas eleições da Câmara e do Senado, tenta convencer os estadunidenses de que vale a pena enviar, nos próximos 5 anos, mais 92 mil soldados para o Iraque (estão lá 150 mil das tropas de intervenção). Pesquisas apontam que 61% da população dos EUA são contra o envio de mais tropas.

Já morreram no Iraque 3 mil soldados made in USA e 700 mil iraquianos. Como cota de urgência estão seguindo mais 20.000 soldados – número insignificante numa Bagdá com 5 milhões de habitantes hostis à presença dos EUA.

Ao se referir ao custo da guerra, Bush omite os gastos com cerca de 20 mil militares feridos. Hoje, as máquinas de guerra oferecem blindagens mais resistentes. Diminuem o total de mortos, mas produzem mais feridos: daí os enormes gastos com amputações, internações, indenizações, aparelhos ortopédicos etc. Calcula-se que só os danos cerebrais consomem US$ 35 bilhões.

Com a invasão do Iraque, Bush concedeu ao terrorismo status de guerra, ampliou o poder de recrutamento de suas organizações e ofereceu-lhes objetivos e alvos concretos. No Iraque, o terror sabe onde e em quem atirar, enquanto as tropas de ocupação miram em alvos imprecisos e penalizam a população civil.

O que fará Bush? Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Nem pode retirar as tropas do Iraque, exceto admitindo a derrota, nem sabe como, por que e até quando mantê-las ali. Além da guerra coordenada pelo Pentágono, há também uma guerra civil que cindiu a unidade nacional iraquiana. Os EUA não podem apoiar os sunitas, seus inimigos históricos. Não podem apoiar os xiitas, aliados do Irã. Não podem apoiar os curdos, porque a Turquia não toleraria.

A milícia xiita, conhecida como Exército do Mahdi, liderada pelo clérigo Moqtada al-Sadr, conta com 60 mil combatentes, taticamente apoiados por 2 milhões de xiitas que habitam o leste de Bagdá. O Exército e a polícia iraquianos são constituídos predominantemente por xiitas. Como oferecer segurança aos bairros habitados por sunitas, que apóiam seus rebeldes?

Bush, considerado o homem mais bem assessorado do mundo, comprovou a lei de Murphy: “Se tudo pode dar errado, dará”. O grave é que o move a sede de vingança. Não se conforma de seu pai ter fracassado na tentativa de derrubar Saddam Hussein, em 1991, e de sua família ter sido sócia dos Bin Laden em negócios de petróleo. Como bem escreve Herman Melville em Moby Dick: “Ah, Deus! Que tormentos sofre o homem que se consome com seu desejo de vingança. Dorme de mãos cerradas e acorda com as unhas ensangüentadas cravadas nas palmas.”

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Um balanço do Fórum Social no Quênia


Roberto Malvezzi


1. Ele não pode ser comparado aos Fóruns acontecidos em Porto Alegre. A distância, os custos, a fragilidade organizativa da sociedade civil africana, certa precariedade da infra-estrutura, a presença oficial de 50 mil pessoas – que a gente não via na realidade – tornaram o Fórum bem mais enfraquecido. Entretanto, essas dificuldades eram esperadas e a intenção era tornar a África mais visível nas suas potencialidades e limites.

2. Aos menos nos corredores, nos eventos preliminares, pudemos ver e conhecer melhor a realidade africana. Países que têm muito potencial mineral, por isso sempre objeto de disputas entre transnacionais da mineração e da indústria de armas, que sempre atuam no sentido de dividir e provocar guerras fratricidas para facilitar seu acesso às riquezas africanas. A África continua sendo um continente saqueado.

3. Para mim foi válido ter participado do evento da CIDSE – pool de entidades católicas européias que atua em todo o mundo –, que debateu o impacto da indústria mineira em todo o mundo, particularmente na África. Quase cem pessoas participaram do evento.

4. Segundo o pessoal da Misereor que trabalha na África, lá não se pode pensar em movimentos organizados, muitas ONGs, assim por diante. Tudo lá acontece pelo viés das famílias, das tribos, dos clãs. Por isso as entidades têm muitas dificuldades de fazer uma atuação mais consistente.

5. Quando entramos em Nairóbi estamos diante de uma cidade irreal. Casas sofisticadas, avenidas apinhadas de carros novos japoneses, trânsito insuportável. Quando fomos à favela, vimos que ali não existe classe média. Ou se é rico, ou se é miserável. Quase 400 mil pessoas estão confinadas na favela de Kibera, num espaço onde parece não caberem 400 pessoas.

6. Aí se coloca a questão das classes e das etnias. O rosto brasileiro da miséria é negro. Na África também. Mas a cara da riqueza concentrada na África também é negra. Enfim, a questão étnica sozinha não resolve o problema das injustiças sociais. Quando se fala em criar uma elite negra nesse país, podemos nos perguntar onde é que queremos mesmo chegar, isto é, queremos superar as injustiças sociais ou apenas promover parte dos negros, para depois também oprimirem seus irmãos de cor que continuam na miséria?

7. As Igrejas marcaram muito mais presença, principalmente a católica. A insistência das organizações africanas para que a Igreja Católica esteja mais presente na realidade do povo era uma súplica emocionada. Mas os presentes eram os lutadores da base, não a hierarquia. Muito diferente a presença efusiva e marcante de Desmond Tutu.

8. O Fórum precisa ser repensado. Parece que os organizadores já estão fazendo essa reflexão. Edições automáticas poderão esvaziá-lo. Foi notória a ausência do rosto popular no evento.

Fonte: www.correiocidadania.com.br

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Líder do Hezbolá acusa Bush de fomentar o caos no Líbano



Hassan Nasralá, dirigente do Hezbolá, acusou o presidente dos EUA de "fomentar o caos no Líbano" e rejeitou os recentes ataques de George W. Bush ao Partido de Deus. Falando em Beirute, nas cerimônias que marcaram o clímax do Destival Muçulmano de Ashura, nesta terça-feira (30), Nasralá acusou os EUA de ordenar o mal-sucedido ataque de Israel ao Sul do Líbano, em julho-agosto do ano passado.

"Quem fomentou o caos no Líbano, quem destruiu o Líbano, quem matou mulheres e crianças, anciãos e jovens no Líbano foram George Bush e (a secretária de Estado) Condoleezza Rice. Foram eles que ordenaram aos sionistas que levassem a guerra ao Líbano", disse o líder do mais forte partido da coalizão oposicionista.


"Ele quer castigar vocês porque vocês venceram"


Na segunda-feira (30) o presidente americano acusou o Hezbolá e seus aliados iranianos e sírios de instigarem as recentes violências no Lìbano, na tentativa de derrubar o governo pró-ocidental de Fuad Siniora. "Aqueles que são responsáveis por criar o caos devem ser chamados a pagar por ele", afirmou.
Nasralá contestou Bush. "Quem deve ser punido, quem deve ser julgado, é aquele que levou a guerra ao Líbano", declarou. A guerra de julho-agosto matou cerca de 1.200 libaneses, principalmente civis, e 157 israelenses, na maioria soldados.
"George Bush quer castigar vocês porque vocês resistiram. Quer castigar vocês porque vocês venceram", disse Nasralá.


Religião e antiimperialismo


O público era formado por milhares de muçulanos xiitas dos subúrbios ao sul de Beirute, que rememoravam a morte em combate do imã Hussein, filho mais velho do profeta Maomé, no ano 680.
Antes, a multidão marchara pelo reduto do Hezbolá na capital, golpeando ritmicamente o peito com o punho, em sinal de pesar pelo martírio de Hussein e gritando "Morte aos EUA, morte a Israel!". Alguns carregavam bandeiras negras e amarelas com lemas religiosos. Outros usavam bandanas verdes. Um dos lemas era "Nunca seremos humilhados".
"George Bush sabe. E reiteramos a ele e o mundo inteiro deve ouvir, que somos uma nação que não vai sucumbir e não pode ser humilhada", disse Nasralá.
Conflitos entre libaneses favoráveis e contrários ao governo, na semana passada, resultaram em sete mortos. O Hezbolá e os demais membros da cligação oposicionista exigem um veto ao governo Siniora e a realização de eleições antecipadas. Com este objetivo eles realizaram desde dezembro uma série de protestos e também uma greve geral, na terça-feira passada (23).


segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Informações esclarecedoras sobre o ISLÃ

No momento em que a mídia brasileira e internacional satanizam o islamismo colocando-o como uma religião que prega o terrorismo, torna-se necessário trazer a público esclarecimentos sobre o tema que possibilitem às pessoas que pensam e reflexionam se apropriarem da versão que dificilmente serão apresentadas na mídia tradicional capitalista e preconceituosa.


1. O que é o Islam?


A palavra "Islam" significa paz e submissão. Paz consigo próprio e com o que o rodeia e submissão à vontade de Deus Único. Um outro significado, mais amplo, do "Islam", significa alcançar paz através da submissão à vontade de Deus. Esta é uma religião única, com um nome que representa uma atitude moral e o estilo de vida. O Judaísmo foi buscar o seu nome à tribo de Judá, o Cristianismo a Jesus Cristo, o Budismo a Goutam Buda e o Hinduísmo ao Rio Indus. Os Muçulmanos derivam a sua identidade da mensagem do Islam, não da pessoa de Muhammad (vulgarmente conhecido em Português por Maomé), ou seriam intitulados "Mahometanos / Maometanos/ Muhammadistas".

2. Quem é Allah?

Allah é a palavra Árabe para "Deus Único". Allah não é somente o Deus dos Muçulmanos. Ele é o Deus de toda a Criação, porque Ele é o seu Criador e Sustentador. "

3. Quem é o Muçulmano?

A palavra "Muçulmano" significa aquele que se submete à vontade de Deus, o que é conseguido pela declaração de que "não existe outra divindade além de Deus Único e Muhammad é o (último) Mensageiro de Deus". Num significado mais abrangente, qualquer um que voluntariamente se submeta à vontade de Deus é um Muçulmano. Assim, todos os Profetas que precederam o Profeta Muhammad são Muçulmanos. O Alcorão menciona especificamente Abraão, que viveu muito antes de Moisés e Cristo, como: "ele não era Judeu nem Cristão, mas sim um Muçulmano", porque se submeteu à vontade de Deus. Com efeito, há Muçulmanos que não se submetem de todo à vontade de Deus, assim como existem Muçulmanos que fazem o seu melhor por levarem uma vida Islâmica. Não se pode avaliar o Islam pelos indivíduos possuidores de um nome Islâmico cujas ações não evidenciam uma vivência nem um comportamento digno de Muçulmanos. As implicações de se ser Muçulmano podem ir de encontro ao grau de submissão de cada um à Vontade de Deus, nas suas atitudes e ações.

4. Quem foi Muhammad ?

Em poucas palavras, Muhammad (a Paz esteja com ele) nasceu no seio de uma tribo nobre de Mecca, na Arábia, no ano 570 d.C.. A sua linhagem descende do Profeta Ismael (a Paz esteja com ele), filho do Profeta Abraão (a Paz esteja com ele). O seu pai morreu antes do seu nascimento, e a sua mãe quando ele tinha somente seis anos. Não freqüentou uma escola oficial por ter sido primeiramente criado por uma ama, como era habitual nessa altura, e seguidamente pelo seu avô e tio. Durante a sua juventude, era conhecido pela sua retidão e por meditar numa gruta. Aos 40 anos de idade, foi-lhe concedido o estatuto de Profeta, quando o anjo Gabriel lhe apareceu na gruta. Subseqüentemente, as revelações surgiram ao longo de 23 anos e foram compiladas na forma de um livro chamado Alcorão, considerado pelos Muçulmanos como a derradeira e última palavra de Deus. O Alcorão foi preservado, inalterado, na sua forma original e confirma a verdade patente na Torah, nos Salmos e no Evangelho.

5. Os Muçulmanos adoram Muhammad?

Não. Os Muçulmanos não adoram Muhammad nem nenhum outro Profeta. Os Muçulmanos crêem em todos os Profetas, incluindo Adão, Noé, Abraão, David, Salomão, Moisés e Jesus (a Paz esteja com eles). Os Muçulmanos acreditam que Muhammad (a Paz esteja com ele) foi o último dos Profetas. Eles crêem que só Deus deve ser adorado, e não os seres humanos.

6. O que pensam os Muçulmanos de Jesus (a Paz esteja com ele)?

Os Muçulmanos têm Jesus (Paz esteja com ele) em elevada estima, bem como a sua digníssima mãe, Maria. O Alcorão diz-nos que Jesus (Paz esteja com ele) foi fruto de um nascimento miraculoso sem pai: "Vede! O exemplo de Jesus, perante Deus, é idêntico ao de Adão, que Ele criou do pó, e então disse-lhe: Seja, e assim foi" (Alcorão 3:59).
Foram-lhe permitidos muitos milagres, como Profeta. Estes incluem falar, pouco depois do seu nascimento, em defesa da honra de sua mãe. Os outros dons que lhe foram concedidos por Deus incluem curar os cegos e os enfermos, ressuscitar os mortos, criar um pássaro do barro e, mais importante ainda, a mensagem da qual era portador. Estes milagres foram-lhe atribuídos por Deus para o estabelecer como Profeta. Segundo o Alcorão, ele não foi crucificado, mas sim elevado ao Céu. (Alcorão, Capítulo Mariam).

7. Os Muçulmanos têm seitas?

Os Muçulmanos não têm seitas. Os que seguem o Alcorão Sagrado e o Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele), de acordo com os seus dizeres e ações, são chamados Muçulmanos e os que, seguem somente os dizeres e perspectivas do imam Ali (r.a.a) são designados Shia (xia,xiaa,xiita, xiitas do ali). A maior parte dos Shia vivem no Irã, Líbano e Iraque, enquanto o resto do mundo é essencialmente Sunnah. Os Shia são entre 2 a 3 por cento da população Muçulmana.

8. Quais são os pilares do Islam?

São cinco os principais pilares do Islam:

1) a crença (Iman) no Deus Único e em que Muhammad (a Paz esteja com ele) é o Seu mensageiro;

2) a Oração (Salat), a ser efetuada cinco vezes por dia;

3) o Jejum (Siyam), requerido durante o mês do Ramadan;

4) a Contribuição obrigatória (Zakat), a parcela da riqueza dos abastados devida aos pobres;

5) a Hajj, que é a Peregrinação a Meca, uma vez na vida, caso seja possível física e financeiramente.
Todos os pilares deverão possuir o mesmo estatuto e preponderância, para dar à construção a sua forma e proporção devida.
Não é possível empreender a Hajj sem Jejuar, nem fazer a Oração regularmente. Pensem num edifício só com pilares. Não pode ser chamado de edifício. Para fazer um edifício, necessita ter um teto, necessita ter paredes, necessita ter portas e janelas.
Para o Islam, estas determinantes são os códigos morais Islâmicos, como a honestidade, a verdade, a prontidão e muitas outras qualidades morais humanas.

Assim, para se ser Muçulmano, dever-se-ão não só praticar os pilares do Islam, como também possuir os mais altos atributos que fazem um bom ser humano. Só assim o edifício se completa e é belo.

9. Qual o objetivo do culto no Islam?

O objetivo do culto no Islam é estar consciente de Deus.
Deste modo o culto, seja em forma de oração, jejum ou caridade, é uma maneira de se ter sempre consciência de Deus, para que, quando esta é atingida, a pessoa encontra-se numa posição mais vantajosa para a obtenção dos favores d'Ele, neste mundo e no Outro.

10. Os Muçulmanos acreditam na outra Vida?

Deus é Justo e manifesta a Sua justiça, tendo sido Ele quem estabeleceu o sistema de responsabilidade. Os que praticam o bem são recompensados e os que praticam o mal são punidos de acordo. Criou o Céu e o Inferno, para os quais existem critérios de admissão. Os Muçulmanos acreditam que a vida presente é temporária. É um teste que, caso o passemos, ser-nos-á dada uma vida de felicidade permanente e na companhia de boa gente, no Céu.

11. As boas ações dos não-crentes são irrelevantes?

Não, o Alcorão afirma categoricamente que "Quem tiver feito o bem, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á. E quem tiver feito o mal, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á". (Alcorão, 99:7-Cool. Isto significa que os que não crêem, se tiverem praticado o bem, serão neste mundo recompensados pelas suas boa ações. Por outro lado, os que fazem o bem, se forem Muçulmanos, serão recompensados não só neste mundo como no Outro. Contudo, o Juízo final só a Deus pertence. (Alcorão, 2:62)

12. Qual a etiqueta de vestuário dos Muçulmanos?

O Islam dá ênfase à modéstia. Ninguém deverá ser visto como um objeto sexual. Existem linhas mestras a observar para os homens e para as mulheres, para que o seu vestuário não seja nem demasiado fino, nem demasiado justo para não revelar os contornos do corpo. Os homens devem pelo menos cobrir a área entre os joelhos e o umbigo, e as mulheres devem envergar vestuário que cubra tudo, menos as mãos e o rosto.

13. Quais as proibições do Islam relativamente à alimentação?

Aos Muçulmanos é dito, no Alcorão, que não comam porco ou derivados desse animal, carne de animais que tenham morrido antes de irem para o matadouro, ou de animais carnívoros (por estes comerem animais mortos), não bebam sangue nem bebidas intoxicantes como álcool, nem usem drogas ilícitas.

14. O que é a Jihad?

A palavra "Jihad" significa esforço, ou mais especificamente, esforçar-se pela causa de Deus. Todo e qualquer esforço no dia-a-dia pela causa de Deus pode ser considerada Jihad. Um dos níveis mais elevados da Jihad consiste em insurgir-se contra um tirano e proferir a palavra da verdade. O controlo de si próprio é igualmente uma grande Jihad. Uma das formas de Jihad é levantar armas em defesa do Islam ou de um país Muçulmano, quando o Islam é atacado. Este tipo de Jihad tem de ser declarado pela hierarquia religiosa ou governamental que segue o Alcorão e a Sunnah.

15. Como é o Ano Islâmico?

O Ano Islâmico principiou-se com a migração (Hijra = Hégira) do Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele) de Meca para Medina, no ano 622 d.C. É um ano lunar de 354 dias. O seu primeiro mês é designado por Muhar-ram. O ano 2007 d.C. (Era Cristã) equivale ao ano Islâmico 1428 d.H. (Era Hegiriana).

16. Quais são as principais festividades Islâmicas?

No islam só tem duas Festas:

Eid-ul-Fitr, que marca o fim do jejum durante o mês do Ramadan e é celebrado com orações públicas, festejos e troca de presentes.

Eid-ul-Adha, que marca o fim da Hajj ou Peregrinação anual a Mecca. Após as orações públicas, aqueles que podem sacrificam um cabrito ou cabra para simbolizar o significado da obediência do Profeta Abraão a Deus, mostrada pela sua prontidão em sacrificar o seu filho Ismael.

17. O que é a Shari'a?

A Shari'a é o nome dado ao conjunto das leis Muçulmanas, originado de duas fontes: o Alcorão e a Sunnah ou tradições do Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele). Cobre todos os aspectos da vida diária individual e coletiva. O objetivo das leis Islâmicas é a projeção dos direitos humanos básicos de cada indivíduo, como o direito à vida, propriedade, liberdade política e religiosa e a salvaguarda dos direitos das mulheres e das minorias. O baixo índice criminal das sociedades Muçulmanas deve-se à aplicação das leis Islâmicas.

18. Foi o Islam difundido 'pela espada'?

Segundo o Sagrado Alcorão, "Não há imposição quanto a religião" (2:256); como tal, ninguém poderá ser forçado a tornar-se Muçulmano. Embora seja verdade que em muitos locais onde os exércitos Muçulmanos libertaram pessoas ou terras, a espada foi usada por ser a arma utilizada na época; todavia, o Islam não se difundiu por meio da espada, como atesta o fato de em muitos locais onde hoje existem Muçulmanos, no Extremo Oriente, Indonésia, China, e muitas zonas de África, não subsistirem quaisquer registros da presença de exércitos Muçulmanos. Afirmar que o Islam foi espalhado pela espada equivale a dizer que o Cristianismo foi difundido com o auxílio de armas, F-16s e bombas atômicas, etc., o que não corresponde de todo à verdade. O Cristianismo foi difundido pelas obras missionárias dos Cristãos. Dez por cento de todos os Árabes são Cristãos. A "Espada do Islam" não foi bem sucedida na conversão das minorias não-Muçulmanas nos países Muçulmanos. Na Índia, onde os Muçulmanos governaram durante 700 anos, são eles próprios uma minoria. Nos EUA, o Islam é hoje a religião de crescimento mais rápido, com mais de 8 milhões de seguidores sem qualquer espada. Em França, o Islam é hoje a segunda religião, com mais de 5 milhões de seguidores sem qualquer espada. Em Portugal, onde os Muçulmanos governaram durante 700 anos, são eles próprios uma minoria. No entanto, atualmente, muitas vezes há conversões ao Islam, na Mesquita da Liga da Juventude Islâmica do Brasil, sem qualquer espada.

19. O Islam promove a violência e o terrorismo?

Não, o Islam é uma religião de paz e submissão que dá ênfase à santidade da vida humana. Um versículo do Alcorão refere [Capítulo 5, versículo 32] que, "quem salve uma vida, é como se tivesse salvo toda a humanidade, e quem matar outra pessoa (exceto em caso de assassínio ou malevolência na terra), é como se tivesse morto toda a humanidade."
O Islam condena toda e qualquer violência, como a que ocorreu quando das Cruzadas, em Espanha, na Segunda Guerra Mundial, ou devido a pessoas como o Rev. Jim Jones, David Koresh, Dr. Baruch Goldstein, ou ainda as atrocidades cometidas na Bósnia pelos Sérvios Cristãos. Quem cometa atos de violência não está decerto a praticar a sua religião.
Contudo, por vezes a resistência(chamada de violência ou terroristas pelos ocidentes) é a resposta humana à opressão de um povo, como acontece na Palestina e no Iraque. Eles encaram-na como uma forma de chamar a atenção para o seu problema.
Existe muito terrorismo e muita violência em áreas fora da presença Muçulmana. Por exemplo, na Irlanda, na África do Sul, na América Latina e no Sri Lanka.
Por vezes a violência deve-se a um conflito entre aqueles que têm e aqueles que não têm, ou entre os oprimidos e os opressores. Precisamos descobrir porque é que as pessoas se transformam em terroristas.
Infelizmente, os Palestinos que cometem atos de resistência são apontados como terroristas, mas não os colonos Judeus armados, quando fazem massacre, até aos seus. Como veio a ser o caso no atentado de Oklahoma City, por vezes os Muçulmanos são prematuramente culpados, mesmo que o terrorismo seja cometido por não-Muçulmanos. Por vezes aqueles que desejam a Paz e aqueles que a ela se opõem podem ser da mesma religião.

20. O que é o "Fundamentalismo Islâmico"?

O conceito do "Fundamentalismo" não existe no Islam. A mídia ocidental forjaou este termo para designar os Muçulmanos que desejam regressar aos princípios básicos fundamentais do Islam, e que moldam as suas vidas de acordo com isso. O Islam é uma religião de moderação e um Muçulmano praticante e temente a Deus não pode ser nem um fanático, nem um extremista.

21. O Islam promove a poligamia?

Não, a poligamia no Islam é uma permissão, não uma injunção. Historicamente, todos os Profetas à exceção de Jesus, que não era casado, tinham mais de uma esposa. O fato de os homens Muçulmanos terem mais de uma esposa deriva da permissão que lhes é concedida no Alcorão, não para satisfação da luxúria, mas para o bem-estar das viúvas e dos órfãos da guerra. No período pré-Islâmico, os homens tinham habitualmente muitas esposas. Um tinha 11 esposas e quando se tornou Muçulmano, perguntou ao Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele): "Que deverei fazer com tantas mulheres?" e ele respondeu: "Divorcia-te de todas, exceto quatro. O Alcorão afirma: "podes desposar 2 ou 3, ou até 4 mulheres, desde que sejas igualmente justo com cada uma delas" (4:3). Dado que é dificílimo ser eqüitativamente justo para com todas as esposas, na prática, a maioria dos homens Muçulmanos não têm mais de uma mulher. O próprio Profeta Muhammad (Paz esteja com ele), entre os 24 e os 50 anos de idade, foi casado com uma só mulher, Khadija. Na sociedade Ocidental, a maioria dos homens com uma só esposa têm relações extraconjugais. Como tal, foi publicada uma sondagem na "U.S.A. Today" (4 de Abril de 1988, Seção D) que questionava 4.700 amantes acerca do estatuto que desejavam. Disseram "preferir ser uma segunda mulher a ser a 'outra', por não terem direitos legais, nem a igualdade financeira das esposas legalmente casadas, como se estivessem apenas a ser usadas por estes homens.".

22. O Islam oprime as mulheres?

Não. Muito pelo contrário, o Islam elevou o estatuto das mulheres há 1400 anos, ao permitir-lhes o direito ao divórcio, à independência e apoios financeiros, e a serem identificadas como mulheres dignas (Hijab), quando no resto do mundo, incluindo a Europa, as mulheres não gozavam de nenhum destes direitos. As mulheres são iguais aos homens em todos os atos pios (Alcorão 33:32).
O Islam permite à mulher manter o nome de solteira depois do casamento, manter o dinheiro que ganha e gastá-lo a seu bel-prazer, e pedir a homens que a protejam de ser molestada na rua. O Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele) disse aos homens Muçulmanos: "O melhor de entre vós é aquele que é melhor para a sua família". Não é o Islam, mas sim alguns homens Muçulmanos que presentemente oprimem as mulheres. Isto deve-se aos seus hábitos culturais ou à sua ignorância sobre a religião que praticam.
A mutilação genital feminina é um costume Africano pré-Islâmico, praticado por não-Muçulmanos, como os Cristãos Coptas.

23. O Islam é intolerante para com as outras minorias religiosas?

O Islam reconhece os direitos da minoria. Para assegurar o seu bem-estar e a sua segurança, os governantes Muçulmanos impuseram-lhe um imposto (Jezia).
O Profeta Muhammad (a Paz esteja com ele) proibiu os exércitos Muçulmanos de destruírem tanto Igrejas, como Sinagogas.
Os Judeus foram bem-vindos e floresceram na Espanha Islâmica, mesmo quando eram perseguidos no resto da Europa. Eles consideram essa parte da sua história como a Era de Ouro. Nos países Muçulmanos, os Cristãos vivem prosperamente, detêm cargos governamentais e vão à sua Igreja. Aos missionários Cristãos é permitido que estabeleçam e coloquem em funcionamento as suas escolas e hospitais. Todavia, esta mesma tolerância religiosa nem sempre está disponível para as minorias Muçulmanas, como se pode ver no passado, durante a Inquisição Espanhola e as cruzadas, e na atualidade, na Bósnia, em Israel e na Índia.
Os Muçulmanos reconhecem que, por vezes, as ações de um governante não espelham os ensinamentos da sua religião.

24. Qual a opinião Islâmica sobre:

O namoro, casamento temporário (mutaa - o casamento do prazer) e o sexo antes do casamento:

O Islam não aprova as relações íntimas entre os sexos, e proíbe sexo antes do casamento, bem como sexo extraconjugal. O Islam encoraja o casamento como um escudo para tais tentações e como uma forma de obter amor, compaixão e paz mútua.

A interrupção voluntária da gravidez:

O Islam encara o aborto como assassínio e não o permite, salvo para salvar a vida da mãe (Alcorão 17:23-31, 6:15 1).

A homossexualidade e a Sida:

O Islam opõe-se categoricamente à homossexualidade e considera-a um pecado. Não obstante, os médicos Muçulmanos são aconselhados a tratar os seus pacientes com Sida exatamente como tratariam os outros.

A eutanásia e o suicídio:

O Islam é contra o suicídio e a eutanásia. Os Muçulmanos não acreditam em medidas heróicas para prolongar a agonia de um doente terminal.

O transplante de órgãos:

O Islam dá ênfase à salvação de vidas (Alcorão 5:32); assim, os transplantes em geral são permitidos, desde que haja consentimento do doador. A venda do órgão não é permitida.

25. Como deverão os Muçulmanos tratar os Judeus e os Cristãos?

O Alcorão chama-lhes "O povo do Livro", aqueles que receberam as escrituras Divinas antes de Muhammad(a Paz esteja com ele). É dito aos Muçulmanos que os tratem com respeito e justeza, e que não entrem em conflito com eles, salvo se estes iniciarem as hostilidades ou ridicularizarem a sua fé. A esperança ulterior dos Muçulmanos é que todos se unam na adoração ao Deus único e se submetam à Sua Vontade.

- "Deixemos que a divisa do diálogo civilizacional seja o vers. 83 do Cap. 2 do Alcorão que diz: "Falai com brandura a todas as pessoas", e deixemos que a finalidade do diálogo seja a de adquirir a liberdade tão vasta como o universo. "Cheguemos a termos comum entre nós e vós: que não adoraremos ninguém senão Deus; que não Lhe associemos nenhum parceiro; e que não aceitemos outros por senhores além de Deus: e se depois eles se afastarem, dize-lhes: 'sede testemunhas que nós (pelo menos) submetemo-nos à Vontade de Deus'." (Cap. 3, vers. 64)".

26. Como Alguém se torna Muçulmano?

Simplesmente dizendo "Não há outro deus senão Allah e Muhammad é o Mensageiro de Deus", em árabe, "la ilaha illa Allah Muhammad rassul Allah". Com esta declaração, o crente anuncia sua crença em Deus, em todos os Seus mensageiros e nos livros que eles trouxeram, nos anjos, no Dia do Juízo Final e na Predestinação.

Em resumo, isto é ser muçulmano. Portanto, ao se defrontar com vizinhos, estudantes, empregados, operários, amigos muçulmanos não os veja como alienígenas, ou terroristas, ou fanáticos. Somos pessoas comuns que praticamos nossa religião em toda sua essência e apenas queremos ser respeitados por nossas convicções religiosas. E o respeito por nossa religião passa pela permissão de orar nos horários estabelecidos, pela forma de vestir, de jejuar e interagir socialmente de acordo com nossa crença.
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Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
www.orientemediovivo.com.br

Um pouco de poesia!!!

Paixão ...
(Andrea Lucia)

Que sentimento é esse?

Sentimento...
Que nos tonteia,
Que nos desnorteia,
Que nos deixa sem ar,
Que faz o coração acelerar,
Que tira nossos pés do chão,
Que faz sangrar nosso coração,
Que sonhamos até mesmo acordados,
Que desejamos sempre sermos beijados,
Que faz com que não tenhamos mais razão,
Que faz com que fiquemos cegos de emoção,
Que é tão bom que dura o tempo de um segundo,
Que faz parecer não existir mais ninguém no mundo,
Que é algo tão intenso, louco, arrebatador e passageiro,
Que me faz ficar insana, encantada, absorta e prisioneira?

Que me faz perder a cabeça, me tira a razão e a tranqüilidade;
Que me tira a paz, o sossego e me deixa fora da realidade;
Que me envolve, me consome, me corrói e me sacrifica;
Que me dói, me emociona, me agrada e me dignifica;
Que me preenche o espírito e me enche de alegria;
Que me acaricia a alma e me enfeita de magia;
Que me faz ficar radiante e me incendeia;
Que me faz ficar fervorosa e me clareia;
Que me proporciona dias radiantes;
Que lembra coisas emocionantes;
Que abusa da minha emoção;
Que encanta meu coração;
Que não tem explicação;
Que me mata de tesão;
Que me dá sensação;
Que dói sem razão;
Que dá comichão;
Que não é são;
Que é em vão;
Que é glutão;
Que é peão;
Que é mão;
Que é sim;
Que é não;
Que é pai;
E é chão;
É Paixão!

domingo, 28 de janeiro de 2007

PORQUE AS PESSOAS GRITAM?

Um dia, um pensador indiano fez a seguinte pergunta a seus discípulos :

"Porque as pessoas gritam quando estão aborrecidas ?"

"Gritamos porque perdemos a calma", disse um deles.

"Mas, porque gritar quando a outra pessoa está ao seu lado ?", questionou novamente o pensador.

"Bem, gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.

E o mestre volta a perguntar : "Então não é possível falar-lhe em voz baixa ?"

Várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador.

Então ele esclareceu : "Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido ?"

O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.

Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.

Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da
grande distância.

Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas ?

Elas não gritam. Falam suavemente.

E por quê ?

Porque seus corações estão muito perto.

A distância entre elas é pequena.

Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.

E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta.

Seus corações se entendem.

É isso que acontece quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Por fim, o pensador conclui, dizendo :

"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta, que não mais encontrarão o caminho de volta". (Mahatma Gandhi - obrigado Mary Yamin)

sábado, 27 de janeiro de 2007

Cadê a repercussão "midiótica"?????

Vice-governador gaúcho ataca ingerência do marido de Yeda Crusius

Paulo Feijó (PFL) abriu fogo contra o governo ao qual pertence. Os ataques atingiram o marido da governadora Yeda Crusius (PSDB). Feijó vê falta de legitimidade na atuação do economista Carlos Crusius no governo, lembrando que ele não concorreu a nenhum cargo e não recebeu nenhum voto. Além disso, criticou a equipe econômica de Yeda: "nunca administraram uma carrocinha de pipoca".

Essas afirmações de Paulo Feijó, (descritas por Weissheimer, no Carta Maior) legitimamente eleito para ser o vice governador do estado do Rio Grande do Sul, afrontando diretamente àqueles que se fizeram eleitos demonstra por parte dele uma coerência muito grande entre aquilo que foi defendido na campanha política e seu modo de pensar. Ele não tem papas na língua, sempre defendeu um estado de governo estremamente neoliberal, com o estado cada vez mais se afastando da gestão e entregando políticas públicas nas mãos da iniciativa privada. Isso foi defendido por ele na campanha e segue sendo seu norte de interpretação de gestão qualificada para o estado. Só que está entrando em choque direto com a governadora eleita, e seus asseclas(ou seria com c?), que neste momento encontram-se perdidos, sem rumo, como era de se esperar de um partido entregue às mãos de poucos que não sabem como lidar com questões importantes na área pública.
Porque será que a midia gaúcha e brasileira não está dando a devida importância para esses fatos? Se fosse um governo do PT ou de um partido de esquerda essas questões não seriam bastante exploradas? O senhor Lasier Martins, capacho da RBS, e outros que ainda sobrevivem mamando as benesses(seria com c?) do emprego privado onde para manterem seu status quo tem que serem tendenciosos? ou será que realmente estão se dando conta de que fizeram a opção errada, ao elegerem um governo que não sabe lidar com questões sociais relevantes e fica tentando acertar encima de possibilidades, no mínimo estranhas, com relação a gestão pública e portanto ficam calados??Quizera eu acreditar que fosse esta última hipótese a verdadeira. Mas tenho quase certeza que não é. O que acontece realmente é que nossa mídia, podemos chamar de "midióta, para usar um termo de Juremir Machado, pensa que nós somos imbecis e não percebemos a ocultação dos fatos, lição essas aprendida pela nossa mídia com os norte-americanos(CNN,CBS,e outras) que somente informam, ou deformam, fatos de interesse do grande capital financeiro, daqueles que detèm o poder econômico.
Não, não somos idiotas como querem nos fazer crer. Somos informados e temos certeza que por trás disso tudo tem muita sujeira, muita roupa suja para lavar. Vamos esperar para ver. ESTAMOS DE OLHO!!

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Hugo Chavez ameaça expulsar embaixador norte americano da Venezuela

O presidente da Venezuela Hugo Chavez se reportando ao embaixador norte americano Brownfield disse que "ele tem muitos assuntos americanos para tratar, principalmente porque o império do norte invade povos.Nesse momento estão mandando 20 mil soldados ao Iraque para matar crianças, mulheres e homens inocentes. Saiam do Iraque e deixem o povo ser livre e decidir seu destino", falou Chavez.
Não é a primeira vez que Chavez demonstra o desejo de expulsar Brownfield de seu país, pois vê nele um "provocador intrometido" em causas que não lhe dizem respeito.
Brownfield declarou recentemente sua preocupação com a estatização de empresas ligas às áreas da telefonia, energia e telecomunicações anunciadas por Chavez. Segundo ele os "proprietários" dessas empresas deveriam ser "justamente" indenizados como recompensa pelos serviços prestados(sic) ao longo dos anos ao povo da Venezuela.
Para Chavez, no entanto, essas empresas na verdade, exploravam o povo, cobrando tarifas abusivas e não dando o retorno social desejado.

Terror e fome em Gaza

O genocídio engolfa a Palestina, e os espectadores assistem impávidos

Um genocídio esté engulindo o povo de Gaza, enquanto o silêncio engolfa os seus espectadores. "Cerca de 1,4 milhão de pessoas, sobretudo crianças, amontoam-se em uma das regiões mais densamente povoadas do mundo, sem qualquer liberdade de movimento, sem lugar para escapar e nenhum espaço para esconder", escreveram o artigo W.Egeland, alto responsável das Nações Unidas pela ajuda e Jan Eliasson, então ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, em Le Fígaro. Eles descrevem um povo "a viver numa jaula", isolado por terra, mar e ar, sem qualquer energia confiável e com pouca água, e torturado pela fome, pela doença e por incessantes ataques de tropas e aviões israelenses.
Egeland e Eliasson escreveram isto quatro meses atrás, numa tentativa de romper o silêncio na Europa, cuja aliança obediente aos Estados Unidos e Israel tem procurado reverter o resultado democrático que levou o Hamas ao poder nas eleições palestinas do ano passado. O horror em Gaza aumentou desde então: uma família de 18 membros morreu debaixo de uma bomba americano-israelense de 500 libras [227 kg]; mulheres desarmadas foram despedaçadas com disparos a curta distância. O Dr. David Halpin, um dos poucos britânicos a romper o que ele denomina "o cerco medieval", relatou a morte de 57 crianças por meio de artilharia, rockets e armas ligeiras e mostrou provas de que os civis são os verdadeiros alvos de Israel, como em Leba no verão passado. Um amigo de Gaza, o Dr. Mona el-Farra, enviou-me uma mensagem: "Vejo os efeitos dos incessantes booms sónicos [uma punição colectiva da força aérea israelense] e da artilharia na minha filha de 13 anos. À noite, ela treme de medo. Assim, ambos acabamos encolhidos no chão. Tento fazê-la sentir-se segura, mas quando as bombas soam tenho medo e grito…
A desculpa para a última vaga de terror israelense foi a captura, em Junho último, de um soldado israelense, integrante de uma força de ocupação ilegal, pela resistência palestina. Isto foi notícia. O sequestro de dois palestinos por Israel uns poucos dias antes – dois dos milhares capturados ao longo de anos – não foi notícia. Um historiador e dois jornalistas estrangeiros relataram a verdade acerca de Gaza. Todos os três são israelenses. Muitas vezes são chamados de traidores. O historiador Ilan Pappe documentou que "a política genocida [em Gaza] não é formulada num vácuo" e sim parte da deliberada e histórica limpeza étnica do sionismo. Gideon Levy e Amira Hass são repórteres dos jornal israelense Haaretz. Em Novembro, Levy descreveu como o povo de Gaza começava a morrer de fome: "Há milhares de feridos, incapacitados e pessoas atingidas por granadas, incapazes de receber qualquer tratamento… Sombras de seres humanos perambulam pelas ruínas… Elas só sabem que [o exército israelense] retornará e sabem o que isto significará para si próprias: mais aprisionamento nos seus lares durante semanas, mais morte e destruição em proporções monstruosas". Hass, que viveu em Gaza, descreve-a como uma prisão que envergonha o seu povo. Ela recorda como a sua mãe, Hannah, foi transportada num vagão ferroviário para o transporte de gado para campo de concentração nazi de Bergen-Belsen num dia do Verão de 1944". "[Ela] viu aquelas mulheres alemãs a olharem impávidas para os prisioneiros, simplesmente a olharem", escreveu. "Esta imagem tornou-se muito formativa na minha educação, este desprezível 'olhar de lado' ".
"Olhar de lado" é o que fazem aqueles de nós que estão acovardados no silêncio pela ameaça de serem chamados anti-semitas. Olhar de lado é o que fazem demasiados judeus ocidentais, ao passo que aqueles judeus que honram as tradições humanas do judaísmo e dizem "Não em nosso nome!" são insultados como "auto flagelantes". Olhar de lado é o que faz todo o Congresso americano, escravizado ou intimidado por um vicioso "lobby" sionista. Olhar de lado é o que fazem jornalistas "equilibrados" quando desculpam a ilegalidade que é a fonte das atrocidades israelenses e suprimem as mudanças históricas verificadas na resistência palestina, tal como reconhecimento implícito de Israel pelo Hamas. O povo de Gaza clama por melhores dias.


O original encontra-se em http://www.newstatesman.com/200701220021

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

FSM-Nairobi-2007

Acabou mais uma edição do Fórum Social Mundial, este ano em Nairobi, África.
Nos cinco dias do encontro, houveram debates intensos com relação à fome mundial, a pobreza e o combate sistemático à AIDS, entre outros focos secundários mas não menos importantes.
Embora as dificuldades encontradas:locais inapropriados, valores cobrado pela alimentação bem acima do desejado, pouca participação das pessoas do local, inclusive na marcha inicial, este Fórum servirá para, mais uma vez, fortalecer os movimentos sociais na busca de um melhor mundo possível.
Lamentável também dizer a quase ausência da "mídia" brasileira tradicional na cobertura do evento. devemos louvar, isso sim, as diversas opções de MÍDIAS alternativas comprometidas com a democratização da informação, trazendo à público as noticias dos acontecimentos mais importantes que ocorrem no mundo hoje.
Como diria Juremir machado, escritor do Rio Grande do Sul, a "midióta" brasileira pisou na bola de novo, incluido-se aí, a rede globo, RBS, revista Veja, etc...etc...