Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Por todos os lados estão as notícias, principalmente nas agências especializadas da Internet, pois a grande imprensa que chega à maioria das casas vem com a maquiagem necessária para que não se dê muita atenção, para que pareça coisa de brincadeirinha, quando a cruel verdade é bem outra: o genocídio palestino vai de vento em popa – a Faixa de Gaza estertora na inanição e na violência – as crianças que seriam o futuro daquele país que sequer existe, segundo os interesses do Capital e do mais revoltante dos sentimentos racistas, estão tendo as vidas ceifadas de muitas formas, para que um dia já não exista o povo palestino, para que um dia aqueles dois pequenos pedaços de terra onde a Palestina ainda sobrevive já não tenha quem os reclame. Acho bom explicar um pouquinho mais: não existindo mais o território palestino, o Estado de Israel poderá dominar aquele espaço encravado lá no meio do rico território árabe, ponta de lança que é do de sempre: os Estados Unidos. O malfadado Grande Irmão do Norte[1] precisa dominar aquele espaço lá, altamente estratégico para as suas cobiças financeiras: o Estado de Israel está como que situado dentre um mar de petróleo e de outras riquezas minerais, e os políticos corruptos dos dois países, mais os homens corruptos que venderam a alma ao diabo em troca do deus Capital, também de ambos os países, tratam de acelerar o genocídio palestino, para mais tarde já não ter que se incomodar com a resistência desse povo que teima e teima em viver.
Penso que devo deixar claro, aqui, que não estou me referindo ao povo judeu como um todo, pois há muita gente muito decente dentro daquele povo. Prova de tal coisa são diversas mensagens que recebi, quando um dos meus textos acabou causando uma polêmica homérica, por conta de má interpretação intencional de gentes envolvidas na causa do genocídio – ao mesmo tempo em que eu era crucificada como a vilã do povo judeu, diversos soldados do exército sionista, de nacionalidade israelense e religião judaica, na época servindo seu país e tendo que participar do desmonte do que ainda restava da Palestina, escreveram-me apoiando as denúncias que então fiz, fora outras e outras manifestações recebidas.
Mas voltemos à inanição e à violência a que estão sendo submetidos os palestinos ainda sobreviventes, e talvez pensemos: já não há o que fazer; que podemos nós, sem as poderosas armas e sem os bilhões de dólares dos poderosos que destroem um povo, provavelmente ate à última pessoa? É possível que desanimemos diante de tão cruel realidade, que pensemos que a “solução final”[2], acabou, mesmo, chegando (e não para o povo judeu) - mas daí chegam notícias tão fascinantes, mas tão fascinantes, que até nos volta a esperança! As crianças palestinas já não estão nascendo na Palestina! Nem todas, é claro, mas muitas e muitas crianças palestinas estão nascendo por aí, pelo mundo todo, e nesta semana eu soube que nasceu mais uma, assim bem perto de mim, uma pequenina menina de cabelos escuros chamada Laura, e ela já nem é a primeira criança daquela família: a esperá-la já havia o irmãozinho Iudi, um descendente de beduínos e de profetas que também já havia nascido aqui nas terras do sul do Brasil, crianças tão americanas e brasileiras quanto palestinas, pois se aqui nasceram foi por contingência do destino, foi porque seus antepassados até a cidadania palestina acabaram perdendo – mais um pouco e perdiam a vida.
Ante meu entusiasmo com o nascimento de Laura (Iudi eu já conheci crescidinho), alguém me disse:
- Mas não se trata de uma criança palestina – ela é tão brasileira quanto tu! – e eu pensei no meu avô, que já nascera brasileiro também, e nas tantas etnias que se mesclam por este meu imenso país, mas pensei, também, na Injustiça que se perpetra contra todo um povo, e nas crianças do povo judeu que nasceram em tantos lugares também, e que um dia voltaram àquela terra a que se sente ligado aquele povo, e pensei que a pequenina Laura e seu irmãozinho Iudi vão acabar crescendo conscientes do que aconteceu com a sua família e a sua pátria, e terão, possivelmente, um sentido de identidade tão próprio, tão deles, tão forte...
O fato é que a roda da História gira, e pequenas Lauras, e pequenos Iudis, estão nascendo por todo o mundo, enquanto seus parentes morrem de inanição ou por massacre numa Palestina destinada ao sumiço.
Bem-vinda a este mundo, Laura! Que as fadas te sejam boas e que o teu fardo não seja tão pesado. Trazes em ti a herança dos beduínos e dos profetas – vais saber achar o caminho que será melhor para ti. O que mais me emociona ao saber que chegaste, é que nem o Grande Irmão do Norte e nem os políticos corruptos de Israel estão fazendo a conta das tantas Lauras, tuas priminhas, estão nascendo ao redor do planeta!
[1] Experimente ler um livro chamada “1984”, de George Orwell.
[2] Solução final: expressão usada pelo nazismo hitleriano, que signifcava a extirpação por morte de todos os judeus da Europa.
Patrícia Benvenuti
Porto Alegre (RS) - As centrais sindicais do país lançam, nesta segunda-feira (11), uma campanha nacional pela redução da jornada de trabalho sem diminuição dos salários. O objetivo é apoiar o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 393/01, que prevê a diminuição gradativa de 44 horas de trabalho semanais para 35.
O presidente da Força Sindical no Rio Grande do Sul, Cláudio Janta, avalia que, com a redução do tempo diário de trabalho, devem ser abertos mais postos. Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que a diminuição da jornada de 44 para 40 horas semanais poderia gerar mais de 2,2 milhões de empregos no país.
“O Brasil, como o mundo, passa por uma crise de emprego. Apesar de os números terem sido positivos nos últimos tempos da empregabilidade, nós ainda temos essa crise visível. E a redução da jornada de trabalho é uma forma de alavancar essa geração de emprego”, argumenta.
A campanha também reivindica a limitação das horas-extras e a definição de novas regras para o banco de horas. Para o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores no Estado (CUT-RS), João Batista Xavier da Silva, essas medidas irão elevar a qualidade de vida dos trabalhadores.
“O grande excesso de trabalho no Brasil acaba trazendo muitos problemas para a classe trabalhadora, como doenças, por causa das muitas horas de trabalho. E também a questão da qualidade de vida da classe trabalhadora em geral”, diz.
No Rio Grande do Sul, o lançamento irá ocorrer na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre, onde haverá um posto com coletas de assinaturas. O objetivo é alcançar 100 mil assinaturas no Estado e 1 milhão no Brasil até o mês de Maio. Além do abaixo-assinado, vão ocorrer debates em sindicatos, Câmaras de Vereadores e outras entidades pelo Estado.
Sou poeta dos trapos, dos cacos
Dos ratos, dos fatos
Poeta dos laços, dos maços
Dos ganhos, dos planos
Desses que só fala em anjos
Enganos, rodeios, sou amo
Porque não sou boêmio
Sou mudo, sou culto, impoluto
Em teu mundo sou eu insólito
Impróprio, profano, casto?
Talvez projeto, dejeto,
Protesto!
Sou eu infesto?
Ou mais um manifesto
De sentidos,
Delírios,
Resquícios?
Carlos Costa
Plata Quemada
Angel (Eduardo Noriega) e Nene (Leonardo Sbaraglia) são dois matadores inseparáveis conhecidos no meio como "os gêmeos". Até que Fontana (Ricardo Bartis) lhes propõe um novo golpe: assaltar o caminhão que transporta os pagamentos da cidade de San Fernando, que transporta 7 milhões. Tanto Angel quanto Nene aceitam a proposta, para fugir do tédio e superar a crise que existe entre eles naquele momento. Porém, o que parecia ser um trabalho fácil acaba se tornando um verdadeiro massacre. Fontana, Angel e Nene decidem fugir para o Uruguai, para evitar que sejam mortos pelos policiais argentinos, que estão sedentos por vingança. Lá eles se escondem em um apartamento emprestado por Losardo (Héctor Alterio), um mafioso local, onde esperam a chegada de novos documentos fraudados que permitam que eles viajem para o Brasil. Mas quanto mais os documentos demoram a chegar mais a tensão entre os três cresce, chegando a níveis insuportáveis.
Diretor: Marcelo Piñeyro
Duração: 125 minutos
Ano de Lançamento: 2000
País de Origem: Argentiina
Idioma do Áudio: Espanhol
IMDB: Qualidade de Vídeo: DVD Rip
Vídeo Bitrate: 637 Kbps
Áudio Codec: mp3
Áudio Bitrate: 128
Resolução: 528x288
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 23.976 FPS
Tamanho: 675 Mb
Legendas: No torrent
Créditos: MakingOff - Baldolino51
Eduardo Noriega (Angel)
Leonardo Sbaraglia (Nene)
Pablo Echarri (Cuervo)
Leticia Brédice (Giselle)
Ricardo Bartis (Fontana)
Dolores Fonzi (Vivi)
Carlos Roffé (Nando)
Daniel Valenzuela (Tabare)
Héctor Alterio (Losardo)
Claudio Rissi (Realtor)
Luis Ziembrowsky (Florian Reyes)
Harry Havillo (Carlos Tulian)
Roberto Vallejos (Parisi)
Adriana Varela (Cantor do cabaret)
- Ganhou o prêmio Goya de Melhor Filme Estrangeiro de Língua Espanhola.
- Ganhou os prêmios de Melhor Fotografia e Melhor Som, no Festival de Cinema de Havana.
Foi exibido no Festival do Rio de 2000, na mostra Première Latina.
"Plata quemada é um filme que reúne, ao meu ver, características extremamente positivas,tais como, caracterização dos personagens de maneira verossímil e a admirável atuação dos protagonistas, eduardo noriega e leonardo sbaraglia. As perturbações mentais exibidas pelos protagonistas nos dá uma sensação mista de agonia e identificação. A exploração do amor entre um casal homossexual foi decissiva para a perfeição do filme. Mais uma vez Marcelo Piñeyro dando um show!"
Download abaixo:
Plata_Quemada_www.makingoff.org_.torrent ( 27.06KB )
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Charlie Parker - Complete Jazz at Massey Hall (1953)
Charlie Parker - Complete Jazz at Massey Hall (1953)
MP3 / 128-160kbps / RS.com / 88mb
Uploader: redbhiku
Personnel:
Charlie Parker (alto saxophone)
Dizzy Gillespie (trumpet)
Bud Powell (piano)
Charles Mingus (double bass)
Max Roach (drums)
Tracks:
1. Perdido
2. Salt Peanuts
3. All the Things You Are
4. 52nd Street Theme
5. Drum Conversation - Max Roach
6. Cherokee
7. Enbraceable You
8. Hallelujah (Jubilee)
9. Sure Thing
10. Lullaby of Birdland
11. I've Got You Under My Skin
12. Wee (Allen's Alley)
13. Hot House
14. Night in Tunisia
Mas se minha frustrada iniciativa
Afastar-te de mim
Ou se nunca houvera alternativa
Que eu seja teu poeta
Minha poesia tão somente minha
Será meu vício noturno
A bohemia servida nos bares
Que me embriaga de desejo
E me deixa trêmulo
Ou o uísque servido puro
Com seu gosto turvo
Que amarga a boca
E deleita a mente
O vinho tinto suave
Que me deixa leve
Até o amanhecer...
Carlos Costa
Quando os opostos se atraem Duas histórias distintas, embora antagônicas, no comentário do filme “O Gângster” de Ridley Scott | |
Texto: Elizandro Duarte | |
Numa luxuosa casa na cidade mais importantedo mundo, o anfitrião recebe seus convidados para um jantar de gala. No cardápio, estão os vinhos mais delicados que o dinheiro pode homem prepara seu jantar. Juntando o que resta na geladeira com um pouco de batatas fritas velhas, ele tenta fazer uma espécie de sanduíche. A cozinha apertada, onde tenta tornar duas fatias de pão com um pouco de recheio numa refeição decente, não difere do restante da casa, decorada com o mobiliário mais barato disponível no mercado. A consciência da importância do seu trabalho e a certeza de que sua honestidade como policial é mais um motivo de raiva do que de orgulho entre seus companheiros de distrito também em nada influencia sua refeição.
“O Gângster”, dirigido por Ridley Scott, conta essas duas histórias distintas que, embora antagônicas, invariavelmente estão destinadas a se cruzarem. No papel do criminoso Frank Lucas, está Denzel Washington. Sempre bem vestido, alinhado, educado e disposto a meter uma bala na cabeça de quem não segue as regras do seu jogo, Lucas se tornou o traficante de drogas mais procurado dos Estados Unidos no início da década de setenta. Com as táticas aprendidas com a máfia italiana e com seu mestre que morre logo nos minutos iniciais do filme, Frank Lucas construiu um verdadeiro império. Num audacioso esquema que trazia a heroína pura do Vietnam em aviões oficiais do exército americano, Lucas com sua elegância e carisma se tornou o mais poderoso traficante de Nova Iorque. O papel do homem da lei, por sua vez, cabe a Russell Crowe. Para o detetive Richie Roberts a lei existe para ser cumprida. Num universo de autoridades corruptas, subornadas pelos dólares dos traficantes e satisfeitas com a propina que lhes cabe, somente um policial incorruptível e disposto a perder amigos e até mesmo a própria família é capaz de fazer um pouco de justiça.
Lucas e Roberts são os opostos perfeitos. O criminoso é elegante e bem humorado. O policial é desleixado e rabugento. O traficante é um homem de família, adora a mãe e cuida dos irmãos como um pai. O detetive é negligente com a ex-esposa e esquece até de ver seu único filho. Richie Roberts encontra uma bolada em dinheiro sem marcas e devolve. Frank Lucas oferece a mesma bolada para Roberts deixá-lo livre.
Apesar de atuarem junto somente nos minutos finais, é no duelo entre as atuações de Washington e Crowe que o filme se fortalece e, de fato, ganha vida. A direção de Scott reflete a sobriedade e maturidade de um cineasta repleto de sucessos avassaladores e fracassos retumbantes. Provando que os opostos se atraem o diretor cria um filme clássico de mocinhos e bandidos. Muito embora, às vezes, fica difícil perceber onde começa a bondade de um ou acaba a maldade do outro.
Ficha técnica: O Gângster Título Original: American Gangster Ano: 2007 Direção: Ridley Scott Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe Mais detalhes em: http://www.imdb.com/title/tt0765429/
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Essas mulheres de vento
A palavra búzio não é búzio. O búzio, mesmo, é inédito. Qualquer abismo, sagrado: – nele habita o nada. E se pode ser nada, pode bosque vazio. Bosque vazio tua infância, bosque vazio teu primeiro rabisco no caderno de folhas alvas, carne de salmão? Foi aqui no bosque vazio que o sonho viu a vida pela última vez. Qualquer sonho, nada: – nele o bosque vazio. Enquanto o filósofo Mo tsi tenta fisgar as carpas se espelhando no vento, o milagre rabisca qualquer coisa no caderno de brisa. Súbito uma carpa carregada pelo vento entra pela única porta do Templo de Shirakawa. Os olhos do filósofo, assombrados, fogem na neblina e Mo tsi, cego, procura o caderno de brisa embaixo do rio, do córrego, do riacho, do arroio na copa das árvores, debaixo da pedra, nos bares, nos bordéis, nos hospitais, nas barcas, nos copos de conhaque, na infância, ah, e na infância encontra o caderno de brisa com os dois olhos de Mo tsi
desenhados pelo milagre. E se houver jardim de sopros no oco da estrela alfa de touro? Se pequeno mosteiro com pomar houver na constelação boreal de Cassiopéia? E se nada disso houver, que Houyhnhnms saiba imaginá-los. A imagem é a respiração daquele que é o Estranhíssimo. Te ofendo com apitos, meu deus, com pratos de plantas, para que aprendas a inutilidade do céu. Há mais pensamentos que coisas. Fico miosótis para o fim desaprendo a ira para pra te convencer que a morte não existe: essa pirataria sepulcral é só um jeito da gente brincar de sumiço. Te convenço que aqui no centro se unge com boana. Balanço cabeleira só pra ofender meu Deus. Ante o mar azulado, em sua cadeira de praia, ela dormindo sonha com o príncipe da neblina que se aproxima de sua orelha para esquecer ali a música verdejante. Certa mulher, mas não esta ou aquela, porque me refiro à que vive na ilha do Arvoredo – nas noites perigosas – é música atravessando o muro. Que a vir vê-las, posso coroá-las antigas: paraísas violas de relva. Uma que voa morde o calcanhar da estrela: há fogo e há chuva. Outra esparze o pó de Quevedo, mas pó enamorado, que a pouca poesia não ousaria entender. Aquela enlouquece entre salsos pendentes: escreve breviários, bestiários, conduz o velame de certa barca sendo sonhada. Por nós, os fracos, os de alma vil, se perfumam, às vezes espalham os cabelos nossos: essas mulheres de vento.
Fernando José Karl
Poesia de Pablo Neruda - Carmen Paris
Para que tú me oigas,
mis palabras
se adelgazan a veces
como las huellas de las gaviotas en las playas.
Collar, cascabel ebrio
para tus manos suaves como las uvas.
Y las miro lejanas mis palabras.
Más que mías son tuyas.
Van trepando en mi viejo dolor como las yedras.
Ellas trepan así por las paredes húmedas.
Eres tú la culpable de este juego sangriento.
Ellas están huyendo de mi guarida oscura.
Todo lo llenas tú, todo lo llenas.
Antes que tú poblaron la soledad que ocupas,
y están acostumbradas más que tú a mi tristeza.
Ahora quiero que digan lo que quiero decirte
para que tú me oigas como, quiero que me oigas.
El viento de la angustia aún las suele arrastrar.
Huracanes de sueños aún a veces las tumban.
Escuchas otras voces en mi voz dolorida.
Llanto de viejas bocas, sangre de viejos súplicas.
Ámame, compañera. No me abandones. Sígueme.
Sígueme, compañera, en esa ola de angustia.
Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras.
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas.
Voy haciendo de todas un collar infinito
para tus blancas manos, suaves como las uvas.
Créditos: AmericaLatinaPalavraViva