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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
sábado, 7 de maio de 2011
Gerônimo é o símbolo vivo da rebeldia contra a opressão da burguesia estadunidense
A barbárie e a estupidez jornalística no caso da morte de bin Laden
Elaine Tavares no Correio do Brasil
Imaginem vocês se um pequeno operativo do exército cubano entrasse em
Miami e atacasse a casa onde vive Posada Carriles, o terrorista
responsável pela explosão de várias bombas em hotéis cubanos e pela
derrubada de um avião que matou 73 pessoas. Imagine que esse operativo
assassinasse o tal terrorista em terras estadunidenses. Que lhes parece
que aconteceria? O mundo inteiro se levantaria em uníssono condenando o
ataque.
Haveria especialistas em direito internacional alegando que um
país não pode adentrar com um grupo de militares em outro país livre,
que isso se configura em quebra da soberania, ou ato de guerra.
Possivelmente Cuba seria retaliada e, com certeza, invadida por tropas
estadunidenses por ter cometido o crime de invasão. Seria um escândalo internacional e os jornalistas de todo mundo anunciariam a notícia como um crime bárbaro e sem justificativa.
Mas, como foi os Estados Unidos que entrou no Paquistão, isso parece
coisa muito natural. Nenhuma palavra sobre quebra de soberania, sobre
invasão ilegal, sobre o absurdo de um assassinato. Pelo que se sabe, até
mesmo os mais sanguinários carrascos nazistas foram julgados. Osama
não. Foi assassinato e o Prêmio Nobel da Paz inaugurou mais uma
novidade: o crime de vingança agora é legal. Pressuposto perigoso demais
nestes tempos em que os EUA são a polícia do mundo.
Agora imagine mais uma coisa insólita. O governo elege um inimigo
número um, caça esse inimigo por uma década, faz dele a própria imagem
do demônio, evitando dizer, é claro, que foi um demônio criado pelo
próprio serviço secreto estadunidense. Aí, um belo dia, seus soldados
aguerridos encontram esse homem, com toda a sede de vingança que lhes
foi incutida. E esses soldados matam o “demônio”. Então, por respeito,
eles realizam todos os preceitos da religião do “demônio”. Lavam o
corpo, enrolam em um lençol branco e o jogam no mar. Ora, se era Osama o
próprio mal encarnado, porque raios os soldados iriam respeitar sua
religião? Que história mais sem pé e sem cabeça.
E, tendo encontrado o inimigo mais procurado, nenhuma foto do corpo?
Nenhum vestígio? Ah, sim, um exame de DNA, feito pelos agentes da CIA. Bueno, acredite quem quiser.
O mais vexatório nisso tudo é ouvir os jornalistas de todo mundo
repetindo a notícia sem que qualquer prova concreta seja apresentada.
Acreditar na declaração de agentes da CIA é coisa muito pueril. Seria
ingênuo se não se soubesse da profunda submissão e colonialismo do
jornalismo mundial.
Olha, eu sei lá, mas o que vi na televisão chegou às raias do
absurdo. Sendo verdade ou mentira o que aconteceu, ambas as coisas são
absolutamente impensáveis num mundo em que imperam o tal do “estado de
direito”. Não há mais limites para o império. Definitivamente são tempos
sombrios. E pelo que se vê, voltamos ao tempo do farwest, só que agora, o céu é o limite. Pelo menos para o império.
Darth Vader é fichinha!
Elaine Tavares é jornalista.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Ah, se a elite ouvisse o povo… Bem, às vezes ouve. E ainda pagando…
Brizola Neto no TIJOLACO
Poucas
coisas são tão terríveis no Brasil quanto o desprezo histórico que a
elite econômica brasileira tem pelo seu povo. Duvido que os empresários
japoneses falem mal de seu povo, ou que os magnatas dos EUA tenham uma
postura de desprezo pelos cidadãos norteamericanos. Bem, aqui, nem é
preciso falar, não é? É “povinho”, quando não acompanhado daquele
adjetivo que Fernando Henrique usou para falar dos aposentados…
Por isso, é muito interessante ler a bela reportagem de Vanessa Adachi, no Valor Econômico
de hoje, descrevendo a palestra de Lula para empresários, num evento
promovido pelo Bank of América em São Paulo. Como o acesso é só para
assinantes, reproduzo alguns trechos:
“Eu nunca votei no Lula e nunca votarei. Mas vim por causa
dele.” Essa era a afirmação mais repetida na noite de quarta-feira em
dezenas de rodinhas formadas por empresários, banqueiros, executivos e
advogados que lotaram o amplo salão da Casa Fasano, templo de festejos
luxuosos da elite paulistana.
Pouco mais de 450 pessoas se espalharam pelo espaço de pé direito
altíssimo e paredes de intrigante transparência, que deixam ver os
aviões que cruzam o céu. O Bank of America Merrill Lynch, um dos maiores
bancos dos Estados Unidos, era o anfitrião da noite e comemorava a
autorização do Banco Central do Brasil para que a instituição passe a
operar como banco múltiplo, ampliando sua atuação no país.
Alexandre Bettamio, presidente do BofA no Brasil, provavelmente
também não votou em Lula em 2002 ou 2006. Mas elegeu o ex-presidente
para ancorar o mais importante evento já realizado pela instituição no
país apostando que seria um grande chamariz. A escolha foi certeira.
Lula tem cobrado cachê de “palestrante global”. No caso, o valor
não confirmado pelos assessores do presidente ou pelo banco, de quase
R$ 200 mil, incluía discurso de 45 minutos seguido de mais meia hora de
“social” pelo salão. O contrato foi cumprido à risca e, talvez
sensível à praxe do setor financeiro, o ex-presidente concedeu um bônus
aos banqueiros e falou por 1 hora e dois minutos. Parte da plateia
nunca havia tido a oportunidade de estar tête-à- tête com o
ex-presidente. Outros queriam vê-lo falar de novo e esperavam “se
divertir” com o discurso bem humorado. Pouco depois das 20 horas o
salão já estava cheio e, por volta das 21h30, quando Lula começou a
falar, o público se aglomerou ao seu redor, abrindo um clarão ao fundo.
Aguentaram firme, em pé, por mais de uma hora. (…)
Lula fez uma palestra sob medida para o público presente. Temas
como a explosão do crédito consignado e o desenvolvimento do mercado de
capitais foram cuidadosamente escolhidos para rechear a fala. Munido
de um discurso oficial de cinco páginas, Lula fez a alegria dos
presentes ao abusar de seus famosos improvisos. “He speaks very well”,
dizia um executivo brasileiro a outro, estrangeiro, no meio do salão.
Arrancou gargalhadas sinceras e mesmo aplausos, em diversos
momentos, ao debochar do que seria o estereótipo da forma de pensar da
elite brasileira. “Tem gente que fala: esse Lula colocou os pobres no
lugar que só nós viajávamos”, afirmou, por exemplo, ao referir-se ao
fato de “os pobres” estarem viajando de avião. Mais tarde, disse que
muita gente começa a falar inglês antes mesmo de sair do aeroporto, só
para mostrar que sabe.
Apelou para a emoção e deixou a plateia silenciosa ao falar do
Programa Luz para Todos e descrever que “quando chega a luz elétrica na
casa de uma pessoa é como se você, num passe de mágica, pegasse uma
pessoa do século 18 e trouxesse para o século 21. É como se fosse a
máquina do tempo.”
Lula queria provar, caso alguém ali ainda tivesse dúvida, que a
política de seu governo fez bem ao empresariado. Já perto das 22h30 e do
fim de sua palestra, quando a audiência se mostrava um pouco cansada
com a longa fala do ex-presidente, ele arrematou: “Eu sei que tem gente
que tem preconceito contra mim. Mas eu desafiaria qualquer um de vocês:
eu duvido que algum empresário já ganhou mais dinheiro nesse país do
que no meu mandato. Duvido que os bancos já tiveram mais lucro nesse
país do que no meu mandato.”(…)
“Ele é muito bom”, “ele é muito inteligente”, “agora dá para
entender [a sua popularidade]“, saíram falando aqueles que nunca
votariam nele.
Das poucas pessoas dentro da Casa Fasano que haviam votado em
Lula, duas copeiras não escondiam a excitação com a presença de seu
ex-presidente. Difícil foi encarar a frustração de não poder vê-lo:
muito profissionais, não abandonaram o posto e ficaram confinadas no
banheiro feminino durante quase toda a noite, prestando assistência às
convidadas.
Pois é. As copeiras (brasileiras) “muito profissionais, não abandonaram o posto”. Quando
os nossos figurões aprenderem que elas também podem dar um pulo no
salão, realizarem seu desejo – nem que seja o de ver Lula de perto,
apenas – e entenderem que aquele que admiram e pagam caro para ouvir
pôde chegar ali e fazer o que fez com o voto delas, não com o deles.
Seduc-RS investe na formação de trabalhadores em educação
Um dos eixos prioritários da gestão da Secretaria de Estado da
Educação (Seduc), a formação de trabalhadores em educação está recebendo
investimentos já no primeiro semestre de atuação do governo estadual, a
partir da convicção de que a qualificação profissional dos
trabalhadores em educação passa pelo desenvolvimento de uma nova
perspectiva cultural na escola, e de que a relação dos educadores com os
conteúdos que ensinam tem que se tornar muito mais intensa e frutífera.
A partir da elaboração e diagnóstico das necessidades de formação,
tanto na perspectiva do corpo funcional das escolas (professores,
funcionários, supervisores, orientadores), quanto da Seduc e suas
instituições (Coordenadorias, Escolas, Núcleos), a intenção é garantir
formação qualificada e permanente, desenvolver parcerias e estabelecer
Termos de Cooperação Técnica com universidades e outras entidades que
exerçam atividades na área de educação, quer sejam locais, regionais,
nacionais e internacionais, para qualificação e implementação de ações
educativas. Criar o “Centro de Referência para a Formação dos
Trabalhadores da Rede Estadual de Educação” é outro objetivo. Nessa
perspectiva, o trabalho é definido a partir de planejamento trimestral e
já está em operação, beneficiando milhares de professores.
Até junho, o Departamento Pedagógico (DP) da Seduc programou a realização de cursos dirigidos a professores, coordenadores pedagógicos e assessores das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) em diferentes áreas: educação para o campo, ensino médio, diversidade, educação de jovens e adultos, correção de fluxo, educação profissional e educação inclusiva, Proeja indígena, educação infantil, programas Tempo Integral, Escola Aberta, PDE e Mais Educação, além de formação em gestão escolar destinado a equipes diretivas.
Prioridade
Garantir a formação é uma prioridade da gestão. De acordo com o titular da Seduc, Professor Jose Clovis de Azevedo, a secretaria investirá para assegurar uma Educação de Qualidade Social no Estado. Isso inclui ações diferenciadas, como articulação do saber popular ao saber científico, a efetivação de convênios com o governo federal para acesso a cursos de graduação, especialização e mestrado profissional a trabalhadores em educação, o que será feito também em parceria com universidades e instituições de ensino superior. Essa definição também se vincula a outra prioridade do governo: a valorização dos trabalhadores em educação, por meio da formação inicial, continuada e em serviço, além da realização de concurso público.
Formação inicial e continuada
O diretor pedagógico da Seduc, Silvio Rocha, salienta que o trabalho parte da concepção de que considerar a escola como espaço prioritário para o qual a formação é dirigida. Para isso, se propõe a realização de ações em parceria com as universidades, no sentido de incidir sobre a distância existente entre o perfil do profissional da educação que a realidade exige e o perfil que os cursos de formação inicial até agora criaram.
A formação proposta pela Seduc tem duas vertentes. A formação inicial e a continuada. A inicial é dirigida aos professores que não têm primeira licenciatura ou que interromperam o estudo e não concluíram o curso de licenciatura e àqueles que desejem conquistar uma nova licenciatura nas áreas prioritárias eleitas pela Seduc, a partir de demandas e necessidades sociais.
Em relação à formação continuada, está subdividida em três modalidades: os eventos curtos (cursos, seminários, ateliês, jornadas de estudo, workshops, etc) de formação permanente, os cursos de especialização e o Mestrado Profissional. Os eventos de curta duração são oferecidos de modo opcional e estão em desenvolvimento em diferentes áreas. Os cursos de especialização se efetivam por meio de parcerias com instituições de ensino superior. Alguns, como o Progestão on-line, dirigido a equipes diretivas, estão em desenvolvimento. O formato dos cursos de Mestrado Profissional está sendo definido, para ser implementado em parceria com universidades conveniadas.
A ideia, explica Silvio Rocha, é articular a formação inicial com a formação continuada, favorecendo a mobilidade e a flexibilidade profissional. No espectro da educação de qualidade social, busca-se favorecer o surgimento de um coletivo de educadores multiplicadores da formação continuada, inseridos na realidade de cada escola estadual, capacitar e sensibilizar trabalhadores da educação para que atuem como multiplicadores no processo de formação continuada, fortalecer o hábito do estudo e da pesquisa entre os trabalhadores da educação e valorizar a carreira docente, com formação específica para o desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Até junho, o Departamento Pedagógico (DP) da Seduc programou a realização de cursos dirigidos a professores, coordenadores pedagógicos e assessores das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) em diferentes áreas: educação para o campo, ensino médio, diversidade, educação de jovens e adultos, correção de fluxo, educação profissional e educação inclusiva, Proeja indígena, educação infantil, programas Tempo Integral, Escola Aberta, PDE e Mais Educação, além de formação em gestão escolar destinado a equipes diretivas.
Prioridade
Garantir a formação é uma prioridade da gestão. De acordo com o titular da Seduc, Professor Jose Clovis de Azevedo, a secretaria investirá para assegurar uma Educação de Qualidade Social no Estado. Isso inclui ações diferenciadas, como articulação do saber popular ao saber científico, a efetivação de convênios com o governo federal para acesso a cursos de graduação, especialização e mestrado profissional a trabalhadores em educação, o que será feito também em parceria com universidades e instituições de ensino superior. Essa definição também se vincula a outra prioridade do governo: a valorização dos trabalhadores em educação, por meio da formação inicial, continuada e em serviço, além da realização de concurso público.
Formação inicial e continuada
O diretor pedagógico da Seduc, Silvio Rocha, salienta que o trabalho parte da concepção de que considerar a escola como espaço prioritário para o qual a formação é dirigida. Para isso, se propõe a realização de ações em parceria com as universidades, no sentido de incidir sobre a distância existente entre o perfil do profissional da educação que a realidade exige e o perfil que os cursos de formação inicial até agora criaram.
A formação proposta pela Seduc tem duas vertentes. A formação inicial e a continuada. A inicial é dirigida aos professores que não têm primeira licenciatura ou que interromperam o estudo e não concluíram o curso de licenciatura e àqueles que desejem conquistar uma nova licenciatura nas áreas prioritárias eleitas pela Seduc, a partir de demandas e necessidades sociais.
Em relação à formação continuada, está subdividida em três modalidades: os eventos curtos (cursos, seminários, ateliês, jornadas de estudo, workshops, etc) de formação permanente, os cursos de especialização e o Mestrado Profissional. Os eventos de curta duração são oferecidos de modo opcional e estão em desenvolvimento em diferentes áreas. Os cursos de especialização se efetivam por meio de parcerias com instituições de ensino superior. Alguns, como o Progestão on-line, dirigido a equipes diretivas, estão em desenvolvimento. O formato dos cursos de Mestrado Profissional está sendo definido, para ser implementado em parceria com universidades conveniadas.
A ideia, explica Silvio Rocha, é articular a formação inicial com a formação continuada, favorecendo a mobilidade e a flexibilidade profissional. No espectro da educação de qualidade social, busca-se favorecer o surgimento de um coletivo de educadores multiplicadores da formação continuada, inseridos na realidade de cada escola estadual, capacitar e sensibilizar trabalhadores da educação para que atuem como multiplicadores no processo de formação continuada, fortalecer o hábito do estudo e da pesquisa entre os trabalhadores da educação e valorizar a carreira docente, com formação específica para o desenvolvimento do trabalho pedagógico.
Fonte: Portal da Seduc-rs
FEZ-SE VINGANÇA, NÃO JUSTIÇA
Alguém
precisa ser inimigo de si mesmo, e contrário aos valores humanitários
mínimos, se aprovasse o nefasto crime do terrorismo da Al Qaeda do 11 de
novembro de 2001 em Nova Iorque. Mas é por todos os títulos inaceitável
que um Estado, militarmente o mais poderoso do mundo, para responder ao
terrorismo se tenha transformado, ele mesmo, num Estado terrorista. Foi
o que fez Bush, limitando a democracia e suspendendo a vigência
incondicional de alguns direitos, que eram apanágio do país. Fez mais,
conduziu duas guerras, contra o Afeganistão e contra o Irã, onde
devastou uma das culturas mais antigas da humanidade nas qual foram
mortos mais de cem mil pessoas e mais de um milhão de deslocados.
Cabe renovar a pergunta que quase a ninguém interessa colocar: por que se produziram tais atos terroristas? O bispo Robert Bowman, de Melbourne Beach da Flórida, que fora anteriormente piloto de caças militares durante a guerra do Vietnã respondeu, claramente, no National Catholic Reporter, numa carta aberta ao Presidente: ”Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas”.
Não disse outra coisa Richard Clarke, responsável contra o terrorismo da Casa Branca numa entrevista a Jorge Pontual emitida pela Globonews de 28/02/2010 e repetida no dia 03/05/2011. Havia advertido à CIA e ao Presidente Bush que um ataque da Al Qaeda era iminente em Nova York. Não lhe deram ouvidos. Logo em seguida ocorreu, o que o encheu de raiva. Essa raiva aumentou contra o Governo quando viu que com mentiras e falsidades Bush, por pura vontade imperial de manter a hegemonia mundial, decretou uma guerra contra o Iraque que não tinha conexão nenhuma com o 11 de setembro. A raiva chegou a um ponto que por saúde e decência se demitiu do cargo.
Mais contundente foi Chalmers Johnson, um dos principais analistas da CIA, também numa entrevista ao mesmo jornalista no dia 2 de maio do corrente ano na Globonews. Conheceu por dentro os malefícios que as mais de 800 bases militares norte-americanas produzem, espalhadas pelo mundo todo, pois evocam raiva e revolta nas populações, caldo para o terrorismo. Cita o livro de Eduardo Galeano “As veias abertas da América Latina” para ilustrar as barbaridades que os órgãos de Inteligência norte-americanos por aqui fizeram. Denuncia o caráter imperial dos Governos, fundado no uso da inteligência que recomenda golpes de Estado, organiza assassinato de líderes e ensina a torturar. Em protesto, se demitiu e foi ser professor de história na Universidade da Califórnia. Escreveu três tomos “Blowback” (retaliação) onde previa, por poucos meses de antecedência, as retaliações contra a prepotência norte-americana no mundo. Foi tido como o profeta de 11 de setembro. Este é o pano de fundo para entendermos a atual situação que culminou com a execução criminosa de Osama Bin Laden.
Os órgãos de inteligência norte-americanos são uns fracassados. Por dez anos vasculharam o mundo para caçar Bin Laden. Nada conseguiram. Só usando um método imoral, a tortura de um mensageiro de Bin Laden, conseguiram chegar ao seu esconderijo. Portanto, não tiveram mérito próprio nenhum.
Tudo nessa caçada está sob o signo da imoralidade, da vergonha e do crime. Primeiramente, o Presidente Barak Obama, como se fosse um “deus” determinou a execução/matança de Bin Laden. Isso vai contra o princípio ético universal de “não matar” e dos acordos internacionais que prescrevem a prisão, o julgamento e a punição do acusado. Assim se fez com Hussein do Iraque, com os criminosos nazistas em Nürenberg, com Eichmann em Israel e com outros acusados. Com Bin Laden se preferiu a execução intencionada, crime pelo qual Barak Obama deverá um dia responder. Depois se invadiu território do Paquistão, sem qualquer aviso prévio da operação. Em seguida, se sequestrou o cadáver e o lançaram ao mar, crime contra a piedade familiar, direito que cada família tem de enterrar seus mortos, criminosos ou não, pois por piores que sejam, nunca deixam de ser humanos.
Não se fez justiça. Praticou-se a vingança, sempre condenável. ”Minha é a vingança” diz o Deus das escrituras das três religiões abraâmicas. Agora estaremos sob o poder de um Imperador sobre quem pesa a acusação de assassinato. E a necrofilia das multidões nos diminui e nos envergonha a todos.
Cabe renovar a pergunta que quase a ninguém interessa colocar: por que se produziram tais atos terroristas? O bispo Robert Bowman, de Melbourne Beach da Flórida, que fora anteriormente piloto de caças militares durante a guerra do Vietnã respondeu, claramente, no National Catholic Reporter, numa carta aberta ao Presidente: ”Somos alvo de terroristas porque, em boa parte no mundo, nosso Governo defende a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos de terroristas porque nos odeiam. E nos odeiam porque nosso Governo faz coisas odiosas”.
Não disse outra coisa Richard Clarke, responsável contra o terrorismo da Casa Branca numa entrevista a Jorge Pontual emitida pela Globonews de 28/02/2010 e repetida no dia 03/05/2011. Havia advertido à CIA e ao Presidente Bush que um ataque da Al Qaeda era iminente em Nova York. Não lhe deram ouvidos. Logo em seguida ocorreu, o que o encheu de raiva. Essa raiva aumentou contra o Governo quando viu que com mentiras e falsidades Bush, por pura vontade imperial de manter a hegemonia mundial, decretou uma guerra contra o Iraque que não tinha conexão nenhuma com o 11 de setembro. A raiva chegou a um ponto que por saúde e decência se demitiu do cargo.
Mais contundente foi Chalmers Johnson, um dos principais analistas da CIA, também numa entrevista ao mesmo jornalista no dia 2 de maio do corrente ano na Globonews. Conheceu por dentro os malefícios que as mais de 800 bases militares norte-americanas produzem, espalhadas pelo mundo todo, pois evocam raiva e revolta nas populações, caldo para o terrorismo. Cita o livro de Eduardo Galeano “As veias abertas da América Latina” para ilustrar as barbaridades que os órgãos de Inteligência norte-americanos por aqui fizeram. Denuncia o caráter imperial dos Governos, fundado no uso da inteligência que recomenda golpes de Estado, organiza assassinato de líderes e ensina a torturar. Em protesto, se demitiu e foi ser professor de história na Universidade da Califórnia. Escreveu três tomos “Blowback” (retaliação) onde previa, por poucos meses de antecedência, as retaliações contra a prepotência norte-americana no mundo. Foi tido como o profeta de 11 de setembro. Este é o pano de fundo para entendermos a atual situação que culminou com a execução criminosa de Osama Bin Laden.
Os órgãos de inteligência norte-americanos são uns fracassados. Por dez anos vasculharam o mundo para caçar Bin Laden. Nada conseguiram. Só usando um método imoral, a tortura de um mensageiro de Bin Laden, conseguiram chegar ao seu esconderijo. Portanto, não tiveram mérito próprio nenhum.
Tudo nessa caçada está sob o signo da imoralidade, da vergonha e do crime. Primeiramente, o Presidente Barak Obama, como se fosse um “deus” determinou a execução/matança de Bin Laden. Isso vai contra o princípio ético universal de “não matar” e dos acordos internacionais que prescrevem a prisão, o julgamento e a punição do acusado. Assim se fez com Hussein do Iraque, com os criminosos nazistas em Nürenberg, com Eichmann em Israel e com outros acusados. Com Bin Laden se preferiu a execução intencionada, crime pelo qual Barak Obama deverá um dia responder. Depois se invadiu território do Paquistão, sem qualquer aviso prévio da operação. Em seguida, se sequestrou o cadáver e o lançaram ao mar, crime contra a piedade familiar, direito que cada família tem de enterrar seus mortos, criminosos ou não, pois por piores que sejam, nunca deixam de ser humanos.
Não se fez justiça. Praticou-se a vingança, sempre condenável. ”Minha é a vingança” diz o Deus das escrituras das três religiões abraâmicas. Agora estaremos sob o poder de um Imperador sobre quem pesa a acusação de assassinato. E a necrofilia das multidões nos diminui e nos envergonha a todos.
Mudança da previdência é pauta de paralisação do Cpers
Felipe Prestes no Sul21
Não poderia ser diferente. As informações ainda imprecisas dos
projetos que o governo do estado deve enviar para a Assembleia
Legislativa têm causado preocupação entre os servidores públicos. O
principal ponto criticado é o possível aumento da contribuição
previdenciária, de 11% para 16,5%, para aqueles que recebem salários
acima de R$ 3.689, teto do regime geral da previdência. Algumas
entidades esperam informações mais concretas sobre o projeto e querem
ser ouvidas pelo governo. O Cpers já incluiu as mudanças na previdência
como pauta da paralisação que irá promover no próximo dia 11, que também
cobrará o cumprimento do piso nacional dos professores.
“O governo está construindo esta reforma baseado nas dificuldades
financeiras do estado. Estas dificuldades não podem ser jogadas nos
ombros dos trabalhadores”, afirma Rejane de Oliveira, presidente do
Cpers. O presidente da Fessergs, Sérgio Arnaud, diz que os servidores
esperam ser ouvidos pelo governo. Ele afirma que o Conselhão é um órgão
de aconselhamento do governo e espera que o assunto seja tratado no
Codipe, comitê criado para negociações entre governo e entidades
sindicais. “Nossa principal crítica é que este pacote nem sequer foi
apresentado aos servidores”, diz.
Arnaud considera um “avanço” que o governo tenha recuado da ideia de
criação de um fundo de previdência complementar, e explica que as
principais críticas da Fessergs são quanto ao aumento da alíquota da
contribuição previdenciária e quanto às mudanças no pagamento de RPVs.
“Vai reduzir os pagamentos de R$ 800 milhões (anuais) para R$ 300
milhões, enquanto já há pessoas morrendo na fila”, diz o dirigente.
Segundo Sérgio Arnaud, as propostas dos servidores para a previdência
estão todos no projeto de lei 90/2004, já arquivado, que foi fruto de
negociação entre 74 entidades representativas de servidores do estado.
“Não estamos vendo com bons olhos”, diz Ilma Penna de Moraes,
presidente do Sinapers, entidade que representa aposentados e
pensionistas. Ela critica especialmente o aumento de alíquota da
contribuição previdenciária. “Salários não têm aumento real desde 1995, o
servidor já tem sido aviltado ainda vai ter que arcar com mais este
aumento”, diz. A dirigente também espera que o governo chame os
servidores para conversar e critica as mudanças que podem ocorrer no
pagamento de RPVs. “O governo quer baixar o valor e estender este prazo.
Estas RPVs já estão sendo pagas em dois anos, há casos em que demoraram
até quatro anos. Vai ficar mais difícil ainda”, diz.
Base aliada adota cautela
Os deputados da base do governo sabem que os projetos mexem com os
servidores e se escudam no fato de que ainda não foram anunciadas
medidas concretas para falar pouco sobre o tema. “Recém foram
apresentadas linhas gerais”, limita-se a dizer Adroaldo Loureiro (PDT). O
deputado Raul Carrion (PC do B) fala um pouco mais, mas sempre
ressaltando que não tem os projetos em mãos para debater com mais
profundidade. Para o comunista, a questão previdenciária deve ser o tema
que dará mais pano para manga. “É o problema mais complexo. Está sendo
uma bola de neve, com risco de inviabilizar o estado. Alguma coisa tem
que ser feita. Temos que falar com as categorias. Isso está sendo
encaminhado ao Conselhão de forma acertada. É preciso uma visão geral
sobre o tema, não apenas das categorias de servidores”, diz.
Carrion afirma que as questões que incidirão sobre a população e a
iniciativa privada, como a cobrança de inspeção veicular e taxa
ambiental, não devem gerar tantos problemas. Ele ressalta que a inspeção
veicular é lei nacional, que precisa ser implantada até o meio do ano, e
acha que os valores ventilados estão adequados. “É lei, e está acabando
o prazo para implantá-la. Se opor à inspeção é defender o caos no
trânsito. Os valores que estão sendo ditos não são nenhum absurdo”.
Sobre a taxa ambiental, o deputado argumenta que é uma taxa que já é
cobrado pelo Ibama, cobrança que o estado assumirá. “Não está sendo
criado nenhum imposto, o governo do estado assumirá esta cobrança. O
governo anterior não teve condições ou não quis fazer”, diz.
Oposição quer tempo para discutir previdência
O líder da bancada do PSDB, Jorge Pozzobom, critica o valor que deve
ser cobrado para as inspeções veiculares. Hoje, no Conselhão, o governo
propôs a taxa de R$ 54,83. “A iniciativa privada faz essa inspeção por
R$ 34, o que mostra que o projeto é meramente arrecadatório”, diz. O
tucano também afirma que o aumento de alíquota da contribuição
previdenciária deve ser uma medida inócua. “Aumentar a alíquota sem
fazer uma reforma profunda na previdência é, como o PT dizia quando
estava na oposição, sangrar o servidor”, diz.
Jorge Pozzobom espera que o governo dê tempo para que a questão
previdenciária seja debatida na Assembleia Legislativa. “Previdência é
um tema muito complexo, nós temos que sentar, oposição e governo, com os
técnicos e debater o assunto. Defendo que pelo menos os projetos
relativos à previdência não venham com urgência. Não dá para discutir em
30 dias”.
A vitória do terror
Escrito por Léo Lince no Correio da Cidadania | |
A morte, na sua condição de mistério profundo, transporta qualquer
cadáver para o território do sagrado. Não se trata, apenas, do
sentimento de familiares, entes queridos, adeptos, mas do espanto geral
diante do destino comum da condição humana. Todos haveremos de morrer e,
pelo menos para o santo de cada qual, ninguém é "qualquer um". Por isso
mesmo, tripudiar, comemorar, sapatear sobre os restos mortais até do
pior inimigo é uma atitude infamante.
Obama mandou matar Osama e, depois do anúncio oficial do sucesso da
empreitada, o espírito de vingança que habita o senso comum produziu
aquilo que Zuenir Ventura chamou de "celebrações com um toque de
necrofilia". Pegou muito mal. Tanto assim que houve uma mudança de eixo
na cobertura jornalística do segundo dia. A euforia laudatória começou a
ceder espaço para a cautela na avaliação do sentido e das múltiplas
implicações do acontecido. Onde se afirmavam certezas, agora proliferam
dúvidas.
Informações oriundas dos serviços secretos serão sempre interessadas e
duvidosas. Mas, para o caso, não se dispõe por enquanto de outras
fontes. Logo, tão cedo não se saberá o que realmente aconteceu, a não
ser o que já se sabe. Tropas especiais americanas, treinadas para fazer o
que fizeram, invadiram sem prévio aviso um país aliado, atacaram na
calada da noite a residência onde supostamente vivia o fundador da
Al-Qaeda.
Desarmado, ele foi morto e teve o seu corpo lançado em algum lugar do mar sem fim.
Local secreto para evitar romarias. Fotografias e filmes dizem ter
feito, mas não mostraram. O diretor da CIA, Leon Panetta, afirmou que
são imagens "horrendas", agridem sensibilidades, rosto "desfigurado" por
tiros de grosso calibre, peças potencialmente "incendiárias". Os
executores são sempre mais grosseiros do que os mandantes.
Retalhos de informações recolhidos nos jornais dão a entender que o
serviço secreto americano já conhecia, pelo menos deste o fim do ano
passado, a localização do mais procurado "inimigo da América". Os
militares aliados paquistaneses, que recebem dos americanos bilhões de
dólares para a "luta contra o terror", na certa, não podiam desconhecer
aquele confinamento entre quartéis. Podiam ter agido antes e de outra
forma. A escolha da data e o formato da operação espetacular, que
superou em mídia o casamento real e a beatificação do Papa Pop, talvez
encontrem explicação nos meandros trevosos da política interna
americana.
As primeiras pesquisas atestam o crescimento exponencial da popularidade
do postulante à reeleição. A oposição republicana ultra-reacionária que
antes acuava o presidente, cobrando dele provas de sua nacionalidade,
agora o elogia. O atestado de óbito de Osama substituiu com vantagem a
certidão de nascimento de Obama. A história política americana, tão
farta em armações e assassinatos, produz um novo giro. Nele, Osama e
Obama são, na verdade, agregados de projeções simbólicas que se acumulam
sobre o pêndulo enigmático da história.
Na grafia do nome, apenas uma letra os separa. Além da sonoridade comum,
carregam no restante da assinatura marcas de famílias estranhas ao
ocidente saxão. Barack Hussein e Bin Laden, nomes estrangeiros, são as
duas personalidades de maior destaque na história recente do Império
americano. Sobre o corpo agora estraçalhado de Bin Laden, o "eixo do
mal" foi construído. O estrangeiro como inimigo absoluto, que está em
toda parte e deve ser caçado sem dó nem piedade. O outro "estrangeiro",
aquele que teria vindo para redimir os pecados do Império, fornece
feição nova na qual se restaura o antes tão execrado "eixo do Bush".
Ao contrário do que se alardeia, a operação americana no Paquistão não
foi uma vitória contra terrorismo. Quando um Estado se concede licença
para matar, se vangloria do uso da tortura para obter resultados, viola a
legislação internacional, atropela a soberania alheia, sem dúvida,
pratica uma fieira de crimes que alimenta o ciclo do terror. A execução
sumária de inimigos, a profanação e o desaparecimento de cadáveres nunca
foram marcos positivos do processo civilizatório. É doloroso constatar,
mas o que aconteceu no Paquistão foi, por todos os títulos, um exemplo
modelar do pior e mais perigoso tipo de terrorismo: o terrorismo de
Estado.
Léo Lince é sociólogo.
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Ensino médio poderá ter maior tempo de duração
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta quarta-feira as novas diretrizes curriculares para o ensino médio.
Elas não eram revistas desde 1998. O relatório, que agora segue para
homologação do ministro Fernando Haddad, prevê maior flexibilização do
currículo e abre a oportunidade de ampliação da carga horária do ensino médio para além dos atuais três anos.
O relatório mantém a carga horária mínima de 2, 4 mil horas no ensino médio,
mas abre espaço para que a sua duração seja ampliada caso haja
interesse das escolas de oferecer conhecimentos e atividades além das
consideradas obrigatórias.
Essa recomendação tem peso especial no caso do ensino médio noturno
que, em geral, oferece uma carga horária menor do que aquela dada a
estudantes do turno matutino. O relatório indica que essa duração deve
ser ampliada e coloca como uma opção a oferta de 20% da carga horária na
modalidade ensino a distância. Sugere também que se necessário o ano
letivo seja estendido para além dos atuais três anos.
As novas diretrizes indicam que a escola deve trabalhar a formação a
partir de quatro eixos básicos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura.
O currículo pode enfatizar um desses temas, mas deve incluir todos
eles. A ideia é tentar flexibilizar o modelo curricular segmentado
oferecido pelas escolas hoje, tradicionalmente dividido em disciplinas
que não se relacionam durante o aprendizado.
– A essência dessa proposta é a definição de uma identidade para o
ensino médio. O ensino médio tem que ser entendido como a última etapa
da educação básica e, por isso, tem que preparar para a vida. Para isso,
ele tem que ser capaz de trabalhar simultaneamente com essas quatro
dimensões –, disse o relator do parecer, José Fernandes de Lima.
O conselheiro ressalta que, ao mesmo tempo em que é preciso
estabelecer uma identidade para a etapa, a organização dela precisa ser
flexível não apenas para atender às diversidades regionais, mas ao
próprio público do ensino médio.
– Os estudantes do ensino médio são pessoas que só estudam, ou que
trabalham, ou que estudam e trabalham. São do campo ou da cidade, são
pessoas de 15 anos a 17 anos de idade, mas também mais velhas –,
afirmou.
Para Lima, há várias experiências de ensino médio bem sucedidas, mas
elas não são organizadas de forma sistemática. O foco das novas
diretrizes é dar autonomia às escolas para que possam atender às
necessidades de cada público. As recomendações do CNE não têm força de
lei, mas servem de orientação para a organização de escolas públicas e
particulares de todo o país.
EUA: Republicanos desmontam Estado e demitem em massa
Com a vitória dos republicanos nas últimas eleições, tanto nacionais quanto estaduais nos Estados Unidos, a receita dos ultraconservadores de Estado mínimo está sendo aplicada ao pé da letra.
Como relata a Agência
Latino-Americana, os republicanos usam o combate à dívida pública como
álibi para tentar impor uma rápida e dramática mudança do modelo social,
promovendo o mais selvagem neoliberalismo aos norte-americanos.
Com isso, a política de desmonte do Estado é levada, de forma agressiva, para o interior dos EUA: "Os republicanos entendem que deverão adotar em escala nacional a receita que já seguem em série alguns estados que elegeram novos governadores nas eleições de novembro do ano passado", relata Mary Stassinákis, correspondente da sucursal da União Européia da Agência Latino-Americana.
No superendividado Estado de Michigan, os republicanos aprovaram uma lei que permite afastar os conselhos municipais eleitos, substituindo-os por gerentes contratados com poderes ditatoriais alegando "situação econômica emergencial".
Na cidade de Menton Harbor, o governador do estado, Rick Shneider, nomeou como czar um contador juramentado, Joseph Haris, que demitiu em massa funcionários públicos, quebrou acordos sindicais e, na calada da noite, eliminou vários serviços públicos, não hesitando, inclusive em fundir a Polícia local com o Corpo de Bombeiros.
O Texas, controlado pelos republicanos, com imposto de renda zero e sem direitos trabalhistas, atrai capitais e empregos em detrimento da Califórnia, cujas empresas imigram com ritmo ameaçadoramente veloz.
Nos Estados Unidos, o ritmo de contratações no setor privado se desacelerou em abril, segundo a pesquisa mensal do conselho de recursos humanos ADP: só 179 mil empregos.
Fonte: Monitor Mercantil
Com isso, a política de desmonte do Estado é levada, de forma agressiva, para o interior dos EUA: "Os republicanos entendem que deverão adotar em escala nacional a receita que já seguem em série alguns estados que elegeram novos governadores nas eleições de novembro do ano passado", relata Mary Stassinákis, correspondente da sucursal da União Européia da Agência Latino-Americana.
No superendividado Estado de Michigan, os republicanos aprovaram uma lei que permite afastar os conselhos municipais eleitos, substituindo-os por gerentes contratados com poderes ditatoriais alegando "situação econômica emergencial".
Na cidade de Menton Harbor, o governador do estado, Rick Shneider, nomeou como czar um contador juramentado, Joseph Haris, que demitiu em massa funcionários públicos, quebrou acordos sindicais e, na calada da noite, eliminou vários serviços públicos, não hesitando, inclusive em fundir a Polícia local com o Corpo de Bombeiros.
O Texas, controlado pelos republicanos, com imposto de renda zero e sem direitos trabalhistas, atrai capitais e empregos em detrimento da Califórnia, cujas empresas imigram com ritmo ameaçadoramente veloz.
Nos Estados Unidos, o ritmo de contratações no setor privado se desacelerou em abril, segundo a pesquisa mensal do conselho de recursos humanos ADP: só 179 mil empregos.
Fonte: Monitor Mercantil
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Violência escolar se combate na escola
Rachel Duarte no Sul21
“Não há escola sem bullying”, disse o especialista gaúcho em Direitos
Humanos Marcos Rolim durante palestra nesta quarta-feira (04), no
Galpão Crioulo do Palácio Piratini. Ele foi um dos convidados pela
Secretaria Estadual de Educação para auxiliar o governo gaúcho a
trabalhar na prevenção da violência nas escolas. A iniciativa, que faz
parte do projeto Governo Escuta, reuniu acadêmicos e ativistas ligados
ao tema, os quais apresentaram dados e caminhos para o enfrentamento da
violência na rede escolar gaúcha. A intenção é definir açõesque serão
aplicadas paralelamente ao lançamento da campanha publicitária do
governo sobre prevenção à violência escolar.
Rolim apresentou a definição sobre o bullying como um conjunto de
atitudes agressivas e repetitivas entre pares, ou seja, um fenômeno que
não segue uma hierarquia. “Pode acontecer entre professores também”,
exemplificou. Segundo o especialista gaúcho, todas as escolas tem este
tipo de violência, mas, como normalmente as vítimas ficam caladas, é
difícil perceber e interferir. Ainda há despreparo ou desconhecimento
das escolas no enfrentamento do bullying. “A característica é a agressão
verbal repetitiva, normalmente por criação de apelidos ou piadas
homofóbicas. Isso faz com que a vítima perca sua identidade. Ela fica
conhecida pelo apelido, que normalmente é uma ridicularização de alguma
característica física”, explicou.
As humilhações sofridas na escola causam consequências severas às
vítimas, como sofrimento moral, aumento do risco de suicídio e das
chances de uma vida adulta criminosa. Além dos sofrimentos físicos e
psíquicos, há o baixo desempenho e a evasão escolar.
Como acontece?
Segundo pesquisas internacionais, a maioria dos casos de bullying
ocorre com alunos da 5ª a 8ª série. Tanto as vítimas como os autores
tendem a ter um desempenho escolar abaixo da média. A violência
doméstica também contribui para a prática, já que, ao bater no filho, o
pai ou a mãe passam a ideia de que a violência é uma forma legítima de
solução de conflitos, explicou Rolim. Ele lamentou o fato de no Brasil
haver poucas pesquisas sobre o fenômeno e apresentou os resultados do
estudo que realizou, durante sete meses, com alunos da Escola Odila Gay
da Fonseca, em Porto Alegre. O trabalho, retratado no livro Bullying: o pesadelo da escola, apontou que agressores e vítimas têm um perfil muito semelhante.
Para o professor titular do Departamento de Sociologia e do Programa
de Pós-graduação em Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas da UFRGS, José Vicente Tavares, a sociedade apresenta sintomas
de uma crise social que se manifesta de diversas formas. “A violência na
escola é a expressão da insegurança estrutural da sociedade
contemporânea, das crises nas instituições, na família e nos grupos de
referência”, comparou. Defensor de uma campanha de combate à violência,
Tavares destaca o papel das instituições. “A escola é o centro do
problema e também é a solução”.
Além de apontar saídas para o conflito, o professor lembra que a
maioria dos problemas ocorrem nas escolas. “É preciso reconhecer que
existe violência no espaço escolar, diferenciar os tipos de violência e
apontar várias estratégias de prevenção para cada tipo. Por ser uma
instituição de socialização, a escola é o limite, pois é o ponto de
condensação dos conflitos sociais”, acrescentou.
Considerado um dos exemplos de combate ao bullying na Capital, a
Escola Padre Reus foi um exemplo citado no debate. O diretor da
instituição Ruy Rosário Guimarães explicou o trabalho de resgate desde a
estrutura física até ações de aproximação com a comunidade feita pela
escola para coibir a violência. Em 2004, quando assumiu a direção do
estabelecimento, Guimarães deparou-se com um cenário desolador, com o
prédio da instituição depredado e elevado índice de agressividade entre
os alunos. A solução foi desenvolver um projeto de conscientização
através da música, do esporte e do teatro. “Há dois anos não precisamos
pintar a escola. Também não registramos mais casos de vandalismo”,
reconhece, lembrando que o dinheiro economizado é revertido na aquisição
de equipamentos de informática.
Desde 2006, alunos, professores e funcionários participam das
oficinas do projeto Escola sem Violência, idealizadas pelo professor
Aloizio Pedersen. Em cinco anos, a instituição reduziu os índices de
evasão e de violência no ambiente escolar.
Por onde começar?
O especialista em Direitos Humanos, Marcos Rolim, propõe a adoção de
regras de comportamento claras, que sejam conhecidas pelos professores,
alunos, funcionários e pais, como forma de evitar a ocorrência de atos
violentos no ambiente escolar. Para casos em que a violência, física ou
psicológica, já ocorreu, o professor Rolim sugere a adoção dos Círculos
de Justiça Restaurativa, em que agressores e vítimas ficam frente a
frente, acompanhados por um mediador.
Já que a prática do bullying costuma ocorrer na presença de outras
pessoas, servindo como forma de auto-afirmação do agressor, entre as
medidas sugeridas pelo palestrante estão a chegada dos professores, na
sala de aula, antes dos alunos, o monitoramento do recreio e da entrada e
saída dos estudantes. A colocação de caixas para que os alunos possam
denunciar agressões sofridas, por eles ou por colegas, é outra proposta.
A aplicação de questionários para serem respondidos de forma anônima
pelos estudantes, contribui para evitar a violência, pois permite a
direção conhecer a realidade da escola e identificar os conflitos
existentes.
O jornalista e ativista da Cufa (Central Única das Favelas) no Rio
Grande do Sul, Manoel Soares, fez uma exposição sobre a realidade que
acompanha diretamente no trabalho que realiza nas periferias. Ele fez
referência ao município de Canoas, que desenvolve políticas públicas
para enfrentar a violência nas escolas que reúnem tecnologia e
convivência comunitária dos agentes do estado. O jornalista apresentou
uma reportagem que realizou na cidade, ressaltando a importância do
poder público para ações além de campanhas publicitárias.
Em Canoas, foram criadas Comissões Internas de Prevenção à violência
escolar (CIPAVES), formada por representantes da rede escolar e da
comunidade. Também foi instituída a ronda escolar com guardas municipais
foram capacitados para ter uma relação de proximidade com os
estudantes, pais e professores para conseguir mediar os conflitos e para
encaminhar casos a Brigada Militar, caso necessário. E, nas escolas
municipais, foram implantadas câmeras de circuito fechado interno de TV e
sistema de alarmes.
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