|
Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Greve dos Servidores Administrativos em Educação já paralisa 47 Universidades Federais
Marcadores:
educação,
movimentos sociais,
POLITICAS PUBLICAS
domingo, 26 de junho de 2011
Emir Sader: País sem miséria é país sem pessoas abandonadas
A pior herança recebida pelo governo Lula do
governo FHC foi a desigualdade social. O Brasil era o país mais
desigual da América Latina que, por sua vez, era o continente mais
desigual do mundo. Essa desigualdade não era alterada nem em
democracia, nem em ditadura, nem em ciclos expansivos, nem nos
recessivos da economia brasileira. Era um fator estrutural, herdado da
colonização e da escravidão, da persistência do latifúndio, acentuado
pelas politicas da ditadura militar de arrocho salarial e favorecimento
do grande capital. Não bastasse isso, a década neoliberal dos 90 do
século passado, acentuou ainda mais as desigualdades.
As maiores transformações que o Brasil sofreu no governo Lula foram na
sua inserção internacional – do privilégio das relações com o norte,
para relações prioritárias com o sul – e na diminuição significativa da
desigualdade no plano interno.
A articulação entre a política econômica e as políticas sociais
promoveu um processo de distribuição de renda, estendendo e
aprofundando o mercado interno de consumo popular como nunca havia
acontecido na nossa história. A projeção feita pela empresa Data
Popular para a revista Carta Capital desta semana projeta para 2014 – o
ano do final do mandato atual da Dilma – uma classe C (no critério de
distribuição de renda) de 58,5% da população (era de 38,8% em 2002, ano
do começo do governo Lula). Os mais pobres, que eram 9,3% em 2002,
tornaram-se 4,9% em 2010 e seriam 2,7% em 2014.
Estaríamos numa situação praticamente de erradicação da extrema
pobreza, da miséria, com um resíduo muito difícil de chegar a reduzir a
zero. Hoje ainda convivemos com mais de 10 milhões de pessoas vivendo
(ou, sabe-se lá como, sobrevivendo) com até 39 de reais por mês.
Mesmo com essas transformações extraordinariamente positivas - maior
mérito do governo Lula -, não se pode pensar que nos tornamos um país
de classe média. A miséria acumulada ao longo de séculos da nossa
história não pode ser superada com a elevação do nível de renda em
alguns anos. As condições de habitação, de saneamento básico, de
educação, de saúde, de transporte, de segurança – para citar apenas
alguns problemas – são muito ruins e apenas começam a ser superadas –
pelo menos na habitação. Será necessária a continuidade por muitos anos
dessa elevação de renda, somada a politicas especificas que melhores
substancialmente as condições da educação e da saúde publicas, do
saneamento básico, da habitação, do transporte publico, as condições de
segurança, para que possamos realmente ter transformado
democraticamente a estrutura social brasileira de forma substancial e
irreversível.
No entanto, a miséria, a extrema pobreza, não se medem apenas por
cifras, por nível de renda. Ao que precisamos chegar é a uma sociedade
em que não existam mais pessoas abandonadas, sem amparo, nas ruas ou em
outros lugares, privados ou públicos. Uma sociedade a que todos
pertençamos, de uma ou outra forma, em que nos sintamos vinculados aos
outros por laços de solidariedade, de espirito comunitário, de
pertencimento a uma mesma sociedade. A miséria não é apenas uma
situação de precariedade material, é também o abandono, a falta de
apoio, de retaguarda, de cuidado. A isso temos que chegar, a que todos
tenham alguma forma de assistência do Estado, de forma a que ninguém se
sinta abandonado.
Fonte: Blog do Emir
Os “hackers cheirosos”
Brizola Neto no TIJOLACO
No
vale-tudo para atacar o Governo brasileiro, hoje a D. Eliane “Massa
Cheirosa” Cantanhede se superou, com seu artigo “Hackers pela Ética”,
tranformando um grupo anárquico, que buscava, confessadamente, a
notoriedade que a mídia lhes deu e não parecia interessado em revelações
de interesse social, mas em divulgar CPF, listas de e-mail e em
“derrubar” sites oficiais.
“Com CUT, UNE e MST fora de combate a partir de Lula, por
conveniência ou oportunismo, entra em ação pela ética pública um tal de
LulzSec para azucrinar e expor os Poderes da República.”, escreve a
colunista.
Ora, esses grupos, se têm de ser responsabilizados por danificarem
propriedade pública (arquivos) e impedir o funcionamento dos sites, não
devem nem ser demonizados nem endeusados, duas faces de um mesmo
processo.
Não são assunto de política, mas de providências tecnológicas e
administrativas. Até porque não guardam nenhuma relação com “segredos de
Estado”, como se disse, mas com a sabotagem do funcionamento de sites
públicos e violação de dados pessoais.
O que estes “hackers” estão fazendo nada tem a ver com transparência,
com publicização de atos secretos de governo tomados à sombra do
desconhecimento da sociedade, como fez, por exemplo, o Wikileaks.
Aliás, quem melhor respondeu a isso foi um ouro grupo de “hackers”, ontem, no Correio Braziliense:
“Em meio às recentes invasões a sites governamentais, o grupo
Transparência Hacker afirma não ter relação com os responsáveis pelos
ataques e aproveita o momento para discutir a própria atuação. Segundo
seus participantes, a organização, objeto de reportagem do Correio de
21 de maio, tenta se desvencilhar das ações criminosas. “Trabalhamos
com dados que são abertos. Nossa luta é divulgar informações
governamentais que já são públicas, tornando-as mais acessíveis”,
explica o articulador de redes Diego Casaes, 23 anos. Ele desaprova a
publicação de dados como telefones de ministros ou o CPF da presidente
Dilma Rousseff, por exemplo. “Essas informações são pessoais, não
públicas. Entendo que devem permanecer sigilosas, porque dizem respeito à
pessoa”, afirma.”
É isso que D. Cantanhede elogia, ao afirmar que “o alerta para os governos e demais Poderes é que a sociedade, de alguma forma, está de olho.
Quando um grupo de hackers tem mais respeito pela privacidade que uma
colunista de um jornal como a Folha, quando se trata de atingir o
objetivo político de atacar o governo Dilma é bom a gente se cuidar.
Mas, reconheça-se, não apenas a colunista da “massa cheirosa”, mas
toda imprensa, sem capacidade de separar seus ódos políticos ao Governo
da instituição Estado, deu o tamanho e a projeção que era aquilo que
estes grupos, no fundo, pretendiam.
Olhaí quem é que vai fazer a banda larga…
Investimento em telefonia não segue expansão de clientes e panes crescem
Nos celulares, base de usuários avançou 16,6% em 2010, chegando a
202,9 milhões de linhas, mas investimento das empresas caiu 2,4%
Karla Mendes e Renato Cruz – O Estado de S.Paulo
O investimento das operadoras de telecomunicações não tem acompanhado
o crescimento de sua base de clientes, o que tem levado a panes cada
vez mais frequentes nos serviços de telefonia e internet. Essa situação
já incomoda o governo. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo,
cobrou medidas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Um exemplo do descompasso entre investimento e crescimento está no
setor de telefonia móvel. A base de clientes avançou 16,6% no ano
passado, chegando a 202,9 milhões de linhas, segundo a consultoria
Teleco. Mas o investimento das empresas diminuiu 2,4%, ficando em R$ 8,2
bilhões. Esse montante foi 16,3% inferior ao pico de R$ 9,8 bilhões
destinados ao setor em 2004.
O que acontece com o celular é somente um exemplo, pois a combinação
de investimento baixo e crescimento alto se repete em outras áreas das
telecomunicações. Os consumidores estão cada vez mais insatisfeitos com a
qualidade dos serviços.
Em pouco mais de um mês, a Intelig, que pertence à TIM, teve três
panes. O Speedy, da Telefônica, voltou a deixar seus usuários na mão no
dia 13 deste mês, dois anos depois de a empresa ter sido punida pela
Anatel, sendo impedida até de vender os serviços. E a Nextel ficou entre
as palavras mais tuitadas por brasileiros no dia 10, por causa de
problemas no Rio de Janeiro.
“Falta acompanhamento, supervisão e investimento”, disse Ruy Bottesi,
presidente da Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET). “A
infraestrutura não está preparada para suportar o crescimento. O
investimento é reativo. As operadoras investem depois do aumento de
tráfego, mas leva de 60 a 90 dias para importar equipamentos.”
No ano passado, os investimentos totais das operadoras no País
(incluindo telefonia fixa, móvel e outros serviços) chegaram a R$ 17,4
bilhões, alta de 3,6% sobre 2009. Mesmo com o crescimento modesto, o
valor está 28,1% abaixo dos R$ 24,2 bilhões investidos em 2001. A
receita bruta do setor subiu mais que o investimento, avançando 4,2%,
para R$ 184,9 bilhões.
“A essência do problema não está nas operadoras, mas na agência reguladora e no governo”, disse Bottesi.
“O serviço é público. O que a Anatel está fazendo para que tenhamos
qualidade no serviço de telecomunicações hoje, em 2011?”, indagou.
Explicações. Para as operadoras, as críticas de que o investimento é
baixo não procedem. Elas argumentam que os problemas verificados nos
últimos meses são pontuais e o investimento realizado é suficiente para
sustentar a expansão da base.
O fato de ele não acompanhar o ritmo do aumento do mercado teria três
explicações: os equipamentos têm ficado mais baratos, graças à evolução
tecnológica e à queda da demanda nos países ricos; o câmbio está
favorável, fazendo com que os reais possam comprar mais equipamentos
importados do que antes; e o desembolso maior é feito na instalação da
rede, não na expansão desta mesma rede.
A RBS e a privatização da água
Boletim n° 680 do Sindiágua-RS
assinala que episódio da privatização da água em Uruguaiana parece ter
despertado o apetite da RBS em defesa de novas privatizações no Estado.
Vale a pena acompanhar a sequência de fatos e movimentos midiáticos
apontada pelo boletim:
Tarso não abriu cofre
Ao que parece e, pelo que se vê, o governador Tarso Genro não abriu os
cofres do governo para a RBS. A capa de Zero Hora do último domingo, a
festa que Lasier Martins fez ao prefeito lá em Uruguaiana, as várias
matérias com tom “simpático” à privatização, enfim, todo o comportamento
já por demais conhecido deste grupo de comunicação que todos sabemos
que tem lado e não mede esforços para tentar derrubar quem não compactua
com sua ganância por dinheiro e poder.
Descoberta “estranha”
O episódio do tapa do deputado Sergio Moraes serviu para o Lasier
Martins descobrir, já quase no fim da vida, que os partidos que estão no
governo disputam os cargos da administração. Quem acompanha os jornais
da RBS vê que este senhor tem se mostrado cada dia mais surpreso com
esta grande descoberta que fez. Vejam só! Partidos disputando cargos no
governo! Que coisa, não? Nunca antes na história deste Estado aconteceu
coisa parecida. Por certo aspecto, até tem razão o calvo da RBS. No
governo passado, dentro da Corsan, por exemplo, não havia disputa de
cargos. Marco Alba, Costela e o outro calvo vindo do Banrisul, não davam
direito à disputas. Até os estagiários eram indicados por eles sem
direito a contestação de quem quer que fosse.
Capa de Zero Hora
O que vocês acham que a frase “Levante contra a Corsan ganha força no
interior” estava fazendo justamente num domingo na capa do principal
veículo escrito da RBS? Na realidade, o que temos? Certo mesmo, é um
grupo de prefeitos que já se deixaram, digamos, levar pelos apelos da
iniciativa privada. Onde o que menos interessa são os planos da Corsan
ou suas propostas. E, claro, um movimento que é orquestrado justamente
por um dos prefeitos envolvidos que hoje é presidente da Famurs. Temos
condições de reverter? Temos. Vamos sair deste processo sem perder
nenhum município? Embora difícil, esta é a nossa luta.
Nota da Corsan
Até para entender melhor o que se passa hoje no Estado, resolvemos
publicar aqui também a nota do presidente da Corsan, Arnaldo Dutra, que
foi colocada na Zero Hora:
O título “Levante contra a Corsan ganha força no Interior”, capa
de ZH do último domingo, na minha opinião não reflete nem o conteúdo da
matéria publicada,nem a realidade do serviço de abastecimento de água e
esgoto no Estado. Se, das 35 prefeituras consultadas pela reportagem, 13
responderam que pretendem ou pelo menos estudam a possibilidade de
privatizar o serviço e 22 não têm a intenção de deixar a Corsan, a
síntese da capa está , no mínimo amplificada. Em um universo mais
global, das 322 cidades gaúchas atendidas pela Corsan estas 13
representam apenas 4%, o que entendo estar longe de um levante.
Aproveito para reafirmar nosso compromisso em investir e
melhorar os serviços prestados pela Corsan em todas as cidades onde
temos contrato e me colocar a disposição para discutir este tema
fundamental para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul, que é o
saneamento.
Colegas, note que a matéria que deu origem a resposta do presidente
da Corsan saiu na capa do jornal dominical. Já a sua resposta, publicada
nesta terça-feira, ficou escondida na página 2. Não seria de bom senso,
jornalisticamente falando, dar o mesmo espaço que foi dado a matéria de
domingo para a reposta por parte da Companhia? Ou até mesmo uma matéria
sobre o que a Corsan pretende fazer sobre o quadro atual da empresa?
Enquete
No sábado, uma enquete fajuta fez a seguinte pergunta aos leitores do jornal: “Qual a sua opinião sobre a concessão da gestão da água a empresas privadas?”. O resultado: 8 a 5 pró-privatização do serviço. E no domingo a matéria de capa aborda justamente o tal do “Levante contra a Corsan”. Entranho, não?
A limpeza étnica dos palestinos, ou Israel democrático em ação
Gideon Levy no Odiario.info
“Enquanto
ainda estamos desesperadamente ocultando, negando e reprimindo nossa
principal limpeza étnica de 1948 – mais de 600.000 refugiados, alguns
dos quais fugiram pelo temor às Forças Armadas de Israel e suas
antecessoras, e outros que foram expulsos pela força – a realidade nos
demonstra que 1948 nunca terminou, que seu espírito continua connosco”.
Ocorreu
no dia seguinte ao Dia da Independência, quando Israel estava imerso
quase que ad nauseam em loas a si mesmo e a sua democracia, e nas
vésperas do (virtualmente fora da lei) Dia da Nakba, quando o povo
palestino rememora a “catástrofe” – o aniversário da criação de Israel.
Meu colega Akiva Eldar publicou o que sempre soubéramos, mas ignorávamos
as chocantes cifras reveladas: No momento dos Acordos de Oslo, Israel
tinha derrubado a residência de 140.000 palestinos da Cisjordânia. Em
outras palavras, 14% dos residentes da Cisjordânia que ousaram viajar ao
exterior tiveram seu direito de retornar a Israel e aqui viver negado
para sempre. Em outras palavras, foram expulsos de suas terras e de seus
lares. Em outras palavras: limpeza étnica.
Enquanto ainda estamos desesperadamente ocultando, negando e
reprimindo nossa principal limpeza étnica de 1948 – mais de 600.000
refugiados, alguns dos quais fugiram pelo temor às Forças Armadas de
Israel e suas antecessoras, e outros que foram expulsos pela força – a
realidade nos demonstra que 1948 nunca terminou, que seu espírito
continua connosco. Ainda continua connosco o objectivo de limpar esta
terra de seus habitantes árabes o máximo possível, e até um pouco mais.
Afinal, é a solução mais encoberta e desejada: a Terra de Israel para os
judeus e só para eles. Algumas pessoas se atreveram a dizê-lo
abertamente - o rabino Meir Kahane, o ministro Rehavam Ze’evi e seus
discípulos, os quais merecem alguns elogios por sua integridade. Muitos
aspiram a fazer o mesmo sem admiti-lo.
A revelação da política de negar a residência provou que este sonho
secreto é efectivamente o sonho secreto do establishment. Não se
carrega os árabes em caminhões como era feito antes, mesmo depois da
Guerra dos Seis Dias; não se dispara sobre eles para afugentá-los -
todos esses métodos são politicamente incorrectos no mundo novo. Mas, de
facto, este é o objectivo.
Algumas pessoas pensam que é suficiente tornar miserável a vida dos
palestinos nos territórios para forçá-los a irem embora, e muitos deles,
com efeito, foram embora. Um êxito de Israel: de acordo com a
Administração Civil, cerca de um quarto de milhão de palestinos
abandonaram voluntariamente a Cisjordânia nos sangrentos anos 2000 –
2007. Mas isto não é suficiente. Portanto, vários e diversos outros
meios administrativos foram acrescentados para transformar o sonho em
realidade.
Qualquer um que diga que “não é apartheid” está convidado a
responder: Por que um israelense tem permissão de sair de seu país pelo
resto da vida e ninguém sugere cassar-lhe a cidadania, enquanto um
palestino, um filho nativo, não tem essa permissão? Por que um
israelense pode casar-se com uma estrangeira e esta recebe uma permissão
de residência, ao passo que um palestino não tem permissão de se casar
com sua ex-vizinha que mora na Jordânia? Isto não é apartheid? Através
dos anos, documentei intermináveis e lamentáveis tragédias de famílias
que foram separadas, cujos filhos e filhas não recebiam permissão de
viver na Cisjordânia ou em Gaza devido a regras draconianas - só para os
palestinos.
Vejamos o caso de Dalal Rasras, por exemplo, uma menina de Beit Omar
com paralisia cerebral, que foi separada de sua mãe durante meses
porque sua mãe nasceu em Rafah. Somente depois de que seu caso se tornar
público é que Israel permitiu que ela regressasse para sua filha
“apesar da letra da lei”, a cruel letra da lei que não permite que os
residentes de Gaza vivam na Cisjordânia, mesmo se ali tiverem feito suas
casas.
O clamor dos despossuídos agora foi traduzido em números: 140.000,
apenas até os Acordos de Oslo. Estudantes que saíram para estudar em
universidades estrangeiras, homens de negócios que foram tentar a sorte
no exterior, cientistas que viajaram ao exterior para sua formação
profissional, jerusalenses nativos que se atreveram a mudar-se
temporariamente à Cisjordânia, todos correram a mesma sorte. Todos foram
levados pelo vento e foram expulsos por Israel. Não puderam regressar.
O mais surpreendente de tudo é a reacção dos responsáveis pela
política de limpeza étnica. Eles não sabiam. O major-general (na
reserva) Danny Rothschild, ex-governador militar com o título
eufemístico de “coordenador das actividades governamentais nos
territórios”, disse que leu pela primeira vez sobre o procedimento no
jornal Haaretz. Acontece que a limpeza étnica não apenas continua, senão
que também continua sendo negada. Toda criança palestina sabe, só o
general a desconhece. Até mesmo hoje ainda há 130.000 palestinos
registados como “NLR”, um comovedor acrónimo das IDF (Israeli Defense
Forces – Forças Armadas de Israel) para definir aos “já não residentes”,
como se fossem voluntários, outro eufemismo para denominar aos
“expulsos”. E o general, que se considera relativamente bem informado,
não tinha conhecimento.
Há uma recusa absoluta em permitir o regresso dos refugiados - algo
que poderia “destruir o Estado de Israel”. Também há uma recusa absoluta
em permitir o regresso das pessoas recentemente expulsas. Para o
próximo Dia da Independência provavelmente inventaremos mais
regulamentações para a expulsão, e nas próximas férias conversaremos
sobre “a única democracia”.
Tradução: Jair de Souza/Carta Maior
Tradução: Jair de Souza/Carta Maior
Publicado originalmente no jornal Haaretz
Marcadores:
imperialismo,
oriente medio,
palestina,
politica internacional,
sionismo
Crise terminal do capitalismo?
Leonardo Boff, Socialismo e Liberdade.
Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que
conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do
capitalismo de sempre adaptar-se a qualquer circunstância. Estou
consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas
razões me levam a esta interpretação.
A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas
particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra.
Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e
exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não
conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do
século XIX, Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital
ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a
natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.
A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca
esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 5 grandes
dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de
anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças
climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da
tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu
com a cara num limite intransponível.
O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande
desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e
robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A
consequência direta é o desemprego estrutural.
Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no
exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à
prescindência. Na Espanha o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre
os jovens. Em Portugal, 12% no pais, e 30% entre os jovens. Isso
significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia.
Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para
atender as demandas humanas mas para pagar a dívida com bancos e com o
sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais
fonte de riqueza. É a máquina.
A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo
está gerando. Antes se restringia aos países periféricos. Hoje é global e
atingiu os países centrais. Não se pode resolver a questão econômica
desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaças por novas avenidas de
comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais
pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da
economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado
submete os Estados aos seus interesses e o rentitentismo dos capitais
especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem
produzir absolutamente nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.
Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode
matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais
aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior
competitividade, involuntariamente criou pessoas que pensam. Estas,
lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as
pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem
coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os
trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao
suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.
As ruas de vários países europeus e árabes, os “indignados” que
enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta
contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do
capital. Os jovens espanhois gritam: “não é crise, é ladroagem”. Os
ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central
Europeu, quer dizer, são os sumo-sacerdotes do capital globalizado e
explorador.
Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que
não aguentam mais as consequências da super-exploracão de suas vidas e
da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o
que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por
força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e
penalizando a vida de seus filhos e filhas.
Leonardo Boff é teólogo e escritor, autor do livro “Proteger a Terra –
cuidar da vida: como evitar o fim do mundo” (Record 2010).
Cpers decide cruzar os braços durante votações
Como
forma de pressão sobre o Piratini, professores estaduais prometem
suspender as atividades nos dias de votação do pacote de
projetos do governo na Assembleia Legislativa. Aprovada em assembleia
geral dia 22 de junho, a paralisação não tem data nem período
para ocorrer: vai depender da agenda de votação.
A apreciação
do pacote começa a trancar a pauta da Assembleia a partir de terça-feira,
mas é provável que a votação ocorra em 5 de
julho, conforme o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana.
Diante desse quadro de
indefinição, o Cpers recomenda que os professores estejam
com viagens pré-agendadas para a Capital e de malas prontas.
– Vamos trazer a
categoria para Porto Alegre, encher as galerias da Assembleia e pressionar
para que não permitam que o governador Tarso Genro vote esse pacote.
Ele ataca frontalmente o direito de professores se aposentarem com alguma
dignidade – declarou a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira.
Durante a assembleia de
ontem, as arquibancadas do Gigantinho não lotaram. Ao microfone,
integrantes da categoria se revezaram nas críticas às propostas
do governo, que incluem mudanças na previdência e novos critérios
para o pagamento dos pequenos precatórios.
Em meio a uma campanha
acirrada para a presidência do Cpers – a eleição
ocorrerá na terça-feira –, os sindicalistas se envolveram
também na disputa. Houve manifestações especialmente
de representantes das chapas 1 e 2, encabeçadas respectivamente
pela atual presidente e pela ex-dirigente da entidade Simone Goldschmidt.
Enquanto o grupo de oposição afirma que a atual gestão
do Cpers não lutou pelo piso, aliados de Rejane garantem que estão
engajados no tema.
Apesar de Simone se dizer
contrária ao pacote do governo, considera que o piso salarial é
que deveria mobilizar paralisações:
– Temos de exigir
do governador um calendário para a implementação
do piso que, hoje, é a maior reivindicação dos trabalhadores
em educação.
Piratini não demonstrou
surpresa com protesto
No governo, as deliberações
do Cpers não causaram surpresa. O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana,
demonstrou conformidade com o posicionamento do sindicato.
– Reafirmamos que
pretendemos garantir a previdência pública. Em relação
às RPVs (Requisições de Pequeno Valor), temos de
criar uma previsão orçamentária para que o Estado
possa pagar – disse o chefe da Casa Civil.
Antes da votação
na Assembleia, Pestana deve se reunir com deputados da base aliada, para
preparar a postura dos apoiadores do Piratini durante a apreciação
do pacote governista.
Veja as principais propostas aprovadas ontem na assembleia geral do Cpers:
- Paralisação nos dias de votação do pacote.
- Envio de e-mails e manifestações nas cidades dos deputados estaduais.
- Campanha de denúncia pelo não cumprimento da lei do piso: “Tarso: governo fora da lei – Não cumpre o piso nacional”.
- Não à meritocracia.
- Assembleia geral – com data a ser marcada pelo Conselho do Cpers – para discutir a construção da greve pelo cumprimento da lei do piso.
- Jornada Nacional de Lutas entre 17 e 24 de agosto, com paralisação nos Estados
fonte : Zero
Hora
sábado, 25 de junho de 2011
Xenofobia difícil de acabar
Buenos Aires, Argentina, 24/6/2011 – Embora a
nova legislação sobre imigração da Argentina seja considerada das mais
progressistas da América Latina, a persistência de acentuados sinais
xenófobos e discriminatórios em várias camadas da sociedade mostra que o
avanço ainda é mais teórico do que prático. A rejeição ao estrangeiro,
sem papéis legais, atinge milhares de imigrantes em escritórios
públicos, nas ruas, nos diferentes empregos, nas escolas ou nos
hospitais da Argentina, apesar de a lei lhes reconhecer direito de
acesso a todos os serviços livremente.
“Passo
sempre pelo hospital e está cheio de peruanos e paraguaios que tiram
lugar dos argentinos”, diz à IPS uma mulher que garante reconhecer,
apenas passando pela porta, “o sotaque” dos pacientes atendidos no
centro médico estatal de San Isidro, uma localidade da região
metropolitana de Buenos Aires. A socióloga Corina Rodríguez Enriquez, do
Centro Interdisciplinar para o Estudo de Políticas Públicas (Ciepp),
seleciona outra frase de igual teor, anotada em seu estudo, dita por
taxistas: “Estes negros de merda, porque não voltam para o seu país?”.
Corina é autora de um trabalho, ainda inédito, sobre a imigração de
mulheres paraguaias para a Argentina, uma dinâmica que ela insere nas
“cadeias globais de cuidado”, para trabalhar cuidando da casa, dos
filhos e dos idosos. A pesquisa integra um projeto da ONU Mulheres que
também analisa “as cadeias de cuidado” entre imigrantes equatorianas e
bolivianas na Espanha, peruanas no Chile e nicaraguenses na Costa Rica.
Na América Latina, a emigração feminina passou de 44,7% do total em
1960 para 50,5% em 2000. Esta feminização do fenômeno se acentuou a
partir dos anos 1990 devido às crises econômicas que atingem seus países
de origem. Corina afirmou que a transnacionalização dos cuidados cai em
um regime injusto, no qual são vulnerados direitos, tanto dos que
emigram quanto dos que devem enfrentar as tarefas familiares deixadas
por quem parte.
As imigrantes, que deixam seus países em busca de melhores
oportunidades de emprego, e que têm, em geral, pouca qualificação,
costumam deixar para trás filhos aos cuidados de familiares para
trabalhar em casas das classes média e alta. O principal ramo onde as
mulheres se empregam é o serviço doméstico. Na Argentina, 58,1% das
paraguaias trabalham nesse setor e, apesar de cuidar de uma instituição
apreciada neste país como é a família, costumam ser discriminadas. Essa
marginalização também atinge as mulheres em outros estratos sociais.
No artigo, a socióloga diz que a nova legislação migratória “é
progressista” e “ampliou direitos”, mas, alerta, ainda persistem “travas
culturais” no acesso à saúde ou educação, que respondem a uma “inércia”
da burocracia. “A xenofobia e a discriminação continuam sendo uma
realidade palpável na Argentina”, afirmou a autora. “A igualdade de
direitos com o imigrante nem sempre é bem-vinda pelos argentinos”,
acrescentou.
Para sua pesquisa, Corina fez diversas entrevistas com imigrantes
empregadas na limpeza e no cuidado de crianças e idosos. Também ouviu
patroas e funcionários e associações de imigrantes e de defensores dos
direitos humanos. Dos depoimentos constam expressões discriminatórias de
algumas empregadoras, um grupo que, por ter contratado estrangeira para
trabalhar em sua casa, supõe-se que teria menos preconceitos.
“Há paraguaias que são muito sujas”, disse uma. “Tive duas
experiências ruins com paraguaias porque são meio mentirosas”, afirmou
outra. “Estes estereótipos de características vinculadas a
nacionalidades também aparecem nos meios de comunicação, no discurso de
funcionários e de vizinhos”, disse Corina à IPS. “São sinais
persistentes da sociedade argentina”, acrescentou.
Estes males convivem com uma série de reformas em torno das migrações
que foram pioneiras na região. Por um lado, a lei de 2004, que revogou
uma norma da última ditadura (1976-1983) e, por outro, um programa que
facilitou a regulamentação de estrangeiros sem os documentos
necessários. Em conversa com a IPS, Luciana Litterio, da Direção
Nacional de Migrações, assegurou que a Argentina foi o primeiro país da
América Latina a avançar em uma lei reconhecendo a imigração como um
direito humano.
“Depois o Uruguai promoveu uma lei semelhante, que teve a da
Argentina como modelo, e agora, no Equador, se trabalha em uma lei que
também coloca eixo nos direitos da pessoa”, acrescentou Luciana. A lei
argentina, entre outras disposições, ordena que seja garantido o acesso
de imigrantes à saúde e à educação públicas e elimina a obrigação de os
funcionários públicos denunciarem os estrangeiros ilegais.
Já o Programa Pátria Grande, lançado em 2006, permitiu a mais de 400
mil imigrantes acesso a residência temporária apenas apresentando seu
documento nacional e não tendo antecedentes criminais. Isto é, sem
contrato de trabalho. Entretanto, Pablo Asad, representante da
organização humanitária Centro de Estudos Legais e Sociais, que trabalha
na cobertura legal com imigrantes, considera que ainda há muitas falhas
na concretização dos direitos.
Asad destacou que há imigrantes que não conseguem matricular seus
filhos em escolas públicas ou que são rejeitados em hospitais por não
terem documento de identidade argentino e, ainda, que não existe um
órgão onde denunciar estas falhas. Também ressaltou que a política
argentina privilegia imigrantes de países próximos, facilitando os
trâmites, mas age de forma mais rígidas com imigrantes de fora da
América do Sul, como dominicanos ou senegaleses.
Envolverde/IPS
Quinta Full - Supertramp
Créditos: Lágrimapsicodélica1
A
música do Supertramp possui características únicas. Virtuoses em seus
instrumentos, os membros do grupo, vindos da cena progressiva britânica,
no decorrer de suas carreiras aproximaram-se do pop, e o resultado foi
uma sonoridade única.
Paris, duplo ao vivo lançado em 1980, talvez seja a maior prova disso. A exuberância instrumental do Supertramp fica evidente em suas faixas, onde a técnica trabalha na construção de pequenas jóias da pop music. Dreamer e suas evoluções vocais é um belo exemplo disso. Breakfast In America, outro.
Mas os melhores momentos de Paris estão logo no seu início. "School", que abre o álbum, é uma das melhores músicas do grupo. Nela, a voz aguda de Roger Hodgson e o piano onipresente de Rick Davies, as duas maiores características do Supertramp, mostram uma sincronia absurda. O solo de Davies nesta faixa é antológico.
O outro é The Logical Song, talvez a canção mais conhecida do Supertramp, onde percebe-se como a banda soube usar do seu conhecimento musical para criar uma composição repleta de momentos que grudam na cabeça do ouvinte, mas que não soam necessariamente chatos. The Logical Song é um exemplo claro dos tempos em que a música pop possuía outro significado, e não era apenas uma classificação preguiçosa dada a artistas no mínimo medianos, mas que, infelizmente, dominam as paradas atualmente.
Paris é o melhor momento do Supertramp. Se você quer ter apenas um disco da banda, não existe escolha melhor.
Por: Cadao
Paris, duplo ao vivo lançado em 1980, talvez seja a maior prova disso. A exuberância instrumental do Supertramp fica evidente em suas faixas, onde a técnica trabalha na construção de pequenas jóias da pop music. Dreamer e suas evoluções vocais é um belo exemplo disso. Breakfast In America, outro.
Mas os melhores momentos de Paris estão logo no seu início. "School", que abre o álbum, é uma das melhores músicas do grupo. Nela, a voz aguda de Roger Hodgson e o piano onipresente de Rick Davies, as duas maiores características do Supertramp, mostram uma sincronia absurda. O solo de Davies nesta faixa é antológico.
O outro é The Logical Song, talvez a canção mais conhecida do Supertramp, onde percebe-se como a banda soube usar do seu conhecimento musical para criar uma composição repleta de momentos que grudam na cabeça do ouvinte, mas que não soam necessariamente chatos. The Logical Song é um exemplo claro dos tempos em que a música pop possuía outro significado, e não era apenas uma classificação preguiçosa dada a artistas no mínimo medianos, mas que, infelizmente, dominam as paradas atualmente.
Paris é o melhor momento do Supertramp. Se você quer ter apenas um disco da banda, não existe escolha melhor.
Por: Cadao
1980 - PARIS
CD 1
School
Ain't Nobody But Me
The Logical Song
Bloody Well Right
Breakfast In America
You Started Laughing
Hide In Your Shell
From Now On
...::: DOWNLOAD :::...
CD 2
Dreamer
Rudy
A Soapbox Opera
Asylum
Take The Long Way Home
Fool´s Overture
Two Of Us
Crime Of The Century
...::: DOWNLOAD :::...
Discografia da Banda
senha/password: lagrimapsicodelica
CD 1
School
Ain't Nobody But Me
The Logical Song
Bloody Well Right
Breakfast In America
You Started Laughing
Hide In Your Shell
From Now On
...::: DOWNLOAD :::...
CD 2
Dreamer
Rudy
A Soapbox Opera
Asylum
Take The Long Way Home
Fool´s Overture
Two Of Us
Crime Of The Century
...::: DOWNLOAD :::...
Discografia da Banda
senha/password: lagrimapsicodelica
1970 – Supertramp: Download
1971 - Indelibly Stamped: Download
1974 - Crime Of The Century: Download
1975 – Crisis? What Crisis?: Download
1977 - Even In The Quietest Moments: Download
1979 - Breakfast in America: Download
1980 - Paris (cd 1): Download
1980 - Paris (cd 2): Download
1985 - Brother Where You Bound: Download
1987 - Classics, Vol. 9: Download
1987 - Free As A Bird: Download
1988 - Live '88: Download
1992 - The Very Best Of Supertramp: Download
1992 - The Very Best Of Supertramp 2: Download
1994 - The Autobiography Of Supertramp: Download
1997 - It Was The Best Of Times (cd 1): Download
1997 - It Was The Best Of Times (cd 2): Download
1997 - Some Things Never Change: Download
2001 - Is Everybody Listening: Download
2002 - Famous Last Words: Download
2002 - Slow Motion: Download
Assinar:
Postagens (Atom)