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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
Quem intervem nos assuntos internos de quem?
Ministro, não contente com o fechamento de 1.602 rádios apenas em 2006, indica que os responsáveis têm que ser punidos, até com reclusão
Renato Godoy de Toledo
O ministro das Comunicações Hélio Costa afirmou, nesta quarta-feira (30), que pretende recrudescer o processo de criminalização às rádios comunitários. Para ele, apenas o fechamento de 1.602 rádios só no ano passado não é o bastante, os responsáveis têm que ser punidos, até com reclusão. Para isso, o ministro pretende recorrer à Justiça.
De novo, o principal argumento para a repressão é a suposição de que o sinal dessas rádios interfere na comunicação dos aviões com as torres de comando. Um relato do ministro da Defesa Waldir Pires trouxe o debate para a grande imprensa. Segundo Pires, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), teve que interromper os pousos e decolagens em função de uma interferência provocada pela "Rádio Gospel".
O sociólogo e professor de comunicação da Universidade de Brasília (UNB), Venício de Lima, avalia que, ao invés de aumentar a repressão, o Ministério das Comunicações (Minc) deveria legalizar dezenas de rádios comunitárias que entraram com pedido e continuam engavetados no Minc há anos. "A eventual interrupção [nas conversas entre piloto e torre de comando] provocada por uma ou duas rádios não justifica a repressão às demais rádios comunitárias", afirma Venício.
"Se existem muitas rádio ilegais, o ministério deveria apressar o processo de legalização, não reprimir", conclui.
Fonte: Brasil de Fato
Além disso, 301 escolas estão com repasse da verba da autonomia atrasado e 91 estão com obras interrompidas ou não-iniciadas
Raquel Casiraghi
Um levantamento realizado pelo Cpers Sindicato mostra que faltam mais de mil professores e funcionários nas escolas públicas do Rio Grande do Sul. A entidade entregou as informações para a Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, durante audiência pública realizada nesta terça.
Ao todo, faltam 541 funcionários e 505 professores, entre 412 escolas pesquisadas. Além disso, 301 escolas estão com o repasse da verba de autonomia atrasado e 91 têm obras interrompidas ou não-iniciadas. Para a presidente do Cpers, Simone Goldschmidt, as nomeações e contratações feitas pelo governo estadual ainda são insuficientes.
"Então percebe-se claramente que o número de nomeações realizadas pela Secretaria de Educação é insuficiente e que o número de contratações também realizadas pela secretaria também é insuficiente. Então nós estamos diante de um quadro caótico nas nossas escolas", diz.
Neste ano, o governo Estado chamou 700 profissionais, entre contratações e nomeações. O levantamento também mostra que algumas turmas de estudantes não tiveram aulas de matérias específicas, como matemática, português, literatura, inglês, química e física.
Além da falta de funcionários, o Estado está com os repasses das verbas atrasados. De acordo com Simone, a atual gestão não pagou nenhum repasse mensal completo às escolas desde que assumiu. Nos meses de janeiro e fevereiro foi paga apenas metade das verbas e, nos meses de março, abril e maio, 70%. Esta última parcela foi anunciada pela secretaria de Educação na terça, juntamente com o pagamento da terceira parcela da merenda escolar.
O governo ainda reduziu em 30% os gastos das secretarias no início do ano, o que reflete em menos investimento na educação. Para Simone, a política do governo estadual é desmontar a educação pública gaúcha para, depois, municipalizá-la ou entregar à iniciativa privada.
"Nós estamos percebendo que muito claramente há uma política de desmontar a escola pública para entregar aos municípios, municipalizar o maior número possível de escolas no afã de economizar para o Estado e se desobrigar cada vez mais do que aquilo que é de social", afirma. Mais de 800 professores, diretores de escola e funcionários participaram da audiência pública realizada na Assembléia Legislativa.
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Cai-me em mãos texto de divertida leitura, assinado pela editora da Folha Online. Divertido não pelo teor da análise, mas por saber que o prestigioso jornal concede cargos de chefia a jornalistas ignorantes. Para ela, "o fiasco da Guerra do Iraque faz do presidente dos EUA uma figura não muito querida". Não é guerra, é invasão; não é presidente, é terrorista; e o que dizer do trecho "figura não muito querida" a propósito de um genocida, enquanto refere-se a Fidel Castro como ditador? Desconhece a editora que Cuba é um país parlamentarista? Desconhece a editora que as eleições de Bush foram fraudadas? Quando fala sobre a RCTV, diz que Chávez "eliminou a única rede de TV crítica a seu governo com alcance nacional". E aquela história de que o leitor da Folha compra o jornal para ser bem informado? Assim não vai. Espera-se que os editores conheçam os assuntos sobre os quais escrevem. "Rede de TV crítica" guarda enorme distância de "Rede de TV golpista", onde até os programas de culinária recomendavam o assassinato do presidente. Mas no final do artiguete fica tudo mais claro, quando a editora da Folha Online diz: "o preço vai ser pago pela população venezuelana, que além da perda da informação crítica e de oposição ao governo, perdeu o final da novela 'Mi Prima Ciela', interrompida com o fim da RCTV". Que nível...
No embalo, seu colega Josias de Souza pergunta se Chávez é "tolo ou débil mental" e afirma: "tudo leva a crer que o caso é de esquizofrenia". Josias comentava a crítica de Chávez ao "apelo" aprovado pelo Senado brasileiro para que o governo venezuelano devolvesse a concessão à RCTV. Além disso, o colunista da Folha comentou uma votação na página da Embaixada da Venezuela: "À meia-noite e meia deste sábado, o resultado revelava que a grossa maioria dos que opinaram (59,48%) consideraram o ato de Chávez 'um atentado à liberdade de expressão'. Para 27,45% dos participantes da sondagem, a decisão do presidente venezuelano foi 'um ato de soberania'. Outros 11,11% classificaram a interrupção das transmissões da RCTV como 'expressão da vontade popular'. Só 1,96% cravaram a opção 'não sabe'".
Ou em duas horas aconteceu uma reviravolta na votação, ou então Josias errou os números (como costuma acontecer quando fala sobre Reforma Agrária). Seu comentário não informa o endereço da Embaixada da Venezuela, mas eu resolvi consultar o Google e dar uma olhada nessa votação. Achei o seguinte resultado, às 2h30: 51,06% acham que foi um ato de soberania do Estado; 9,04% dizem que foi a expressão da vontade popular; 39,36% acreditam se tratar de um atentado à liberdade de expressão e 0,53% não sabem.
E assim segue a mídia golpista. Quando omitir e distorcer a realidade já não bastam, passam à mentira pura e simples ou à desqualificação pessoal. Deve ser reflexo do desespero. Vai que o povo descobre que as concessões de radiodifusão não são eternas...
Fonte: Fazendo Média
Amazônia Privatizada
Uma proposta de "parceria" para a conservação da floresta Amazônica vai ser apresentada na próxima reunião do G-8. O presidente Luís Inácio Lula da Silva vai estar presente e a proposta fecha o que foi decidido na 7º Sessão do Fórum das Nações Unidas sobre Florestas.
Tasso Azevedo, presidente do Serviço Florestal Brasileiro, defende a idéia de gestão múltipla para a "conservação" da floresta. A divisão do IBAMA, ao contrário do alegado pelo governo, reduziu a burocracia que estaria, supostamente, entravando a construção de hidrelétricas na região, atende aos interesses internacionais de privatização da Amazônia.
A Lei de Gestão de Florestas, que criou o Serviço Florestal Brasileiro, faz parte do plano que envolve o governo brasileiro, o USAID e o Banco Mundial. O projeto Iniciativa para Conservação da Bacia Amazônica, gerido pelo USAID, é o primeiro plano estratégico para Região e foi montado em abril de 2005.
Os resultados até hoje estão no documento "DESENHO, ATIVIDADES PROPOSTAS E RESULTADOS ESPERADOS", divulgado pelo USAID em janeiro deste ano.
Cinco "consórcios" envolvendo ONGs e outras instituições selecionadas pelo Departamento de Estado norte-americano foram criados para implantar a estratégia. Os cinco consórcios são liderados pela Wildlife Conservation Society e vão atuar no Sudoeste da Amazônia, Peru e Bolívia.
O Instituto Internacional de Educação do Brasil vai atuar no sul do estado do Amazonas e na parte brasileira - a maior - da floresta. The Nature Conservancy lidera nove organizações internacionais que vão buscar o "fortalecimento" das populações indígenas.
Outras organizações como a Universidade da Flórida e o International Resources Group participam do projeto que até o final deste mês deve definir as linhas gerais para os próximos anos.
O Serviço Florestal Brasileiro, criado pela Lei de Gestão Florestal, camufla a privatização e governo mútuo da Floresta Amazônica. Na prática, aceita a intervenção internacional e transforma a Amazônia brasileira numa área mundial, governada por vários países do mundo através das Nações Unidas, fachada para o USAID, agência norte-americana para o "desenvolvimento".
O documento com todos os pormenores da operação Amazônia Internacional está disponível no endereço: http://www.blogdoalon.com
O governo Lula é parceiro desse projeto.
Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.