segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

VEJA - jornalismo de esgoto...

REVISTA SEMANAL DE DESINFORMAÇÃO

por Fernando Montanha

Você já deve ter lido algo sobre o email que Jon Lee Anderson , biógrafo de Che Guevara, escreveu ao repórter da Revista Veja , a respeito da matéria publicada pela revista, assim como o modo em que o biógrafo foi descartado como fonte:

"Caro Diogo,
Fiquei intrigado quando você não me procurou após eu responder seu email. Aí me passaram sua reportagem em Veja, que foi a mais parcial análise de uma figura política contemporânea que li em muito tempo. Foi justamente este tipo de reportagem hiper editorializada, ou uma hagiografia ou – como é o seu caso – uma demonização, que me fizeram escrever a biografia de Che. Tentei por pele e osso na figura super-mitificada de Che para compreender que tipo de pessoa ele foi. O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial, coisa que evidentemente não é.
Jornalismo honesto, pelos meus critérios, envolve fontes variadas e perspectivas múltiplas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esforço de objetividade. O que você fez com Che é o equivalente a escrever sobre George W. Bush utilizando apenas o que lhe disseram Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad para sustentar seu ponto de vista.
No fim das contas, estou feliz que você não tenha me entrevistado. Eu teria falado em boa fé imaginando, equivocadamente, que você se tratava de um jornalista sério, um companheiro de profissão honesto. Ao presumir isto, eu estaria errado. Esteja à vontade para publicar esta carta em Veja, se for seu desejo.
Cordialmente,
Jon Lee Anderson"

Confesso que quando li, mesmo conhecendo o método Veja de fazer jornalismo, ainda assim duvidei da veracidade do e-mail. Porém hoje, ao garimpar a internet em busca de uma comprovação , chego ao Blog do reinaldo azevedo, no site da própria revista. Claro que o blogueiro tratou de defender o colega. Mas o que mais chamou a atenção foi a resposta que o repórter da Veja enviou ao biógrafo de Che:

Caro Anderson,

Eu fiquei me perguntando, depois de lhe enviar um e-mail pedindo (educadamente) uma entrevista, por que nunca recebi uma resposta sua. Agora sei que a mensagem deve ter-se perdido devido a algum programa antispam ou por qualquer outra questão tecnológica. Também não recebi sua “carta” – talvez pelo mesmo problema. Tudo isso não tem a menor importância agora porque você resolveu o assunto valendo-se dos meios mais baixos – um e-mail circular. O que lhe fez pensar que tinha o direito de tornar pública nossa correspondência, incluindo a mensagem em que eu (educadamente) pedia uma entrevista? Isso, caro Anderson, é antiético. Vindo de alguém que se diz um jornalista, é surpreendente. Você pode não gostar da reportagem que escrevi; ela pode ser boa ou ruim, bem-escrita ou não, editorializada ou não – mas não foi feita com os métodos antiéticos que você usa. Eu respeito a relação entre jornalistas e fontes. Você não. E mais: parece-me agora que você é daquele tipo de jornalista que tem medo de fazer uma ligação telefônica (assim são os maus jornalistas), já que tem meu cartão de visita e conhece meu número de telefone. Se você tinha algo a dizer sobre a reportagem — e já que sua mensagem não estava chegando a seu destino — poderia ter me ligado.Eu não sei que tipo de imagem de si mesmo você quer criar (ou proteger) negando os fatos que o seu próprio livro mostra, mas está claro agora que é a de alguém sem ética. Você pode ficar certo de que não aparecerá mais nas páginas desta revista.
Sem mais,
Diogo Schelp

Note quantas contradições e indícios de que o repórter realmente tem algo a esconder.

- Ele acusa Anderson de não ter o trabalho de lhe telefonar, usando este argumento para, inclusive, chamá-lo de mau jornalista. (Ué, mas neste caso, quem era o repórter era o Diogo. Porque este também não telefonou quando quis fazer a matéria?)

- Ele também alega que a resposta do Anderson não chegou, por causa de anti-spam (que desculpa mais esfarrapada, hem?)

Por fim, faz uma ameaça: aqui na minha revista o senhor não aparece mais, viu?

Será que voce teria como entrevistar este Sr. Anderson e saber mais sobre o assunto?

Publicado originalmente em 14 de novembro de 2007

Na tradução de Pedro Dória, a tréplica do escritor:


"Prezado Diogo Schelp:

Agradeço pela sua 'gentil' resposta. (Soube que você é de fato uma pessoa muito 'gentileza'; você mesmo o disse duas vezes em suas mensagens.) Só agora percebo, o mal-entendido entre nós nasceu exclusivamente por conta de meu caráter profundamente falho.

Eu jamais deveria ter presumido que você recebera meu email inicial em resposta ao seu ou minha segunda mensagem a respeito de sua reportagem, muito menos deveria ter considerado que você pudesse ter decidido ignorá-los. É evidente que você tem um sistema de bloqueio de spams muito rigoroso.

Uma dica técnica: talvez devesse configurar seus sistema como 'moderado' e não 'extremo'. Se o fizer, talvez comece a receber seus emails sem quaisquer problemas. Lembre-se, Diogo: moderado, não 'extremo'. Esta é a chave. Você me acusa de ser antiético, um 'mau jornalista'. Questiona até se posso ser chamado de jornalista. Nossa, você TEM raiva, não tem?

Enquanto tento parar as gargalhadas, me permita dizer que, vindo de você, é elogio. Permita, também, recapitular por um momento a metodologia utilizada por você para distorcer as informações que o público de Veja recebeu: Você publicou na capa e na reportagem uma grande quantidade de fotografias de Che, aproveitando-se assim da popularidade da imagem de Guevara para vender mais cópias de sua revista.

Para preencher seu texto, você pinçou uma certa quantidade de referências previamente escritas sobre ele – incluindo a minha – para sustentar sua tese particular, qual seja, a de que o heroismo de Che não passa de uma construção marxista, como sugere seu título: 'Che, a farsa do herói'. Para chegar a uma conclusão assim arrasa-quarteirão, você também entrevistou, pelas minhas contas, sete pessoas. Uma delas era um antigo oponente de Che dos tempos da Bolívia.

As outras seis, exilados cubanos anti-castristas, incluindo ex-prisioneiros políticos e veteranos de várias campanhas paramilitares para derrubar Fidel. (Um destes, o professor Jaime Suchlicki, você não informou a seus leitores, é pago pelo governo dos EUA para dirigir o assim chamado Projeto de Transição Cubana.) Percebi também que você prestou particular atenção no testemunho de Felix Rodriguez, ex-agente da CIA responsável pela operação que culminou na execução de Che.

O fato de que você o destaca quer dizer que você o considera sua melhor testemunha? Ou terá sido porque ele foi o único que algum repórter realmente entrevistou pessoalmente? Os outros, parece, Veja só falou com eles por telefone. Mas como são rigorosos os critérios de reportagem de Veja! Como disse em minha 'carta aberta' a você, escrever uma reportagem deste tipo usando este tipo de fonte é o equivalente a escrever um perfil de George W. Bush citando Mahmoud Ahmadinejad e Hugo Chávez.

Em outras palavras, não é algo que deva ser levado a sério. É um exercício curioso, dá para fazer piada, mas NÃO é jornalismo. Dizer a seus leitores, como você diz na abertura da reportagem, que 'Veja conversou com historiadores, biógrafos, ex-companheiros de Che no governo cubano' passa a impressão de que você de fato fez o dever de casa, que estava oferecendo aos leitores um trabalho jornalístico bem apurado, que apresentaria algo novo.

Infelizmente, a maior parte do que você escreveu é mera propaganda, um requentado de coisas que vêm sendo ditas e reditas, sem muitas provas, pela turma de oposição a Fidel em Miami nos últimos quarenta e tantos anos. Minha questão não é política. Escrevi um livro, como você mesmo disse, que é 'a mais completa biografia' de Che.

Há muito lá que pode ser utilizado para criticar Che, mas também há muitos aspectos a respeito de sua vida e personalidade que muitos consideram admiráveis. Em outras palavras, é um retrato por inteiro. Como sempre disse, escrevi a biografia para servir de antídoto aos inúmeros exercícios de propaganda que soterraram o verdadeiro Che numa pilha de hagiografias e demonizaçoes, caso de seu texto. Não cometa o erro de me acusar de defender Che porque critico você. Serei claro: a questão aqui não é Che, é a qualidade do seu jornalismo.

Sua reportagem, no fim das contas, é simplesmente ruim e me choca vê-la nas páginas de uma revista louvável como Veja. Seus leitores merecem mais do que isso e, se aparecerei ou não novamente nas páginas da revista enquanto você estiver por aí, não me preocupa. O que PREOCUPA é que, com tantos jornalistas brilhantes como há no Brasil, foi a você que Veja escolheu para ser 'editor de internacional'.

Cordialmente,
Jon Lee Anderson."

Jornal Oriente Médio Vivo - edição 91

Olá a todos!

Está publicada a Edição nº 91 do jornal Oriente Médio Vivo.

Você pode baixar a mais nova edição, assim como todas as anteriores, no nosso website, no endereço:
http://www.orientemediovivo.com.br

Para um link direto de download da Edição nº 91, clique no seguinte endereço:
http://orientemediovivo.com.br/pdfs/edicao_91.pdf

Nesta nova edição, as manchetes são:
- Uma nova iniciativa de paz
- Iraque: a sombra das eleições dos EUA
- Resistência Iraquiana - eventos da semana

Além disso, é claro, a continuação da História dos Conflitos (Parte 91), tratando do atentado terrorista israelense que matou Alex Odeh, em 1985.

Aproveitando esse momento, gostaria de convidá-los para o Fórum de Discussão do Oriente Médio Vivo, no endereço abaixo:
http://www.orientemediovivo.com.br/forum

Agradecemos desde já pelo interesse e atenção.

Para qualquer outra informação, sugestão, crítica ou comentários, não hesite em entrar em contato conosco, através do e-mail:
contato@orientemediovivo.com.br

Mais uma vez, obrigado.

Cordialmente,
Humam al-Hamzah
Oriente Médio Vivo
http://www.orientemediovivo.com.br

domingo, 24 de fevereiro de 2008

O pega Nassif (com dois “s”) e Veja

Laerte Braga


O alcance da artilharia pesada e real de Luís Nassif vai além de VEJA e as trapaças da revista nas mentiras do mundo segundo os interesses das classes dominantes. Vai mais adiante ao mostrar o caráter da grande mídia e o pântano onde se afunda e se chafurda o jornalismo brasileiro na versão glamourosa que por quatro mil, no máximo seis, se pode ter uma bunda igual a das “cariocas”.

Houve e continuam acontecendo protestos de baianas e gaúchas indignadas com o festival de besteiras (ressurreto) que tenta a todo custo transformar o ser em objeto e fazer do País um imenso campo de concentração povoado por um monte de pastas e mesas de sinuca das grandes tacadas pornográficas, que nada têm a ver com Paris Hilton, mas com as cores vivas do JORNAL NACIONAL.

E as pastas, lógico. Negócio de Mitre/matrizes (de bandalheiras).

Dois “s” são diferentes de um “c”.

Enquanto um Daniel Dantas faz miraculosas operações para lesar e ludibriar um País, Luciano Hulk enrola com um negócio de lata velha virar carro novo (processo nº 2007.000972-9, movido por João Marcelo Vieira contra a GLOBO por fraude. O processo corre em juizado de primeira instância e está disponível no site do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro).

Máquina de alienação. Escondem o principal, o que conta e ainda fraudam no detalhe o que é usado para “distrair” incautos em contos de fada com cheiro de pastas podres.

Luís Nassif coloca a revista VEJA e toda a chamada grande mídia numa berlinda sem tamanho. Todas as inverdades estão lá, no seu blog, relatadas ipsis literis, sem faltar uma única vírgula e indesmentíveis.

O que os jornalistas apontados como responsáveis e a direção da empresa vai fazer? O de sempre. Mentir, reagir com a falsa indignação do moralismo udenista ainda vivo e presente no tucanato (forma de ser). Não importa que no governo José Serra tenham sido gastos mais de cem milhões de reais em cartões corporativos e que desse total 44% tenha sido em saques em dinheiro vivo.

Importa apossar-se dos grandes “negócios”, transformar a comunicação, a mídia em instrumento dos “grandes negocistas” e afastar o que quer que possa representar risco ou perigo para esse baú de grandes tacadas.

Tudo em madeira nobre. É a cara dessa gente.

A arrecadação das companhias telefônicas com uma só terça-feira, dia de eliminação no BBB-8 chega a oito milhões de reais e, com certeza, a GLOBO tem parte no negócio. E que parte.

O jornalismo brasileiro tem momentos épicos. Jornalistas que independente do que pensam ou deixam de pensar, refletem a ética jornalística da verdade. Tem a ética da mentira. VEJA. Está nua.

É provável que o “aeroporto” onde pousam as “matérias jornalísticas” das grandes negociatas não tenha ranhuras. Os acordos intramuros, os favores, as trocas, as gentilezas sempre com recibos de depósitos bancários ou cash, a participação das agências que “publicitam” as verdades sem alternativas, forçadas, montadas em laboratórios do real poder, tudo isso está posto a nu pelo jornalista Luís Nassif.

Rasgo de coragem, rasgo de decência. Há momentos em que o estômago embrulha e é preciso colocar para fora tudo aquilo que não pode ser digerido. Uns colocam. Outros não, tomam as pílulas mágicas da prostituição midiática.

Paulo Henrique Amorim adverte para os reais propósitos do que chama adequadamente de PIG (Partido da Imprensa Golpista). GLOBO, FOLHA, VEJA, etc. Não admitem o que quer que seja que possa significar mudança no modelo escravagista imposto ao brasileiro. Querem a cabeça de Lula, pois se o pobre começa a comer e a aprender a ler, se o desemprego diminui e a produção industrial cresce, somem as trapaças e fraudes à medida que trapaceiros e fraudadores começam a perder a eleição.

Aquele negócio de cesta básica e dez reais no dia da eleição (Inocêncio Oliveira) perde sentido. O grande coronel é substituído pela consciência que o sujeito passa a ter de si e a capacidade de enxergar o outro num processo que leva de roldão essa forma estúpida de ser.

Vão viver de que?

Aí você enxerga a roseira e seu real sentido, percebe as constelações no infinito, entende o sentido de ser pelos próprios passos. Enxerga o caminhar lado a lado, some o vazio, é como se uma nova lei da gravidade desse ao corpo condições de movimentos em que a bola vira taco.

A essência desse trem todo que vem embrulhado para presente está destampada e o cheiro não é suportável.

VEJA teve sua verdadeira face e seus verdadeiros objetivos revelados e explicitados numa impressionante demonstração seja de coragem, seja de jornalismo respaldado em fatos e realidades.

O desafio hoje é o da comunicação. Em todos os sentidos. E como diz Caia Fitippaldi, o que existem são “des jornais”, “des revistas”, apenas um intrincado e complicado aparelho de mentiras e objetivos sujos.

A preocupação de VEJA não é desmentir o jornalista Luís Nassif, pois não há o que desmentir. Como se diz, contra fatos não existem argumentos. É encontrar meios de desqualificar e rotular Nassif, para que suas denúncias não encontrem eco e não produzam os efeitos que já se fazem sentir.

E embora disfarcem e tentem olhar para o outro lado, é a preocupação de todos os chamados grandes, pois a chuva de verdades e revelações de Nassif respinga em todo o “complexo” mafioso.

Vão tentar transformar Nassif numa das vagabundas de Boninho e enchê-lo de ovos podres, já que se acreditam juízes e senhores do mundo.

Mas, desta vez vai ser difícil. As denúncias feitas pelo jornalista não têm um pingo faltando nem nos “is” e nem nos “jotas”.

De uma certa forma é a perspectiva de renascimento de um jornalismo que exclua o monopólio das grandes “famílias” e viva em função dos interesses DASLU/FIESP que buscam comandar o Brasil na sonegação. Não só de impostos. Mas de tudo.

A espingarda de Nassif mirou na podridão de VEJA e acertou no resto todo, em múltiplos canos e precisos disparos. Rasgou o pano de muitas mesas de sinuca.

Um dos papéis da chamada “blog/esfera” é mostrar agora a força da realidade real impondo-se à realidade irreal na ordem invertida ao sabor dos “negócios”.

Uma joalheria de Tóquio, no Japão, exibiu um vestido decorado com 325 moedas de ouro, cujo modelo está avaliado em mais de US$ 267 mil. A loja tenta alavancar as vendas de peças em ouro e mostrou também dois coletes masculinos no mesmo estilo.

Quem quiser contribuir para a decoração natalina profissional é só jogar uma moeda na pasta. Está sempre aberta e um sorriso cínico de bem vinda vai dizer obrigado. É fevereiro, mas antes tem o coelhinho da páscoa.


> Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.

Sonny Clark Trio - Sonny Clark Trio (1957)

http://i31.tinypic.com/f2omr4.jpg


Sonny Clark Trio - Sonny Clark Trio (1957)
Uploader: redbhiku

Personagens:
Sonny Clark (piano);
Paul Chambers (bass);
Philly Joe Jones (drums)

Gravado em Van Gelder Studios, Hackensack, New Jersey em 13 de outubro de 1957.

Músicas:
1. Be-Bop
2. I Didn't Know
3. Two Bass Hit
4. Tadd's Delight
5. Softly As In A Morning Sunrise
6. I'll Remember April
7. I Didn't Know What Time It Was (Alternate Take)
8. Two Bass Hit (Alternate Take)
9. Tadd's Delight (Alternate Take)

Downloads abaixo:

Part 1
Part 2

Sebastião Tapajós - Sebastião Tapajós Interpreta Radamés Gnatalli & Guerra-Peixe (1998)




download





Os candidatos à Casa Branca e a política internacional América Latina



Escrito por Luiz Eça

Somente nos últimos anos do seu governo o presidente Bush se deu conta de que estava ignorando a América Latina. Emendou-se editando um pacote de benesses modestas, o que foi perfeitamente explicável pela preferência em investir no front do Oriente Médio, onde as coisas estão pra lá de pretas. E, é claro, pela situação pré-falimentar em que se encontram os Estados Unidos.

O principal objetivo da Casa Branca na América Latina no período Bush era a criação da ALCA, acordo de livre comércio entre as nações do continente, de olho no aumento das exportações de produtos americanos. Com a ALCA rejeitada pelos líderes do Mercosul, Bush partiu para seu plano B, a negociação de acordos bilaterais de livre comércio com cada país da região.

Sua política externa previa também apoiar os governos "amigos", ou seja, que seguissem o FMI e o Banco Mundial. Como se sabe, o fracasso dos dogmas dessas instituições trouxe a vitória de grupos de esquerda na maioria dos países da América do Sul. Alguns deles mais pragmáticos, casos do Chile, Brasil e Uruguai, se acomodaram e deixaram de ser problema para Washington. Mas houve rebeldes que perturbaram os interesses yankees, e muito, adotando políticas capitalistas não-ortodoxas (Kirchner) ou socializantes (Chávez, Evo Morales e Rafael Correa). Em ambas as situações, multinacionais de origem americana se viram prejudicadas com o cancelamento de acordos leoninos, desapropriações, perda do controle de setores-chave, redução de dívidas, regulamentações severas etc.

Fora um momento em que agiu de acordo com os padrões históricos da política externa americana – quando apoiou um golpe de Estado na Venezuela –, Bush comportou-se até educadamente. Seus porta-vozes não deixaram de criticar a rebeldia das "plantas daninhas" do quintal dos Estados Unidos. Seu governo pressionou, diretamente e através do Banco Mundial e do FMI, com ameaças e mesmo efetivos cortes de verbas. Mas não foi muito além disso.

O próprio Chávez não recebeu ataques da Casa Branca tão violentos quanto os que ele vem brindando a Bush. A demonização do líder bolivariano ficou por conta da imprensa americana. Bush preferiu adotar uma estratégia indireta, concentrando seu poder de fogo no apoio total ao presidente colombiano Uribe, o grande rival de Chávez, a quem chegou a conceder 4,1 bilhões de dólares num ‘plano Colômbia", de aplicação altamente questionável. Tudo para fazer de Uribe um contrapeso às ações do presidente da Venezuela no continente. Sim, porque Chávez não se limita a desapropriar multinacionais americanas, cortar privilégios e acusar Bush de um sem número de felonias.

Ele representa uma ameaça diplomática séria. Brandindo a arma do petróleo, que oferece de graça ou quase isso, Chávez trouxe alento à embargada economia cubana e ganhou o apoio de dois países da América Central (Nicarágua e República Dominicana), aos quais fez generosas doações. Com seus petrodólares, comprou bônus do governo argentino, financiou programas bolivianos e promoveu projetos de desenvolvimento no Equador, reforçando os laços com esses países.

Considerando esse quadro, será que teremos mudanças com o sucessor de Bush? Não se for John McCain, o cavaleiro andante do império, que promete acabar com as torturas e com Guantánamo, mas continua a favor da hegemonia universal. O mesmo não se pode dizer com referência aos dois candidatos democratas. Seu partido dispõe de uma forte base sindical que, diferente do que acontece no Brasil, influi no governo e não é influenciado por ele. Esse pessoal é contrário a acordos de livre comércio, à sombra dos quais empresas americanas mudam-se para países onde os salários são baixos, exportando empregos em vez de criá-los nos Estados Unidos. Tanto Obama quanto a senhora Clinton já criticaram o NAFTA (acordo de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México), afirmando que deve ser revisto por apresentar "sérias falhas".

Quanto aos tratados bilaterais com países da América do Sul, por enquanto, foi celebrado apenas com o Peru, do ex-socialista Alan Garcia. Aquele que Bush mais desejava, que contemplaria a Colômbia, do fidelíssimo Uribe, ainda não foi aprovado pelo senado americano, embora assinado pelos dois presidentes em novembro de 2006.

Para fazer lobby, Uribe já foi a Washington duas vezes e Condy Rice trouxe dez congressistas democratas à Colômbia. Tudo em vão. Os senadores do Partido Democrata persistem rejeitando, alegando ligações do governo colombiano com paramilitares, assassinatos de líderes sindicais, leis sociais deficientes e perseguições a movimentos de direitos humanos.

No ano passado, Obama e mais 10 senadores do partido enviaram a Uribe uma carta em termos fortes, condenado-o por suas declarações contra oponentes sindicalistas e defensores dos direitos humanos. Posteriormente, Hillary associou-se à manifestação dos seus colegas.

Não é temerário concluir que, tanto Obama quanto Hillary, sendo governo, pouco se interessarão em promover acordos bilaterais de livre comércio com a Colômbia ou com outro país qualquer.

Outra mudança esperada da parte de uma eventual presidência democrata na política latino-americana deverá ser maior flexibilidade no relacionamento com Cuba. Os dois candidatos já falaram em abrandar o rigor das restrições às viagens e ao envio de dinheiro. Provavelmente, haverá maior boa vontade com os cubanos, especialmente da parte de Obama, que já falou em realizar "encontros incondicionais com Fidel Castro" para discutir os contenciosos, coisa que Hillary, até agora, tem repudiado.

Mas as eventuais mudanças vão ficar por aí. Todos os candidatos, seja qualquer dos democratas, seja o republicano (omitimos Huckabee por estar fora do páreo), continuarão defendendo os interesses das multinacionais, protestando contra socializações e intervenções estatais na economia, censurando Chávez e pondo o FMI e o Banco Mundial em ação para pressionar os governos rebeldes.

Não confundamos as coisas: um novo Jimmy Carter ainda está para nascer.

Luiz Eça é jornalista.

GRAU DE INVESTIMENTO: QUEM DÁ NOTA PARA AS EMPRESAS QUE NOS DÃO NOTA?

Blog do Azenha

SÃO PAULO - Ah, mas para o Brasil obter "grau de investimento" ainda falta... Você já ouviu isso no Bom Dia Brasil ou na CBN? É um mantra repetido sem contexto e sem explicação, como se moedas de ouro fossem chover do céu quando três empresas americanas decidirem que não é arriscado investir no Brasil.

Essas empresas - a Standard & Poor's, a Moody's e a Fitch - são uma espécie de SERASA de Wall Street. São agências de classificação. Avaliam empresas e países. E ganham fortunas com seus relatórios. Pergunto: quem é que dá nota para as empresas que dão nota?

Hoje a Standard dá BB+ ao Brasil, com viés de alta. A Moody's dá Ba1, estável. E a Fitch dá BB estável.

Isso significa: "Risco aceitável. Segurança financeira questionável, grandes incertezas, exposição a condições políticas e econômicas adversas, levando à capacidade inadequada de cumprir compromissos financeiros."

Para obter o chamado "grau de investimento" o Brasil precisa voltar da escola com um BBB na cadernetinha.

É óbvio que milhares de empresários de todo o mundo não estão nem aí para a nota. Continuam investindo no Brasil, independentemente do que dizem as três professorinhas de Wall Street.

Vou contar um segredinho a vocês: elas não estão com essa bola toda.

Existem críticas de cunho político. Sugerem, por exemplo, que as agências de classificação de crédito assumiram o papel do Fundo Monetário Internacional sem o poder deste. Quem não seguir as fórmulas ortodoxas de Wall Street dança.

Mas também há outras críticas. Sobre tráfico de influência e incompetência pura e simples.

De acordo com o New York Times, dias antes de quebrar a empresa americana Enron estava na mira de outra companhia, a Dynegy. "Executivos das grandes empresas de investimento que poderiam lucrar com o negócio pressionaram a Moody's para manter o grau de investimento da Enron, ainda que as ações da empresa tivessem caído a níveis que indicavam que a dívida dela era altamente arriscada", escreveu o jornal.

Poucos dias antes de falir a Enron era um investimento altamente recomendado pelas agências. De uma hora para a outra, a Moody's derrubou a classificação da Enron em 5 níveis, a Standard & Poor's em 6 e a Fitch em 10. Ou seja, foram "pegas de surpresa" pelo colapso da companhia. Ué, então qual é o sentido de seguir as recomendações?

Um caso mais recente envolve o Credit Suisse. Em 12 de dezembro de 2000 o banco ofereceu papéis no mercado garantindo retorno anual de até 10%. As três agências de classificação deram aos papéis a nota máxima, AAA ou Aaa. No final de 2006 as perdas com o papelório do Credit Suisse já tinha atingido cerca de U$ 125 milhões.

Ou seja, quem se baseou nas notas das três empresas de Nova York, que juntas controlam 95% do mercado mundial de classificação, se deu muito mal.

Os investidores deveriam ter levado a sério a nota que acompanha os relatórios da S&P, por exemplo: "Any user of the information contained herein should not rely on any credit rating or other opinion contained herein in making any investment decision." Ou seja, qualquer usuário da informação contida aqui não deve se basear nela ou na classificação de crédito ou em qualquer opinião contida aqui ao tomar uma decisão de investimento."

Pergunto: se nem eles mesmos se levam a sério, você deveria levá-los?

sábado, 23 de fevereiro de 2008

SONHO IMPOSSÍVEL

Chico Buarque

"Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã, se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão.

Desejo e Reparação DVDrip - Legendado - RMVB - 2008





Tamanho:
387MB
Resolução:
608 x 336
Frame Rate:
23Fps
Formato:
DvDrip-ReVoLT
Qualidade de Audio:
10
Qualidade de Vídeo:
10
Codec do Vídeo:
XviD
Codec do Áudio:
Mp3
Idioma:
Inglês
Créditos: muambeiros.net

Dowloads abaixo:
Parte 01
Parte 02
Parte 03
Parte 04
Parte 05

Os Melhores Choros de Todos Os Tempos (1980)




download





sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

EUA e UE apóiam políticos ligados ao crime organizado

por jpereira

Contribuidores: Michel Chossudovsky*

A ONU não só violou o direito internacional ao construiu o cenário para um governo do Kosovo “independente”, como também no governo membros de um sindicato do crime

A ONU não só violou o direito internacional ao construiu o cenário para um governo do Kosovo “independente”, como também no governo membros de um sindicato do crime


Michel Chossudovsky*


Os Estados Unidos, a União Européia e as Nações Unidas (ONU) estão apoiando um governo no Kosovo encabeçado por um reconhecido criminoso, o primeiro-ministro Hashim Thaci. Esse cargo foi criado pelo governo provisório aprovado pela Missão Interina de Administração das Nações Unidas em Kosovo (UNMIK, na sigla em inglês).

Sob mandato da ONU, o objetivo do governo provisório era “providenciar” um “auto-governo democrático provisório” até uma decisão sobre o estatuto político do Kosovo. Isso quer dizer que as Nações Unidas não só construíram o cenário para um governo do Kosovo “independente”, em violação do direito internacional, como colocaram um governo constituído por membros de um sindicato do crime. Os três primeiros-ministros do Kosovo, Ramush Haradinaj, Agim Ceku e Hashim Thaci são criminosos de guerra.

O Partido Democrático do Kosovo encabeçado pelo ex-comandante do KLA Hashim Thaci é essencialmente um desdobramento do antigo Exército de Libertação do Kosovo. O apoio encoberto dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ao KLA vem desde meados da década de 90. No ano anterior ao bombardeamento de 1999 da Iugoslávia, o KLA era claramente apoiado pela administração Clinton.

O líder do KLA Hashim Thaci foi um protegido de Madeleine Albright. Foi escolhido por Albright para cumprir um papel determinante pró Washington nas negociações de Rambouillet em 1998. As ligações do KLA com o crime organizado estão documentadas pela Interpol e o Congresso dos EUA. O Washington Times, num artigo publicado em maio de 1999, descreve assim o KLA e suas ligações à administração Clinton:

“Alguns membros do Exército de Libertação do Kosovo [liderados pelo atual primeiro-ministro do Kosovo, Hashim Thaci] financiaram os custos da guerra através da venda de heroína e foram treinados em campos dirigidos pelo fugitivo internacional Osama bin Laden – procurado pelos bombardeamentos em 1998 de duas embaixadas estadunidenses na África, responsáveis pela morte de 224 pessoas, dos quais 12 eram americanos.

Os membros do KLA, protegidos pela administração Clinton durante os 41 dias da campanha de bombardeamento da Otan para forçar a Iugoslávia do presidente Slobodan Milosevic a sentar-se à mesa de negociações, foram treinados em campos secretos no Afeganistão, na Bosnia e em outros locais desconhecidos, de acordo com recentes relatórios dos serviços de inteligência.

Os relatórios mostram igualmente que houve terroristas islâmicos que se alistaram ao KLA – membros de Mujahidin – como soldados no seu conflito em curso contra a Sérvia, e que muitos já haviam sido contrabandeados para o Kosovo e juntaram-se ao combate.

Os relatórios de inteligência documentam o que é descrito como uma "ligação" entre Bin Laden, o milionário saudita fugitivo, e o KLA – incluindo na zona de Tropoje, Albânia, um centro para terroristas islâmicos. Os relatórios dizem que a organização de Bin Laden, conhecida como al-Qaeda, treinou como apoiou financeiramente o KLA. (Washington Times, 04/Maio/1999)”

O Christian Science Monitor, em agosto de 2000, descreve a rede criminosa controlada por Thaci:

“Um policial da ONU suspeita que grande parte da violência e intimidação veio de antigos membros do KLA, especialmente dos aliados de Hashim Thaci, o antigo líder do KLA e chefe do Partido Democrático do Kosovo, um dos braços políticos do KLA.

Num incidente recente na aldeia natal do sr. Thaci, a loja de um ativista do LDK foi alvejada com rajadas de armas automáticas – o segundo ataque desde novembro.

Potencialmente, o partido de Thaci tem muito a perder nas eleições, que são apenas municipais. Depois de as forças sérvias terem retirado no ano passado, o KLA ocupou sedes de municípios e de instituições públicas por todo o Kosovo, e criou o seu próprio governo provincial.

Embora a ONU tenha vindo a afirmar sua autoridade e colocado representantes de outros partidos políticos em governos locais, em cidades como Srbica, ex-membros do KLA filiados no partido de Thaci ainda exercem um virtual controle completo.

"Estes sujeitos não estão em vias de abandonar o poder facilmente", diz Dardan Gashi, analista político junto ao International Crisis Group, uma organização de investigação com sede nos EUA e com um gabinete em Pristina.

A polícia da ONU também suspeita que o crime organizado está envolvido em parte da violência. Ela diz que grupos criminosos dedicados à extorsão, contrabando e prostituição confiam nos laços estreitos que têm com algumas pessoas no poder. A perspectiva de perder estas conexões – e o rendimento que elas geram – podem torná-los mal dispostos em relação ao LDK.

Responsáveis dizem que o problema é pior na região Drenica do Kosovo, a área central do KLA e a fortaleza do partido de Thaci. Srbica, onde Koci é o presidente local do LDK, é uma das cidades principais em Drenica. (Christian Science Monitor)


Fundação Heritage: Apoia o KLA-KDP, apesar das suas ligações ao mundo do crime


Num relatório de Maio de 1999, a Fundação Heritage reconheceu que o KLA é uma organização criminosa. No entanto, pediu à administração Clinton apoio ao KLA.

Os EUA deveriam reforçar capacidade militar do KLA contra o regime brutal de Milosevic, apesar das estranhas raízes ideológicas do KLA e das suas claras ligações ao crime organizado?... O KLA não representa todos os grupos que buscam um fim às campanhas brutais de Milosevic, mas sabe-se que cometeu muitas atrocidades e é a força mais significativa de resistência à agressão jugoslava no Kosovo. Além disso, a escala e o âmbito dos seus crimes foi subestimada pela sistemática campanha de terror desencadeada pelos militares, paramilitares e forças policiais jugoslavas no do Kosovo, às quais Washington se tem firmemente oposto desde a guerra de 1999. (Relatório da Fundação Heritage, 13/Maio/1999)

O afastamento agora do KLA privaria os Estados Unidos das vantagens de cooperar com uma força de resistência que é capaz de apoiar as pressões sobre Milosevic para negociar. (Ibid)

A Fundação Heritage apóia o Partido Democrático do Kosovo (KDP), integrado por antigos membros do KLA.

O KDP manteve as suas ligações ao crime organizado. De uma forma geral, esta é a posição da “comunidade internacional” sobre o Kosovo. Recentemente, a Fundação Heritage, que tem um papel importante nos bastidores que definem a política externa estadunidense, tem pressionado pela “independência” do Kosovo.


Hashim Thaci


Alberto Tosca y Septeto Turquino - Amor a Santiago @ 320

http://aycu15.webshots.com/image/45294/2000716412579565066_rs.jpg


Alberto Tosca y Septeto Turquino - Amor a Santiago @ 320
01. Yemaya
02. Y a Tu Ves
03. A Santiago
04. Cubanidad
05. La Cazuela
06. Lo Aprendi
07. Me Guiare Por Ti
08. Sembrando Para Ti
09. Trovada Matamorina
10. Transmitiendo
11. Abre ese Jazmin

Downloads abaixo:

http://rapidshare.com/files/93046749/albertoscamorsantiago.part1.rar
http://rapidshare.com/files/93046812/albertoscamorsantiago.part2.rar

Globo e Folha de S.Paulo, tudo a ver

Blog do Bourdourkan

Essas duas organizações empresariais insistem:

A globo em denominar de terrorista o Hizbullah, partido político do Líbano.
A Folha de S. Paulo em denominar de ditador o presidente de Cuba Fidel Castro.
E as duas organizações em denominar de presidente o delinqüente Bush.

O Hizbullah defendeu o Líbano durante a invasão israelense.
A Globo entende que patriotismo é sinônimo de terrorismo.

Fidel acabou com a miséria e os parasitas que exploravam o semelhante.
A FSP entende que dar alimento, educação, moradia e saúde à população é um ato ditatorial.

Bush invadiu, ocupou e destruiu dois países soberanos.
Bush assassinou mais de um milhão de seres humanos.
Globo e FSP entendem que quem invade dois países soberanos e assassina mais de um milhão de seres humanos deve ser tratado com presidente.

GUERRA CONTRA O TERRORISMO DE BUSH POUPA EX-AGENTE DA CIA

CUBANA.jpg

Blog do Azenha

WASHINGTON - No início do ano passado fui conhecer Cuba com minhas filhotas. Em nossas andanças fotografei este outdoor exigindo Justiça e lembrando o trigésimo aniversário de um atentado terrorista. Eu sabia muito pouco a respeito do episódio. Comprei um livro local relatando o caso. E fiz uma pesquisa mais extensa em São Paulo e Washington. O caso foi convenientemente "esquecido" pela mídia.

O vôo 455, da Cubana de Aviación, decolou de Barbados, no Caribe, a caminho de Havana, no dia 6 de outubro de 1976. Houve uma explosão na cabine de passageiros. O avião caiu. Foram 57 civis cubanos, 11 guianenses e 5 norte coreanos mortos. O vôo havia feito várias escalas anteriores. Em Barbados desembarcaram Freddy Lugo e Hernán Ricardo Lozano, que usou o nome falso de José Vázquez Garcia. A bordo, eles deixaram a bomba que detonou o avião. O atentado foi organizado em Caracas por um grupo que combatia o governo de Fidel Castro e tinha ligações tanto com a CIA quanto com o DISIP, o serviço de inteligência da Venezuela.

Na época, George Bush pai era diretor da Central de Inteligência Americana. Em maio de 2005 o Arquivo de Segurança Nacional da Universidade de George Washington publicou documentos oficiais do governo americano demonstrando que a CIA sabia dos planos para derrubar um avião desde junho de 1976.

800px_Cubana_flight_455_document.jpg

Este é um dos documentos que estão no Arquivo. Um relatório do FBI que diz: "No dia 7 de outubro, 1976, diante da prisão de Vazquez e Lugo em Trinidad, CENSURADO estava arranjando para que Luis Posada e Orlando Bosch Avila deixassem a Venezuela assim que possível. A fonte admitiu que Posada e Bosch tinham organizado a derrubada do avião e prometeu mais detalhes no dia 8 de outubro de 1976."

Outro documento mostra que o adido do FBI na embaixada dos Estados Unidos em Caracas "tinha tido vários contatos com um dos venezuelanos que colocaram a bomba no avião e deu a ele um visto para entrar nos Estados Unidos cinco dias antes do atentado, apesar da suspeita de que ele estava engajado em atividades terroristas sob o comando de Luis Posada Carriles", de acordo com texto publicado na página do Arquivo de Segurança Nacional.

Outro documento, do Escritório de Inteligência e Pesquisa do Departamento de Estado informa que uma fonte da CIA tinha ouvido de Posada em setembro de 1976: "Vamos atacar um avião cubano".

Nos documentos obtidos pelo Arquivo não há qualquer indício de que a CIA tenha avisado o governo de Fidel Castro sobre os planos para derrubar um avião civil.

Luis Posada Carriles merece um capítulo à parte neste caso. Ele fez parte da Brigada 2506, organizada pela CIA para invadir Cuba em fevereiro de 1961. Mas não chegou a desembarcar na ilha durante a fracassada operação.

Carriles serviu ao exército americano de 1963 a 1965. Foi recrutado e treinado pela CIA em demolições. Foi instrutor de grupos paramilitares. Foi desligado formalmente da agência em julho de 1967, mas recontratado quatro meses depois, quando servia à DISIP, o serviço de inteligência da Venezuela. Carriles continuou na CIA até 1974, quando se afastou. Mas manteve contatos com a agência até pelo menos julho de 1976, três meses antes do atentado ao avião da Cubana de Aviación. Tudo isso está documentado.

Nos anos 60, Posada participou de um plano para sabotar um navio soviético ou cubano no porto de Veracruz, no México, para o qual contaria com cerca de 35 quilos de explosivos C-4 e detonadores. Também teria participado de um ataque a uma biblioteca soviética na Cidade do México. Foi um dos conspiradores para derrubar o governo da Guatemala, armado com napalm, 25 quilos de explosivos C-4 e 10 quilos de explosivos C-3.

Mas a derrubada do avião foi o "ponto alto" da carreira de Posada Carriles, que trabalhava com Orlando Bosch, criador da Coordenação Unida de Organizações Revolucionárias (CORU). A CORU se dedicava a promover ataques a interesses cubanos e soviéticos na América Latina, em coordenação com outros órgãos oficiais de espionagem, no que ficou conhecido como Operação Condor.

Os planos para atacar o avião foram feitos em reuniões no Hotel Hilton de Caracas. O chefe do DISIP na época, Orlando Garcia Vazquez, hoje vive nos Estados Unidos. O serviço de inteligência da Venezuela prestou serviços à CIA em várias missões na América Central e no Caribe.

No atentado de 1976, Freddy Lugo e Vazquez Garcia foram encarregados de plantar a bomba na cabine de passageiros do avião. Um deles, depois do "sucesso" do ataque, teria ligado para Bosch e dito: "Um ônibus com 73 cães a bordo caiu de um precipício e todos morreram."

Depois do atentado, Orlando Bosch e Posada Carriles foram presos em Caracas. Em setembro de 1985, Posada escapou da prisão pagando propina. Foi para El Salvador, onde passou a atuar sob o coronel Oliver North na rota de abastecimento dos "contras" que tentavam derrubar o governo sandinista da Nicarágua. Ele usava o nome Ramon Medina.

Bosch nunca foi julgado pelo atentado contra o avião. Em 1987, com a ajuda do embaixador do Estados Unidos em Caracas, ele foi colocado em liberdade e viajou para Miami. Ficou detido durante seis meses por ser foragido da Justiça, mas foi libertado com apoio de políticos ligados à família Bush. Permanece livre.

Em 1997 Posada Carriles ajudou a organizar uma série de ataques à bomba contra hotéis e casas noturnas de Havana. Ele admitiu sua participação em entrevista a uma TV de Miami. Em 2000 ele foi preso no Panamá por organizar um atentado contra Fidel Castro quando este visitava o país. Posada Carriles foi perdoado pela presidente do Panamá. Em 2005 foi detido no Texas por entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Pagou fiança e foi libertado. Na ocasião o próprio Departamento de Estado se referiu a ele como envolvido em ataques terroristas.

Hoje em permanece livre em território americano. Em setembro de 2005, quatro anos depois dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono, um juiz americano negou o pedido de extradição de Posada Carriles para a Venezuela, alegando que ele "poderia ser torturado."

  • O Espiritualismo e a Obrigação Social

  • Escreve: Alfred Russell Wallace (1823-1913)


    Traduzido do original “Spiritualism and Social Duty”, de 1898.
    Leia comentário do prof. Martin Fichman, York University, Ontário, no pé deste artigo.

    Companheiros e amigos espiritualistas,

    Nos últimos 10 anos tenho dado atenção a outros assuntos que não o Espiritualismo e, a menos de três anos, em uma nova edição de meus escritos sobre o assunto, eu declarei minhas firmes convicções com relação à realidade e importância de nossas dúvidas e a inutilidade de todos os argumentos de meus oponentes. Não tenho, portanto, nada a dizer a vocês sobre o Espiritualismo propriamente dito mas aproveitarei esta oportunidade para apresentar algumas observações sobre o que me parece ser a relação de nossas crenças como espiritualistas com o assunto que atualmente ocupa meus pensamentos a maior parte do tempo – como fazer a grande massa emergir dessa terrível situação, difícil de se livrar, em que se encontra agora, de não ter dinheiro ou posses, vivendo de forma infeliz, sem perspectiva de mudança, trabalhando longas horas pelo mínimo de subsistência, vidas encurtadas, sem ter prazer por nenhum dos refinamentos da arte ou apreciação pela natureza, sendo esses últimos essenciais ao desenvolvimento do ser humano.

    Num trabalho publicado há algumas semanas, provei que assim é, hoje, a condição de uma grande proporção de nosso povo, apesar de um aumento da riqueza e do poder gerador de riqueza melhor visto na história do mundo, aceitável, se adequadamente utilizado, para dar não apenas abundância, mas conforto, luxo e amplo lazer a todos. Sobre essas questões, entretanto, não direi mais nada. Apenas pedirei vossa atenção a algumas observações sobre o que eu considero ser a relação entre Espiritualismo e Dever Social.

    A antiga doutrina com relação à natureza da vida futura foi baseada na idéia de recompensas e castigos, os quais supostamente seriam dependentes de crenças dogmáticas e práticas cerimoniais . O ateu, o agnóstico e mesmo o unitário (the unitarian) (1), foram por séculos conduzidos a crer no castigo futuro; e a criança não batizada, a interrupção do Sabbath (2), a abstinência de freqüentar a igreja, eram todas elas ações que conduziam seus protagonistas a queimar no inferno. Crenças e rituais eram tidos como de primeira importância; disposição, conduta, saúde e felicidade não contavam.

    As novas doutrinas - fundamentadas quase que totalmente nos ensinamentos do Espiritualismo moderno, embora sejam agora amplamente aceitas, até entre não-espiritualistas – são exatamente o reverso de tudo isso. Elas são baseadas na concepção de continuidade mental e moral; que não há castigos impostos; que crenças dogmáticas são absolutamente sem importância, com exceção até agora na medida em que afetam nossas relações com nossos próximos; e que as formas e cerimônias e os complexos rituais da maioria das religiões são igualmente sem importância. Por outro lado, o que realmente importa são os motivos e as ações que deles resultam e tudo o mais que desenvolve e exercita por completo a natureza mental, moral e psíquica, resultando em vidas felizes e saudáveis para todo ser humano. A vida futura será simplesmente a continuação do presente, sob novas condições; e suas alegrias ou infortúnios dependerão de como aperfeiçoamos tudo o que temos de melhor em nossa natureza humana.

    Sob a antiga teoria, a alma poderia ser salva por uma simples mudança de crença e pelo desempenho em certos rituais religiosos. O corpo nada representava; felicidade não era nada; prazer era freqüentemente visto como pecado; assim, qualquer castigo, tortura e até mesmo morte eram considerados justificáveis para produzir a mudança de fé e salvar a alma.

    Na nova teoria é o corpo que desenvolve, e até certo ponto, salva a alma. Doença, dor e tudo que encurta e empobrece a vida são ferimentos tanto para a alma quanto para o corpo. Não apenas um corpo saudável é necessário para uma mente sã, como igualmente é necessário para uma alma totalmente desenvolvida – uma alma que está mais adequada para iniciar sua nova era de desenvolvimento no mundo dos espíritos. Ou seja, nós usamos completamente e aprimoramos todas as nossas faculdades – do corpo, da mente e espirituais – e fizemos tudo que está ao nosso alcance para facilitar aos outros um desenvolvimento semelhante. Dessa forma preparamos o futuro bem-estar de nós mesmos e dos outros.

    A mim me parece que, acreditando nessas condições com relação à vida futura e ao que parece ser a única preparação para ela, nós, espiritualistas, devemos nos sentir obrigados a trabalhar energicamente por melhores condições sociais, de modo a tornar possível a todos uma vida de completa felicidade, de desenvolvimento e utilização das várias faculdades que todos possuímos e, conseqüentemente, estarmos todos preparados para atingir de uma vez a vida mais elevada e progressiva do mundo dos espíritos. Sabemos que uma vida de contínuo trabalho do corpo para se ter o mínimo necessário para viver materialmente; uma vida quase que necessariamente desprovida de beleza, de requintes, de comunhão com a natureza; uma vida sem o adequado descanso e sem nenhuma oportunidade de se alcançar a cultura; uma vida cheia de tentações e sem nenhuma esperança de se ter uma velhice em paz, com alegrias é prejudicial tanto para o bem-estar da alma como o do corpo.

    Se as descrições que obtemos do mundo dos espíritos têm qualquer verdade, a recuperação e educação de milhões de espíritos não desenvolvidos ou degradados, que anualmente deixam a Terra, é um fardo dolorido, uma fonte de problemas e tristeza para aqueles mais evoluídos. Essa carga deve necessariamente ser pesada, por conta do número de raças e povos ainda na Terra; mas que nós, que nos chamamos de civilizados, que aprendemos tanto dos poderosos segredos e mistérios do universo, que por meio desses poderes poderíamos facilmente prover uma vida decente, racional e feliz para toda a população – que devemos enviar ao mundo dos espíritos dia após dia, ano após ano, milhões de homens e mulheres, de crianças, todos enviados para lá antes da hora devido à falta de meios para uma vida saudável, a doenças e acidentes advindos das condições vis que lhes oferecemos – isso é uma desgraça e um crime!

    Eu acredito firmemente – e esse fato é baseado em evidências abundantes – que as classes mais pobres de nossas cidades, aquelas que vivem constantemente sob a margem de pobreza, que são desprovidas de conforto, de necessidades e mesmo de decências da vida, são, apesar disso, uma classe tão evoluída moral e intelectualmente quanto as classes médias e altas que olham para elas de cima para baixo, como se fossem inferiores. Suas condições, sociais e morais, são frutos da sociedade; e ainda que pareçam piores do que os outros, são assim feitas pela própria sociedade. O que teria sido de nós se não tivéssemos tido educação, escolaridade, repouso, lares decentes e refinados, nenhuma forma de higiene, se tivéssemos sido forçados a todo tipo de tentação, quando não forçados ao crime? E uma consequência direta dos milhões que são compelidos a conduzir suas vidas dessa maneira são as crianças que morrem prematuramente – um massacre mil vezes pior do que aquele de Herodes, acontecendo ano após ano entre nós; certamente seus pais inocentes gritam contra nossas regras, contra nós todos, que escolhemos estas regras; e mais especificamente contra nós, espiritualistas, que conhecemos a lei superior, se não trabalharmos com todas as nossas forças por uma reforma radical.

    Como muitos de meus amigos aqui sabem, eu, contra todas as minhas pré-concepções, acredito agora que alguma forma de Socialismo é o único remédio para esse estado das coisas; e defino Socialismo simplesmente como a organização do trabalho para o bem comum. Assim como o Correio é o trabalho organizado em um departamento para o benefício de todos igualmente; assim como as linhas de trem são organizadas como um todo para o benefício da comunidade; assim como os números da grande maioria das indústrias são organizados, mais especialmente na América, para o benefício exclusivo do círculo de capitalistas – assim todo trabalho necessário e útil deve ser organizado para o benefício de todos. Peço a vocês que pensem sobre essa questão; e acima de tudo, peço-lhes que considerem a necessidade de remediar essa situação, não com paliativos, que já foram tentados com energia e boa vontade ao longo do século e que absolutamente falharam. Essa força poderosa e prejudicial tem crescido, como se nenhum remédio tivesse sido aplicado contra ela. A caridade tem crescido enormemente e tem falhado. É hora agora de tentarmos a justiça. Há alguns anos, um talentoso escritor usou, e imediatamente popularizou, um novo termo – igualdade de oportunidade. Expressa brevemente e forçosamente o que pode ser considerado o mínimo de justiça social. A mesma idéia já tinha sido levantada por outros escritores, principalmente por Herbert Spencer (3) em seu volume “Justiça”, quando declarou que a justiça requer a cada homem que receba “os resultados de sua própria natureza e conseqüentes ações” - isso e apenas isso. Fundamentalmente as duas idéias são a mesma coisa, mas “igualdade de oportunidade” é a expressão mais simples e inteligente disso.

    Para os espiritualistas, que têm a capacidade de perceber que toda criança nascida neste mundo é uma alma viva, que aqui vem para se preparar para a vida mais elevada no mundo dos espíritos, deve parecer um crime contra o mundo e contra a humanidade não ver que cada criança tenha a melhor educação e cuidado no mínimo até que atinja a idade adulta e se transforme numa unidade independente do organismo social. E se a cada um é devido o melhor, ninguém pode ter mais do que o melhor, e aqui nós chegamos novamente à igualdade de oportunidade.

    Obviamente muitos de vocês dirão: “Isso é impossível. Como podemos dar essa igualdade de educação, cuidado e escolaridade a cada criança?” Admito que isso é difícil – mas não impossível. Deve, com certeza, ser realizado de forma gradual; e onde há um desejo, há uma maneira. Como dito por Herbert Spencer a respeito de outro assunto – a nacionalização da terra – “a justiça pede duramente que isso seja feito”, e se nós, gabando-nos de nossa civilização, declaramos que não pode ser feito, então muito pior para nós e para nossa falsa civilização. É necessário apenas querer. E é nossa obrigação, como espiritualistas, ajudarmos a criar esse desejo.

    Mas, novamente, vocês dirão: “Quais são os meios de fazê-lo? Nós já somos taxados no limite do que podemos suportar”. É verdade, somos vergonhosamente sobretaxados, mas ao invés de aumentarmos os impostos, há uma correlação necessária da “igualdade de oportunidade” que nos dará não apenas fundos amplos de fazê-la acontecer, como irá ao mesmo tempo reduzir a taxação e, por fim, aboli-la totalmente. Porque, se a cada criança é dada igualdade de oportunidades e cada homem e mulher recebem somente “os resultados de sua própria natureza e conseqüentes ações”, então é evidente que não deve haver desigualdade de herança: e para oferecer igualdade de herança, o Estado, isto é, a comunidade, deve ser o herdeiro universal de toda a riqueza e bem-estar. A princípio, é claro, seria necessário apenas tomar o excedente sobre um máximo fixo; e longe disso ser um castigo para os herdeiros de um milionário, seria um grande benefício, já que é admitido que nada tem um efeito tão desmoralizante para um jovem como a certeza de herdar uma grande riqueza; e exemplos disso surgem diante de nós todo ano e quase todo mês. Esse é o verdadeiro ensinamento da parábola de Lázaro; isso nos dá o real significado das palavras de Cristo ao dizer que um homem rico dificilmente entrará no reino dos céus.

    Agora, muitos de vocês que não apreciam a idéia de Socialismo – principalmente, penso eu, por não entender o que ela realmente implica – irão talvez parecer mais favoráveis ao princípio de “igualdade de oportunidade”, já que o individualismo ficaria intocado, tornar-se-ia mais completo e efetivo do que é agora. Nosso estado atual de sociedade não é o verdadeiro individualismo porque as desigualdades de oportunidade no começo da vida são tão grandes que, com freqüência, os piores são forçados ao topo, enquanto muitos dos melhores lutam pela vida inteira sem uma chance de usar suas mais altas faculdades, ou de desenvolver a parte melhor de suas naturezas. Mesmo Tennyson, cuja mente possuía traços aristocráticos, pôde dizer:

    Lavradores, pastores, tenho encontrado, e mais que uma vez, e ainda poderia encontrar mais, Filhos de Deus e reis dos homens em total nobreza de espírito; Verdadeiro, confiante, olhando na direção dos treinados mentirosos no púlpito; Assim o Superior exerce seu poder sobre o Inferior, sendo que o Inferior é o Superior.
    Aqui e acolá a criança de um ocupante de terra é nascida como um rei por direito divino; Aqui e acolá meu senhor é inferior a seu bovino ou seu suíno.
    (Tradução livre)

    A igualdade de oportunidade colocaria tudo isso em seu devido lugar; todos seriam capazes de mostrar que poder para a eternidade eles possuíam e a sociedade, em conseqüência, seria enormemente beneficiada. Ao mesmo tempo, haveria todo estímulo derivado do esforço individual. O homem que conseguisse ultrapassar seus companheiros sob condições iguais e justas seria verdadeiramente um grande homem. Alguns alcançariam a honra, outros a riqueza; mas tudo seria devido a sua própria “natureza e conseqüentes atitudes”, e nem a honra, nem a riqueza seriam distribuídas a indivíduos que não fossem dignos de uma ou de outra.

    Eu acredito que tal competição, perfeitamente justa, na qual todos dão partida nas mesmas condições, socialmente falando, seria um treino admirável e, com certeza, conduziria finalmente a uma cooperação voluntária e a uma organização de trabalho que produziria os melhores resultados do Socialismo propriamente dito. Sendo assim ou não, eu afirmo que essa situação incorpora o grande e verdadeiro princípio de Justiça Social; e proporciona a única fuga não-socialista do horroroso lamaçal social em que nos encontramos. Como espiritualistas devemos defender a justiça; e igualdade de oportunidade para todos é apenas uma amostra de justiça. Sabendo que a vida aqui é a escola para o desenvolvimento do espírito, devemos sentir como nossa obrigação que o espírito nascente em cada criança tem a mais completa e livre oportunidade de desenvolver suas faculdades e poderes sob as melhores condições que pudermos proporcionar para este fim. E eu me aventurei a levantar este assunto diante de vocês porque é a esperança mais próxima de meu coração; e tenho a certeza de que se o grande grupo, que vem rapidamente crescendo, de espiritualistas pode ser levado a considerar essa idéia, e a sentir que a miséria e degradação em volta deles pode e deve ser excluída, e que é especialmente o seu papel e sua obrigação ajudar a se livrar delas, o grandioso trabalho em breve será iniciado.

    O que precisamos, acima de tudo, é educar o povo e criar uma opinião pública adequada ao trabalho. Neste movimento pela justiça e pelo direito, os espiritualistas devem tomar a liderança, já que eles, mais do que qualquer outro grupo, conhecem sua vital importância tanto para este mundo como para o próximo. As várias seitas religiosas estão todas trabalhando de acordo com suas idéias e capacidades no campo social; mas suas forças são quase que exclusivamente dirigidas ao alívio de situações individuais de necessidade e miséria, por meio da caridade em suas várias formas. E esse método fracassou até mesmo para diminuir a massa de miséria humana que está em todo lugar a nossa volta, uma vez que lida com os sintomas apenas e ignora a causa do problema. Eu não diria uma única palavra contra essa forma de caridade para aqueles que não vêem nenhuma lei superior; porém queremos mais da verdadeira caridade de São Paulo – a caridade que não pensa em nenhum mal, que sofre por muito tempo e se rejubila na verdade – não apenas a caridade mais fácil de se praticar, que apenas alimenta os pobres e que São Paulo não permite que se chame de caridade, de modo algum.

    Mas vamos nós, espiritualistas, tomar um caminho mais elevado. Vamos exigir justiça social. Este será um trabalho merecedor de nossa causa, para a qual ele trará dignidade e importância. Mostrará a nossos compatriotas que não somos meros exploradores à procura de milagres, meros inquisidores dos menos favorecidos do mundo dos espíritos; mas que nossa fé, fundada no conhecimento, tem uma influência direta sobre nossas vidas; que nos ensina a trabalhar arduamente pela ascensão e permanente bem-estar de nossos companheiros. A fim de realizarmos isso, nossa palavra chave deve ser – NÃO APENAS CARIDADE, MAS TAMBÉM JUSTIÇA.

    NOTAS

    (1) Adepto do Unitarianismo, seita herética de origem cristã que defende a idéia de Deus como o pai único, superior, segundo essa corrente religiosa, ao dogma da chamada Santíssima Trindade, de três pessoas em uma só (Pai, Filho e Espírito Santo).
    (2) Para o judaísmo, o Dia do Senhor, o sétimo dia, quando Jeová descansou. Segundo os judeus, não se deve trabalhar nesse dia, que deve ser voltado para preces, meditação e inteiramente devotado ao Senhor.
    (3) Herbert Spencer (1820-1903), filósofo e sociólogo inglês, considerado o fundador da filosofia evolucionista.

    Alfred Russell Wallace (1823-1913)
    , naturalista inglês, é internacionalmente conhecido por suas pesquisas em relação à origem e evolução das espécies. Foi contemporâneo de Charles Darwin. Adepto do moderno espiritualismo, que veio a se transformar no Espiritismo, e das idéias socialistas, deixou inúmeras obras e escritos sobre todos esses campos do conhecimento. Este texto que o site Pense publica é inédito em língua portuguesa. A tradução é de Patrícia de Domênico Rodrigues Grijó.

    Comentários feitos pelo prof. Martin Fichman, York University, Ontário:
    O discurso de Wallace, apresentado no Congresso Internacional de Espiritualistas, em 1898, é, posteriormente, um documento crucial para sua carreira. Demonstra que, embora Wallace continuasse a ser um firme seguidor das doutrinas espiritualistas, ele estava agora integrando o Espiritualismo ao contexto mais amplo de sua visão de mundo político-social. Tendo declarado abertamente ser um socialista em 1890, em seu ensaio sobre “Seleção Humana”, Wallace agora queria mostrar ao público que os ensinamentos éticos do Espiritualismo eram totalmente compatíveis com sua filosofia político-socialista, assim como outras causas não-socialistas como a nacionalização da terra. Em seu ensaio, Wallace argumenta que um dos mais potentes ensinamentos do Espiritualismo era que todos os homens e mulheres deveriam se unir para trabalhar pela melhoria das condições sociais para a humanidade nesta vida, e não somente pelo benefício após a morte. Não é por acidente que Wallace se refere nessa palestra a seu livro publicado recentemente, “O Século Maravilhoso” (1898). Naquele livro, Wallace apresenta uma crítica devastadora da sociedade vitoriana capitalista, a qual ele sentiu que promovia o militarismo, um abismo crescente entre o rico e o pobre em sociedades industrializadas e um crescimento desenfreado da ciência e tecnologia que começavam a ameaçar as condições ambientais e ecológicas, tanto na Europa como no mundo todo. Wallace endossava plenamente a ênfase espiritualista de que a “lei superior” demandava que todas as pessoas deveriam ter garantidas a igualdade de oportunidade e justiça social em suas vidas. Wallace argumentava eloqüentemente que o compromisso do Espiritualismo com a reforma social era um exemplo notável e necessário para uma ação realmente civilizada no início do século 20 – ainda que não se aceitasse totalmente os aspectos espiritualistas. As idéias expressadas em seu ensaio de 1898 devem, sem dúvida, ter mais relevância hoje do que quando Wallace originariamente as apresentou.

    Notas elaboradas pelo PENSE.

    Governo dos USA não é somente cúmplice e patrocinador senão potência mundial do narcotráfico.


    Por: Alberto Pérez Visnapuu



    Segundo os USA no negócio do narcotráfico existem dois elementos a seguir: produtores( os mais conhecidos na América Latina) e os consumidores( os indefesos cidadãos norteamericanos). os primeiros, cultivam, processam, empacotam, transportam, oferecem e vendem; os segundos, compram para seu consumo.


    O governo dos USA alega que combatendo o produtor, acabará com o narcotráfico. porém, que eu saiba, o falecido Pablo Escobar, não pegava seu avião carregado de drogas para os USA e parava em uma esquina com seus ajudantes para vendê-la aos consumidores norteamericanos.



    Colocam em nós o problema como se lá não existisse uma grande organização criminosa, tão igual ou mais poderosa que os cartéis de drogas Colombiano, que compra a droga e distribui nos USA.


    Eu nunca escutei que o governo dos USA enviasse um porta-aviões desde o porto de Nova York para averiguar e prender aos grandes "capos" da droga em seu país, nem que deslocasse os 100mil marines que tem no Iraque, ou os 6mil efetivos da guarda nacional que são equipados com a mais moderna tecnologia anti-imigrantes na fronteira com o México, onde não escapa nehuma pessoa, mas entram toneladas de drogas, nem tampouco eu ví que solicitassem à comunidade internacional fazer umas manobras conjuntas dentro de seu território para os ajudar a combater e capturar os traficantes.



    O governo dos USA destina grandes recursos militares e políticos na luta contra o narcotráfico internacional, porém não entendemos porque não emprega nenhum desses recursos para combater contundentemente seu próprio narcotráfico.



    Parece que a intenção do governo dos USA quando manda uma força tarefa ao caribe e mantém uma força de ocupação na Colômbia para lutar contra o narcotráfico não é combater o narcotráfico e sim ajudar à mafia norteamericana a eliminar seus concorrentes latinoamericanos.


    O feito de processar toneladas da droga de alta pureza para obter produtos ou derivados, já converte os USA em um importante produtor da droga. Porém alguém se preocupou em verificar se os USA produz algum tipo de droga sintética ou natural?


    Qual a proporção de benefício ao produto interno bruto dos USA que a droga propicia?


    Quanto gera em impostos aos governos estaduais e federal dos USA?


    Como a economia norteamericana seria afetada se não houvesse o narcotráfico?


    Quantos empregos diretos e indiretos gera?


    É conveniente para os USA combater o narcotráfico?



    Será que o governo dos USA é cúmplice ou sócio do narcotráfico?


    traduzido do espanhol por Gerson Yamin

    Guernica

    No dia 26 de abril de 1937 A pequena cidade basca de Guernica foi bombardeada pela frota aérea alemã. 2.000 civis morreram. Picasso chocou-se com o evento e transformou sua perplexidade em um quadro que chamou de guernica, em homenagem à cidade. Partindo dessa pintura e de outras obras de Picasso, Alain Resnais e Robert Hessens fazem também sua pequena homenagem aos mortos de guernica. Os textos são do poeta Paul Éluard.


    Créditos:Makingoff - kerouac
    Gênero:
    curta/experimental
    Diretor: Alain Resnais/Robert Hessens
    Duração: 12 minutos
    Ano de Lançamento: 1950
    País de Origem: França
    Idioma do Áudio: Francês
    IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0042528/

    Qualidade de Vídeo:
    DVD Rip
    Tamanho: 108 Mb
    Legendas: No torrent

    Downloads abaixo:
    Arquivo anexado Alain.Resnais._.Guernica.PtBr.makingoff.rar ( 3.05KB ) Legendas
    Arquivo anexado Alain_Resnais___guernica___1950.torrent ( 8.9KB ) Filme

    Cubanos que vivem nos EUA defendem legado de Fidel e soberania da ilha

    Onde já se viu um
    agente de inteligência
    dizer publicamente o
    que pensa?
    Max Lesnik,
    diretor da Radio Miami


    Nunca combateram, mas se definem como "revolucionários" cubanos que defendem em Miami a obra de Fidel Castro a ferro e fogo, enquanto vivem rodeados por uma massa de exilados furiosos, que fugiram da ilha e esperam o final do governo do velho líder. Max Lesnik costumava tomar café nos bares de Miami com uma pistola na cintura e sempre olhando a rua, por temor de que o matem. Ele é acusado de ser um espião cubano e um colaborador do governo da ilha. É amigo de Fidel Castro desde a adolescência, mas decidiu sair de Cuba e instalar-se em Miami há 47 anos quando a revolução cumpria dois anos no poder. Esteve desiludido com o governo cubano, mas rapidamente recompôs sua relação com Fidel, com quem se reunia periodicamente em Havana. ­ Sempre fui revolucionário. Um revolucionário que cultua a inteligência, por isso não sou comunista. Em 1961 quando o governo cubano se aproximou da União Soviética e adotou o comunismo, deixei o país ­ contou.

    Da ilha aos EUA


    Lesnik, de 77 anos, viajou a Cuba assim que se inteirou da renúncia de Fidel. E assim vive permanentemente, saltando da ilha a Miami. ­ Venho a Cuba para ver a situação de perto porque sou jornalista e sempre trabalhei como tal em Cuba e Miami ­ disse. Mas nos EUA, muitas organizações de exilados o consideram um traidor que defende Fidel Castro e se opõe ao embargo dos EUA. ­ Em Miami, há muitos que me odeiam e querem me incriminar dizendo que trabalho para o governo cubano ou que sou da inteligência. Mas eu expresso minhas opiniões pelo rádio. Onde já se viu um agente de inteligência que diz publicamente o que pensa? A História vai demonstrar que Fidel é um homem sábio, que deu plena independência e soberania a Cuba, acrescenta Lesnik: ­ Muitos daqueles que estão no exílio não são suficientemente cubanos, não sabem valorizar a soberania de seu país. Editor do jornal La Nación Cubana, Pedro González-Munne também diz sentir-se um revolu- cionário e ferrenho defensor das conquistas da revolução cubana, mas esclarece na calçada em frente a Radio Miami, de Lesnik: ­ Eles (da rádio) têm uma postura extrema. Não criticam o governo cubano porque lhes interessa fazer negócios com Cuba. Sou um revolucionário cubano. Isto ninguém me tira. Sei que há um legado de Fidel que ninguém pode negar. Nós, cubanos, somos o que somos nos EUA e no mundo, por Fidel e pela dignidade do povo de Cuba. O jornalista recorda que seu pai foi preso em 1971 e assim ficou por cinco anos tachado de opositor: ­ Eu trabalhava como jornalista na televisão cubana, mas um dia me deixaram sem trabalho e me forçaram ao exílio, ainda que diga que sou um imigrante por decisão. Para González, "a revolução significou algo importante" para todos os cubanos: ­ Há coisas que devem mudar, mas não se pode esquecer que Cuba é um país comunista e os fatos se medem de outra forma, não como crêem estes grupos da rua 8, na pequena havana de Miami, onde centenas de cubanos festejaram terça-feira a renúncia de Fidel e pediram uma Cuba livre.

    Font:Jornal do Brasil


    Alex Buck - Luz da Lua (2006)




    download