terça-feira, 7 de setembro de 2010

Eleição presidencial no Brasil provoca "febre Dilma" na Bulgária

A Bulgária vive uma "febre Dilma". Jornais, revistas e televisões acompanham o dia a dia da campanha no Brasil — e muitos jornalistas já estão de malas prontas para cobrir in loco a possível eleição de uma "búlgara para presidir a sétima maior economia do mundo". Se o Quênia festejou a vitória de Barack Obama, que tem pai queniano, a Bulgária quer festejar a de Dilma, que tem pai búlgaro.

"Somos um país muito pequeno, e a possibilidade de alguém que teve um pai búlgaro ocupar um cargo tão importante nos deixa emocionados", afirma Jorge Nalbantov, apresentador da TV7, que viajará ao Brasil para fazer a cobertura da eleição presidencial. A Bulgária tem cerca de 7,5 milhões de habitantes — população que vem caindo devido à migração e à baixa taxa de natalidade (1,4 filho por mulher, em média). Há dez anos, eram 8,1 milhões de habitantes.

Dilma é descrita pelos meios de comunicação como "dama de ferro", "Margaret Thatcher brasileira" e "toda-poderosa do governo Lula". Algumas vezes foi chamada erroneamente de "primeira-ministra do Brasil".

Certas reportagens citam, equivocadamente, sua participação em grupos da luta armada e no roubo, em julho de 1969, do "cofre do Adhemar", que teria pertencido ao ex-governador de São Paulo e que era guardado no Rio. Apesar de ter militado na VAR-Palmares — que organizou a operação —, Dilma não participou nem desta nem de nenhuma ação armada durante o regime militar (1964-1985).

Na última quinta-feira, um dos principais jornais de Sófia, o Trud (algo como o trabalhador), dedicou duas páginas inteiras à ex-ministra e suas raízes búlgaras. No sábado, o mesmo jornal trouxe mais uma grande reportagem com o título: "Dilma Rousseff: Quero Mandar Abraços para a Bulgária". Era baseada numa resposta dada pela candidata após entrevista no SBT. Segundo o Trud, Dilma disse que ir à Bulgária é uma de suas prioridades e que desejava mandar uma abraço a todos os búlgaros.

Alguns jornais e programas de televisão dizem que ela é búlgara, apesar de a candidata nunca ter ido ao país e de não falar búlgaro. Já foram publicados títulos como: "Uma búlgara pode ser presidente do Brasil". De nada adianta os esforços do embaixador do Brasil em Sófia, Paulo Américo Wolowski. “Tento explicar para os jornalistas que ela não é búlgara, assim como não sou polonês", afirma ele, que viu explodir o interesse da mídia local pelo Brasil.

Em busca de heróis

Para Rumen Stoyanov, professor de literatura da Universidade de Sófia, a Bulgária sente falta de figuras ilustres. "Precisamos de heróis. Somos um povo pequeno, que está diminuindo porque o búlgaro não quer ter filho. Por isso, é importante que ressaltemos o exemplo de alguém com sangue búlgaro com destaque fora do país", afirma Stoyanov.

Dilma não é a primeira "semi-búlgara" a ser festejada na Bulgária. Entre os heróis nacionais está John Vincent Atanasoff, considerado o inventor do computador digital. Ele nasceu e viveu a vida toda nos Estados Unidos. Mas tinha, claro, um pai búlgaro.
 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Direitos democráticos. E seletivos?

Para a grande mídia, a democracia para o povão é como o pão faltando para Maria Antonieta: por que não comem brioches, ora...

Brizola Neto no Tijolaco

A mídia está “indignada” com a quebra do sigilo fiscal de alguns altos tucanos. Um crime – não é possível usar meias palavras para o que é este acesso ilegal – que, até agora, carece de autoria mas, sobretudo, de motivação. Precisa, também, de uma mudança de nome porque o que existe, até agora, é o acesso ilegal, mas não o vazamento de informações sigilosas porque, exceto no caso de Eduardo Jorge, que tem tido a visita frequente a estes dados por ordem – e parece que também sem ordem – judicial, nada vazou. O caro leitor viu ou ouviu algo sobre o que conteriam as tais declarações violadas? Não? E espero que nenhum de nós venha a ouvir nada sobre elas, senão em razão de investigações fiscais ou judiciais, que é a única maneira legal e correta de que venham a público tais informações.
Embora, como eu tenha deixado claro, não tenha a menor condescendência com quem agiu assim – e quem teve a vida familiar devassada como os Brizola fala isso de cadeira – é estranho que nossa imprensa não demonstre nada parecido com a santa ira de que está possuída agora, quando se trata de outros atentados à democracia.
Não me recordo de um editorial dizendo que os níveis de pobreza do Brasil eram um atentado à democracia. Ou de que é uma vergonha um país imenso como o nosso tenha tanta gente sem um pé-de-chão. Ou que o lucro dos bancos brasileiros é obsceno e transfere para quem não produz e não apóia a produção boa parte da renda do trabalho, das pensões e aposentadoria e das empresas que produzem e empregam.
Não me lembro de nada disso; estarei desmemoriado? Mesmo as matérias sobre as deficiências na saúde e na educação eu só as vejo quando os governantes estaduais ou municipais não são da predileção da grande mídia.
O estado democrático de direito, que inclui, pela nossa Constituição, os sigilos bancário, fiscal e telefônico é, também, condicionado ao “dono” . O sigilo fiscal de Guilherme Estrella, diretor de Exploração da Petrobras foi violado em plena tribuna do Senado e não houve um artigozinho condenando.
E o estado democrático de Direito, para a nossa mídia, não inclui os direitos sociais do povão. Qualquer melhoria para ele é “demagogia”, “populismo”, “clientelismo”. Governante que os promove, mesmo sem tirar nada de quem tem, é “messiânico”, “personalista”, “ignorante”.
As próprias garantias do pleito democrático são abertamente manipuladas. Serra tenta impugnar a candidatura Dilma com argumentos pífios, que não podem ser considerados sequer numa conversa de botequim e o máximo que se ouve é que isso é um erro. Um ex-presidente como FHC escreve e assina nos jornais, hoje, um artigozinho em que pede o mesmo – “chama a atenção que nenhum procurador da República, nem mesmo candidatos ou partidos, haja pedido o cancelamento das candidaturas beneficiadas (pelo prestígio de Lula), senão para obtê-lo, ao menos para refrear o abuso” – e não se considera isso uma ameaça à democracia.
Vejam bem: acham absurdo um presidente pedir votos e não acham um absurdo um ex-presidente, que tem candidato – pedir a cassação do registro da candidata favorita, que tem 50% ou mais da intenção de voto popular.
Nos custou muito atingir a democracia e, mesmo demorados, ela nos deu os frutos que colhemos agora. Nossa democracia, a depender de nossa imprensa, é assim: todos os direitos para poucos- “os nossos” – nenhum direito para muitos, “essa ralé”.
A democracia brasileira, para não ser uma fantasia, depende da democracia da informação. Com esta mídia, teremos nela, sempre, um inimigo da democracia real. Porque ela é parte de uma elite que despreza o povo brasileiro. E, quando o povo é desprezado, que democracia pode haver?

O pulso do tempo

Luís Carapinha*
Luís Carapinha 

«A ascensão contemporânea da China, indissociável do caminho iniciado com a revolução de 1949 e a fundação da República Popular (…) transformou-se numa fixação obsessiva para as grandes potências capitalistas e acima de tudo os EUA que a encaram como uma ameaça maior económica e, a prazo, militar.»

A elevação da China à condição de grande potência económica não é coisa de somenos. Depois de, em 2007, ter ultrapassado a Alemanha, os dados trimestrais do PIB divulgados em Agosto mostram que a China já é a segunda maior economia do globo, atrás dos EUA. Posição que, tudo indica, conservará no final de 2010, relegando para o degrau inferior o Japão que, desde o desaparecimento da URSS, era a segunda economia mundial.
O país mais populoso do planeta é já o maior exportador mundial e detentor das maiores reservas cambiais. A China, que não faz parte do clube selecto capitalista do G7 (G8 com a Rússia atrelada), ostenta também o maior volume de investimento interno do mundo (mais do dobro do Japão em 2009).
Números, porém, que não fazem perder a noção da realidade à direcção chinesa. Em termos relativos, o PIB per capita chinês ocupa globalmente uma posição modesta (embora aumente consideravelmente se considerada a paridade de poder de compra).
De Pequim, a China continua a ser vista como um país em desenvolvimento, que se encontra ainda na fase primária da construção socialista. O crescimento económico e das forças produtivas permanece a prioridade central, ao mesmo tempo que as cavadas desigualdades e os desequilíbrios que acompanharam as taxas de crescimento sem precedentes registadas nas últimas três décadas, passaram a ser uma preocupação de primeira ordem do PCCh e do Estado chinês.
Se é verdade que as contradições e enormes desafios enfrentados pelo processo do «socialismo com características chinesas» não podem ser subestimados, muito menos pode ser ignorado o significado do impetuoso desenvolvimento económico, tecnológico e social do antigo império do meio para os povos do mundo e as forças da paz e progresso social.
A ascensão contemporânea da China, indissociável do caminho iniciado com a revolução de 1949 e a fundação da República Popular – deixando para trás um século de guerras do ópio e subjugação semi-colonial ao imperialismo –, transformou-se numa fixação obsessiva para as grandes potências capitalistas e acima de tudo os EUA que a encaram como uma ameaça maior económica e, a prazo, militar. A urgência de intimidação da China levou a que a escalada provocadora movida desde Washington atingisse neste Verão níveis inauditos com a realização de manobras militares em série e a presença de um inusitado potencial bélico de última geração dos EUA nos mares que confinam com as águas territoriais chinesas.
A Coreia do Sul e o Japão aliaram-se à provocação deliberada. A pretexto do estranho afundamento do vaso de guerra sul-coreano Cheonan – em que a RPDC já negou responsabilidades – e coincidindo com os 60 anos do início da guerra da Coreia, Washington foi ao ponto de acordar com Seul a realização mensal de manobras até ao final do ano (R. Rozoff, Global Research, 18.08.10). Manobras militares dos EUA que se estendem ao Mar do Sul da China: é evidente que o imperialismo está a procurar envolver militarmente os países do sudeste asiático na estratégia de contenção da China, servindo-se com astúcia do intricado contexto regional de disputas territoriais e de contradições no plano económico que não poderão ser sanadas sem uma exigente postura de diálogo e princípios políticos.
A demonstração de força dos EUA, visando também condicionar a atitude da China em outros focos de tensão no mapa-múndi exacerbados pela política da canhoeira do imperialismo, segue-se ao anúncio da venda de um novo lote de armas a Taiwan e a crescentes pressões comerciais, económicas e políticas que têm como destinatário o governo de Pequim. Com os últimos dados da economia dos EUA a confirmar o cenário de estagnação da mais grave crise capitalista desde 1945, a arrogância da Casa Branca em relação ao maior credor dos EUA é um mau augúrio para a paz e segurança internacionais.
Mas abusar da milenar paciência chinesa é um risco elevado. E o tempo não joga a favor da estratégia hegemónica do imperialismo…

* Analista de política internacional
Este texto foi publicado no Avante nº 1.918 de 2 de Setembro de 2010.

domingo, 5 de setembro de 2010

Grito dos Excluídos e Plebiscito Popular marcam Semana da Pátria

"Onde estão nossos direitos? Vamos às ruas para construir um projeto popular". É com esse lema - acompanhado do mote permanente "Vida em primeiro lugar" - que o Grito dos Excluídos chega, neste ano, a sua 16ª edição. Realizada durante o período da Semana da Pátria desde 1995, a manifestação popular tem o objetivo de promover a reflexão sobre a exclusão social no país. Neste ano, o Grito dos Excluídos acontece junto com o Plebiscito Popular Pelo Limite da Propriedade de Terra.

www.vermelho.org.br

De acordo com Ari Alberti, membro da coordenação nacional do Grito, o lema deste ano busca incentivar a população a lutar pelos direitos que não são respeitados. "O lema quer chamar atenção para a questão dos direitos sociais colocados na Constituição, mas que não acontecem. Precisamos ir à luta, nos organizar [para garantir o cumprimento desses direitos]", afirma.

Direito à moradia digna e acesso à saúde e educação de qualidade são apenas algumas demandas que estarão em pauta durante as atividades do Grito. Alberti ressalta que, apesar de ser um evento nacional, cada local têm suas particularidades. Assim, as atividades, os dias em que acontecem e as demandas podem variar. "O lema serve para garantir uma unidade, mas a intenção é que cada um leve a tona seu grito local para, juntos, produzir um grito com eco nacional", comenta.
Para ele, o importante é mostrar para a sociedade que o país cresce, mas não se desenvolve se não é capaz de reduzir as desigualdades. "Dignidade não é ser só consumidor, para ter dignidade, precisa ser cidadão com direitos e acesso à justiça", esclarece, acrescentando que a mudança só é conseguida "de baixo para cima".

O integrante da coordenação nacional do Grito acredita que, após 15 edições, a mobilização conseguiu ser referência para a população de uma atividade realizada no mês de setembro. "O Grito está no imaginário das pessoas. Elas já sabem que vai ter manifestação", afirma. Alberti alegra-se com esse fato, visto que o Grito não faz parte das atividades oficiais do dia 7 de setembro, como os desfiles de armas e cavalarias. "Mesmo os incrédulos [os que não acreditam no Grito] sabem que, na Semana da Pátria, tem eventos oficiais e manifestações", lembra.

Essa, na opinião dele, é uma das vitórias que o Grito já conseguiu ao longo dos anos. Para ele, a manifestação, além de chamar atenção para as pessoas excluídas, ainda promove a reflexão sobre a Independência do País. De acordo com Alberti, várias pesquisas e debates em escolas, ao discutirem o Grito dos Excluídos, "mudam a forma de ver a Semana da Pátria" e o significado da independência do Brasil.

Plebiscito

Outra contribuição dada pelo Grito dos Excluídos é a realização em conjunto com Plebiscitos Populares. Neste ano, acontece o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra. A consulta ocorre até a próxima terça-feira (7) em todos os estados do país. Antes desse, foram realizados - também durante a Semana da Pátria - plebiscitos populares: sobre Dívida Externa (em 2000); a respeito da Área de Livre Comércio das Américas - Alca (2002); e pela anulação do leilão de privatização da Vale (2007).

"A sociedade não se sente mais representada nessa democracia. Ela deve ser participativa e direta", destaca Alberti, quem acredita que a população deveria ser consultada em diversos projetos, como no da Transposição do Rio São Francisco e no da construção da Usina de Belo Monte. "Os movimentos dizem às autoridades que a gente quer participar disso", afirma.

Fonte: Adital

Do 'Pasquim' aos Blogs




Laerte Braga
 
O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas realizado na cidade de São Paulo nos dias 21 e 22 de agosto mostrou uma realidade que, se já era visível, não tinha ainda contornos ou caminhos possíveis para uma revolução nas comunicações, sem perda das características básicas da rede mundial de computadores. Ou do princípio fundamental da Internet.

A liberdade concreta de um modelo alternativo de comunicação, capaz de nos livrar da ditadura da mídia privada. Os mais recentes levantamentos sobre o papel e a força da Internet mostram que jornais e revistas já foram superados pela rede.

O aspecto mais importante talvez tenha sido o do trazer ao mundo real o mundo virtual e mostrá-lo vivo, pujante e visível, em carne e osso. A conseqüência será a medida da percepção de cada um dos participantes, de todos os internautas de um modo geral, do poder que existe, no curso desse processo, de conduzi-lo a caminhos de liberdade ampla e irrestrita, uma espécie de grito do ser humano que se recusa a ser coisa, objeto.

Não há censura, ou como foi dito por um dos participantes, "fugimos da censura da mídia privada". A notícia escondida, o fato ocultado, os interesses de grupos prevalecendo sobre aquilo que fato acontece.

Há alguns anos atrás um cientista de uma universidade norte-americana anunciou que em breve seria possível captar do espaço todas as palavras ditas pelo ser humano desde o primeiro. Isso tornaria possível ouvir Nero, por exemplo, no momento de sua morte, dizer "que grande homem perde Roma". Ou Bertold Brecht afirmar que aquele que luta "por toda a vida é indispensável"... O ugh ugh do primeiro de todos, o Brucutu.

A dificuldade, segundo o cientista, seria separar as vozes em canais próprios a cada uma delas, do contrário teríamos apenas uma zoeirada sem tamanho.

A internet e o papel dos blogs separam as vozes e mais isso, proclamam as diversas vozes que muitas vezes são caladas pela opressão, qualquer que seja a sua forma.

Há perigos, evidente, a rede é controlada por quem vive a "embriaguez do arsenal militar", pode pará-la a qualquer momento - pelo menos em tese -, já existem tentativas de mecanismos legais de censura (projeto apresentado através do senador Eduardo Azeredo ao Legislativo brasileiro e com similar, a fonte é uma só, em todo o mundo cristão e ocidental), ou de intimidação, como meios mais sofisticados para identificar revolucionários nesse sentido, nesse campo, enfim.

O jornal O PASQUIM cumpriu um papel decisivo na luta contra a ditadura militar. Transformou sisudos generais e seus apetrechos de barbárie em ridículo sem tamanho forçando-os a uma retirada que se não é total (os torturadores continuam livres, impunes), avança e será assim com certeza num determinado ponto, nem que seja onde as paralelas se interceptam no infinito.

O 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas trouxe um elemento novo a essa perspectiva de um mundo alternativo, diferente dessa dialética entre barbárie civilizada na forma de hambúrguer e barbárie em si, nas bombas despejadas sobre países como o Afeganistão.

O da construção coletiva, diversa na multiplicidade de idéias, de caminhos, mas convergente na necessidade de trilhas e estradas comuns.

E uma ética que nada tem a ver com a frieza do caiu um avião e morreram duzentas e tantas pessoas, ou de um dossiê fajuto.

É uma combustão que explode em liberdade. Só isso.

Desde o conjunto regional do jornalista Luís Nassif às discussões e experiências de uma nova linguagem. Não tem freios, nem peias, mas tem sentido e está decodificada em cada manifestação viva de humanidade.

É como uma proclamação "sou um ser humano, tenho pernas, braços, tenho liberdade para pensar, para caminhar e caminhos para me irmanar fora de todo o ozônio que sufoca cada espírito de vida", por redundância que espírito de vida pareça.

É o contraponto ao caos, embora possa à primeira vista parecer o contrário. Vai na direção oposta do pessimismo de Huxley, ou do cientificismo histórico de Toynbee.

No caso específico do Brasil é um grito insurgente contra a ditadura da mídia privada. GLOBO, o exemplo maior. A fonte mais forte de toda a barbárie nas suas mais diversas formas e manifestações. Inclusive sabão que lava mais branco, tira manchas infalível e odor da natureza a cada trinta minutos para você flutuar.

Ou VEJA e seu cinismo de mentiras digeríveis pela classe média. FOLHA DE SÃO PAULO saudosa da "ditabranda". Nem falo do ESTADÃO, lá ainda não chegaram à abolição, ainda reina soberano e com pompa o imperador Pedro II.

Mas falo da RBS e do estupro escondido, ocultado porque praticado por filhos de senhores de gente e da mídia. Presumidamente senhores.

É óbvio que o poder, entendido como camarilha no bunker do institucional, tente de todas as formas silenciar esse canal. Há jornalistas como Paulo Henrique Amorim, Celso Lungaretti que estão teoricamente sufocados por processos vários de bandidos diversos (Daniel Dantas, Gilmar Mendes, Boris Casoy, etc). São incapazes, os bandidos, de perceber que na verdade essa expressão, ou esse tempo de verbo, sufocado, no duro mesmo significa liberto da penosa tarefa de engolir sapos. Diferente de William Bonner, que, naturalmente, desenvolveu um aparelho digestivo capaz de trogloditar qualquer falta de ranhura nas pistas de um aeroporto em nome da companhia relapsa e criminosa na manutenção, no clássico "a culpa é do piloto".

Blogs e a Internet no seu todo rompem essa cadeia de "quem quer um bom dia?" Depende do que seja o bom dia, isso atormenta a essa gente.

E há anônimos blogueiros, que como cometas a uma velocidade imperceptível ao olho humano, mas que sensibiliza e desperta humanos, despejam o lixo que os tais donos escondem debaixo do tapete.

Tudo tem seu lugar, seu tempo, há dimensões várias ao longo da História. O encontro serviu para mostrar que além disso o caminho é o do compromisso básico e fundamental com o caos organizado, mas sempre caos, e caloroso da liberdade e da vida em seu sentido e em sua essência. Em sua razão de ser.

E não importa que seja um jornalista consagrado como Luís Carlos Azenha, ou um engenheiro fotógrafo por amor à imagem, Castor, mas o blog que exibe as contradições de uma sociedade organizada em torno de fachadas.

A tarefa é colocá-las, as fachadas, abaixo. A ética e só a da verdade contida em cada luta pela preservação da espécie em cada um dos caminhos importantes à espécie. Vale dizer não passa por gente como Fernando Henrique e sua presunção de semi deus. Ou José Arruda Serra em sua arrogância de anjo guardião do inferno capitalista.

Passa por cada um no caos livre de todos somados na alternativa possível.

Não há donos do estoque de ar. Nem estoques de ar. Existe apenas o ar.

O encontro foi um primeiro passo. Dali é possível perceber a realidade imediata de cada um, a cidade, a comuna, inserida no todo. E juntar cada Brancaleone na utopia possível, porque começa a ser real. A se mostrar factível. Mesmo porque quem procurou utopia até hoje procurou perfeição, não se ateve à necessidade das imperfeições.

De algumas pelo menos para não ser tão radical. E muitas são indispensáveis para não dizer ótimas.

De tudo o que se falou, o que se ouviu, até o que se pensou em silêncio meditabundo como diria Stanislaw, nada precisa ser peneirado porque ao fim restou a certeza que está desperto o ser humano na sua totalidade e está declarada uma guerra pacífica até um certo ponto (guerra não é sempre feita com armas de tiro, digamos assim, mas as de idéias também), mas aguda, viva.

Quando Elizabeth Bishop disse que "o paraíso deve ter sido muito chato", levantar, comer maçãs, olhar a natureza, afagar os leões, dormir a sesta e repetir tudo até a noite, se é que noite havia, estava conclamando a olhar o outro e perceber-se nele. A uma fusão que é estelar no sentido da vida plena, livre, algo incapaz de ser compreendido por quem acha que o português de Adoniran Barbosa prejudica a qualidade de suas letras (já ouvi essa besteira de um intelectual padrão FHC).

O que tudo isso tem a ver com Bolsa de Valores? Tem tudo. Azar dos caras da bolsa que não entendem nada.

É por aí o mundo alternativo.

Consolidado num Barão de Itararé. "Um bom jornalista é um sujeito que esvazia totalmente a cabeça para o dono do jornal encher nababescamente a barriga".

O blogueiro não. É como pobre, "quando enfia a mão no bolso tira no máximo cinco dedos".

E muitas esperanças e caminhos.

Nada a ver com O Homer Simpson conceituado e definido por William Bonner, paladino da cabeça vazia.

*Laerte Braga é jornalista

Fonte: Jornal O Rebate - http://www.jornalorebate.com.br

sábado, 4 de setembro de 2010

Os palestinos agradecem...

O comportamento da mídia e as eleições brasileiras

Georges Bourdoukan
 
Estou impressionado com o numero de artigos protestando contra o comportamento da mídia em relação às eleições.

As acusações se sucedem e vão desde a manipulação pura e simples até a desonestidade travestida de imparcialidade.

Bastaram apenas algumas semanas para que os leitores brasileiros percebessem esse vergonhoso comportamento.

Agora imaginem vocês o que têm sido esses 60 anos do jugo  israelense sobre a população palestina.

Europeus invadem e ocupam um pais asiático (Palestina), expulsam sua população e ao invés de invasores são tratados como vitimas por essa mesma mídia que agora revela sua verdadeira face.

São mais de 60 anos de opressão e massacres.

E quando os palestinos se defendem, são denominados de terroristas.

Repito, isso há mais de 60 anos.

Israel, que possui um arsenal atômico e o terceiro exercito mais poderoso do planeta, é apresentado como um Davi, enquanto os palestinos, que se defendem com paus e pedras recebem a pecha de Golias.

Por isso  está sendo muito importante a eleição brasileira, na medida em que ela também serve para desmascarar essa mídia manipuladora, que faz da desonestidade sua razão de ser.

Lorna Earnshaw- El dia que me quieras


Lorna Earnshaw (Piano e voz), Jefferson Marx (guitarra), Jorge Dorfman (baixo). El dia que me quieras (Gardel-Le Pera) www.lorna-e.com

Maputo: a revolta da fome



020910_maputo_mocambique RupturaFER - No dia 1º de Setembro, já os sms tinham circulado para convocar a greve em Maputo contra os aumentos dos preços do pão, da água e da electricidade, um representante do governo lembrou Maria Antonieta.
Em entrevista à Rádio Moçambique, no programa "Café da manhã", a ilustre personagem apelou aos ouvintes para, em substituição ao pão, comerem batata doce. Ignorância e prepotência caminham, como sabemos, muitas vezes de mãos dadas. Horas depois, a polícia e o exército do mesmo governo chefiado pela Frelimo disparavam sobre a multidão desarmada.
Eram homens, mulheres e crianças da periferia miserável da capital moçambicana, a manifestar a sua revolta contra aumentos de preços de produtos essenciais que os condenariam a passar ainda mais fome. Estradas foram cortadas, pneus e carros incendiados, barricadas erguidas, lojas pilhadas, enquanto multidões dirigiam-se, a pé, para o centro de Maputo.
O governo da Frelimo fez, em números provisórios, só no primeiro dia da rebelião, dez mortos, entre os quais crianças, mais de 200 feridos e quase 150 prisões. Durante os protestos, um homem foi filmado no primeiro andar da sede do Partido Frelimo, na Avenida de Angola, a atirar contra os manifestantes. Foi a reacção violenta de um governo corrupto e ditatorial, comandado pelo Fundo Monetário Internacional e à frente de um dos países mais pobres do mundo. Segundo as Nações Unidas, 46,8% da população moçambicana vive numa situação de pobreza extrema, superior à média do continente africano e só superada por países como Afeganistão, Serra Leoa ou Guiné. Os elevados índices de crescimento económico verificados nos últimos anos, acima às vezes dos 5%, têm beneficiado quase que exclusivamente a elite, burocrática e empresarial, ligada à Frelimo e as empresas estrangeiras que exploram a mão de obra barata e as riquezas dos país.
Um protesto legítimo
"O sentimento que hoje grassa nos bairros populares do Grande Maputo é o de uma incerteza global quanto ao futuro e à própria subsistência e, face ao poder político, a sensação de que as suas dificuldades se tornaram irrelevantes para os poderosos e de que não existem canais por onde as suas necessidades e protestos possam ser canalizadas de forma eficaz", escreveu no jornal Público o professor Paulo Granjo, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa.
"Moçambique passou, com o fim da guerra civil, de um regime socializante e paternalista para uma política ultraliberal que trouxe o aumento do desemprego e das elites económicas, coincidentes ou ligadas às elites políticas. Trouxe também a erosão do controle local da população através de instituições partidário-estatais que, se podiam cometer abusos, também podiam canalizar as necessidades e reclamações populares", analisou o artigo.
Numa outra reportagem, também do jornal Público, um participante da revolta, pedreiro de profissão e activista de organizações cívicas, explicava as suas razões: "Estamos contra o aumento do custo de vida, é um protesto legítimo. Eu vivo com menos de 50 meticais (cerca de um euro) por dia. Se a manifestação existe é porque as pessoas não estão contentes. Dói sermos explorados injustamente". E prosseguia: "Nós votámos neles [Frelimo], mas a Frelimo não é aquela pessoa que está hoje na cadeira do poder. A Frelimo sempre quis dar o melhor ao povo desde os tempos de Samora Machel. E os actuais dirigentes não sentem pena desta gente que está cada vez a sofrer mais?"
Tudo indica que não. Para o ministro do Interior do governo presidido por Armando Guebuza, o mesmo que vive a chamar o povo de "maravilhoso", a revolta teria sido uma acção de "criminosos, aventureiros, malfeitores e bandidos". Mesmo o porta-voz da Renamo, a principal força de oposição, sem deixar de criticar a violência da polícia, não se absteve de também condenar as pilhagens.
Os assassinos estão fardados
De acordo com vários testemunhos, a revolta teria começado no bairro de Benfica, uma zona periférica de Maputo, e em pouco tempo estendeu-se à Avenida de Moçambique e à de Acordos de Lusaka, as duas principais vias de entrada da capital, e para a Beira, a segunda cidade mais importante do país.
Como em 5 de Fevereiro de 2008, na rebelião contra o aumento do preço dos transportes, os "chapas", autocarros que transportam os habitantes dos subúrbios para o trabalho, não funcionaram. A adesão à greve – em Moçambique sinónimo de revolta popular – convocada na véspera por sms tinha sido de quase 100%. Os milhares de manifestantes dirigem-se, a pé, percorrendo quilómetros, para alcançar a "cidade de "cimento", onde está o poder.
De Maputo, João Vaz de Almada, relata ao Público: "O bruá da multidão é cada vez mais sonoro e a cadência dos passos intensifica-se, sinal que a turba se aproxima rapidamente da praça [Praça da Organização da Mulher Moçambicana]. Momentos antes, três veículos carregados de polícias munidos de metralhadoras AK 47 tomam posições ao longo da praça. A multidão chega ao local e a tensão aumenta à medida que crescem as palavras de ordem que clamam por justiça. Os tiros de aviso sucedem-se. O descontrolo entre os polícias é grande, e a turba, cada vez mais vociferante, entra na Avenida Vladimir Lenine, tomando a direcção da Baixa da cidade. Agora as ordens parecem claras: ninguém pode passar para o cimento. Rapidamente tudo se precipita e os disparos, exclusivamente da polícia, tomam as mais variadas direcções, com dois deles a deixar um corpo já cadáver e outro em estado grave que acaba por ser socorrido pela Cruz Vermelha. A turba, essa, recua, voltando à procedência. No alcatrão jazem dezenas de chinelos que o pânico deixou para trás."
"(...) Sob agitação e alguns tiros, corremos para o local. "Já levaram uma criança que estava ferida", revela um transeunte. "Isto é fogo real. Vocês têm de escrever que a polícia está a matar o povo inocente e indefeso". Enquanto isso, outro popular puxa-nos para o outro lado da rua, em direcção a uma criança que jaz cadáver, coberta por uma capulana. Do seu lado esquerdo repousa a pasta com os livros da escola. Do lado direito, uma enorme poça de sangue testemunha a brutalidade do disparo. "Atingiram-no aqui na cabeça", berra uma mulher indignada, enquanto levanta o improvisado sudário. "Chamava-se Hélio tinha 11 anos e regressava da escola quando foi atingido."
(...) A polícia volta a investir e o povo que estava junto ao corpo de Hélio procura refúgio entre as pequenas habitações de blocos que a falta de dinheiro não deixou concluir. A indignação cresce. "Queremos justiça! Os assassinos estão fardados! Isto não é bala perdida. Bala perdida não atinge cabeça."
"A luta continua"
No dia seguinte, 2 de Setembro, a revolta continuou, convocada mais uma vez por sms. Mais repressão, mais mortos e feridos. Novas barricadas e pneus queimados. Como gritavam mais de 100 jovens que bloquearam a Avenida Acordos de Lusaca na véspera, a enfrentar os tiros da polícia, "Um povo unido jamais será vencido".
A luta do povo moçambicano contra a opressão e os desmandos do governo totalitário da Frelimo é legítima e deve ter o apoio dos trabalhadores de todo o mundo. Ela se expressa na rebelião desses últimos dias, mas também na greve dos estudantes do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Maputo contra o aumento das propinas, realizada a 31 de Agosto, e outras manifestações de protesto.
Violenta não é a revolta, mas a fome que governos corruptos, lacaios do imperialismo, querem impor à população para manter as suas regalias.
População pobre de Moçambique, estamos convosco!

A preservação das tartarugas na Costa Rica


Este vídeo sensacional é o melhor antídoto para neutralizar o veneno contido na insuportável arribada — ou chegada em massa — de e-mails mentirosos sobre o falso roubo de ovos de tartarugas nas praias da Costa Rica ou na margem esquerda do rio Solimões por membros do MST.
Você vai ver o esforço das fêmeas durante a desova na praia de Ostional, o engajamento dos habitantes locais na preservação dos ninhos e a luta dos filhotes para alcançar o mar. Apesar do perigo sempre iminente de ataque das aves de rapina e outros predadores, este filme tem um final feliz.
Preservação de tartarugas na Costa Rica
Realizado pela produtora costarriquenha Oliva Films e dirigido por Roy Prendas, o documentário conta a história de uma pequenina tartaruga oliva e nos recorda que “a conservação não é um ato de caridade com a Natureza, mas acima de tudo um ato de responsabilidade com a nossa própria sobrevivência”.
O audiovisual chegou a causar “comoção” quando foi apresentado pela primeira vez no 29º Simpósio de Biologia e Conservação das Tartarugas Marinhas, realizado em Brisbane, Austrália, de acordo com relato de membros do WWF, o Fundo Mundial para a Vida Selvagem e a Natureza.
Embora narrado em espanhol, sua compreensão é muito fácil para nós, brasileiros. Foi disponibilizado em junho no YouTube, em imagens espetaculares de alta definição.
Desova de tartarugas marinhas em praia da Costa Rica
Procure se informar corretamente sobre essa manipulação grosseira e não faça papel de bobo repassando o hoax. Seguem abaixo alguns links de utilidade para ajudar na sua pesquisa.
Na Matéria Incógnita:
A GRANDE MENTIRA: MST ROUBA OVOS DE TARTARUGAS NO RIO SOLIMÕES
Na Cachaça Araci:
A VERDADE SOBRE O MASSACRE DAS TARTARUGAS NA COSTA RICA
DEPUTADO AJUDA A ESPALHAR BOATO SOBRE ROUBO DE OVOS DE TARTARUGAS NA MARGEM ESQUERDA DO RIO SOLIMÕES

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ahmadinejad propõe a palestinos continuar resistência frente a Israel

Escrito por Erica Soares  no Prensa Latina 
Imagen activa O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, urgiu hoje ao povo palestino manter sua luta de resistência frente a Israel e convocou todo o mundo muçulmano a unir-se no Dia Internacional por Jerusalém (Al-Quds).

  Ahmadinejad falou a iranianos congregados na Universidade de Teerã e em marchas nas ruas, em ocasião da jornada solidaria com os palestinos lançada em 1979 na República Islâmica por seu fundador, o já falecido Ayatolah Ruhollah Khomeini.

"O tema palestino não pode ser resolvido mediante conversas com os inimigos da nação palestina. A resistência é a única forma de salvar os palestinos", destacou o presidente persa em alusão às negociações diretas sustentadas ontem em Washington.

Convocados pelo mandatário estadunidense, Barack Obama, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o premiê de Israel, Benjamín Netanyahu, falaram ontem cara a cara em Washington, sem conseguir avanços substanciais.

"Como podem essas conversas ser exitosas, quando os mediadores são aqueles que criaram este conflito?", se perguntou o governante iraniano ao recriminar a visão otimista que tentaram dar da reunião Obama e sua secretária de Estado, Hillary Clinton.

A respeito, Ahmadinejad chamou os líderes regionais no Oriente Médio a unirem-se contra Israel e foi duramente crítico com alguns estadistas muçulmanos por não outorgar pleno respaldo aos palestinos em seu confronto contra "a entidade sionista" (Israel).

Assinalou que a celebração do Dia Internacional da Al-Quds no Oriente Médio facilita o caminho para o colapso de Israel, um Estado -remarcou- criado pelo Ocidente para promover seu esquema colonialista através de uma agenda materialista no novo mundo.

Outros dirigentes árabes e muçulmanos da região também minimizaram a importância do encontro Abbas-Netanyahu, cujo único ponto inovador foi o compromisso de voltar a se reunir nos dias 14 e 15 de setembro próximo e -provavelmente- a cada duas semanas.

Enquanto isso, centenas de milhares de iraniano saíram às ruas nesta sexta-feira, o último do mês de jejum islâmico do Ramadã, para exigir a retirada israelense dos territórios palestinos ocupados, particularmente de Jerusalém, cidade santa para todos os muçulmanos.

Tanto nesta capital como em Isfahan, Shiraz e Mashhad, os manifestantes reclamaram o fim da ocupação israelense e prognosticaram o fracasso do novo processo negociador palestino-israelense, caso não se freie totalmente a construção de assentamentos judeus.

Israel defende estender essas colônias na Cisjordânia e em Jerusalém Leste, pese serem consideradas ilegais pela ONU e por várias instâncias mundiais, e se nega a reconhecer o direito de regresso dos refugiados palestinos expulsos de suas terras desde 1948.