O ministro da imigração francês anunciou que este
ano já foram repatriados 8030 cidadãos oriundos da Roménia e Bulgária.
Esta quinta-feira deverão partir mais 283 ciganos e o governo de Paris
quer vetar a entrada da Roménia no espaço Schengen.
Desde 28 de
Julho, dia em que Sarkozy promoveu uma reunião no Eliseu para tratar
"dos problemas causados pelos comportamentos das pessoas viajantes e dos
ciganos", já foram obrigados a sair de França 681 romenos e búlgaros.
Foto EPA
Segundo o jornal El Pais, o primeiro ministro francês François Fillon
escreveu uma carta a Durão Barroso, pedindo-lhe que se assegure que os
quatro mil milhões de euros de fundos europeus entregues à Roménia sejam
usados para resolver a imigração ilegal, sugerindo como medida de
pressão o bloqueio do seu ingresso no Espaço Schengen.
Por seu lado, o ministro da imigração Eric Besson anunciou aos
jornalistas que a França já expulsou este ano 8030 cidadãos de origem
romena e búlgara. Sublinhando o carácter "normal" da última vaga de
expulsões que tem levantado grandes protestos em França, Besson diz que
"o plano de desmantelamento dos acampamentos ilegais enquadra-se nos
procedimentos de repatriamento já utilizados em anos anteriores".
«É claro que não me agrada, não agrada a ninguém. Mas também vos
digo: há países no mundo em que os repatriados ficam em situação bem
mais difícil que os romenos. Eu sei que a Roménia não é o paraíso, mas
que eu saiba é uma democracia. E a França só está a fazer o que lhe
compete. E está a fazê-lo bem. É mais generosa que a maioria dos países
europeus», disse ainda Eric Besson em entrevista à Europe 1.
O ministro francês também rejeitou as críticas do papa católico
Bento XVI, que falou em francês para dizer que os textos litúrgicos
"fazem também um convite para saber acolher as legítimas diversidades
humanas", aumentando as críticas da igreja francesa à política de
expulsões de ciganos. «O papa? O que é que ele disse? O que é que ele
disse concretamente? Fez uma ode à fraternidade universal! Em que é que a
França falhou?», perguntou Besson na mesma entrevista.
As críticas à vaga securitária de Sarkozy e do governo da direita
estendem-se ao próprio espaço político do presidente. Dois antigos
primeiros-ministros da direita francesa, Dominique de Villepin e
Jean-Pierre Rafarin, vieram condenar a iniciativa da UMP no poder,
falando inclusive de "vergonha" para o país. Desde 28 e Julho, dia em
que Sarkozy promoveu uma reunião no Eliseu para tratar "dos problemas
causados pelos comportamentos das pessoas viajantes e dos ciganos", já
foram obrigados a sair de França 681 romenos e búlgaros.
Para esta quinta-feira estão previstos mais dois voos, um com
partida de Paris levando a bordo 158 repatriados e um outro com partida
de Lyon transportando 125 pessoas expulsas do solo francês. Ao todo,
terão sido 8313 ciganos expulsos desde o início do ano até ao fim do dia
de hoje.
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