Os eleitores da ilha de Malta
decidiram, por meio de um referendo, aprovar a introdução do divórcio no
país, um dos poucos no mundo que ainda não permitem esta prática.
O primeiro-ministro de Malta, Lawrence Gonzi,
anunciou neste domingo o resultado do referendo, realizado no sábado.
Cerca de 72% dos malteses aptos a votar compareceram às urnas, segundo o
governo.
Os números oficiais ainda não foram divulgados. A
líder do movimento do "sim", Deborah Schembri, estima que o seu campo
tenha obtido cerca de 54% dos votos, segundo a agência AFP.
O premiê, que defendia o "não" ao divórcio,
disse que o resultado não era o que ele esperava, mas afirmou que
respeita a decisão da maioria e que irá viabilizar a legislação
necessária.
Por sua vez, o líder da oposição, Joseph Muscat, disse que "uma nova Malta nasceu" a partir da decisão das urnas.
Até a votação desse sábado, Malta era o único
país da Europa - sem contar o Vaticano - onde não era possível para os
casais se divorciar.
Catolicismo
A ilha, cuja população é formada em boa parte
por católicos ultraconveservadores, tem uma nova geração de eleitores
que age independentemente dos partidos políticos, segundo informa o
correspondente da BBC em Roma David Willey.
De acordo com Willey, a Igreja Católica de Malta
atualmente adota um procedimento que permite a anulação dos casamentos,
sob certas condições estritas, mas este processo é longo e muito caro.
De acordo com a lei aprovada, que já passou pelo
Parlamento, os casais poderão se divorciar em Malta depois de quatro
anos de casamento - uma medida semelhante à adotada pela Irlanda, outro
país majoritariamente católico.
Já a Itália, cuja população é esmagadoramente católica, aprovou sua lei de divórcio há 40 anos.
A Igreja Católica maltesa fez campanha em favor
do "não" no referendo. No entanto, segundo o correspondente da BBC, o
grande número de cidadãos que desejam o divórcio no país fez com que a
opinião pública derrubasse a doutrina católica.
O Vaticano ainda não se manifestou sobre o resultado do referendo em Malta.
Fonte: BBC-Brasil
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