Ao que parece 53% do território brasileiro desapareceu. Quase não se ouve falar dele e os políticos que querem ser governantes pouco falam sobre isso. Ao que parece os marqueteiros de plantão aconselham a não tocar no assunto, afinal o debate sobre o Código Florestal já mostrou que este é um tema espinhoso. Amazônia tem poucos votos. São apenas 25 milhões de habitantes e talvez apenas a metade em idade de votar. Então, é melhor concentrar a atenção nas grandes cidades do Sul e Sudeste. Algumas delas com a mesma quantidade de votos de toda a Amazônia. Durante o mês de agosto mais de 20 mil focos de incêndio surgiram em regiões do bioma Amazônia. Os jornais e Tvs apontaram como uma tragédia inevitável, pouco antes de darem ao público informações sobre o recorde da loteria ou a vida de um famoso. O fogo avança sobre áreas que deveriam ser preservadas ou trabalhadas para ter um manejo mais eficaz. Queima as raízes de um desenvolvimento sustentável para a região. Em 3 hectares de floresta existe mais vida e possibilidades de desenvolvimento da Amazônia do que em mil cabeças de gado, que precisam , cada uma, de 3 hetares para viver. Mil hectares alimentam apenas 300 cabeças de gado, que não forma, sequer, uma grande criação. Empresas supermercadistas já pressionaram os frigoríficos para acabar com essa insanidade de criar gado de forma tão primitiva e sem valor agregado. No entanto, não se questiona a quem interessa manter esse modelo de negócios neolítico. Os frigoríficos prometem rastrear o gado para garantir que a carne que chega às mesas dos brasileiros não venha de áreas criminosamente desmatadas. Mas não aceitam auditorias externas para provar que estão fazendo isso. O fato é que os grandes frigoríficos brasileiros estão se tornando os maiores do mundo, com ramificações me todos os países produtores de carne. E de onde vem o capital para isso? Bom, uma parte do BNDES. Outra parte vem dos pastos que surgem após as queimadas. O boi barato da Amazônia é o mesmo que pressiona para baixo o preço da arroba de carne nos mercado do Sul Sudeste. Ou seja, os pecuaristas que investem em tecnologia, melhoramento genético e saúde animal perdem dinheiro porque um grupo de oportunistas, que não compraram suas terras, que atuam de forma clandestina, esquentam seus bois em artimanhas com notas fiscais forjadas e colocam sua carne um condições de igualdade para disputar mercados nos grandes centros. O fogo está comendo a Amazônia pelas bordas e todos os anos isso é dado como “acidental”. Não! Não é um acidente, é apenas o descaso de políticos e autoridades em relação a mais da metade do território brasileiro, que ainda não foi compreendido como o verdadeiro diferencial do Brasil no mundo global do século 21. O que seria do Brasil sem a Amazônia? Provavelmente um país mediano, como muitos outros ao redor do mundo. Sem um protagonismo importante e a reboque de políticas regionais. Mas, com a Amazônia, o Brasil é um país relevante no cenário global, pelos serviços ambientais que a região presta ao próprio país e ao planeta. O Trópico de Capricórnio, que passa pelos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, uma das regiões mais férteis do mundo, é o mesmo que em outros continentes atravessa desertos. Ou seja, a região mais rica do Brasil apenas não é um deserto porque a Amazônia a irriga com a umidade necessária para formar os imensos campos cultivados com cana, soja, laranja e outros cultivos. Basta olhar para o outro lado dos Andes e temos o deserto do Atacama, uma das regiões mais secas do planeta. Políticos hoje candidatos e políticos hoje no poder estão calados em relação ao desastre ambiental causado pelo fogo e à crônica da tragédia anunciada que virá quando a Amazônia chegar a um tamanho que não mais permita que continue prestando serviços ambientais ao resto do país. E ela não precisará acabar para isto acontecer. O equilíbrio entre a capacidade da floresta se regenerar e continuar interagindo com os fluxos de umidade entre o oceano e as planícies do centro-oeste e sudeste pode ser rompido a qualquer momento. As secas já estão sendo maiores e mais prolongadas. São Paulo já registrou em agosto umidade relativa do ar de 10%. Já é clima de deserto. O que mais será necessário para se criar uma força de emergência para apagar o fogo e prender culpados? |
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Um blog de informações culturais, políticas e sociais, fazendo o contra ponto à mídia de esgoto.
domingo, 12 de setembro de 2010
Cadê a Amazônia? O fogo comeu..
Carta Aberta ao Jornal O Globo
Por Bernardo Cotrim
“Passei bons anos justificando para mim mesmo a manutenção da
assinatura. A ausência de uma alternativa que me permitisse manter o
hábito de ler um jornal impresso, a necessidade de saber o que “eles” (a
direita retrógrada, anti-povo) pensam, os dois artigos semanais do
Veríssimo…Hoje resolvi encerrar o amargo ciclo de masoquismo e
autoflagelação que se tornou a leitura d’O Globo”.
Comecei a ler O Globo diariamente aos 6 anos de idade. Meus
pais, leitores “compulsivos” (como se diz por aí, “minha mãe lê até bula
de remédio”), eram assinantes do jornal e o hábito de iniciar o dia
folheando as páginas d’O Globo foi rapidamente imitado por mim.
Primeiro os quadrinhos, depois o caderno de esportes, até passar a ler o
jornal “de cabo a rabo”. Conservei essa rotina por longos 24 anos. Até o
dia de hoje, mantive o costume de iniciar o meu dia “sujando os dedos
de tinta”, manuseando o papel.
É fato que, nos últimos anos, passei a fazê-lo sem o menor prazer. A
notícia cada vez mais editorializada, os toscos subterfúgios para
disfarçar os interesses econômicos e a opinião conservadora debaixo de
um falso manto de “imparcialidade” cada vez mais difícil de sustentar.
Não que eu tivesse ilusões de ser O Globo um jornal isento.
Sei das relações promíscuas dos membros do clã Marinho com os porões da
ditadura civil-militar; guardo na memória o apoio às privatizações, o
imenso destaque aos colunistas que vomitam obviedades preconceituosas e
são louvados como “formadores de opinião” (de quem, cara pálida?), mas
frente à decadência do velho JB (que, enfim, fechou suas portas, depois
de longa agonia) e a fragilidade dos demais jornais, O Globo resistiu como alternativa de informação.
No entanto, gente ao processo de transformações que o Brasil viveu (e
vive) durante o governo Lula, vocês ultrapassaram os limites do bom
senso. Transformaram-se em um panfleto sujo, jogaram todos os manuais de
jornalismo no lixo, assumiram o papel de “bastião da resistência” que
os frágeis partidos de direita não conseguiram sustentar. Passaram a
utilizar suas páginas para antecipar os discursos na tribuna que os
jereissatis, fruets e virgílios, espumando de raiva, despejavam nas
tribunas no dia seguinte.
Passei bons anos justificando para mim mesmo a manutenção da
assinatura. A ausência de uma alternativa que me permitisse manter o
hábito de ler um jornal impresso, a necessidade de saber o que “eles” (a
direita retrógrada, anti-povo) pensam, os dois artigos semanais do
Veríssimo…
Hoje resolvi encerrar o amargo ciclo de masoquismo e autoflagelação
que se tornou a leitura d’O Globo. Os frágeis argumentos em que me
agarrei aparecem ainda mais patéticos quando confrontados com a
realidade: estou ajudando a financiar uma peça publicitária para a
campanha do Serra. O Globo, há anos, deixou de ser um jornal digno do nome.
Vejamos: nos últimos dias, um escândalo de enormes proporções atingiu
o governo tucano do RS. Qual o espaço destinado à cobertura do caso?
Por que a prisão do governador do Amapá justifica a inclusão de uma foto
do Lula na capa? O princípio da isenção não deveria fazer com que a
“arapongagem” do governo Yeda (que espionava até crianças!) também
surgisse na capa acompanhada de uma foto do Serra?
Poderia listar, no mínimo, um caso de jornalismo marrom por dia publicado nas páginas d’O Globo
nos últimos 10 anos. E, ao mesmo tempo, sou incapaz de dizer qualquer
coisa que beire a racionalidade para justificar a minha permanência como
um finaciador dessa sujeira.
O fato é que, felizmente, hoje existem inúmeras opções de comunicação
ao alcance de um “clique”. Uma ampla rede democrática de comunicação
social constituiu-se na internet, várias vezes com maior agilidade de
informação (“furando” os jornalões comprometidos com a vontade dos seus
donos e com o lucro, e não com a liberdade de imprensa), e, sem sombra
de dúvida, muito mais comprometida com a veracidade dos fatos.
Por último, quero me solidarizar com os vários profissionais que aí
trabalham por necessidade e que não compactuam com a farsa que o jornal
se transformou. Talvez, se o jornal admitisse que tem “lado” e o
expressasse de forma mais explícita nos editoriais, sem manipular a
pauta inteira de cada edição (como fazem veículos bem mais sérios e
respeitáveis, como a Carta Capital), eu não estivesse hoje escrevendo
essa carta. Mas prefiro pagar para ser enganado levando o meu filho em
shows de ilusionismo, ao invés de servir como número nas estatísticas de
assinantes que o setor comercial d’O Globo apresenta para os seus ricos anunciantes.
(*) Ex-leitor
PS: Como sei que minha carta nunca será
publicada por vocês, tomo a liberdade de divulgá-la para os meus amigos e
familiares. Talvez existam outras pessoas tão indignadas quanto eu,
precisando apenas de um “empurrãozinho”.
A pobreza sai muito caro
Mia
Couto reflecte neste belo texto acerca dos recentes e violentos
episódios de agitação de rua em Maputo. Registemos a certeira afirmação
“Na verdade, os motins não eram legais, mas eram legítimos. Para os que
não estavam nas ruas, mesmo para os que condenavam a forma dos
protestos, havia razão e fundamento para esta rebelião”. Se a voz dos
pobres - mesmo se expressa da forma mais desesperada e tumultuosa - não é
ouvida e não encontra resposta, esse silêncio constitui uma violência
social ainda maior.
“A
pobreza sai muito caro. Ser pobre custa muito dinheiro. Os motins da
semana passada comprovam este parodoxo. Jovens sem presente agrediram o
seu próprio futuro. Os tumultos não tinham uma senha, uma organização,
uma palavra de ordem. Apenas a desesperada esperança de poder reverter a
decisão de aumento de preços”
Cercado por uma espécie de guerra, refém de um sentimento de impotência, escuto tiros a uma centena de metros. Fumo escuro reforça o sentimento de cerco. Esse fumo não escurece apenas o horizonte imediato da minha janela. Escurece o futuro. Estamo-nos suicidando em fumo? Ironia triste: o pneu que foi feito para vencer a estrada está, em chamas, consumindo a estrada. Essa estrada é aquela que nos levaria a uma condição melhor.
E de novo, uma certa orfandade atinge-me. Eu, como todos os cidadãos de Maputo, necessitaríamos de uma palavra de orientação, de um esclarecimento sobre o que se passa e como devo actuar. Não há voz, não rosto de nenhuma autoridade. Ligo rádio, ligo televisão. Estão passando novelas, música, de costas voltadas para a realidade. Alguém virá dizer-nos alguma coisa, diz um dos meus filhos. Ninguém, excepto uma cadeia de televisão, dá conta do que se está passando.
A pobreza sai muito caro. Ser pobre custa muito dinheiro. Os motins da semana passada comprovam este paradoxo. Jovens sem presente agrediram o seu próprio futuro. Os tumultos não tinham uma senha, uma organização, uma palavra de ordem. Apenas a desesperada esperança de poder reverter a decisão de aumento de preços. Sem enquadramento organizativo os tumultos, rapidamente, foram apropriados pelo oportunismo da violência, do saque, do vandalismo.
Esta luta desesperada é o corolário de uma vida de desespero. Sem sindicatos, sem partidos políticos, a violência usada nos motins vitimiza sobretudo quem já é pobre.
Grave será contentarmo-nos com condenações moralistas e explicações redutoras e simplificadoras. A intensidade e a extensão dos tumultos deve obrigar a um repensar de caminhos, sobretudo por parte de quem assume a direcção política do país. Na verdade, os motins não eram legais, mas eram legítimos. Para os que não estavam nas ruas, mesmo para os que condenavam a forma dos protestos, havia razão e fundamento para esta rebelião. Um grupo de trabalhadores que observava, junto comigo, os revoltosos, comentava: são os nossos soldados. E o resto, os excessos, seriam danos colaterais.
Os que não tinham voz diziam agora o que outros pretendiam dizer. Os que mais estão privados de poder fizeram estremecer a cidade, experimentaram a vertigem do poder. Eles não estavam sugerindo alternativas, propostas de solução. Estavam mostrando indignação. Estavam pedindo essa solução a “quem de direito”. Implícito estava que, apesar de tudo, os revoltosos olhavam como legítimas as autoridades de quem esperavam aquilo que chamavam “uma resposta”. Essa resposta não veio. Ou veio em absoluta negação daquilo que seria a expectativa.
Poderia ser outra essa ausência de resposta. Ou tudo o que havia para falar teria que ser dito antes, como sucede com esses casais que querem, num último diálogo, recuperar tudo o que nunca falaram. Um modo de ser pobre é não aprender. É não retirar lições dos acontecimentos.
As presentes manifestações são já um resultado dessa incapacidade.
Para que, mais uma vez, não seja um desacontecimento, um não evento. Porque são muitos os “não eventos” da nossa história recente. Um deles é a chamada “guerra civil”. O próprio nome será, talvez, inadequado. Aceitemos, no entanto, a designação. Pois essa guerra cercou-nos no horizonte e no tempo. Será que hoje retiramos desse drama que durou 16 anos? Não creio. Entre esquecimentos e distorções, o fenómeno da violência que nos paralisou durante década e meia não deixará ensinamentos que produzam outras possibilidades de futuro.
Vivemos de slogans e estereótipos. A figura emblemática dos “bandos armados” esfumou-se num aperto de mão entre compatriotas. Subsiste a ideia feita de que somos um povo ordeiro e pacífico. Como se a violência da chamada guerra civil tivesse sido feita por alienígenas. Algumas desatenções devem ser questionadas. No momento quente do esclarecimento, argumentar que os jovens da cidade devem olhar para os “maravilhosos” avanços nos distritos é deitar gasolina sobre o fogo. O discurso oficial insiste em adjectivar para apelar à auto-estima. Insistir que o nosso povo é “maravilhoso”, que o nosso país é “belo”. Mas todos os povos do mundo são “maravilhosos”, todos os países são “belos”. A luta contra a pobreza absoluta exige um discurso mais rico. Mais que discurso exige um pensamento mais próximo da realidade, mais atento à sensibilidade das pessoas, sobretudo dessas que suportam o peso real da pobreza.
Cercado por uma espécie de guerra, refém de um sentimento de impotência, escuto tiros a uma centena de metros. Fumo escuro reforça o sentimento de cerco. Esse fumo não escurece apenas o horizonte imediato da minha janela. Escurece o futuro. Estamo-nos suicidando em fumo? Ironia triste: o pneu que foi feito para vencer a estrada está, em chamas, consumindo a estrada. Essa estrada é aquela que nos levaria a uma condição melhor.
E de novo, uma certa orfandade atinge-me. Eu, como todos os cidadãos de Maputo, necessitaríamos de uma palavra de orientação, de um esclarecimento sobre o que se passa e como devo actuar. Não há voz, não rosto de nenhuma autoridade. Ligo rádio, ligo televisão. Estão passando novelas, música, de costas voltadas para a realidade. Alguém virá dizer-nos alguma coisa, diz um dos meus filhos. Ninguém, excepto uma cadeia de televisão, dá conta do que se está passando.
A pobreza sai muito caro. Ser pobre custa muito dinheiro. Os motins da semana passada comprovam este paradoxo. Jovens sem presente agrediram o seu próprio futuro. Os tumultos não tinham uma senha, uma organização, uma palavra de ordem. Apenas a desesperada esperança de poder reverter a decisão de aumento de preços. Sem enquadramento organizativo os tumultos, rapidamente, foram apropriados pelo oportunismo da violência, do saque, do vandalismo.
Esta luta desesperada é o corolário de uma vida de desespero. Sem sindicatos, sem partidos políticos, a violência usada nos motins vitimiza sobretudo quem já é pobre.
Grave será contentarmo-nos com condenações moralistas e explicações redutoras e simplificadoras. A intensidade e a extensão dos tumultos deve obrigar a um repensar de caminhos, sobretudo por parte de quem assume a direcção política do país. Na verdade, os motins não eram legais, mas eram legítimos. Para os que não estavam nas ruas, mesmo para os que condenavam a forma dos protestos, havia razão e fundamento para esta rebelião. Um grupo de trabalhadores que observava, junto comigo, os revoltosos, comentava: são os nossos soldados. E o resto, os excessos, seriam danos colaterais.
Os que não tinham voz diziam agora o que outros pretendiam dizer. Os que mais estão privados de poder fizeram estremecer a cidade, experimentaram a vertigem do poder. Eles não estavam sugerindo alternativas, propostas de solução. Estavam mostrando indignação. Estavam pedindo essa solução a “quem de direito”. Implícito estava que, apesar de tudo, os revoltosos olhavam como legítimas as autoridades de quem esperavam aquilo que chamavam “uma resposta”. Essa resposta não veio. Ou veio em absoluta negação daquilo que seria a expectativa.
Poderia ser outra essa ausência de resposta. Ou tudo o que havia para falar teria que ser dito antes, como sucede com esses casais que querem, num último diálogo, recuperar tudo o que nunca falaram. Um modo de ser pobre é não aprender. É não retirar lições dos acontecimentos.
As presentes manifestações são já um resultado dessa incapacidade.
Para que, mais uma vez, não seja um desacontecimento, um não evento. Porque são muitos os “não eventos” da nossa história recente. Um deles é a chamada “guerra civil”. O próprio nome será, talvez, inadequado. Aceitemos, no entanto, a designação. Pois essa guerra cercou-nos no horizonte e no tempo. Será que hoje retiramos desse drama que durou 16 anos? Não creio. Entre esquecimentos e distorções, o fenómeno da violência que nos paralisou durante década e meia não deixará ensinamentos que produzam outras possibilidades de futuro.
Vivemos de slogans e estereótipos. A figura emblemática dos “bandos armados” esfumou-se num aperto de mão entre compatriotas. Subsiste a ideia feita de que somos um povo ordeiro e pacífico. Como se a violência da chamada guerra civil tivesse sido feita por alienígenas. Algumas desatenções devem ser questionadas. No momento quente do esclarecimento, argumentar que os jovens da cidade devem olhar para os “maravilhosos” avanços nos distritos é deitar gasolina sobre o fogo. O discurso oficial insiste em adjectivar para apelar à auto-estima. Insistir que o nosso povo é “maravilhoso”, que o nosso país é “belo”. Mas todos os povos do mundo são “maravilhosos”, todos os países são “belos”. A luta contra a pobreza absoluta exige um discurso mais rico. Mais que discurso exige um pensamento mais próximo da realidade, mais atento à sensibilidade das pessoas, sobretudo dessas que suportam o peso real da pobreza.
(Publicado no jornal “O País”, 04 Setembro 2010)
Os judeus do Irão vivem muito melhor do que os palestinos de Gaza
Há
25 mil judeus no Irã. É a maior população judaica no Oriente Médio fora
de Israel. Os judeus iranianos não são perseguidos nem sofrem abusos do
estado; de fato, estão protegidos sob a constituição iraniana. São
livres para praticar sua religião e para votar nas eleições. Não são
parados e revistados em checkpoints, não são brutalizados por um
exército de ocupação e não estão confinados numa colônia penal
densamente povoada (Gaza) onde sejam privados dos meios básicos de
subsistência. Os judeus iranianos vivem dignamente e gozam dos
benefícios da cidadania.
O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad é demonizado pela mídia ocidental. É chamado de anti-semita e de "novo Hitler". Mas se essas alegações fossem verdade, então porque a maioria dos judeus iranianos votou em Ahmadinejad nas recentes eleições presidenciais? Será possível que a maior parte do que se sabe sobre Ahmadinejad seja baseado apenas em boatos e em propaganda?
O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad é demonizado pela mídia ocidental. É chamado de anti-semita e de "novo Hitler". Mas se essas alegações fossem verdade, então porque a maioria dos judeus iranianos votou em Ahmadinejad nas recentes eleições presidenciais? Será possível que a maior parte do que se sabe sobre Ahmadinejad seja baseado apenas em boatos e em propaganda?
Este trecho apareceu num artigo da BBC:
"O gabinete (de Ahmadinejad) fez recentemente uma doação monetária para o Hospital Judaico de Teerã. É um dos quatro únicos hospitais judaicos de caridade no mundo e foi fundado com dinheiro da diáspora judaica – coisa notável no Irã onde mesmo as organizações locais de ajuda têm dificuldade em receber fundos do estrangeiro por medo de serem acusados de agentes estrangeiros".
Quando foi que Hitler alguma vez doou dinheiro para hospitais judeus? A analogia com Hitler é uma tentativa desesperada de lavagem cerebral aos americanos. Nada nos diz sobre quem realmente é Ahmadinejad.
"O gabinete (de Ahmadinejad) fez recentemente uma doação monetária para o Hospital Judaico de Teerã. É um dos quatro únicos hospitais judaicos de caridade no mundo e foi fundado com dinheiro da diáspora judaica – coisa notável no Irã onde mesmo as organizações locais de ajuda têm dificuldade em receber fundos do estrangeiro por medo de serem acusados de agentes estrangeiros".
Quando foi que Hitler alguma vez doou dinheiro para hospitais judeus? A analogia com Hitler é uma tentativa desesperada de lavagem cerebral aos americanos. Nada nos diz sobre quem realmente é Ahmadinejad.
As mentiras sobre Ahmadinejad não são
diferentes das mentiras sobre Saddam Hussein ou Hugo Chávez. Os EUA e
Israel estão tentando criar uma justificação para outra guerra. É por
isso que a mídia credita a Ahmadinejad coisas que ele realmente nunca
disse. Ele nunca disse que quer "varrer Israel do mapa". Essa é mais uma
ficção. O autor Jonathan Cook explica o que disse realmente o
presidente:
"Este mito tem sido interminavelmente reciclado desde que ocorreu um erro de tradução num discurso de Ahmadinejad dois anos atrás. Especialistas em farsi atestaram que o presidente iraniano, longe de ameaçar com a destruição de Israel, estava citando um antigo discurso do Aiatolá Khomeini no qual ele reassegura aos apoiadores da Palestina que "o regime sionista em Jerusalém" iria "desaparecer das páginas do tempo".
Ele não estava ameaçando exterminar judeus ou Israel. Estava comparando a ocupação israelense da Palestina com outros sistemas ilegítimos cujo tempo havia passado, incluindo os xás que outrora governaram o Irã, o apartheid na África do Sul e o império [NR] soviético. Não obstante, a tradução errônea sobreviveu e prosperou porque Israel e seus apoiadores a exploraram para seus próprios propósitos de propaganda" ("Israel's Jewish problem in Tehran", Jonathan Cook, The Electronic Intifada)
Ahmadinejad não representa qualquer ameaça para Israel ou para os EUA. Como todos no Oriente Médio, ele quer apenas um alívio da agressão israelense e norte-americana.
"Este mito tem sido interminavelmente reciclado desde que ocorreu um erro de tradução num discurso de Ahmadinejad dois anos atrás. Especialistas em farsi atestaram que o presidente iraniano, longe de ameaçar com a destruição de Israel, estava citando um antigo discurso do Aiatolá Khomeini no qual ele reassegura aos apoiadores da Palestina que "o regime sionista em Jerusalém" iria "desaparecer das páginas do tempo".
Ele não estava ameaçando exterminar judeus ou Israel. Estava comparando a ocupação israelense da Palestina com outros sistemas ilegítimos cujo tempo havia passado, incluindo os xás que outrora governaram o Irã, o apartheid na África do Sul e o império [NR] soviético. Não obstante, a tradução errônea sobreviveu e prosperou porque Israel e seus apoiadores a exploraram para seus próprios propósitos de propaganda" ("Israel's Jewish problem in Tehran", Jonathan Cook, The Electronic Intifada)
Ahmadinejad não representa qualquer ameaça para Israel ou para os EUA. Como todos no Oriente Médio, ele quer apenas um alívio da agressão israelense e norte-americana.
Isto é da Wikipedia:
"O Departamento de Estado dos EUA tem alegado discriminação no Irã contra judeus. De acordo com seu estudo, os judeus não podem ocupar posições importantes no governo e estão proibidos de servir nos serviços judiciário e de segurança e de tornar-se diretores de escolas públicas. O estudo diz que cidadão judeus podem obter passaportes e viajar para fora do país, mas a eles são freqüentemente negadas as permissões de múltiplas saídas normalmente concedidas a outros cidadãos. As alegações feitas pelo Departamento de Estado norte-americano foram condenadas pelos judeus iranianos. A Associação de Judeus de Teerã diz numa declaração, "nós judeus iranianos condenamos as declarações do Departamento de Estado dos EUA sobre as minorias religiosas iranianas, anunciamos que estamos totalmente livres para executar nossos deveres religiosos e não sentimos nenhuma restrição para realizar nossos rituais religiosos".
Em quem deveríamos acreditar: nos judeus que realmente vivem no Irã ou nos encrenqueiros do Departamento de Estado norte-americano?
Há seis açougues kosher, 11 sinagogas e diversas escolas hebraicas em Teerã. Nenhum funcionário de Ahmadinejad nem de qualquer outro governo iraniano fez qualquer tentativa de fechar essas instalações. Nunca. Judeus iranianos são livres para viajar (ou mudar-se) para Israel se assim o desejarem. Não estão aprisionados por um exército de ocupação. Não estão privados de alimentos ou remédios. Seus filhos não crescem com doenças mentais originadas do trauma da violência esporádica. Suas famílias não são atingidas por barcos armados atirando enquanto circulam nas praias. Seus apoiadores não são esmagados por escavadeiras ou atingidos na cabeça por balas de borracha. Não são atingidos por gás ou espancados quando fazem demonstrações pacíficas por suas liberdades civis. Seus líderes não são caçados e assassinados premeditadamente.
Roger Cohen escreveu um ensaio bastante cuidadoso sobre este tema para o New York Times. Diz ele:
"Talvez eu seja um pouco tendencioso em relação aos fatos mais do que a palavras, mas digo que a realidade da civilidade iraniana acerca dos judeus nos diz mais sobre o Irã – seu refinamento e cultura – que toda retórica inflamada. Isso pode ser devido a eu ser judeu e ter sido freqüentemente tratado com tanta gentileza no Irã. Ou talvez eu esteja impressionado com a fúria contra Gaza, trombeteada em posters e na TV iraniana, nunca se ter convertido em insultos ou violência contra judeus. Ou talvez seja porque eu esteja convencido de que a caricatura do Irã como "o Mullah Doido" e a comparação de qualquer vínculo com Munich em 1938 – uma posição popular em alguns círculos judaicos norte-americanos – seja incorreta e perigosa". ("What Iran's Jews Say", Roger Cohen, New York Times )
As coisas não são perfeitas para os judeus que vivem no Irã, mas são melhores do que para os palestinos que vivem em Gaza. Muito melhor.
18/Agosto/2010
[*] fergiewhitney@msn.com
[NR] A expressão é do sr. Cook. A URSS nunca foi um império.
O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/whitney08182010.html . Tradução de RMP.
Exte texo foi extraído na íntegra de: http://resistir.info/
"O Departamento de Estado dos EUA tem alegado discriminação no Irã contra judeus. De acordo com seu estudo, os judeus não podem ocupar posições importantes no governo e estão proibidos de servir nos serviços judiciário e de segurança e de tornar-se diretores de escolas públicas. O estudo diz que cidadão judeus podem obter passaportes e viajar para fora do país, mas a eles são freqüentemente negadas as permissões de múltiplas saídas normalmente concedidas a outros cidadãos. As alegações feitas pelo Departamento de Estado norte-americano foram condenadas pelos judeus iranianos. A Associação de Judeus de Teerã diz numa declaração, "nós judeus iranianos condenamos as declarações do Departamento de Estado dos EUA sobre as minorias religiosas iranianas, anunciamos que estamos totalmente livres para executar nossos deveres religiosos e não sentimos nenhuma restrição para realizar nossos rituais religiosos".
Em quem deveríamos acreditar: nos judeus que realmente vivem no Irã ou nos encrenqueiros do Departamento de Estado norte-americano?
Há seis açougues kosher, 11 sinagogas e diversas escolas hebraicas em Teerã. Nenhum funcionário de Ahmadinejad nem de qualquer outro governo iraniano fez qualquer tentativa de fechar essas instalações. Nunca. Judeus iranianos são livres para viajar (ou mudar-se) para Israel se assim o desejarem. Não estão aprisionados por um exército de ocupação. Não estão privados de alimentos ou remédios. Seus filhos não crescem com doenças mentais originadas do trauma da violência esporádica. Suas famílias não são atingidas por barcos armados atirando enquanto circulam nas praias. Seus apoiadores não são esmagados por escavadeiras ou atingidos na cabeça por balas de borracha. Não são atingidos por gás ou espancados quando fazem demonstrações pacíficas por suas liberdades civis. Seus líderes não são caçados e assassinados premeditadamente.
Roger Cohen escreveu um ensaio bastante cuidadoso sobre este tema para o New York Times. Diz ele:
"Talvez eu seja um pouco tendencioso em relação aos fatos mais do que a palavras, mas digo que a realidade da civilidade iraniana acerca dos judeus nos diz mais sobre o Irã – seu refinamento e cultura – que toda retórica inflamada. Isso pode ser devido a eu ser judeu e ter sido freqüentemente tratado com tanta gentileza no Irã. Ou talvez eu esteja impressionado com a fúria contra Gaza, trombeteada em posters e na TV iraniana, nunca se ter convertido em insultos ou violência contra judeus. Ou talvez seja porque eu esteja convencido de que a caricatura do Irã como "o Mullah Doido" e a comparação de qualquer vínculo com Munich em 1938 – uma posição popular em alguns círculos judaicos norte-americanos – seja incorreta e perigosa". ("What Iran's Jews Say", Roger Cohen, New York Times )
As coisas não são perfeitas para os judeus que vivem no Irã, mas são melhores do que para os palestinos que vivem em Gaza. Muito melhor.
18/Agosto/2010
[*] fergiewhitney@msn.com
[NR] A expressão é do sr. Cook. A URSS nunca foi um império.
O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/whitney08182010.html . Tradução de RMP.
Exte texo foi extraído na íntegra de: http://resistir.info/
sábado, 11 de setembro de 2010
Defende Fidel Castro a paz sem renunciar a princípios justos
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Socialismo sueco???
Na Suécia políticos sem mordomias | ||||
Por Anna Malm*
Os
suecos não tem grandes pretensões em relação ao luxo e a riqueza e isso
se aplica também aos políticos suecos que são uma parte integral e
ativa da população. Desde muito cedo, a mais de cem anos, a estrutura
social da Suécia se encaminhou para uma organização social dirigida para
a igualdade social entre os membros da comunidade. A igualdade social
era e ainda continua sendo um dos principais objetivos da organização
política e social da Suécia. Isso faz com que os políticos e mesmo os
ministros não esperem deferências extraordinárias ou especiais na
Suécia.
Pessoalmente
já encontrei ministros de altos postos indo para o trabalho no mesmo
ônibus, assim como também no mesmo trem ou no mesmo metrô que eu mesma.
Andar de transporte coletivo, assim como de maneira geral lavar sua
própria roupa, limpar sua própria casa e fazer suas próprias compras é o
que se espera de todos, incluindo os representantes políticos,
ministros e membros do parlamento.
Além
disso, se de uma maneira ou de outra um político ou um ministro se
aproveitasse de alguma situação, como por exemplo, para conseguir um
apartamento melhor no centro da cidade, por conta dos seus contatos
relacionados à política, de certeza que não continuaria a ser um
ministro, ou um político sueco por muito tempo. A pressão social e da
prensa jornalística seria muito grande para tanto.
Naturalmente
que muitos ministros, assim como todos os outros cidadões, podem ter
seus carros particulares e morarem em casas confortáveis, casas essas
que quase sem exceção são compradas por empréstimos bancários que na
maioria dos casos se paga durante uma vida inteira de trabalho.
Os
suecos não têm grandes pretensões em relação ao luxo e a riqueza, mas
por outro lado exigem, para si e para todos os outros, um padrão de vida
que em relação ao Brasil creio que se poderá dizer de classe média, que
se não abastada, pelo menos de bom nível social e econômico. Para tanto
os suecos trabalham conquanto exigindo serviços públicos de saúde,
educação e assistência social de alta qualidade.
As
reivindicações sindicais e trabalhistas estão entre os aspectos mais
importantes e respeitados da vida pública do país. Vendo-se, por
exemplo, a residência do ministro da segurança social e econômica da
Suécia pode-se achar que a casa até que é muito boa, mas chama-se a
atenção para o fato de que essa mesma casa muito bem poderia pertencer a
um carpinteiro, motorista de caminhão ou operário de, por exemplo, uma
fábrica de automóveis ou a uma professora de nível primário ou mesmo a
uma enfermeira ou a um condutor de ônibus para não se dizer de um
metalúrgico ou trabalhador portuário, porque como dito, o financiamento
da compra da casa sempre será feito por um banco. Sempre se terá uma
hipoteca ou uma garantia de um dos inúmeros sindicatos trabalhistas para
garantir a compra da casa própria com prestações razoáveis.
Acrescenta-se
que de uma maneira geral e em comparação, a família não tem o mesmo
significado no Brasil que na Suécia. O que no Brasil de modo geral se
espera de ajuda dos familiares em caso de desemprego, doença,
dificuldades financeiras temporárias etc., na Suécia se providencia
através de um sistema de seguro social que abrange todos os aspectos
acima mencionados.
Para
tanto há seguro de saúde, seguro de desemprego, garantias para seguro
de moradia ou de assistência social nas diversas situações da vida.
Esse sistema de seguro social abrangente é um dos resultados dos últimos
cem anos de luta trabalhista, que hoje em dia se tornou parte do dia a
dia do sueco assim como dos seus políticos, sendo que nenhum partido
político, por mais de direita que seja, ponha em discussão esses
princípios básicos.
A
Suécia era um país pobre por volta do começo de 1900, sendo então um
país agrário que aos poucos se foi industrializando. As reinvidicações
sindicais e trabalhistas que começaram a se impor por volta de 1911 com a
reinvidicação do direito do voto para as mulheres foram se consolidando
com exigências de reformas sociais no campo da saúde, habitação e
educação a partir de 1920, mas a isso voltaremos em outras reportagens.
Por
já nos contentaremos em realçar que as reinvidicações trabalhistas nos
levam a constatar que os políticos de hoje deverão lavar suas próprias
roupas em lavanderias comunais instaladas nos prédios onde moram, ou em
máquinas de lavar em casa própria, porque empregadas domésticas aqui
hoje já não existem, não senhor.
Portanto,
um dia a dia de um político sueco, seja esse político um homem ou uma
mulher, ministro ou não, será de se levantar cedo para levar os filhos à
escola ou ao jardim de infância comunal, pôr-se a caminho do trabalho,
almoçar no trabalho ou em um restaurante popular, voltar ao trabalho até
mais ou menos as cinco, correr para recolher os filhos, se precisarem
fazer compras para a casa, chegando em casa preparar o necessário, comer
alguma coisa etc e tal. Talvez à noite esse político possa ter que
partir para alguma reunião local ou coisa do gênero para bem do seu
partido ou poderá ver televisão, ler, escrever, ou fazer qualquer outra
coisa, porque amanhã será outro dia.
Descansar
e fazer os programas da sua vida pessoal isso ele ou ela o fará no fim
de semana. Férias a maioria as terá no verão o que pode durar de cinco a
dez semanas. Nas férias a maioria aproveitará para viver perto da
natureza na Suécia, talvez com umas duas semanas de viagem, na maioria
das vezes para o sul da Europa onde aproveitará do sol e mar sul -
europeu.
Não.
Os políticos no congresso sueco não têm motoristas ou assessores
particulares. Além disso, devem lavar sua própria roupa, comprar e fazer
sua própria comida se não quiserem comer em restaurantes ou pensões.
Quanto a morarem em apartamentos pequenos de 50 metros quadrados e
dormir em sofá-cama isso só o fazem- regra geral, se pernoitarem em suas
salas de trabalho no congresso.
No
parlamento, ou em outras palavras o que no Brasil se chama o congresso
nacional, que aqui é localizado em Estocolmo e constituído por 349
representantes vindos de todo o país, esses representantes dos diversos
partidos e regiões tem então suas salas de trabalho onde podem
permanecer se quiserem, dia e noite. Como muitos desses representantes
vem de outras regiões do país não tendo amigos, apartamentos ou
residência em Estocolmo onde possam morar mais regularmente muitos deles
preferem pernoitar em suas salas de trabalho no próprio parlamento,
onde de qualquer maneira, já lá sempre terão um sofá mais ou menos
confortável.
Como
todos têm um salário e honorários digno do nome nunca deverão ter
dificuldades de irem para suas casas nas diversas regiões do país
durante os fins de semana para encontraram suas respectivas famílias, o
que na verdade a maioria o faz. Em suas regiões poderão morar em casas
simples mas confortáveis ou em apartamentos que sempre terão, regra
geral, um padrão de nível confortável.
Quanto a mordomias é só esquecer, porque por aqui não as há.
*Anna Malm é correspondente de Pátria Latina em Estocolmo
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010
O TRABALHO (CAPITALISTA) ESCRAVIZA.
Por Aedovirtual no blog Porrada Cultural
Nos
portões do campo de concentração de Auschwitz lia-se a frase ‘O
trabalho liberta’. Ironia dos nazistas que construíram estes campos como
locais de trabalho forçado e, posteriormente, de extermínio em massa de
judeus. O trabalho passou por inúmeros formatos durante a história,
desde o trabalho escravo e servil até o trabalho ‘livre’, ironia do
sistema capitalista.
O trabalho artesanal, desde a antiguidade até a Revolução Industrial do século XVIII, era uma forma de trabalho onde realmente o trabalhador era livre. O artesão era dono de suas ferramentas de trabalho, trabalhava no ritmo que bem entendesse, trabalhava nos dias e horários que desejasse. Este sim era uma forma de trabalho livre.
O artesão não tinha a mesma visão de mundo que os capitalistas que tinham como objetivo central de suas atividades a acumulação de capitais, a acumulação de riquezas. O artesão trabalhava o necessário para viver, não tinha uma perspectiva de enriquecer. O tempo não era dinheiro, o tempo era vida.
O sistema capitalista estabeleceu a compra do trabalho em troca de salários, criou máquinas que escravizam os trabalhadores e transferiu para os capitalistas o controle sobre o ritmo e o tempo de trabalho.
O artesão sabia exatamente como sua mercadoria era produzida, ele criava o produto do começo ao fim, fazendo com que um dos seus produtos fosse diferente do outro. Se você tratasse um artesão como trabalhador ele era capaz de te dar uma porrada. O que ele fazia era arte, cada tapete do tecelão era diferente do outro. Cada cadeira produzida por um marceneiro era única.
Com as fábricas passou a vigorar a padronização, todos os produtos feitos por uma máquina são exatamente iguais. Cada trabalhador realiza apenas uma pequena parte do produto, não reconhecendo no produto final o seu trabalho. É o que chamamos de trabalho alienado. A charge abaixo é muito representativa deste processo de alienação do trabalho no capitalismo.
O mito de Sísifo nos leva a pensar se os gregos já não pressentiam o tédio, a monotonia, o porre, o saco, que é o trabalho alienado que submete milhões de pessoas mundo a fora a um processo que é capaz de enlouquecer ou, no mínimo, desumanizar qualquer um.
Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar um rochedo morro acima e, depois, o rochedo rolava pela encosta e Sísifo começava tudo de novo, indefinidamente. Veja esta animação sobre Sísifo:
Na década de 1930, Chaplin lançou o filme “Tempos Modernos”, hoje um clássico do cinema. Mas nos EUA o filme não foi bem recebido pelos conservadores que viam nele uma clara crítica ao capitalismo e, portanto, um manifesto pró-comunismo. Na década de 1950, período marcado pelo fenômeno do Macarthismo (ou ‘caça as bruxas’), os conservadores norte-americanos passaram a perseguir artistas e intelectuais que fossem considerados simpatizantes da URSS e do comunismo. Chaplin foi perseguido pelo macarthismo por ter dirigido o filme “Tempos Modernos”.
Mas o que o filme de Chaplin tinha de tão perigoso, de tão crítico? A cena abaixo é uma parte do filme e, a partir dele, você pode perceber a genialidade do diretor em sua feroz crítica ao trabalho alienado que o capitalismo nos impõe.
Leia mais sobre o trabalho alienado aqui:
http://educacao.uol.com.br/filosofia/marx-alienacao.jhtm
Sobre o mito de Sísifo leia aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Mito_de_S%C3%ADsifo
Sobre o macarthismo leia aqui:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/mccarthy.htm
O trabalho artesanal, desde a antiguidade até a Revolução Industrial do século XVIII, era uma forma de trabalho onde realmente o trabalhador era livre. O artesão era dono de suas ferramentas de trabalho, trabalhava no ritmo que bem entendesse, trabalhava nos dias e horários que desejasse. Este sim era uma forma de trabalho livre.
O artesão não tinha a mesma visão de mundo que os capitalistas que tinham como objetivo central de suas atividades a acumulação de capitais, a acumulação de riquezas. O artesão trabalhava o necessário para viver, não tinha uma perspectiva de enriquecer. O tempo não era dinheiro, o tempo era vida.
O sistema capitalista estabeleceu a compra do trabalho em troca de salários, criou máquinas que escravizam os trabalhadores e transferiu para os capitalistas o controle sobre o ritmo e o tempo de trabalho.
O artesão sabia exatamente como sua mercadoria era produzida, ele criava o produto do começo ao fim, fazendo com que um dos seus produtos fosse diferente do outro. Se você tratasse um artesão como trabalhador ele era capaz de te dar uma porrada. O que ele fazia era arte, cada tapete do tecelão era diferente do outro. Cada cadeira produzida por um marceneiro era única.
Com as fábricas passou a vigorar a padronização, todos os produtos feitos por uma máquina são exatamente iguais. Cada trabalhador realiza apenas uma pequena parte do produto, não reconhecendo no produto final o seu trabalho. É o que chamamos de trabalho alienado. A charge abaixo é muito representativa deste processo de alienação do trabalho no capitalismo.
O mito de Sísifo nos leva a pensar se os gregos já não pressentiam o tédio, a monotonia, o porre, o saco, que é o trabalho alienado que submete milhões de pessoas mundo a fora a um processo que é capaz de enlouquecer ou, no mínimo, desumanizar qualquer um.
Sísifo foi condenado pelos deuses a empurrar um rochedo morro acima e, depois, o rochedo rolava pela encosta e Sísifo começava tudo de novo, indefinidamente. Veja esta animação sobre Sísifo:
Na década de 1930, Chaplin lançou o filme “Tempos Modernos”, hoje um clássico do cinema. Mas nos EUA o filme não foi bem recebido pelos conservadores que viam nele uma clara crítica ao capitalismo e, portanto, um manifesto pró-comunismo. Na década de 1950, período marcado pelo fenômeno do Macarthismo (ou ‘caça as bruxas’), os conservadores norte-americanos passaram a perseguir artistas e intelectuais que fossem considerados simpatizantes da URSS e do comunismo. Chaplin foi perseguido pelo macarthismo por ter dirigido o filme “Tempos Modernos”.
Mas o que o filme de Chaplin tinha de tão perigoso, de tão crítico? A cena abaixo é uma parte do filme e, a partir dele, você pode perceber a genialidade do diretor em sua feroz crítica ao trabalho alienado que o capitalismo nos impõe.
Leia mais sobre o trabalho alienado aqui:
http://educacao.uol.com.br/filosofia/marx-alienacao.jhtm
Sobre o mito de Sísifo leia aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Mito_de_S%C3%ADsifo
Sobre o macarthismo leia aqui:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/mccarthy.htm
Por que sou a favor de benefícios assistenciais
.
Gente é pra ser feliz, (…) não pra morrer de fome
.
Meire no blog Salada Medica
Este post dá apenas um pontapé para que vocês discutam este tema.
Praticamente não dei plantão em serviço
público. Em pouco tempo de formada ingressei na medicina privada e por
anos mantive clientela de médio a alto nível sócio-econômico, já que só
trabalhava em consultório particular.
Minha vida acadêmica esteve totalmente
fora da realidade do nosso país até 2006, quando, pensando em fazer mais
do que só consultório particular, trabalhei como médica da Rede
Estadual de Assistência à Pessoa com Deficiência e tomei posse no cargo
que ora exerço no Governo Federal.
Até entendo por que algumas das pessoas
do meu círculo de contatos pensam como eu pensava antes, que políticas
sociais são medida populista, que não é dando que se ensina, que não é
dando que se leva um povo adiante, que esforço pessoal é suficiente, que
iniciativa privada é o que há e por ai vai, porque já pensei assim
também e não posso afirmar que a minha posição atual seja a correta.
Quem mudou meu pensamento da água para o
vinho não foi nenhum bom argumentador, nenhum sociólogo, nenhuma
assistente social. Foi uma baixinha de dois anos de idade, moreninha dos
cabelos negros, sorridente, carinhosa, de família muito pobre e
domiciliada na periferia de Natal. Como muitos outros pacientes
continuam sendo, ela foi uma das minhas grandes professoras.
A menininha nasceu com surdo-mudez e foi
atendida por mim no Centro de Reabilitação Infantil. Indiquei avaliação
otorrinolaringológica e ela foi escolhida para receber implante
coclear. Vibramos de felicidade porque a pequena iria começar a ouvir,
faríamos tratamento com fonoaudióloga e e ela poderia ter uma vida mais
próxima a das crianças de sua idade.
Mas o pai não permitiu a cirurgia, um
procedimento caro, mas que seria custeado pelo SUS. Não houve acordo,
tentamos de tudo e ele foi inclusive bem agressivo com a equipe.
Precisei pedir ajuda ao Conselho Tutelar.
No final das contas o pai, pessoa não
alfabetizada, sem formação técnica alguma, sem emprego e sobrevivendo de
‘vínculos’ precários de trabalho braçal, chorou bastante e admitiu o
motivo: a menina recebia o amparo social ao deficiente. Se a menininha fosse curada a família correria o risco de não ter o que comer, porque uma vez deixando de ser ‘deficiente‘, a menina perderia seu benefício (um salário mínimo por mês).
Entre outras atribuições, avalio
praticamente todos os dias pessoas com deficiência para subsidiar a
concessão deste mesmo benefício. E não raro me emociono com mães e pais
buscando, a todo custo, transformar perante a classe médica o seu filho
ou filha em uma criança com invalidez. Os pais circulam em médicos,
fazem exames, queixam-se de que crianças sorridentes e sapecas são
psicopatas ou que crianças já alfabetizadas tem atraso mental grave e o
que é pior, orientam que a criança fique calada e diga que nada sabe
durante a entrevista pericial.
Excluindo os casos claros de tentativa
de fraudar o sistema, a manobra resulta do desespero, da falta de
perspectiva. É a fome. Uma das formas da família receber a garantia de
uma renda mensal é ser acometida por alguma fatalidade. Um pai que fique
paraplégico, uma mãe que tenha um derrame e perca a memória, um filho
com deficiência grave.
Um povo com fome é de fato um povo
inválido, um povo paralisado, desconectado, sem capacidade de ação, é um
povo que estende a mão, espera e agradece o pouco que vier, pede esmola
para não roubar.
Filho de faminto tem desnutrição
intra-útero e corre maior risco de desenvolver retardo do
desenvolvimento motor e cognitvo, além de epilepsia e possivelmente
danos na arquitetura cerebral. Enquanto não houver um pequeno
enriquecimento do povo muito pobre no nosso país iremos apenas perpetuar
essa ciclo bizarro e cruel.
Quando uma família recebe um benefício
assistencial que seja de fato suficiente para garantir uma cota
calórico-proteica mínima ocorre uma sequência de benefícios. A mãe, que
antes precisava se prostituir ou saia para trabalhar como ‘autônoma’
recebendo muito menos do que merece e muitas vezes deixando seus filhos
trancados dentro de casa ou largados na rua, pode ser dar ao ‘luxo’ de
dar mais atenção às crianças e mantê-las menos próximas do underground.
Sou a favor de um benefício de prestação
continuada para toda e qualquer família em alta vulnerabilidade, não só
para idosos ou pessoas com deficiência incapacitante, desde que
associado a um mecanismo de contrapartida.
A contrapartida seria manter a criança
na escola, o adolescente em um curso técnico, o adulto em programas de
alfabetização, além de um bom programa de controle de natalidade. Tudo
isto o Brasil já tem, mas muitas vezes as pessoas não buscam.
Fora a questão humanista em si, vem a questão de saúde pública.
A má alimentação afeta não só o
crescimento e desenvolvimento da pessoa, afeta sua imunidade, facilita
infecções. Famílias pobres vivem confinadas em ambientes minúsculos,
muitas vezes em casas com um cômodo para várias pessoas. O confinamento
aliado à desnutrição amplifica a proliferação de vírus, fungos e
bactérias, tanto que o Brasil não consegue se livrar da Febre Reumática,
da Tuberculose ou da Hanseníase.
Saindo da questão de saúde pública, tem a questão econômica.
O adoecimento destas pessoas gera ônus
para os cofres públicos. É muito mais barato manter o povo alimentado,
acordá-lo para produzir e impulsionar o desenvolvimento do país do que
custear tratamento de condições ligadas a pobreza e subnutrição, exames
complementares, honorários médicos, medicamentos…
Se seguirmos em frente no raciocínio,
chegamos ainda em outro ponto. A distribuição de dinheiro que está
retido nas contas do Governo ou em mãos de graúdos aumenta o poder de
compra das pessoas. Isto gera injeção na economia, nas vendas, nos
negócios, na capacidade de manutenção das empresas e geração de mais
empregos. Parte destes benefícios volta para o próprio governo na forma
de impostos sobre produtos e parte fica justamente nas mãos de uma
parcela dos contribuintes, sejam eles comerciantes ou empresários.
E fora as questões humanistas, de saúde pública e econômica pinceladas aqui, há a questão de segurança.
Em ‘O Ensaio Sobre a Cegueira‘
(Saramago), pessoas pacatas e de vida tranquila que se vêem engaioladas e
sem suprimentos alimentares, em pouco tempo passam a apresentar
comportamento criminoso, do furto ao estupro. Em todo tempo e lugar,
onde há miséria e fome há saques e crimes de outras naturezas. Já
sabemos que embora exista multicausalidade, inclusive uma predisposição
genética ao comportamento sociopata, a variável isolada mais importante
na prevalência da criminalidade de um país é a baixa condição
socio-econômica.
Então se nada parece um bom argumento
para justificar a distribuição de renda para pessoas desfavorecidas,
pensar num país com menor violência, com menos crianças nas ruas
servindo de ‘aviãozinho‘ para traficantes, com menos pedintes nas ruas não é tentador?
Mas ai vem o argumento do contra que é de fato uma falácia de generalização. ‘Ah, quem tem uma renda mínima não vai mais querer trabalhar, vai se acomodar’.
Quem faz isto chama todo o povo brasileiro de oportunista e preguiçoso.
Quem convive de perto com gente muito carente pode afirmar que boa
parte do povo é formada por pessoas com vontade de mudar de vida, por
pessoas que só precisam que uma mão seja estendida, por pessoas que
querem o melhor para seus filhos, que querem que seus filhos um dia
alcancem algo que nunca alcançaram.
Muitos de nós certamente viemos de
famílias pobres e somos resultados dos esforços heróicos de nossos avós e
pais.Quem não quiser crescer, que assim fique, viva de uma bolsa
qualquer, mas não é por estes que o todo deve ser sacrificado. Façamos a
devida medida de justiça.
Em suma e pensando com meus batons, chego a conclusão que a implantação da renda mínima, que seria um benefício idêntico ao concedido a idosos carentes
e pessoas com deficiência + invalidez para o trabalho, é estratégia
altamente razoável dos pontos de vista de cidadania, saúde pública,
economia e segurança e que pode, em médio prazo, mudar o perfil do povo
brasileiro.
Quanto menos pessoas com fome e mais
pessoas com poder de compra o Brasil ‘produzir’, melhor para todos. Quem
paga a conta são os brasileiros que como eu, tiveram mais
oportunidades, puderam estudar e ter colocação no mercado, uma vida
digna e independente de políticas sociais. E pagamos satisfeitos se o
fruto no nosso trabalho é transformado em algo bom para o país como um
todo.
É para papo de mais de metro, porque tem
ainda a questão penal. Num pais menos pobre o Estado pode ter garantido
o seu direito de punir, pois não há atenuantes para quem rouba de
barriga cheia.
Fora tudo isto, esta concessão evitaria a
triste necessidade da família carente da atualidade entrar em
verdadeiro processo mórbido em busca de um membro da família que seja
inválido para que sua renda seja concedida. Vocês não tem idéia de como é
triste atender pessoas com este comportamento. O brasileiro não merece
essa humilhação e um país com uma carga tributária violenta como o nosso
tem o dever de fazer isto.
Abraços,
Leonid Savin: EUA se preparam para "guerra" na internet
Depois do dia 1º de outubro, milhares de piratas cibernéticos,
que trabalham como espiões militares dos Estados Unidos, se envolverão
integralmente em atividades da guerra informatizada. As declarações no
sentido de adotar medidas de defesa cibernética podem ser ouvidas com
muita frequência no país. Analistas afirmam que as informações voltadas
às redes de comunicação, das quais depende sua infraestrutura nacional,
são vulneráveis aos criminosos cibernéticos.
Por Leonid Savin, no Global Research
O tema da defesa do ciberespaço é de
máxima prioridade não só para os EUA. “As estatísticas revelam que os
‘cibercriminosos’ aumentaram a aposta e estão se tronando mais
sofisticados e criativos na distribuição de formas mais agressivas de
softwares maliciosos (malwares), segundo o site governamental Defence
IQ. “Nossas estatísticas mostram que os trojans e os roguewares
(“falsos" programas antivírus) ascenderam a quase 85% do total da
atividade dos malwares no ano de 2009.
Esse foi também o ano de Conficker (um worm — programa autorreplicante — destrutivamente poderoso), ainda que isso oculte o fato de que os worms classificados são só 3,42% dos malwares criados no ano passado”, afirma a revista. “O worm Conficker causou graves problemas, tanto em ambientes domésticos e corporativos, com mais de 7 milhões de computadores infectados em todo o mundo, e segue se propagando rapidamente” (1).
Comparado a outros países, parece que os EUA estão preocupados demais com o problema da defesa cibernética. No dia 26 de abril, a CIA fez conhecer seus planos para novas iniciativas na luta contra os ataques baseados na web. O documento descreve os planos para os próximos cinco anos e o diretor da agência, Leon Pannetta, disse que é “vital para a CIA estar um passo à frente do jogo quando se trata de metas como a segurança do ciberespaço” (2).
Em maio de 2009 a Casa Branca aprovou o Protocolo para as Políticas no Ciberespaço (3), apresentado ao presidente dos Estados Unidos pelos membros de uma comissão especial. O documento resume o estado da rede dos EUA e a segurança da informação nacional, tendo proposto nomear um alto oficial para a cibersegurança encarregado de coordenar as políticas da área nos EUA.
O informe descreve um novo marco global para facilitar a resposta coordenada por parte do governo, do setor privado e dos aliados em caso de um incidente cibernético significativo. O novo sistema de coordenação permitiria a autoridades federais, estaduais, locais e tribais trabalharem antecipadamente com a indústria para melhorar os planos e recursos disponíveis para detectar, prevenir e responder a incidentes significativos em segurança cibernética. A iniciativa também envolve proporcionar a essas instâncias dados de inteligência e opções de caráter técnico e funcional, além de garantir a formação de novos especialistas na defesa cibernética.
E um último passo, mas não menos importante: em meados de 2010, a base aérea de Lackland, no Texas, começou a construção do primeiro centro especializado de inteligência virtual, onde já trabalham uns 400 especialistas. O 68º Esquadrão de Guerra de Redes (The 68th Network Warfare Squadron) e o 710º Esquadrão de Inteligência de Vôos (710th Information Operations Flight), da Força Aérea, foram deslocados a San Antonio. Esse lugar foi escolhido porque está perto das instalações militares que contemplam operações de “ciberguerra”, como a Agência para a Inteligência, a Vigilância e o Reconhecimento da Força Aérea e o Centro Criptologia do Texas, da Agência de Seurança Nacional, que comandam operações de informação e criptologia para o apoio da Força Aérea dos Estados Unidos. Funcionarão integrados aos interesses do Comando Espacial, o Comando da Força Aérea e a Reserva da Força Aérea dos Estados Unidos.
Numerosas publicações dos EUA mostram que as refomas das forças cibernéticas para a defesa nacional, assim como a introdução da doutrina de estratégia de guerra cibernética estão a ponto de se completarem. Quanto à estratégia para a “ciberguerra” dos Estados Unidos podemos supor que ela está em consonância com o conceito geral da ofesiva militar global dos EUA.
William Lynn III em seu artigo “A Ciberestratégia do Pentágono”, publicado na revista Foreign Affairs (setembro/outubro de 2010), expõe cinco princípios básicos da estratégia de guerra do futuro:
– O ciberespaço deve ser reconhecido como um território de domínio igual a guerra por terra, mar e ar;
– Qualquer postura defensiva deve ir mais além “da boa preparação ou higiene” e incluir operações sofisticadas e precisas que permitam uma resposta rápida;
– A Defesa Ciberespacial deve ir mais além do mundo das redes militares do Departamento de Defesa, para chegar até as redes comerciais, que também são subordinadas ao conceito de Segurança Nacional;
– A estratégia da Defesa Ciberespacial deve acontecer com os aliados internacionais para uma efetiva política “de advertência compartilhada” ante as ameaças;
– O Departamento de Defesa deve contribuir com a manutenção e aproveitar o domínio tecnológico dos Estados Unidos para melhorar o processo de aquisições e se manter com a velocidade e agiliade da indústria da tecnologia da informação (4).
Ao comentar esse artigo, os analistas sublinham que “as capacidades que se buscam permitirão aos “ciberguerreiros” dos EUA enganar, negar, interromper, degradar e destruir a informação e os computadores de todo o mundo” (5)
O general Keith Alexander, chefe do novo super Cibercomando do Pentágono (ARFORCYBER), afirmou: “Temos que ter capacidade ofensiva, o que significa que, em tempo real, seremos capazes de aniquilar qualquer um que nos ataque”. Keith Alexander comparou os ataques cibernéticos com as armas de destruição em massa, e de acordo com suas recentes declarações os EUA têm previstas as aplicações ofensivas desse novo conceito de guerra.
Notas
(1) http://www.defenceiq.com/article.cfm?externalID=2718
(2) http://www.defenceiq.com/article.cfm?externalID=2460
(3) http://www.whitehouse.gov/assets/documents/Cyberspace_Policy_Review_final.pdf
(4), William J. Lynn III W. “A defesa de um novo domínio: “Ciberestratégia” do Pentágono” Foreign Affairs. Setembro / outubro de 2010. http://www.foreignaffairs.com/articles/66552/william-j-lynn-iii/defending-a-new-domain (29/08/2010)
(5) S. Webster: “O Pentágono poderá aplicar a política de guerra preventiva na Internet”. 29 de agosto 2010. http://www.rawstory.com/rs/2010/0829/pentagon-weighs-applying-preemptive-warfare-tactics-internet/ (30/08/2010).
(6) E. Nakashima: “O Pentágono considera ataques preventivos no marco da estratégia de ciberdefesa” The Washington Post. 28 de agosto 2010. http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2010/08/28/AR2010082803849_pf.html
(7) Daniel Lynn L. “Esboços das ameaças da informática e as medidas defensivas” Serviçoo de Imprensa do Exército dos EUA http://www.defense.gov/news/newsarticle.aspx?id=60600
Esse foi também o ano de Conficker (um worm — programa autorreplicante — destrutivamente poderoso), ainda que isso oculte o fato de que os worms classificados são só 3,42% dos malwares criados no ano passado”, afirma a revista. “O worm Conficker causou graves problemas, tanto em ambientes domésticos e corporativos, com mais de 7 milhões de computadores infectados em todo o mundo, e segue se propagando rapidamente” (1).
Comparado a outros países, parece que os EUA estão preocupados demais com o problema da defesa cibernética. No dia 26 de abril, a CIA fez conhecer seus planos para novas iniciativas na luta contra os ataques baseados na web. O documento descreve os planos para os próximos cinco anos e o diretor da agência, Leon Pannetta, disse que é “vital para a CIA estar um passo à frente do jogo quando se trata de metas como a segurança do ciberespaço” (2).
Em maio de 2009 a Casa Branca aprovou o Protocolo para as Políticas no Ciberespaço (3), apresentado ao presidente dos Estados Unidos pelos membros de uma comissão especial. O documento resume o estado da rede dos EUA e a segurança da informação nacional, tendo proposto nomear um alto oficial para a cibersegurança encarregado de coordenar as políticas da área nos EUA.
O informe descreve um novo marco global para facilitar a resposta coordenada por parte do governo, do setor privado e dos aliados em caso de um incidente cibernético significativo. O novo sistema de coordenação permitiria a autoridades federais, estaduais, locais e tribais trabalharem antecipadamente com a indústria para melhorar os planos e recursos disponíveis para detectar, prevenir e responder a incidentes significativos em segurança cibernética. A iniciativa também envolve proporcionar a essas instâncias dados de inteligência e opções de caráter técnico e funcional, além de garantir a formação de novos especialistas na defesa cibernética.
E um último passo, mas não menos importante: em meados de 2010, a base aérea de Lackland, no Texas, começou a construção do primeiro centro especializado de inteligência virtual, onde já trabalham uns 400 especialistas. O 68º Esquadrão de Guerra de Redes (The 68th Network Warfare Squadron) e o 710º Esquadrão de Inteligência de Vôos (710th Information Operations Flight), da Força Aérea, foram deslocados a San Antonio. Esse lugar foi escolhido porque está perto das instalações militares que contemplam operações de “ciberguerra”, como a Agência para a Inteligência, a Vigilância e o Reconhecimento da Força Aérea e o Centro Criptologia do Texas, da Agência de Seurança Nacional, que comandam operações de informação e criptologia para o apoio da Força Aérea dos Estados Unidos. Funcionarão integrados aos interesses do Comando Espacial, o Comando da Força Aérea e a Reserva da Força Aérea dos Estados Unidos.
Numerosas publicações dos EUA mostram que as refomas das forças cibernéticas para a defesa nacional, assim como a introdução da doutrina de estratégia de guerra cibernética estão a ponto de se completarem. Quanto à estratégia para a “ciberguerra” dos Estados Unidos podemos supor que ela está em consonância com o conceito geral da ofesiva militar global dos EUA.
William Lynn III em seu artigo “A Ciberestratégia do Pentágono”, publicado na revista Foreign Affairs (setembro/outubro de 2010), expõe cinco princípios básicos da estratégia de guerra do futuro:
– O ciberespaço deve ser reconhecido como um território de domínio igual a guerra por terra, mar e ar;
– Qualquer postura defensiva deve ir mais além “da boa preparação ou higiene” e incluir operações sofisticadas e precisas que permitam uma resposta rápida;
– A Defesa Ciberespacial deve ir mais além do mundo das redes militares do Departamento de Defesa, para chegar até as redes comerciais, que também são subordinadas ao conceito de Segurança Nacional;
– A estratégia da Defesa Ciberespacial deve acontecer com os aliados internacionais para uma efetiva política “de advertência compartilhada” ante as ameaças;
– O Departamento de Defesa deve contribuir com a manutenção e aproveitar o domínio tecnológico dos Estados Unidos para melhorar o processo de aquisições e se manter com a velocidade e agiliade da indústria da tecnologia da informação (4).
Ao comentar esse artigo, os analistas sublinham que “as capacidades que se buscam permitirão aos “ciberguerreiros” dos EUA enganar, negar, interromper, degradar e destruir a informação e os computadores de todo o mundo” (5)
O general Keith Alexander, chefe do novo super Cibercomando do Pentágono (ARFORCYBER), afirmou: “Temos que ter capacidade ofensiva, o que significa que, em tempo real, seremos capazes de aniquilar qualquer um que nos ataque”. Keith Alexander comparou os ataques cibernéticos com as armas de destruição em massa, e de acordo com suas recentes declarações os EUA têm previstas as aplicações ofensivas desse novo conceito de guerra.
Notas
(1) http://www.defenceiq.com/article.cfm?externalID=2718
(2) http://www.defenceiq.com/article.cfm?externalID=2460
(3) http://www.whitehouse.gov/assets/documents/Cyberspace_Policy_Review_final.pdf
(4), William J. Lynn III W. “A defesa de um novo domínio: “Ciberestratégia” do Pentágono” Foreign Affairs. Setembro / outubro de 2010. http://www.foreignaffairs.com/articles/66552/william-j-lynn-iii/defending-a-new-domain (29/08/2010)
(5) S. Webster: “O Pentágono poderá aplicar a política de guerra preventiva na Internet”. 29 de agosto 2010. http://www.rawstory.com/rs/2010/0829/pentagon-weighs-applying-preemptive-warfare-tactics-internet/ (30/08/2010).
(6) E. Nakashima: “O Pentágono considera ataques preventivos no marco da estratégia de ciberdefesa” The Washington Post. 28 de agosto 2010. http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2010/08/28/AR2010082803849_pf.html
(7) Daniel Lynn L. “Esboços das ameaças da informática e as medidas defensivas” Serviçoo de Imprensa do Exército dos EUA http://www.defense.gov/news/newsarticle.aspx?id=60600
Fonte: www.vermelho.org.br
Apertem os cintos: o PT sumiu!
Raymundo Araujo Filho no Correio da Cidadania | |
Nestes dias fiz uma pequena leitura do mapa eleitoral para a eleição de
governadores nos estados, mais ou menos consolidados a cerca de um mês
das eleições. Pouparei este trabalho para os meus possíveis leitores,
pois certas tarefas não desejo nem para os meus desafetos, quanto mais
para quem me lê.
É surpreendente a mágica que se faz na opinião pública, transformando o
que é uma acachapante derrota eleitoral em uma "vitória retumbante".
O artifício é simples, e foi amplamente assumido pelo próprio PT, que,
em troca da eleição de sua candidata à presidência da República, fez
todos os acordos regionais com ex-adversários e atuais aliados de
ocasião, visto a opção do lullo-petismo de usar o povo apenas como massa
de manobra eleitoral, excluindo-o como sujeito do debate político. Ou
seja, fez a opção pela "governabilidade palaciana" como caminho mais
fácil para manter-se não no poder, mas no cargo principal do país, ao
arrepio de todas as propostas originais que construíram, durante cerca
de 25 anos, as forças que elegeram Lulla em 2002.
Assim, repasso a todos o tal mapa eleitoral nos estados, com a devida
análise que me permito, a partir dos fatos, não dos desejos ou mentiras,
expondo e confirmando o que digo no título do artigo.
O presidente Lulla se constitui na entidade política de maior projeção
midiática, o PT é falado todos os dias em todos os jornais e mídias,
assim como as políticas governamentais, sendo nenhuma delas criticada no
seu íntimo. Ao contrário, são apoiadas desavergonhadamente até por quem
se diz oposição de direita ao Lulla, pois sabem que este obedece às
diretrizes do capital internacional, este sim o principal mandatário do
país. No entanto, o PT como partido não chega nem perto de uma inserção
institucional na política brasileira do tamanho do alarde que fazem,
pegando carona no Lulla. Aliás, paro de escrever sobre política se
alguém me mostrar uma só das macropolíticas de Lulla que seja criticada
pela direita brasileira.
Assim, temos o PT com vitória garantida em apenas três estados, mas, sem
desmerecê-los, de pouquíssima importância econômica e política para o
país. São eles: Acre, Bahia e Sergipe.
Temos Tarso Genro com chances, mas sem qualquer garantia de vitória
(acho até que perderá), com o PT disputando o segundo turno
completamente empatado com as forças de oposição (como sempre no
dividido Rio Grande do Sul). E no Mato Grosso do Sul, se houver segundo
turno e Deus absolver todas as falcatruas e acordos espúrios (até com o
DEM, inaugurando a aliança PT-DEM, anos atrás no Mato Grosso do Sul),
temos o ex-governador petista que atende pela alcunha de Zeca do PT-
que, entre outras coisas, foi o avalista da entrada no partido de
pedófilo condenado, o ex-vereador de nome Disney (sem ironias).
E só! Este é o legado do PT nas suas alianças para a eleição de Dilma,
após oito anos de governo Lulla, sem povo, a não ser como acessório de
poder.
A senadora por Santa Catarina, Ideli ‘Salvar-se’, aparece com míseros
16% dos votos contra Ângela Amin do PP, não governista (31%), e Colombo,
do DEM (27%), mesmo após ter sido subserviente ao extremo, tendo uma
exposição midiática bem maior que a sua estatura (é baixinha, a
senadora...). Até em convescote com os criadores da Bossa Nova aqui no
Rio a senadora veio. E lamentou que sua mãe "não estivesse viva para
curtir aquele momento". Ao menos, não vai ver sua filha vergonhosamente
derrotada, após tanta subserviência.
Para tentar amenizar esta derrota petista nestas eleições para governos
estaduais, o PSB (partido "quase" irmão do PT, com Skaff e tudo), com
Renato Casagrande, será eleito no primeiro turno no Espírito Santo. A
mesma coisa no Ceará, com o irmão do "enfant terrible" Ciro
Gomes, o Cid Gomes (que algum troco será obrigado a dar no PT de lá, por
tantas sacanagens das quais ele e seu irmão foram alvos por parte do
partido). E o PSB está também consolidado como vitorioso em Pernambuco.
Nestes estados, portanto, só restará ao PT ficar feliz com a vitória dos
outros.
Em nenhuma outra unidade da federação aparecem o PT e o PSB em posição
razoável na disputa. Restam o PDT e o PMDB como aliados, que
analisaremos abaixo, visto que o PC do B não dá nem pro cafezinho...
O PDT, em Alagoas, terá o Ronaldo Lessa a apoiar o Collor ou ser apoiado
por ele, para eleger a coligação pró-Lulla. O que seria inimaginável
alguns poucos anos atrás. E o Jackson Lago, PDT do Maranhão, boicotado
pelo PT em aliança com a "progressista" Roseana Sarney (quase uma Dilma,
hoje em dia), vai amargar o seu ocaso político sendo traído por quem
sempre emprestou apoio, e tendo a pequena dissidência petista por lá
feito até greve de fome para votar no... PC do B.
Resta então, para completar o júbilo petista com a vitória alheia, a eleição apenas provável do PMDB governista nos estados da Paraíba, Tocantins, Maranhão e Rio de Janeiro.
Em Minas Gerais, parece que Anastásio (apoiando e apoiado por Dilma, por
baixo dos panos) vai disputar até o último segundo. E convenhamos que
ganhar com Helio Costa soa mais como derrota - ao menos soava,
antigamente.
No Rio Grande do Sul, uma possível vitória do PMDB com Fogaça será
apoiada pelo PSDB. Assim como no Mato Grosso do Sul, em que a vitória do
PMDB com Puccineli, de OPOSIÇÃO à Dilma e ao PT local, é bem provável.
No Pará, D. Ana Julia Carepa patinou, talvez por iniciativas como a sua
aliança com madeireiros e o Projeto Paz no Campo (apelidado pelo MST de
Pau no Campo), e por lá o governo será entregue ao PSDB, com Simão
Jatene, com ou sem Barbalho a esta altura do campeonato (certos amigos
são verdadeiros inimigos...). Já em Roraima, o PT sequer existe, nem tem
aliados, mesmo os de mais baixa estirpe, com os quais a legenda se
acostumou a conviver, a meu ver, despudoradamente.
O resto, cerca de nove estados, vai ficar mesmo com a oposição, salvo
algum desimportante engano meu (paciência tem limites para estas
análises). Traça-se um quadro onde o PT naufraga eleitoralmente, cedendo
lugar para cerca de dez governadores "aliados", já sendo certo nove de
oposição, além de disputa acirrada em apenas sete estados.
Assim, podemos afirmar, sem medo de errar, que Lulla e o PT oPTaram pela
formatação do país em Sesmarias Políticas, retrocedendo aos tempos
coloniais para manter a unidade do país (em torno da aristocracia).
Dividiram o país nas malditas Sesmarias, das quais não nos livramos até
hoje, e estão virando moda novamente pelas mãos do Partido dos
Trabalhadores e seus coronéis aliados.
Some-se a isso a vitória eleitoral do PMDB, que, além de ter um vice que
não é nenhum inexperiente, ao contrário, é conhecida ave de rapina do
poder. Fará este partido ter o presidente da Câmara Federal e do Senado,
podendo sair muito fortalecido nos estados. Só o PT mesmo para alçar um
medíocre como Michel Temer a vice-presidente da República.
Ora! Que melhor resultado eleitoral poderiam esperar aqueles que
chegaram a se assustar com o surgimento de um partido que representou as
legítimas forças populares em luta, por tênues anos?
Certamente estão felizes e contemplados com uma Dilma que representa a
domesticação dos tecnocratas e burocratas que se apoderaram das energias
criativas que fizeram nascer o PT na década de 80, ladeada por cães de
guarda do Império, como o são Pallocci, Henrique Meirelles e Jobim.
Que resultado melhor do que este, com a completa super-estruturação do
poder, já totalmente burocratizado e seqüestrado, por não possuir povo protagonista,
seria imaginado por Stanley Gacek? Refiro-me ao gerente trabalhista da
AFL-CIO, o sindicalismo dos EUA que Lulla representou oficialmente na
reunião do diálogo interamericano em 1992, com FHC, Salinas e tantos
outros que se tornaram algozes de seus povos.
Portanto, eis o trágico resultado da experiência do lullo-petismo no
poder aqui no Brasil. Fizeram com que o Brasil, tal e qual um cachorro
doido, fique a dar voltas sobre si mesmo, buscando morder o próprio
rabo, aqui representado por Sarney e companhia bela. Fazem fachada aos
"homens do norte", que são os verdadeiros cabides em que se apóia este
grupo de arrivistas do lullo-petismo, doando-lhes o Brasil em troca da
concessão de ter a cabeça de chapa na eleição presidencial. Tudo para,
no fim das contas, apenas gerenciarem a entrega do país com fachada - só
fachada - de progressistas.
É a ex-esquerda Corporation S.A., aqui fazendo o papel de Luiz XIV e
Maria Antonieta, nesta entrega pornográfica do país aos estrangeiros e
capitalistas "nacionalistas". Dos aristocratas franceses, a guilhotina
da Revolução cortou-lhes a cabeça. Quem sabe, um dia, esses
neo-aristocratas brasileiros não serão passados pela guilhotina da
História?
Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e entende muito bem de cachorros loucos.
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